P.O.V Yuri

Abri os olhos e senti uma tontura muito forte, gemi.

— Acordou? – perguntou Akira. Fiz que sim com a cabeça. E fechei os olhos. – Tente dormir...

Fiz que sim de novo, e me virei no colchão.

— Eu... Sinto... Muito... Pelo Riki... – falei pausadamente, ainda de olhos fechados.

— Não foi sua culpa... – falou baixo, - Além do mais, ele não morreu, está no hospital.

Ouvi passos, deduzi que ele tinha ido embora, alguém coloca a mão na minha cabeça, e da um beijo na minha testa, abro os olhos pelo susto, e vejo Akira corado.

— Porque fez isso? – perguntei, assustado.

— É-é-é eu não sei! – falou corando ainda mais. – Me desculpa, não pude evitar...

O olhei confuso, mas dei de ombros e voltei a encostar a cabeça no travesseiro, e então lembrei:

— O que você ia me falar? – perguntei baixo. Ele me olhou confuso, mas depois fez um gesto com a mão, para eu esquecer. – Há quanto tempo estou aqui?

— Cinco dias, porque?

— N-n-nada, só tinha uma prova hoje... – falei, tinha até esquecido, caramba! Eu estudei muito para esse prova!

Fiquei encarando ele, até que ele se levantou e foi para a porta.

— Volte a dormir....

Decidi fazer o que ele falou, e dormi de novo. Não deu muito tempo, até que me acordaram, abri os olhos devagar.

— Yuri, seu pai pagou, você pode voltar para casa, essa noite, e já são 19 horas. – falou Sho, seu rosto ainda estava marcado com lagrimas, fiquei com pena, mas apenas fiz que sim com a cabeça.

Sho e Toshi saíram, até que Akira falou:

— Leva o livro. – apontou para o livro que eu estava lendo, ele abaixou e pegou o mesmo. Estendendo-o para mim.

— Arigatou... – falei, pegando o livro.

— Vamos, vou te levar de volta, tente qualquer coisa e você volta. – disse, fechando os olhos e os abrindo um bom tempo depois.

Eu o segui para fora da casa, e ele segurou minha mão, e eu corei com o toque. Andamos bastante, mas logo pude ver a cidade de Kanto.

Ele me levou para o mesmo beco, onde haviam me sequestrado.

— Tudo acaba, no mesmo lugar que começa... – falou olhando para o lado.

— É... Bom... Tchau?.... – falei, desesperado para sair de perto dele.

—Tchau, Yuri... – ele falou, ainda não olhando para mim, fui me afastar. – Pera, deixa eu sair primeiro, mas fecha os olhos.

Fiz o que ele mandou, mas logo uma mão me acertou as costas. Soube logo que ele tinha me feito desmaiar. E eu apaguei.

Quando acordei, estava no meu quarto novamente, e ouvi umas vozes:

— Ele estava desmaiado, num beco. – falou alguém que eu não conhecia. Continuei de olhos fechados.

P.O.V Akira

 Sinceramente? Eu não queria que o Yuri fosse embora tão rápido, assim que o fiz desmaiar, o peguei no colo e o deitei no chão, não me aguentei e dei um beijo de leve em seus lábios.

Sai daquele lugar o mais rápido possível, quando cheguei o Toshi veio falar comigo:

— Nós precisamos de um novo lugar!

— Porque? – perguntei.

— A polícia nos achou, não vai demorar para ela vir nos procurar novamente.

— Verdade! – respondi.

Ficamos um tempo em silencio por um tempo, Sho chegou e falou que o carro de um amigo dele já estava pronto. Pegamos nossas mochilas com roupas, e alguns livros. Fomos lá para fora.

— Oi! – falou um cara de mais ou menos uns 18 anos, - Meu nome é Yakumino, o de vocês eu sei...

O encarei, e depois olhei para Sho.

— Para onde você vai nos levar? – perguntou Toshi, desconfiado.

— Tem um apartamento, que o aluguel é barato, no centro de Kanto e...

— Você quer que a gente vá para o centro da cidade em que a polícia está nos procurando? – perguntou Toshi.

— Vocês vão conseguir uma nova vida! E também, tem uma escola muito boa! – tentou nos convencer.

Toshi e Yakumino continuaram discutindo por um tempo, mas Toshi se deu por vencido, e concordou em ir. Não deu nem meia hora e nós partimos para a cidade.

Paramos em uma padaria, a comida em Kanto era realmente boa.

— Está melhor que o seu Onigiri, com arroz reesquentado! – riu Toshi, e eu não pude deixar de rir junto. Sho era nosso cozinheiro, desde SEMPRE!

— Ahhhh, não falem assim! Parte o coração, eu me esforço!! – fingiu-se magoado.

— Há quanto tempo vocês não comem? – perguntou Yakumino, rindo da nossa fome.

— Desde ontem a noite, por que? – perguntei, percebendo o quanto havíamos comido.

Cada polícia que passava, ficávamos brancos. Pagamos, e saímos daquele café,  até que fomos barrados.

— Oi, é, vocês conhecem, um garoto chamado Yuri? – perguntou um policial.

Meu coração gelou, e eu fiquei branco, Sho juntou as mãos e olhou para baixo, Toshi virou o rosto.

— Desculpe amigo, mas acabamos de chegar na cidade, da para nos dar licença? – falou Yakumino.

— Claro, desculpe. – falou o policial, indo embora.

Chegamos no apartamento, não era grande, o mesmo tamanho que a nossa antiga casa, bateu uma saudade. Mas agora somos novas pessoas!

Tinha três quartos, um para cada um, e já estava com a mobília. Um gasto a menos.

— Você tem onde ficar, Yakumino? – perguntou, Sho.

— É, eu tenho, estou com uns amigos. Mas vocês precisam de mim. – falou, passando a mão no cabelo.

— Porque? – questionou, Toshi. Já havia percebido, que os dois, não se gostam nada!

— Quantos anos vocês tem? – perguntou, encarando Toshi.

— 15, mas eles tem 16. – respondeu, Toshi.

— Vocês sabem que sou eu que tenho que colocar vocês na escola? – falou, como se fosse obvio (o que, na verdade, é).

— Tá, tá, que seja! – falou Toshi impaciente – Eu vou arrumar meu quarto.

Deu de ombros, e fui arrumar me quarto também, eu não tinha muita coisa, então foi rápido. Tomei um banho, quente, e finalmente pude deitar!