Corvo do concreto (reescrevendo) escrita por Moon Biscuit


Capítulo 4
Proteção lunar.


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores do meu kokoro.
Como estão está noite/tarde/manhã/madrugada? Espero que bem.
Esse capítulo foi feito em um clima tão espontâneo e eu gostei bastante dele. Espero que gostem ;)
Boa leitura!
Ps:Quaisquer erros de português ou algo sem sentido,por favor avise-me nos comentários( eu meio que estou morta de sono e posso deixar algo escapar e por isso vou me desculpando kkkk)

Relembrando: texto com travessões e em itálico = as falas; Centralizado= Pensamentos; Itálico que está no meio do texto= apenas uma ênfase; Efeitos sonoros= separados do texto por pular uma linha e em negrito.

[Editado: 21/01/20] eu modifiquei o capítulo, quem acompanha pelo amino Haikyuu br esse capítulo será o de número 7 ( portanto, estará entre Grande rei e guardião trovão) e se chama 'Amigo'. Obrigada pela atenção e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/688244/chapter/4


Yosh!— Derrapei até na frente da escola. - Consegui! - Saltei em comemoração, pousando em segurança .
Por um triz, eu quase me atrasei, restavam 5 minutos para o início das aulas e demorava 10 para chegar na escola andando rápido.
Muitos alunos olhavam para mim com cara vermelha, mesmo meninas, alguns com o nariz sangrando como o de Tanaka havia sido alguns dias atrás.
S-sumimasen .— Curvei-me nervosamente, temendo que minha gritaria houvesse irritado a todos. - O-o-oh-ohayo!— Consegui dizer, tirando vários deles do modo ' encarar ' e retribuíram o bom dia com grandes sorrisos.
Hoshi-chan!— A voz de Yamaguchi soou.
Ele e seu amigo loiro estavam a poucos metros a frente.
Corri até eles, ligeiramente animada.
Ossu!— Exclamei, meu sotaque fazendo que soasse estranho, mas eles já não ligavam mais.
H-hoshi-chan! Aqui ... antes... - Yamaguchi apontou, vermelho como um hidrante.
Encarei-o confusamente, esperando ele terminar.
Todo mundo viu sua roupa íntima inferior. Você tem pernas bonitas, sabia?— Tsukishima sorriu, olhando para minha saia.
Ah... agora faz sentido, eu esqueci meu shortinho.— Comentei, pensativa, um pouco constrangida por ter feito algo que me expusesse tanto. - E pare com esses comentários. Vou cortar sua língua, seu idiota.— Passei por ele, puxando Yamaguchi pela mão, com o nariz empinado.
É tão lindinha quando me ameça, aoi panti.— Ronronou, vindo atrás de nós.
Sério. Cale a boca.— Rosnei, enquanto ele riu.

[...]

Ainda era o horário do almoço e eu não me sentia no humor para comer (inseguranças murmurando sem parar desde que acordei), então puxei algumas coisas da mochila, esperando ter algo para aliviar o tédio.
Por sorte meu caderno de desenhos ainda estava comigo.
Olhando com atenção para a folha, reforcei as linhas do rosto de menino corvo, para passar a impressão de que seu rosto era mais severo.
Já tinha feito um esboço para Hinata e tive de fazer uma nota mental para sombrear os 4 desenhos mais tarde (Ao contrário de Kageyama, Hinata tinhas linhas mais delicadas que davam um ar mais juvenil.)
O que está fazendo, Aoi panti?— Alguém ao meu lado perguntou, uma mão puxou um dos meus cachos até estica-lo e soltou-o para vê-lo quicar e enrolar-se novamente, o impulso fez-o quase entrar no meu olho, apesar dos óculos.

