A Inútil Capacidade de Ser Receoso escrita por Fabrício Fonseca


Capítulo 24
Epilogo




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Ás 14hrs37min Marcos me liga do telefone de Aline me convidando para ir na casa deles para a gente jogar um pouco de videogame – o primo superchato deles que é meio apaixonado por mim está na casa deles e eu preciso estar lá para que ele seja menos irritante.

Desço a escada de casa calmamente e quando estou andando em direção a porta meu pai sai de seu escritório, e nós dois ficamos parados olhando um para o outro.

Acho que caiu a ficha dele que agora sim estamos sós, e que sem as visitas eu não tenho motivo para manter a pose de família unida. E é verdade, eu não quero mais manter uma pose, quero que seja verdade.

—Será que nós podemos conversar? – Pergunto.

—Claro – ele diz e anda em minha direção.

Antes de começar a falar fecho os olhos e respiro fundo.

—Me desculpa por como eu tenho agido desde que voltamos de Montana, eu fui tão estupido ao falar todas aquelas coisas... É só que agora somos só nós dois e eu estava com medo de todos esses novos sentimentos, pelo menos agora eu sei disso.

—Tudo bem filho, eu te entendo. É que esse era o último pedido de sua mãe, e eu não queria deixar de atende-lo, me perdoe.

—Não há pelo que perdoar – digo e então lhe dou um abraço, um abraço apertado que ele devolve com a mesma intensidade.

Ficamos ali abraçados por mais alguns segundos até que juntos decidimos nos soltar.

—Eu estava indo conversar com você sobre uma coisa – ele diz sorrindo. – Você sabe que a sua mãe estava sempre visitando a CARM, e há alguns meses nós decidimos entrar com o pedido de adoção daquela garotinha a Larissa, a sua mãe era completamente apaixonada por ela e confesso que eu também. Eu estava arrumando algumas coisas na minha mesa e encontrei os papéis que confirmam a adoção, e antes de assinar eu ia te perguntar se estamos preparados para ter mais uma pessoa em nossa família.

—Você só pode estar brincando – eu digo e o abraço novamente. – É claro que estamos preparados! Eu já sinto que a Larissa é minha irmã!

—Eu também acho que estamos, eu vou assinar o papel. Agora você pode ir para onde estava indo, ela não vai vir para casa agora.

—Obrigado, pai. Você é a pessoa que mais amo no mundo! – Digo enquanto ando em direção a porta.

Espero que ele tenha me ouvido.


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