SuperHero escrita por RockyRacoon


Capítulo 16
Capítulo 15 - O Treinamento Começa


Notas iniciais do capítulo

oiee~~ pessoinha linda que lê a fanfic!
sinceramente, hoje eu não tenho nada pra falar nas notas. espero que gostem do capítulo e bos leitura!



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Edmund havia levado Elsa para um salão diferente de onde eles estavam antes. Elsa, observadora, logo notou que eles estavam em uma fábrica, mesmo em alguns lugares estando escuro demais para se ver as máquinas. Ela percebeu também que deveria estar no meio da noite – nove horas ou algo do tipo. O homem de cabelos cinzentos guiou a todos pela fábrica mergulhada na penumbra, enquanto Fada – ou melhor, Tathiana, explicava para Elsa tudo o que havia acontecido, e que antes era proibida de contar.

O homem mais velho, ao qual ambos se referiram como Norte, apenas os observava calado, certa expectativa brilhando em seus olhos. Ele certamente sabia o que estava por vir.

—bem, Elsa. Eu sei que isso tudo lhe deve ser muito confuso, mas eu vou tentar começar do começo. – ela disse, e Elsa se lembrou de seu mordomo Olaf, que sempre lhe dava notícias e explicava matérias daquela exata maneira. – lembra da história que eu te contei? Sobre as nove famílias que fizeram o tratamento nos laboratórios? – Elsa assentiu. – bem, lembra também que eu disse que duas meninas de uma das famílias saíram de lá sem efeitos colaterais? – Elsa assentiu de novo. – eu menti.

—assim, na cara lavada?!

—desculpe. Fui obrigada. Mais tarde eu explico o porquê. Bem, na verdade, essas duas meninas eram você e sua irmã, Anna. Você, Elsa, é o que, no nosso ramo, chamamos de uma natural – uma humana normal, mas com poderes especiais, dotada de habilidades magníficas que ninguém mais poderia ter naturalmente.

—como uma mutante?

—exato. Os naturais são extremamente raros, mais raros do que albinos. Existe um em cada setenta mil pessoas nascidas na Terra, e muitos naturais não passam do primeiro ano de vida, pois seu dom logo é informado ao governo, que os sacrifica em prol da ciência. Você teve sorte que seus pais agiram logo. Pois bem, como você viu, seus poderes são os poderes que englobam a Criocinesia. Já escreveu sobre ela em seu blog.

—sim, são os poderes de... – ela se calou, lembranças dolorosas em sua mente.

—exato. Já falaremos dele. Porém, você tem algo que Jack não tem: por seus poderes serem naturais, você tem a habilidade de manipular o frio e o gelo, algo que ele não pode. Seus poderes vão além dos dele, além de meramente criar gelo. Você pode modelar e remodelar a formação dos cristais, dando a eles formas inimagináveis, qualquer coisa que você quiser. É quase como os poderes de Sandy, mas com gelo.

—interessante. – ela olha para suas próprias mãos congeladas.

—sim, e é sobre isso que...

—e quanto à minha irmã? – Elsa indaga.

—ela é um caso à parte. Ela não desenvolveu nenhum poder com o tratamento, mas ela também não tinha doença alguma. Na verdade, um acidente com os seus poderes congelaram a matéria cinzenta do cérebro de sua irmã, o que a deixou em um estado vegetativo por algum tempo, mas por um milagre não a matou.

—meu Deus!

—não se preocupe, o tratamento não lhe deixou nenhuma sequela, além da mecha de cabelo branco que ela tem.

—eu achava que isso era rebeldia dela...

—não era. Mas, como eu ia dizendo, ela não sofreu sequela nenhuma, e seus poderes foram suspensos e bloqueados a você por causa do tratamento, e a única coisa que os podia desbloquear...

—eram os Raios Vita.

—exato. E agora que você voltou, todos os vilões desta cidade, todos do caibre de Homem das Sombras e Mor’Duh, vão te perseguir por causa de seu dom. A partir de hoje, você é como nós, Elsa. Uma super-heroína.

