Cidade Imortal escrita por Manuca Ximenes, Cris Herondale Cipriano


Capítulo 25
Capítulo 24




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Capítulo 24

Herondale são adoráveis...Isso é entre nós dois... Estamos juntos.

Com todos os acontecimentos, com tantas mortes e com a morte de Robert fora preciso de um enterro digno de um caçador de sombras, todos da família estavam presentes. Todos estavam arrasados, toda a família Lightwood estava presente e agora que Maryse era a nova inquisidora, e mesmo com aquela mascara de segurança, Jace sabia que ela estava devastada, porém depois de chorar por duas horas no peito de Max e no de Rafael, Maryse, simplesmente, fechou-se no seu próprio mundo, mas Jace percebeu que ela ainda ficou algum tempo parada, tentando absorver os últimos acometimentos.

Mais cedo Jace já tinha participado de outro enterro, um simbólico, pois não encontraram o corpo de Luke para que o mesmo fosse enterrado, aonde ele conseguiu ver alguma emoção nos olhos de sua sogra, houve muitos gritos, choro e até mesmo Clary não conseguia segurar mais as suas lágrimas, ela, simplesmente, desabou, enquanto a sua irmã ficava ao lado de Willy o recém chegado.

Jace deixou Clary ao lado da sua irmã, enquanto caminhava em direção ao seu parabatai, que não havia só perdido o seu pai, ele havia perdido uma das suas melhores amigas e estava seguindo para um novo enterro, acompanhado por Magnus, Rafael, Max, Gabriella, Izzy, Simon e Cecily.

Magnus conjurara um portal e todos seguiram para o Jade Wolf, encontrando Lily, Demétrio e Jordan, encarando. Quando um alfa morre não por uma disputa e sim por um adversário, ele deve ser honrado pelo novo alfa, no caso Jordan, que passou os últimos três dias lutando e descontando toda a sua raiva em qualquer lobo que ousasse desafia-lo.

—O que ele faz aqui? –Pergunta Rafael, entre os dentes, no segundo que Will passa pelo portal ao lado de Jem.

—Ele veio dar o seu apoio. –Revela Jem, tranquilamente.

—Contanto que ele fique longe da minha família e respeite a dor dos meus pais. –Avisa Rafael, apontando em direção a Will, que revira os olhos.

—Eu só falei o que todo mundo deve estar achando, que Magnus deveria ter algum interesse em mim no passado. –Afirma, ironizando e recebendo um soco de Rafael em resposta, enquanto Jem afastava o seu parabatai.

—Longe. –Avisa Max, irritado, deixando faíscas azuis escaparem dos seus dedos, afastando-se logo em seguida e sendo abraçado por Lily, que estava dividida entre consolar Rafael e Max, ambos seus sobrinhos de consideração, enquanto Izzy aproxima-se de Will.

—É um momento de dor. Senão pode ser educado, volte para o lugar de onde veio. –Manda, entre os dentes.

—Vou fazer o possível. –Afirma, irônico.

—Herondale são adoráveis. –Ironiza Izzy, revirando os olhos.

Maryse afastou-se de todos, analisando Max e estranhou a atitude do filho mais novo, ele estava mais calado e aparentava não se importar com nada o que estava em volta, agora com a mente mais clara, mesmo com a dor da morte de Robert, ela pode perceber o quanto o filho estava estranho. De algum modo mais desligado, como se a dor da perda de alguém fosse ilusória.

—Vamos, querido? –Chama, esticando a mão em direção ao filho que a aceita, sem ao menos pensar duas vezes.

...

A perda de Robert, a perda de Maia.

Tudo estava deixando o caçador tonto, ele não conseguia parar de pensar que estava perdendo mais e mais pessoas que ama e que não tinha controle nenhum nisso, mesmo sendo imortal.

Talvez fosse assim que Magnus se sentisse...

Talvez ele tivesse passando anos e mais anos sentindo-se impotente, enquanto todos aqueles que ele amava iam morrendo pouco a pouco e tudo estava se tornando tão sufocante para Alec, que ele saiu da cerimonia, sem que a mesma tivesse sido concluída.

—Alec. Vem aqui. –Chama Lily, sussurrando, abrindo os seus braços, recebendo-o e o aninhando. –Esse, infelizmente, é o ciclo dos mortais, eles nascem, eles crescem e morrem, nós também podemos morrer, mas... A nossa vida útil é maior do que a deles. –Revela e Alec encara-a confusa.

—Você sabe? –Pergunta, intrigado.

—Eu ouvi Rafael e Max conversando sobre isso. Posso ser uma das vampiras mais cabeça dura de Nova York, mas eu não sou burra. –Responde, brincando.

—Não, óbvio que não é. –Afirma, alisando os cabelos dela.

—Você vai ficar bem, o tempo passa e essa dor se transforma em saudade, você nunca vai, realmente, esquecer aqueles que ama, vai se lembrar de cada rosto, de cada voz, mas ao mesmo tempo pode conhecer mais e mais pessoas, mais e mais lugares. É a maldição de ser imortal, estar sempre num ciclo vicioso. –Revela, alisando o rosto dele. –Com o tempo você aprende a lidar com isso. –Garante, beijando a bochecha de Alec.

Alec não queria isso para a sua vida, ele nunca quis ser imortal, ele sempre quis ser mortal, crescer, envelhecer e morrer, mas agora ele tentava de alguma forma ver o lado bom da situação, mesmo que o lado ruim estivesse tão em evidencia.

—Alexander. –Chama Magnus, alisando o braço de Alec, que engole em seco.

—Você vê as pessoas que ama envelhecerem e morrerem. Agora eu tenho a mesma sina. –Murmura, desconexo.

—Alexander, posso ser o alto feiticeiro do Brookyn, mas nem eu posso prever o futuro. –Afirma, forçando-o a encara-lo. –Estamos numa guerra, sejamos honestos, um de nós pode morrer. –Revela, sendo calado por Alec, que explora a boca do feiticeiro com fervura e pânico.

—Não vamos morrer. Eu não posso perder você, eu não posso. –Garante, contra os lábios dele.

—Sei como está se sentindo. –Confessa, alisando o rosto de Alec.

...

Gabriella alisava as costas de Max, a garota ainda se lembrava de quando Maia e Lily eram suas babás de como elas se divertiam com Max, Gabriella e Rafael, de como ambas as mulheres eram importantes para Max e como o coração do seu namorado estava mais do que partido pela partida da lobisomem.

—Hei! –Sussurra, retirando a franja de Max dos seus olhos. –Não quer ficar com Rafe? –Pergunta, amorosa, observando-o negar com a cabeça, enquanto Jordan enterrava a sua mãe nos fundos do restaurante.

Era a honra de um alfa, ser celebrado e enterrado pelo seu antecessor.

A garota beija a mão de Max, sentindo o cheiro de sândalo, ele deve ter pego os produtos dos seus pais para tomar banho, o que era mais do que um costume na casa dos Lightwood-Bane.

Quando Rafael aproximou-se de Max e abraçou o irmão, Gabriella teve a certeza que ambos não iriam se recuperar deste dia tão cedo, e que eles lembrariam com pesar do dia em que perderam duas pessoas que ele amavam.


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