Miraculous Dragons escrita por April Criatividade Brooke, HeloiseC


Capítulo 24
Genocídio (parte 1)




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Genocídio (parte 1)

 

                No que eu estava pensando? Passei dias quase sem pisar em casa, eu estou tãããão encrencado. Não esperei um segundo desde a mensagem, já saí correndo pegando Banguela (Ok, ok, eu dei um beijo na bochecha da Astrid. O quê? Ela é minha namorada!).

                Banguela me ajudou a chegar em casa mais rápido me transformando, cheguei em casa em alguns segundos preparado para a pior briga da minha vida. Ok, isso é uma mentira, ninguém está preparado para a fúria do presidente.

                Nicole me recebeu em casa, só a cara dela já dizia que eu voltar a ficar trancado em casa até eu completar 80 anos. Entrei em casa tirando minhas botas por causa na neve lá fora, o inverno está chegando, a neve está caindo e em breve tudo ficará branco e frio.

                Meu pai estava me esperando sentado no sofá lendo seu jornal, não ver a expressão em seu rosto era torturante, mas vamos logo com isso. Fiquei de pé a sua frente numa distância favorável.

                - Vou fazer apenas uma pergunta, Soluço – Ele diz sem tirar os olhos do Jornal – Você mal aparece em casa e está com notas baixas e faltas em todas as suas aulas... Será que vou ter que repensar na decisão do ensino médio?

                Não sabia o que dizer, não havia nada para dizer.

                - Responda a minha pergunta – Ele diz mais firme.

                - E-eu... eu não posso lhe dizer.

                - O quê? Que rebeldia é essa agora, Soluço? Você sempre cumpriu minhas ordens,  que está acontecendo com você, rapaz?

                Ficamos em silêncio, eu não estava aguentando.

                - Faz meses que você anda desobediente e com essa falta de argumentos acho que o que me resta é acabar com essa história de ensino médio.

                - Por favor, pai. Não faça isso – Peço – Eu estive trancado aqui por muito tempo, eu fui sozinho por muito tempo... Voltar vai ser muito mais difícil agora que eu sei como é lá fora.

                - Sabe, não é? Acho que sabe demais... está decido, até segunda ordem você ficará em casa trabalhando para recuperar suas notas.

                Suspiro, isso significava que eu não veria a Astrid por um tempo ou meus amigos.

                Vou para o meu quarto, estava muito cansado para qualquer coisa. Banguela tentou me animar, mas eu não estava muito afim então tomei um banho e me deitei com um livro na mão, sabia que não conseguiria dormir mesmo cansado. Parecia que tudo voltara a ser como antes, deitar numa cama fria e espaçosa, apenas com Banguela num cantinho, não sabia se era bom ou ruim ter as memórias boas nesses momentos, parecem que elas só pioram ainda mais o estado presente.

                Li até pegar no sono. Uma das coisas de ficar em casa era acordar na hora que quiser, a casa era silenciosa e eu não tinha meus horários agora, mas acordei ao sentir algo tocando a minha bochecha, abri um dos olhos, era a Astrid. Achei que estava ficando louco, mas ali estava ela sentada com as pernas cruzadas ao meu lado.

                - Isso é um sequestro? – Pergunto sonolento – O que está fazendo aqui?

                Ela suspira e deita a mão sobre o meu peito.

                - Como foi com seu pai? – Ela pergunta.

                - Digamos apenas que eu vou ficar trancado aqui por um tempo – Desviei o olhar segurando sua mão – Me desculpa, eu acho que não vamos nos ver por um tempo...

                - Ah, você realmente acha que eu vou te deixar aqui sozinho? Claro que não!

                - Astrid, eu nem ao menos sei como você entrou aqui, mas acredite que meu pai vai descobrir se você for muito frequente, eu não quero você com problemas, ok?

                Ela parecia triste.

                Astrid pegou algo no bolso e colocou na minha mão. Era o seu Bluetooth.

                - Promete que ao menos não vai ficar tão longe assim de mim.

                Sorri pra ela.

                - Como eu conseguiria? Você não vai deixar mesmo.

                Me sento, seguro seu rosto e o trago para perto de mim a beijando até um batida na porta nos interromper.

                - Vai – sussurro para ela.

                Astrid beija minha testa e sai pela janela escancarada.

 

 

***

                Algumas semanas se passaram e as coisas estavam piores do que nunca em casa, não estava querendo falar muito com meu pai então passava o dia todo trancado no quarto e no laboratório, Banguela também estava cansado de ficar em casa então me ocupei fazendo uma cauda para que ele ao menos voasse, fora difícil, mas ocupava minha cabeça e meu tempo quando não estava falando com Astrid, mas pedi que ela ligasse o mínimo possível, então todo sábado a noite ela me ligava e passávamos a noite inteira conversando até pegar no sono, já ouvi ela dormindo uma cinco vezes (ela ronrona enquanto dorme).

                Finalmente, depois de muitos fracassos e estudo de aerodinâmica, consegui fazer uma cauda para Banguela e ele nunca fora tão feliz (a cauda que o Banguela consegue manusear sem o Soluço, aparece no episódio “Um presente para o Fúria da Noite”), de vez em quando ele voava até o jardim e ficava caçando lagartas e esquilos como diversão.

                Drago também deixara de possuir pessoas, nem sequer crimes estavam acontecendo, não havia ninguém na cadeia. A criminalidade estava quase zero, poucas vezes acontecia alguma coisa, mas Nadder sempre conseguia se virar.

                As férias de inverno começariam em dois dias e já esgotei as ideias do eu fazer sozinho em casa o dia todo.