" Urgh. Minha paz! "

Não ta vendo? Isso é voodoo.— Acenei para o caderno, mantendo uma expressão séria, apesar de ser difícil com Yamaguchi morrendo com suas risadas.
Minha timidez quanto a esses dois foi reduzida a quase nada, (Eles eram bastante 'influenciadores', por assim dizer.) apesar de ainda ter situações as quais me sinto muito constrangida.
Hm. - Fez, não afetado, e senti-o puxar outro cacho de leve, soltando-o em seguida. - Você não disse que desenhava.— Comentou, inclinando-se sobre meu ombro e apoiando seu queixo nele, uma mão brincando com um outro cacho.
Existem muitas coisas que eu não falei. Eu quase não falo.— Enfatizei com uma certa acidez, tentando tira-lo dali de forma sutil, mesmo que não fizesse efeito.
Me deixe ver.— Puxou o caderno de mim antes que tivesse chance de reagir e afastou-se rapidamente, aquele sorriso insuportável no rosto. - Oh. Um desenho meu.— Sua voz zombou. - Que atencioso, Hoshi-chan. Você desenha bem... o que é isso...? - Sua voz sumiu. - Porque?— Pediu com uma careta de nojo ao me mostrar o desenho de Kageyama.
Porque não?— Ele bufou com a minha resposta.
— Precisamos ajudar com as escolhas de vida dela. Isso é o caminho da perdição. - Ele sacudiu o caderno na cara de Yamaguchi.
Acabei rindo do seu comentário sem noção, pegando o objeto de volta sem muita resistência.
Falando em perdição.— Ele voltou a se inclinar. - Porque não está comendo? - Questionou.
Eu nem poderia devolver com um comentário sarcástico ( Oh? Não sabia que você se importava), já que ele me via comer todo dia feito alguém que não como há semanas, então é mesmo uma raridade me ver sem ter comida comigo.
Não estou com fome.— Murmurei, tentando disfarçar o desconforto na barriga.
Que merda é essa agora?— Murmurou de volta. - Desde quando você não sente fome?— Questionou de novo, atraindo a atenção de algumas pessoas e deixando Yamaguchi preocupado.
Olha, da última vez que verifiquei, eu tinha o direito de não sentir fome.— Inclinei uma sobrancelha, surpresa com o interrogatório.
Você pode dizer essa merda pra outra pessoa. Se você não comer vai ficar tonta de novo, eu vou ter que te levar pra casa e eu não quero fazer isso!— Ele cutucou meu ombro acusatoriamente.
Semana passada, eu estava um pouco gripada ( nada que um remédio descongestionante não resolvesse) e estava com dificuldade de comer, então fiquei sem o almoço.
Acontece que eu subestimei o poder do remédio e desmaiei por um tempo.
Quando acordei, Tsukishima e Yamaguchi me levaram até em casa ( Felizmente eu era capaz de andar)
— Você fala como se eu te obrigasse a fazer isso.— Fiz beicinho. - E eu já disse que foi o remédio! -
— Acha que eu ligo? Você vai comer ou eu tenho que te forçar? -
No final das contas, aqui estava eu abrindo meu bento.
Encarei o almoço em surpresa.
O arroz foi moldado em forma de gatinho, com legumes sendo usados para dar rosto ao desenho e, com mostarda, ele escreveu:- Priminho te ama.
Consegui visualizar Keishin dando-me um polegar positivo com um grande sorriso.


"Mas, o que...? " Suspirei." Nunca mais deixo ele fazer outro bento."


A obra de arte estava acompanhada de carne ensopada com legumes e de sobremesa, salada de frutas: muita maçã , banana e morango, já que ele sabia que eu gostava.
Ahh! Que fofo, Hoshi-chan!— Yamaguchi comentou, ao por uma cadeira de frente para mim em minha mesa, como fazia desde que nos conhecemos.
Priminho te ama, hein? Que doce.— Tsukishima zombou.
Ao menos tem aparência de comida.— Rebati, ele me deu uma olhada estranha. - Você ficaria surpreso com o que minha família diz ser comida. - Expliquei, guardando o caderno.
Yamaguchi inclinou as sobrancelhas.
Não pode ser tão ruim, Ho...shi...— Ele parou com minha expressão solene.
Sim. Pode sim. - Ele sorriu nervosamente, ainda curioso, mas com medo de perguntar, Tsukki riu um pouco, murmurando algo que não entendi ao trazer a cadeira do lado direito da mesa, sentando de frente pra ela .