—uma fugitiva. – Edmund corrigiu. – somos todos fugitivos. Fugindo de nossos próprios erros, de nossos próprios dons, de quem realmente somos.

—algo me diz que você não gosta de se esconder. – Elsa diz, ainda irritada com ele, mesmo que soubesse que toda a provocação era para testar seu dom, que aparentemente era ativado por seus sentimentos.

Edmundo nada disse, apenas libertou suas orelhas de coelho, disfarçadas de cachecol em vota de seu pescoço.

—elas ficam doloridas por ficarem enroladas no meu pescoço. E eu também tenho um rabo, e pernas tortas, feitas para pular. Me tornam mais rápido, mas fazem de mim uma aberração. – ele diz, sem pudor. – assim como essas mãos fazem de você uma aberração.

Elsa se cala, ofendida e magoada.

—o mínimo que você pode fazer é tornar isso uma coisa boa. Fazer algo de útil com essa... Coisa. – Edmund diz, os olhos encarando o vazio à sua frente. – é isso o que vamos fazer com você.

—vão me ajudar? – Elsa indaga, encolhendo as mãos em seu peito.

—não. – ele abre uma porta dupla, revelando um salão enorme à frente. – nós vamos te melhorar.

O salão era circular, e era enorme. Tinha diversas áreas, de áreas normais de academia, como musculação, a verdadeiros desafios olímpicos, com barras, paredes de escalada, circuitos de voo, área de treinamento de tiro ao alvo, e etc. As paredes eram feitas de uma material mais resistente do que concreto, mas estavam cheias de cortes e buracos, nacos do material faltando por todos os lugares em todas as alturas.

—nós vamos treinar seu corpo, sua mente e seu espírito. Você vai ficar aqui embaixo por dias, semanas, meses, anos. Até você aprender a esconder, a controlar. Porém, Houston, temos um problema: o inverno, tal qual o mar, não gosta de ser controlado. Não vai ser fácil, mas comigo no comando, você vai se tornar uma verdadeira escultora de gelo em pouco tempo. Vai estar congelando oceanos com a facilidade de uma gota d’água no congelador, vai tratar o coração dos outros como alvos para seus ataques. Vai ficar tão rápida que nem mesmo eu vou conseguir desviar. Vai estar tão forte que nem mesmo Tati vai conseguir te aguentar, vai estar tão focada que nem mesmo tiros na sua cara vão te parar. Eu vou te transformar em uma máquina de matar, Elsa. E vai ser sua função encarar o abismo... Sem que ele a encare de volta. – ele se vira para ela quando eles chegam no meio do salão. – você acha que aquilo que nos diferencia dos vilões é o código de conduta? – ele ri sarcasticamente. – eu mataria qualquer um deles com a facilidade de quem tira uma fruta de uma árvore. Quebraria seus pescoços como se fossem manteiga, e ainda alegaria legítima defesa depois. Mas se tem uma coisa que me diferenciaria deles... – ele lança uma Katana de madeira para ela, segurando sua própria. Assim que Elsa segura a katana, ela congela. – é que eu sei a hora de parar. Agora, chega de enrolação. Lute!

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Frostbite procurava incansavelmente pela cidade inteira. Noite após noite, ele procurava por ela. Era como um caçador procurando sua presa, mas com mais preocupação e doçura no olhar. Anna insistia que ela estava bem, que os Guardiões não a machucariam, e ele sabia que era verdade.

Seu medo era que o Homem Da Lua decidisse visita-los.