                Nicole bate na porta interrompendo meus pensamentos.

                - Soluço, você não comeu nada o dia inteiro – Ela parecia muito preocupada o que me fez sentir culpado – Você está pálido, perdeu muito peso e passa o dia trancado aqui triste...

                - Em outras palavras: voltando as origens, Nicole.

                - Seu pai também está preocupado com você, seus últimos exames estão péssimos, até mesmo o seu medico anda preocupado. Vai morrer se continuar assim.

                - O que você quer, Nicole? Eu não posso ficar feliz por ficar trancado o dia inteiro, minhas notas estão boas e minha saúde uma droga, eu... eu não quero preocupar ninguém, mas não estou contente preso aqui.

                - Eu não estou brigando com você, sabe que eu acho que você está certo – Ela sorri triste – Eu só estou preocupada, sei que está se esforçando para comer e cumprir suas obrigações.

                - Então por que está falando tudo isso?

                - Porque eu me preocupo com você, entããããaão... – Nicole fez aquela cara de quem estava aprontando alguma coisa.

                - Então o quê Nicole? – Não evito sorrir para ela.

                - Então eu trouxe ela.

                Astrid apareceu atrás de Nicole, ela estava tão bonita vestida com um vestido branco e a jaqueta que eu esqueci na casa dela e disse que nunca mais iria devolver. Eu nem podia acreditar nos meus olhos, mas corri para abraçá-la a tirando do chão.

                - Olha só como você é forte – Brincou Nicole.

                - Mas o meu pai...

                Nicole pôs o dedo indicador na frente dos lábios com uma piscadinha.

                - Ele volta amanhã, vocês tem bastante tempo.

                Abraço Nicole.

                - Você é a melhor, obrigado!

                - Eu a adorei, você não poderia ter escolhido melhor – Ela sussurra e se vai beijando minha testa.

                Me voltei para Astrid que me estendia uma caixa com um laço.

                - Oh, você não precisava...

                - Abre! Está quente! – Diz ela rápido me interrompendo.

                Ri com o desespero dela. Sentamos na cama e dentro da caixa havia um pedaço da torta que a tia Anne fez no dia em que fui para a casa dela pela primeira vez, ela realmente notou que eu havia gostado.

                - Minha tia disse que se isso não te animasse, nada mais animaria – Astrid me ofereceu um garfo – Se você não comer tudo eu vou ficar muito triste.

                Coloco a caixa do meu lado e a abraço. Era tão bom tê-la cuidando de mim.

                - Eu senti muita saudade...

                - Eu também.

                - Queria ter falado com você mais vezes, mas...

                - Eu sei, eu sei. Não estou zangada. Estou feliz em ver que a Nicole se preocupa tanto com você, todo mundo quer noticias suas, sabia? – Astrid bagunça meus cabelos.

                - Todo mundo?

                - Ah, Soluço. Você não percebe o tanto de gente que te ama, não é? – Ela ri – é claro que todo mundo sente a sua falta! A Heather, Asgard, a tia Anne e o tio Flinn e até a Nicole também sente falta de você correndo pela casa.

                Não tinha parado para perceber quantas pessoas haviam entrado na minha vida nos últimos meses. Era impossível pensar nisso ano passado quando eu era apenas um Soluço magricela e solitário observando o mundo pela janela.

                - Eu amo você, sabia? – Beijo sua testa.

                - Se me amasse mesmo, já teria acabado essa torta – Ela põe as mãos nos quadris.

                - Ok, mas esse pedaço é muito grande, eu sou obrigado a dividir com você! – Pego o garfo e coloco um pedaço na frente de seus lábios.

                - Tá bom! – Ela morde o pedaço.

                Estava muito quente e eu não consegui parar de rir da cara dela. Astrid me empurrou com o pé para fora da cama, mas continuei rindo.

                - Estava quente!

                - TORTA! – Banguela finalmente voltou da sua caçada matinal, ele estava zangado por conta da neve atrapalhar, mas parecia contente – Quer dizer, Loirinha que anda com o espinha de peixe!

                Banguela deu um abraço no ombro de Astrid.

                 - Olha só, está voando!

                - Eu passei as ultimas semanas fazendo isso para ele – Digo.

                - Não sabia que você era bom em mecânica – Astrid sorri deixando Banguela e Tempestade brincarem.

                - Acho que me esqueci de te contar – Como um pedaço da torta, estava muito bom.

                Dividimos a torta enquanto ela me contava as novidades sobre lá fora, senti saudade de tudo, principalmente dela. Astrid e eu passamos o dia inteiro juntos, Nicole até a deixou dormir comigo desde que eu prometesse não aprontar nada, então eu fiquei feliz de novo. Assistimos filmes com os comentários engraçados do Banguela sobre a humanidade, Astrid descobriu que eu sentia cócegas (foi horrível pra mim) e, como sempre, conversamos até dormir. Dormimos exatamente como naquela noite, dragões soltando fumaça pelas narinas enquanto roncavam sobre nós enquanto ela se abraçava a mim.

                No meio da noite uma explosão nos acordou, Drago não ficaria quieto por tanto tempo.

                Explosões de luz acordavam toda a cidade. Olhei para Astrid, ela retribuiu. Sabíamos o que tínhamos de fazer.

                Nos transformamos e deixei um bilhete para Nicole.

                “Fui salvar o mundo, volto logo”.


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Notas finais do capítulo

Perdão pelo capítulo curto ontem, estava preparando detalhes para esse ;)

Preparem-se, essa é a fase final.

ah, e seu eu fosse vocês, procuraria o significado da palavra Genocídio ;)



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