" É exagero me sentir encurralada? "


Notei que ele tinha uma espécie de curry ( que por alguma magia que só mães sabem fazer, não havia entornado) e Yamaguchi tinha sushi e arroz.
Itadakimasu.— Murmuramos, comendo em silêncio.
Tsukishima fez careta pro curry, comendo meio forçado e quando perguntamos o que estava acontecendo, ele disse: - Muito picante -
Não me surpreende que você não aguente uma pimenta.— Zombei.
Seu rosto passou de uma careta, pra um sorriso de merda quando ele empurrou a marmita na minha direção.
— Se é isso que acha, porque não prova?— Aquele sorriso estava me dando alertas vermelhos.
Bem.— Contra minha paranoia, bufei, pegando uma carne com meus hashis e experimentando.
Estava tudo bem no começo, mas começou a queimar, mais e mais.
Tive de engolir aquilo e joguei um monte de arroz na boca, tentando aliviar meu sofrimento.
Enquanto isso, aquele merda ria as minhas custas.
A curiosidade matou o gato, é o que dizem.— Expressou quando acabou de rir.
Isso realmente foi uma tentativa de me matar?!— Perguntei dramaticamente, desta vez Yamaguchi riu. - Quem fez isso??— Empurrei a vasilha de volta.
Deve ter sido ele...— Ele se inclinou em cima de mim ( fugindo bem quando eu tentei socar sua barriga), trazendo uma sacola de pequenas bisnagas da mochila. - Eu tive a impressão de que tinha sido ele que fez, então vim preparado.— Ele picou alguns pedaços ali e misturou.
Ele? Ele!? Cara, você tem um arqui-inimigo ou algo assim??— A ardência daquela comida só podia indicar que ele foi sabotado.
O loiro alto apenas fez uma pequena careta para mim, tomando outra colherada, mas reagindo menos que antes.
O irmão de Tsukki gosta de comida picante.— Yamaguchi explicou e eu fiquei ainda mais perplexa.
Cala boca Yamaguchi.— Murmurou em resposta, mas seu amigo deu um sorriso de desculpas, voltando pra sua própria comida.
De repente, me senti muito grata pela comida de Keishin, começando a comer com alívio.
Enquanto mastigávamos em silêncio, tomei meu tempo para pensar em coisas, mas acabei pensando sobre esse meu 'amigo'.
Uma coisa interessante que eu descobri sobre o menino sádico é que ele não estava acostumado que alguém reagisse diferente do esperado as suas provocações e insultos.
Talvez isso explique porque ele não me deixa em paz.
Posso estar enganada, mas apesar de ser tão venenoso o tempo todo, ele ainda se preocupa conosco ( mesmo que um pouco torto ).
De repente, uma menina se jogou na nossa frente ( o movimento brusco fez Tsukishima soltar um palavrão baixo, nós seguramos os bentos com medo de derramar), os botões iniciais da blusa abertos, exibindo um decote para os dois, mas sorrindo arrogantemente pra mim. Seu rosto estava cheio de maquiagem pesada, o cabelo amarrado num rabo do cavalo alto, caia feito uma cascata de mel.
Isso foi deselegante, Hoshi-chan. - Falou com um tom doce na voz.
Hoshino.— Corrigi automaticamente.
Você não devia pegar o almoço dos outros assim.— Ela me ignorou e sacudiu a cabeça, como se eu fosse uma criança levada.
— Eu?— Olhei pra Tsukishima, que estava olhando pra ela com pouca emoção no rosto.
— Mas, acho que você não consegue se segurar, não é?— Inclinei uma sobrancelha. - Pra manter um corpo como esse você deve precisar de toda a comida que consegue pegar.— Seu rosto quase se rasgou com aquele sorriso presunçoso.
Rindo no canto da sala estavam duas meninas que a acompanhavam, uma de cabelos rosas e a outra de cabelos trançados e de físico musculoso.
Recuei na minha cadeira, sem entender o porque de estar sendo insultada tão de repente, mas aquilo me atingiu como um soco no estômago.
Meu peso e minha gordura eram temas delicados, principalmente porque eu tento tanto perde-los, mas nada parecia adiantar até chegar um ponto que eu desisti de me sacrificar tanto e só mantive-me com algumas atividades e reduzi drasticamente a alimentação.
A decisão até ajudou.
Hoje eu sou um terço do que era há dois anos atrás, permaneço neste peso faz uns meses.
Vestia 4 números a menos e sei que devia me orgulhar disso.