Ele se lembrava claramente do dia em que conheceu a figura misteriosa. Ele havia acabado de fugir do laboratório. De algum jeito, sobrevivera conscientemente à parada de seu próprio coração, e descobrira que poderia manipular isso sobre si mesmo. Descobrira também que podia congelar tudo o que tocava. Porém, tudo o mais que podia fazer descobriu em seguida. Ele planara com o vento pelo tempo que conseguiu mantê-lo sob controle. Mas uma hora ele caiu, e caiu em cima de um lago congelado. Era noite, a lua estava no seu ápice, e era inverno, então toda a paisagem era branca como ele. As roupas do hospital – uma camisa e uma calça de linho brancas, além de sapatilhas do mesmo material e cor – lhe davam a camuflagem perfeita, não havendo contraste entre sua pele cadavérica com a neve à volta. Ele viu seu reflexo no gelo, e ficou horrorizado com o que vira: lábios azuis e rachados, olheiras profundas coroando olhos azuis como safiras, magro como um fantasma, as maçãs brancas do rosto saltadas, suas covinhas aparecendo muito mais do que antes. Ele parecia realmente estar morto. Estava péssimo.

Então ele ouvira passos na neve, e olhara para cima. Vira um homem de seus vinte e tantos anos, cabelos prateados mais escuros do que os seus, olhos da mesma cor, pele acinzentada e terno cinza-escuro. Ele não carregava nada nas mãos enluvadas, e por mais que Jack o tentasse encarar, ele não conseguia focar seu rosto em sua visão – era como se fosse, subitamente míope. Ele pedira ajuda, informação, qualquer coisa que pudesse ajudar. Mas o que acontecera em seguida não foi uma ajuda; foi quase um assassinato. O homem manipulou a luz da lua, que queimou Jack como se fosse fogo. Ele tentou desviar, mas estava fraco demais. O homem não lhe deu brecha: voltou a ataca-lo, dessa vez acertando-o no peito, fazendo-o voar pela clareira. Jack só pôde revidar. Por tempo equivalente a três dias e três noites eles batalharam sem pausas: o homem o atacando com os raios de lua de uma noite que parecia não acabar, Jack descobrindo pouco a pouco seus poderes, até que ele finalmente conseguiu conjurar o vento novamente e sair dali. Mais tarde concordara que se não fosse por essa batalha, ele jamais teria sobrevivido depois, mas aquilo teve uma consequência pesada: Jack não confiaria em mais ninguém depois até conhecer Richard, ou Soluço, como o conheceu pela primeira vez. Conheceu-o três anos depois de sua fuga, um menininho magrelo e baixinho, com dentes tortos e um cabelo castanho que mais lembrava pelo de cervo.

Jack praticamente se apaixonara por ele.

Quando ele o conheceu, Richard estava passando por uma crise na família: a mãe desaparecida, um pai que fazia pressão para ele se tornar um grande caçador como ele, e pra piorar, uma caçada havia ido mal e ele teve que amputar uma perna, que estava começando a necrosar. E ele, é claro, não podia fazer nada. Por um ano Jack o acompanhou e ajudou da maneira que pôde. Ele o levou a passeios noturnos, ajudou a fugir de treinos e escolas, o ensinou a se virar sozinho nas ruas da maneira que aprendera, o ensinou a lutar, mesmo que o menino de apenas doze anos tivesse apenas uma perna. Depois, seu pai decidira inscrevê-lo no tratamento – tortura, como Jack conhecia – para parar a necrose em sua perna, que só avançava cada vez mais e médico nenhum conseguia parar. Jack conhecia aquele lugar, e fez de tudo para parar, mas no fim foi inútil.

Depois de meio ano de nova solidão, Jack conheceu Rapunzel: uma menininha de treze anos, loirinha de olhos verdes e um sorriso enorme, que vivia aprisionada por sua própria mãe adotiva. Ela também havia passado pelo tratamento, mas quando era muito pequena – ainda antes de Jack. Pelo menos ela não iria precisar abandoná-lo. Depois, conheceu Mérida, que também havia passado pelo tratamento, e quando Richard voltou – completamente mudado, para desespero dos hormônios de Jack – a equipe estava completa.

Mas Jack jamais esquecera e jamais perdoara o homem que o atacara em seu momento mais vulnerável.

O Homem Da Lua.

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Notas finais do capítulo

oie~~ pessoinha que leu até o final! gostou? deixe-me saber, sua opinião é importante na construção de uma boa fic! não gostou? explique-me o porquê! mas com carinho? sim? sou frágil~~
beijinhos, beijinhos, até o próximo capítulo!