Twin Beach escrita por Metal_Will


Capítulo 49
Capítulo 49




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Capítulo 49 - César em crise

César tenta seguir um pouco os dois. Mariana olha para trás, mas ele consegue se esconder atrás de um poste.

- O que foi? - Cícero pergunta.

- N-nada...pensei que tivesse alguém seguindo a gente

- Nao vejo ninguém - ele também olha para trás.

- Foi só impressão..vamos?

- Vamos nessa - ele diz, simpático.

O pobre César imagina que ela esteja mesmo saindo com o tal cara, embora, na realidade, fosse só um encontro entre amigos. Ele dá mais um tempo seguindo os dois e vê a dupla entrando num restaurante.

"Só os dois...num restaurante...é mesmo um encontro?", o inseguro rapaz pensa, "Por que ela fez isso comigo? E com um cara grandão daqueles...não tenho muita chance...ele é da faculdade? Mas não parece nem um pouco com os caras da faculdade!"

Bem, senhor César, nem todo estudante de engenharia é cdf de óculos ou japonês. Muitos até praticam esportes. César arruma os óculos e resolve se aproximar da porta do restaurante, ainda tentando se esconder. Ele vê Mariana e Cícero conversando.

- E então...meu pai tem entrado no negócio de química ultimamente. Ele é PhD nessa área e está pensando em abrir um laboratório. Depois que eu me formar, já tô garantido por lá

- Hmm..Sério? - Mariana ouvia empolgada.

- Pois é. E isso é bom porque...

Mariana o ouvia impressionada. Era mesmo um rapaz que pensava no futuro e envolvido com o trabalho. Tão diferente das conversas do Thiago. Ela continuava a ouvi-lo.

- Ei - o garoto interrompe do nada.

- O que foi? - Mari pergunta.

- Tem alguma coisa no seu cabelo...pronto. Saiu

- Obrigada

Mas César (que estava ali, escondido, olhando tudo) não vê isso apenas como tirar alguma coisa no cabelo.

"Aaaaaaaaaahhh!!!! Eles já estão tão íntimos assim? Mariana...e ela nunca me falou nada", ele pensa, arrasado.

- Posso ajudá-lo, senhor? - pergunta o empregado do estabelecimento, assustando o já abalado garoto.

- Hã? Não, não...eu já tava indo embora...até!

- Cada um que me aparece - reclama o empregado.

- Hã? - Mariana estranha novamente, achando ter ouvido alguma coisa.

- O que foi?

- Sei lá...tô mesmo com a sensação de que tinha alguém me observando

César sai dali correndo e arrasado.

"Mariana...como pode me abandonar assim?", ele pensa, obviamente, dramatizando tudo. "Foi castigo por ter desprezado o amor da Raquel? Mas...eu não sintia nada por ela...e agora, minha amada e querida Mariana está nos braços de outro...só me resta uma única esperança. Apenas uma!"

César corre para o quiosque Twin. Sua única esperança se chamava Renata. Só ela poderia consolá-lo nessa hora. Tinha que se declarar para ela. Apenas para ela. Ele corre com todas as suas forças e chega até Renata.

- Renata! - ele chega, ofegante, quase morrendo (mesmo sendo um dia nublado) chamando pela loirinha.

- Oi, César! Como vai? - ela o cumprimenta, cordialmente.

- Preciso...arf,arf...preciso...te dizer - ele mal conseguia falar.

- Não quer beber alguma coisa antes?

- Não há tempo para isso! - ele grita - Acontece que...

Nisso, outra pessa bastante conhecida, chega, vestindo uma roupa simples, velha e quase rasgada, chinelos havaianas e barba por fazer.

- Renata!

- Júlio! Há quanto tempo! - ela também o cumprimenta cordialmente.

- Eu...preciso te dizer uma coisa

- Não pode esperar? - reclama César - Eu cheguei primeiro

- Não posso! É urgente! Veja, Renata, eu mudei...agora sou uma pessoa humilde...doei minhas roupas para instituições de caridade...arrumei um bico de auxiliar numa construção...e parei de pedir mesada para meus pais

- Isso é bom, está se tornando independente - comenta a loirinha.

- Mais do que isso...eu não tenho olhos para mais mulher nenhuma. Só para você, Renata! Apenas você é minha amada!

- Hã? - dessa vez até Renata estranha um pouco.

- Ei! Espera aí! Não pode ir chegando assim

- E você? Quem é?

- Sou amigo de faculdade da irmã dela! César!

- E eu sou Júlio...se for por nome de imperador romano, estamos empatados

- Mas ela não parece estar interessada em você...ainda mais que você não parece nem ter tomado banho

- E você? Suado desse jeito? Não vem falar de banho, não, meu irmão!

- Até ontem você não era só um playboyzinho babaca?

