Uma bela coincidência escrita por irritabiliz0u


Capítulo 34
33 - Ela


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo pessoal, eu queria pedir mil desculpas por passar tanto tempo, mas tanto tempo mesmo, sem atualizar, mas uma coisa chamada vida escolar não me permite fazer com que fique atualizando sempre. Eu fiz esse capítulo com muito dó no coração e espero que vocês gostem bastante. Essa minha semana vai ser só prova, uma atrás da outra, então não sei quando vou atualizar novamente, espero que vocês entendam, compreendam e não desistem de mim, por favor.



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1 dia – Lágrimas

"Ela não sabe lidar com toda essa dor de saber que nunca mais vai vê-lo, não vai mais toca-lo, nem ouvir sua risada. Sabe quando ela disse que duas almas são feitas para se completar mas quando uma parte leva a outra junto, deixando, quem ficou, vazio?  Está assim, Rafael levou tudo que a mesma tinha de bom, de puro, e deixando só o bagaço. Ela não sabe o que fazer a partir de agora. Talvez vá embora de São Paulo com o dinheiro que juntou quando era a empregada dele e de quando trabalhou na boate, ela pode voltar para Londres, alugar um quartinho qualquer e voltar a estudar e mediar com um emprego. Talvez ela vá para Londres, termine a faculdade, arranje um trabalho com o que não é sua paixão, conheça um homem que não chegue perto das putarias de Rafael, do fogo dele, do amor dele mas que satisfaça alguém na cama. Nem teria um filho com ele para não se arrepender de ter um fruto de algo falso. Talvez ela viva durante uns 20 anos desse jeito, talvez perca o contato com Vivian e Christian, e quando chegasse aos 40 ela e seu falso marido cansariam de olhar um na cara do outro mesmo que saibam que ele a traía e aí ela procuraria as lembranças da perfeita juventude problemática e veria as fotos com os três melhores amigos, veria a Alyssa com um sorriso contagiante ao lado, sentiria falta do seu irmão como todos os dias da sua vida, e quando ela olhasse a sua última foto tirada antes do casamento com ele, de como ele a admirava ao descer as escadas de sua casa, e de quando eles se beijaram sem caô."

"E talvez ela volte sabe... Ela volta para São Paulo e vá para a casa dele relembrar os perfeitos momentos que passaram lá e veria o quão feliz está com a família, um casal de filhos e seu cachorrinho, a mulher grávida de mais um sorridente. Eles seriam felizes, e aí ele voltaria do trabalho todo sujo de graxa e abraçaria a filha mais velha, na qual poderia ser a sua, o filho mais novo correndo para seu colo. Ela não aguentaria o tormento e iria para a antiga casa de Vivian antes de sua mãe falecer e ela estaria aos pedaços se não existisse, no condomínio da frente ela e Chris saindo com os filhos adolescentes. Ela estaria só e vazia porque abriu mão da sua felicidade para a felicidade do único amor em toda a vida."

Aperto o botão para parar de gravar e não consigo falar nem fazer além de soluçar e chorar compulsivamente. Grito de tanta dor que sinto, não fisicamente, mas a dor que Rafael deixou no meu peito. Ouço alguém bater na porta e entrar devagarinho, Vivian se senta ao meu lado, no chão ao lado da cama, e em silêncio, acaricia minha cabeça quando deito em colo deixando se esvair a água dos olhos.

—Dói muito. – Sai entre soluços.

—É, eu sei que dói muito. – Ficamos em silencio quando eu me acabo em mais pedacinhos ali. Provavelmente Rafael está pouco se importando para como estou agora, além disso, se sente liberto.

Ele

1 dia – Destilado

“Ela não era mais uma menina bonita, disso ele sabia. A partir do momento que ela levantou aqueles olhos suplicantes por um emprego ele soube que estava completamente perdido, só não tinha coragem em admitir por sã consciência. Quando ele arrancou seu primeiro sorriso, quando ela cuidou dele quando ninguém se prontificou ele perdeu as estribeiras, controle total. Quando experimentou o gosto de seus lábios e a textura da língua estava submisso em suas mãos. Quando ela arriscou a própria vida por ele se sentiu pronto para dizer o que tanto temia. Quando a amou pela primeira vez, naquela noite do bar, sentiu-se insano, sua alma tinha se completado com a dela, e nem em mil anos achou que aquela virgem inexperiente seria dona do coração mais mal-amado e machucado que poderia existir. O ciúmes de que ela era sua propriedade era indescritível e não, não era doença, era um tipo de sentimento, amor, que ele não sabia lidar. Sentiu-se morto quando ela sofreu o acidente, por sua causa e ainda mais sozinho quando fugiu para se refugiar nas drogas ao invés daqueles braços. Ele estava consciente que nunca mais sentiria o cheiro do seu perfume nem as mãos bobas por debaixo das mesas nos jantares da família recatada. Ele sabia que sua risada nem seu sexo seria deposto a ele e sim a outro cara, sua boca nunca mais tocaria a sua carne e nenhum dos dois se amaria tanto em uma noite como tinham se amado nos dias juntos. Provavelmente ela estaria, no momento que se é escrito isso, na cama de outro homem contando as suas inúmeras histórias da vida ou em um estado decadente como ele. Ele tinha se entregado de corpo e alma para ela, e agora em pedacinhos, sabia que era o fim da sua sanidade sem tê-la nos braços.”

—Rafa? Você está bem? – minha irmã bate na porta do quarto, perguntando mais uma vez se eu estou bem só para constatar que meu coração continua batendo, em teoria.

—Eu já disse que estou não disse? – Não aguento mais ter que responder a essas perguntas idiotas se estou bem, ou se preciso de alguma coisa.

Eu não estou bem, fui separado do amor da minha vida. Eu não preciso de algo e sim de alguém, eu preciso de Catherine nos meus braços.

Os traços dela estão por todo quarto, nos meus livros arrumados em ordem de preferência, a cama perfeitamente arrumada, seus pequenos presentes espalhados por aí, ainda não tenho coragem de tirar tudo isso daqui pois vai ser um tiro contra sua memória.

Ela não quis ficar comigo por causa do bebê, ela desistiu de mim, mas quem não desistiria não é? Sou problemático e um defeituoso irreparável, o meu único lado bom aparecia quando ela segurava a minha mão, agora não tenho ninguém e nem como me soltar de toda essa agonia e tristeza.

Preciso de algo que alivie um pouco minha dor e coloque outras coisas na minha cabeça ao invés de seus cabelos louros e olhos coloridos, anestesiar tudo isso.

Aqueles olhos acabam comigo.

Saio do quarto e Alyssa se sobressalta nas escadas, eu preciso daquilo, logo. Alyssa grita comigo perguntando aonde eu vou e a única coisa que consigo dizer é pra ela me deixar em paz.

Agradeço por ser de noite e ser menos culposo ir beber. Eu sei que fiz 6 meses de reabilitação fodida mas eu não posso fingir que a bebida e as drogas não são um meio melhor para tirar Catherine, nem que algumas horas, da cabeça.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, favoritem e COMENTEM por favor eu fico muito feliz de ler os comentários. Beijos de luz.



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