"Porém, parece que mesmo com tanto esforço não sou boa o suficiente ."

Com os lábios trêmulos, mantive minha compostura, desviei os olhos delas, olhando para Yamaguchi, enquanto repetia em minha mente o quão inútil que eu era.
Talvez fosse melhor você continuar com aquele seu plano de antes. Se passar um tempo desmaiando por não comer, pode ser que algum dia se pareça mais decente como nós.— Zombou um pouco mais, eu encolhi os ombros, suas amigas começaram a gritar insultos de onde estavam.
Meus olhos se moveram em várias direções, enquanto eu tentei espantar as lágrimas de humilhação, acabando por olhar Yamaguchi de novo.
Ele estava pálido, olhando entre a menina e Tsukishima, o que me fez franzir a testa levemente e olhar pro loiro.
Seus óculos capturaram o brilho da janela, a luminosidade no vidro dificultava entender que emoção que ele estava transmitindo, mas até mesmo uma tapada como eu sentia a animosidade que ele estava exalando, enquanto a menina ainda ria, chegando mais perto dele.
Acho que alguém está com problemas de visão.— A voz sedosa falou de repente naquele tom zombeiro. —Vocês acham que ela tem um problema?— Ele ergueu uma sobrancelha , Yamaguchi riu um pouco, parecendo aliviado. - Olhe para si mesma. Ia ser uma sorte se você tivesse metade do corpo dela, se bem que não ia ajudar no seu caso. Você precisaria esconder todos os espelhos da casa pra não se assustar consigo mesma. Afinal, é por isso que esconde seu rosto assim?— Ela se afastou bruscamente, recuando para as amigas, que pareciam incrédulas, enquanto ele soltou uma risada. - Olhem para vocês.— Cantarolou e elas se olharam. - A forma que seus joelhos são protuberantes nessa pele fina é realmente feio. Seus rostos são ossudos e desalinhados, as mãos tão longas quanto de bruxas! É verdade mesmo, Hoshino realmente não é como vocês.— De repente, ele levantou meu rosto com a mão ( sem mesmo se esforçar, porque o susto me fez levantar a cabeça pra me afastar), mantendo a mão ali como se fosse um prêmio. - Ela é sem dúvida melhor. - Declarou alegremente, Yamaguchi rindo , soltando em seguida: ' Salve hoshi-chan !'
O trio de meninas começaram a choramingar com lágrimas , gritando sobre o quanto Tsukishima é cruel, enquanto o menino apenas riu e lançou mais insultos até que elas foram embora, sua líder num acesso de fúrias e as outras duas estavam com lágrimas e berravam por todo o caminho, maquiagem borrando seus rostos.
Meu rosto estava em uma máscara perigosa de vermelho.
Vi Yamaguchi com um sorriso cheio de orgulho, mas realmente estava com medo de olhar para Tsukishima dessa vez.
Heh.— Ouvi ele soltar, finalmente tomando coragem de olhar pra ele, apenas para vê-lo comendo normalmente, mas parando pra me dar uma olhada aguçada. - É melhor você comer. - Ameaçou.
... De onde veio tanto veneno?— Perguntei, Yamaguchi se engasgou com um shushi, rindo.
— Puxa, obrigado Tsukishima! - Fazendo uma péssima imitação da minha voz, ele revirou os olhos, então estreitou-os pra mim, obviamente zombando.
— ... - Aos poucos um sorriso cheio de dentes cresceu no meu rosto. - Obrigada Tsukki! -
O conhecia o suficiente para perceber ele corar e olhar pra comida, murmurando: De nada.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Palavras novas. Hoshi: estrela, Hoshi-chan: estrelinha.
Bento: é almoço ou marmita.
Onigiri: bolinho de arroz com algum recheio dentro.
As onomatopeias ou sons ( como: nhaa ou ahh) vão estar em negrito a partir de agora.
Desculpem-me se Tsukki está fora do personagem,mas eu senti que precisava escrever algo assim *-* Espero mesmo que tenham gostado tanto quanto eu fiz.
Obrigada pela leitura!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Corvo do concreto (reescrevendo)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.