- Disse bem, ontem, no passado. Eu mudei. E mudei...por você, Renatinha! - Júlio pega nas mãos da garota que mal sabia o que dizer.

- Ô! Que intimidade é essa? - César bronqueia, arrancando Júlio dali - Renata...o que eu quero dizer é que...eu sempre...gostei de você!

- Oh - Renata se espanta.

"Eu disse? Eu finalmente disse? Nem acredito!", pensa César, "Talvez minha coragem com a Raquel ainda esteja fazendo efeito"

- Ah, eu imaginava... - diz Renata - Mas...

- Mas você já gosta de mim, não é, Renatinha? - diz Júlio interrompendo - Eu prometo que vou te fazer feliz!

- Ah! Sai daqui! - briga César.

- Sai daqui você! - retruca Júlio.

Os dois começam a discutir. Nisso, tio Natan chega.

- Renata...você pode descascar umas batatas para mim?

- Claro, tio. Até meninos

Mas eles nem ouvem, no meio da discussão. Tio Natan, vendo o barraco que estava acontecendo, pega cada um pela camisa e os joga para fora(ele era bem forte)

- Voltem aqui só quando tiverem se acalmado, tá bom? - diz o velho tio Natan, atirando os dois jovens para fora do quiosque - Esses encrenqueiros...

- Isso foi culpa sua, seu maluco! - reclama César.

- Minha? Foi você que quis discutir! Eu só vim aqui para dizer o quanto amo a Renata e...

- A Renata! - os dois dizem em uníssono, mas Renata só aparece na janela da cozinha (de onde eles podiam vê-la)

- Meninos - ela grita da janela - Desculpem, mas...a gente pode conversar outro dia, tá bom? Tchau! - e ela fecha a janela, deixando os dois para fora.

- Ora, essa...isso é tudo culpa sua mesmo! - César volta a reclamar.

- Cala essa boca e...

Bem, o tempo estava nublado, não estava? Nessa hora, começa a chover.

- Ótimo! Não podia ficar pior..

- César, é o seu nome, não é? - pergunta Júlio.

- É. Por que?

- Bem...a partir de hoje...considere-se meu rival! Renata vai ser minha! Minha! 0 Júlio sai correndo da chuva, gritando insanamente.

- Isso...é o que vamos ver! Se bem que...droga! Amanhã vou precisar voltar para casa...mas tudo bem...a Renata nunca vai aceitar sair com você. Nunca! Agora já decidi em quem investir!

Enquanto isso, Mariana e Cícero já haviam terminado seu almoço.

- Que chato...começou a chover - observa a loira, desanimando.

- Tudo bem...a gente pode esperar passar, não pode?

- Claro. Meu tio não vai brigar se eu chegar um pouquinho atrasada

- Você trabalha bastante, né?

- Claro. Quero ser uma pessoa independente. Por isso, enquanto não arranjar um emprego melhor, continuo trabalhando e estudando firme

- Gosto disso..hehe. Pode apostar que vou te indicar no laboratório do meu pai quando você se formar

- Obrigada

Cícero olha bem nos olhos dela. Mariana parecia meio temerosa agora.

- Sabe...você é muito linda. Inteligente e bonita. Precisa de mais o que?

Mariana ri, meio sem jeito.

- Imagina - ela desvia o olhar - Obrigada pelo elogio

- Você está saindo com alguém ultimamente?

- Eu? Bem...não...não...não estou

- Talvez...a gente devesse sair mais juntos, não acha?

- É, né? Quem sabe?

Começa a pintar um clima mais forte. Mariana achava aquele Cícero um rapaz atraente, mas alguma coisa estava errada. Ela vê que a chuva dá uma aliviada e comenta rápido.

- Olha! A chuva melhorou um pouco! Melhor ir nessa

- Já? Tem certeza? Não vai pegar um resfriado, heim?

- Não, não. Eu tenho que trabalhar mesmo. A gente se vê no laboratório da facul amanhã. Tchau!

Ela dá um beijinho no rosto e sai correndo.

"Que tímida...será que ela nunca saiu com ninguém antes? Se for isso...é ainda mais fofa", ele pensa.

Mas não era questão de timidez. Mariana sabia bem o que iria acontecer dali para frente. Acontece que tinha algo que a deixava insegura.

"Parece que ele está a fim de mim.", ela pensava, enquanto pegava o ônibus. "É a minha chance. Ele é inteligente, maduro e bonito...é a minha chance, mas...porque eu corri naquela hora? Tsc! Espero que ele não tenha me achado uma tonta. Não posso perder uma oportunidade dessas, mas...aaaahh...melhor não pensar nisso! Uma hora vai rolar, eu sei que vai!"


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Notas finais do capítulo

E no próximo capítulo...o desfecho desse rolo amoroso todo

Mas vai acabar assim tão rápido? Bem, aguarde, aguarde...é tudo o que posso dizer



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