Uma bela coincidência escrita por irritabiliz0u


Capítulo 1
1 - Ela


Notas iniciais do capítulo

Os capítulos serão intercalados entre Catherine e Raphael, enquanto o mesmo não entra na história será narrado por ela.

*** = quebra de tempo

Os capítulos serão sempre atualizados quando possível, pois tenho aula e blá, blá, blá.

O romance não vai ser simplesmente meloso, não irá ser prendido à apenas um fato ou só a eles (personagens secundários irão fazer bastante parte da história também)



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93 dias e 5 horas desde que prometi que ia superar. Por mais que eu ache que foi em vão o que disse, tento passar cada manhã, uma de cada vez.

Recomeçar, na minha vida, nunca foi algo necessário, ou que pensei que faria. Agora, é uma coisa que eu preciso e vou fazer. Prometi e cumpro minhas promessas, agora só falta termina-la pelo resto da vida.

Viajando de volta para São Paulo, saindo de Londres, repasso o que irei fazer quando chegar lá.

Pegar meu carro antigo que ficou com um amigo

Comer

Arranjar um emprego

Quando me mudei para Londres, deixei minha picape com Chris, um amigo na qual o pai é dono de um galpão velho cheio de carros. Fiz ele me prometer que ia tomar conta dela pra quando eu precisasse novamente.

Aqui no avião já pedi três sanduíches para a aeromoça, não como muito mas preciso de algo para me alimentar pela manhã e preciso guardar ao máximo de dinheiro. Guardo dois na bolsa e como um, volto para minha leitura “O morro dos ventos uivantes”.

***

Depois de aterrissar, pegar as malas e me reencontrar com Chris, que me esperava com uma placa gigante escrito: "CATHERINE EARNSHAW, PRIMEIRA DAMA" sentado no chão, corro para abraça-lo.

—Você está muito alto Chris! - digo sorrindo, pela primeira vez em muito tempo.

—Ou você diminuiu - ele brinca.

Conversamos bastante enquanto lanchávamos, contei sobre a minha vida em outro país, discutimos sobre o fato de passarmos muito tempo sem se falar entre várias outras coisas. Olhar para ele sentado na minha frente tomando um Shake e rindo, contando as suas piadas idiotas de sempre, vejo que está feliz. Seus olhos azuis como o mar se fecham quando ele sorri mostrando o largo sorriso branco, e pensando que um dia fui assim, elétrica  cheia de energia me faz sentir saudade. Deixei-o em casa um tempo depois e fui procurar um local para dormir.

O que trouxe comigo para o Brasil não foram todas as coisas: apenas uma mala de mão com documentos importantes e alguns livros e outra de correr com materiais pessoais e roupa, pretendo voltar pra pegar o resto das coisas quando estiver estabilizada. 

***

Passar a noite deitada no banco de trás de um automóvel sem ar condicionado não é uma das melhores coisas, então quando acordo no dia seguinte ensopada de suor me arrependo na hora.

—E agora? – me pergunto como se a pergunta fosse simplesmente aparecer na minha frente.

O que a vida me ensinou que as ações e pessoas só vão lhe humilhar se você permitir, então começo a dirigir rumo ao aeroporto, novamente, pra me banhar e depois procurar emprego. No sinal pego meu celular pra ver se há algo importante, e vejo a mensagem de uma antiga amiga.

Vivian Sams

Ei menina, Chris me disse que estava de volta para São Paulo, o que aconteceu? Por que não falou comigo? Me liga logo! Sei que também não tem para aonde ir, me liga Catherine!

Vivian é minha amiga desde dos 5 anos, hoje eu tenho 18 e ela 19. Não que algo tenha acontecido entre nós, mas no último ano que passei aqui antes de ir pra outro país ela ficou tão estranha e distante, que nos afastamos. Meses depois de eu estar em Londres voltamos a nos falar.

 

Catherine Earnshaw

Você ainda mora na mesma casa de três anos atrás?

Vivian Sams

A que tem uma parede toda suja por causa da gente e o correio postal torto.

Sorrio por ela ainda lembrar desses momentos e digito de volta.

Catherine Earnshaw

Tenho que te contar muita coisa, quando você disse que sempre estaria ao meu lado, falava sério né?

Vivian Sams

E que cataria cada pedacinho seu quando quebrassem seu coração, sempre.

Catherine Earnshaw

Chego em 15 minutos.

É bom, e reconfortante, saber que não importa quanto tempo você passe longe de uma pessoa, seja um amor ou amizade, ele vai sempre estar pronto pra te receber de braços abertos.

Dando retorno pra ir a sua casa, lembro dos nossos momentos juntas. Houve um dia que queríamos ir para um aniversário então falei para minha mão que dormiria na casa dela, porém a sua não deixou. Quando deu 00:37 pulamos o muro de salto e calça jeans e fomos para a festa, onde ela bebeu pela primeira vez e eu curti a festa sã.

Quando deu 7:30 da manhã ela se apoiava em mim quase morrendo porque sua ressaca não foi das melhores, de 10 em 10 minutos vomitava e o sol no rosto não ajudava. Pelo mesmo muro ela passamos, tentamos e a mesma deu de cara no chão, ri tanto que minha barriga doía. Sua mãe ainda dormia então ajudei-a no banho e a coloquei na cama com um balde. Logo depois adormeci, rimos tanto depois da história quando estávamos salvas, da ressaca e do sono.

Chegando na sua moradia sou surpreendida com ela sendo chutada no chão por um homem. Rapidamente, tiro minha arma da bolsa e saio do carro.

—Se afaste da menina – estou com a arma apontada atrás da sua cabeça – ou eu estouro o resto do pouco cerebelo que você tem! - consegui me aproximar dele bem devagar, já que era mais focada em Vivian do que alguém que poderia ver aquilo.

Vivian se retrai para o lado e vejo sangue nas suas mãos. Fico alerta, então quando ele tenta me atacar pela cabeça, me abaixo dando um chute no meio de suas pernas com o joelho direito, um soco no nariz e depois chuto com a perna esquerda fazendo-o cair, quando ele tenta desmaiar, o jogo no chão. Ele já desmaiado, corro até minha amiga:

—O que esse louco fez? –tento falar com ela que não consegue responder por causa dor – preciso que tire a mão Vivian.

Ela faz o que digo, mesmo que doa em sua alma. O corte foi no estômago e acho que acertou algum vaso pois está tendo hemorragia. Ligo rapidamente para a ambulância que em 2 minutos chega, vou de picape atrás. Não vou deixar ela morrer, espero que esse cara fuja, porque se eu vê-lo de novo, eu o mato


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