Corações Partidos(Segredos e Mentiras) escrita por calivillas


Capítulo 30
Sem perdão




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Mesmo não querendo deixar Evelyn ali sozinha, Teresa saiu pelo corredor e entrou no salão, onde ocorria o jantar, apressada, olhando ao redor, procurando por Lucas, que deveria estar transtornado, por isso ela estava bastante preocupada. Não o encontrou, mas viu Mathews conversando com um grupo pessoas e foi até ele.

— Mathews, podemos conversar? – Ela solicitou, ele notou a preocupação nos olhos dela, pediu licença se afastando do grupo.

— O que houve, Teresa? – Mathews ficou ansioso, pois depois da conversa que tiveram na noite anterior, duvidaria que ela quisesse falar com ele novamente, a não ser se acontecesse algo muito sério.

— Você precisar ficar com Evelyn. – Teresa afirmou, Mathews o interrogou com o olhar. – Ela bebeu demais, começou a me confessar o que aconteceu com ela, sobre a gravidez e o aborto, quando Lucas apareceu e ouviu tudo. Ele gritou com ela, que ficou desesperada. Foi muito ruim.

Mathews arregalou os olhos, assustado.

— Aonde ela está agora? – Ele perguntou.

— No terraço, lá atrás. – Respondeu, apontando o caminho.

— Sozinha? – Mathews quase gritou.

— Ela me pediu para ficar sozinha. – Teresa estava pasma, com a mudança de atitude de Mathews, como nunca vira antes.

— Droga! – Ele exclamou, irritado, e saiu correndo, Teresa não sabia o que fazer se o seguia ou procurava por Lucas, resolveu acompanhar Mathews, pois parecia que havia algo muito errado ali.

Mesmo de saltos altos, Teresa correu depressa, porém Mathews foi muito mais veloz, quando chegaram ao terraço, Evelyn não estava mais lá.

Mathews olhava em volta, desconcertado, passou a mão nos cabelos, como fazia quando estava muito nervoso.

— Eu a deixei aqui, há alguns minutos! – Teresa afirmou, surpresa.

— Você disse que ela estava bêbada. – Mathews quis saber, Teresa assentiu com a cabeça. - Evelyn não podia beber por causa dos remédios, precisamos achá-la, antes que faça uma bobagem. – Sem saber por onde começar a procurar.

— Talvez, ela tenha ido atrás de Lucas. – Teresa cogitou.

— Para onde Lucas foi? – Ele questionou, angustiado com o desaparecimento da noiva.

— Eu não sei, mas podemos tentar achá-lo. Podemos tentar achar os dois.

— Não vamos falar com ninguém da família, por enquanto. Pediremos ajuda aos funcionários do clube, será mais discreto – Mathews considerou.

— Mathews, você ainda está preocupado com discrição, depois do que está acontecendo aqui! – Teresa protestou com rispidez.

— Pode ser só uma crise. Ela, com certeza, não gostaria que todos ficassem sabendo disso – Mathews ponderou.

— Mais uma crise? – Teresa o questionou.

— Evelyn sofre de depressão, ela já tentou se matar antes. – Mathews confessou, para o espanto de Teresa. – Por isso, precisamos encontrá-la, depressa.

Lucas não conseguia pensar, sentiu o peito apertado e a cabeça zonza, nunca esperaria ouvir tudo aquilo, que ouviu de Evelyn. Saiu apressado pelo corredor, passou pelo salão, onde ocorria o jantar sem perceber, até chegar do lado de fora, finalmente, conseguiu respirar, sentindo os movimentos intensos da sua caixa torácica em busca de ar, o coração pulando como se quisesse fugir do peito. Sentou-se em um dos degraus de entrada, abaixou a cabeça, se concentrou, apenas, em respirar. Felizmente, não havia ninguém por perto para interpelá-lo. Perdeu a noção de tempo, até ouvir seu nome sendo chamado, mais uma vez.

— Lucas! – Ele reconheceu a voz, então se levantou e olhou para trás. – Eu o procurei por toda parte.

— O que você quer, Evelyn? – Ele cuspiu as palavras, enquanto ela descia os degraus na sua direção.

— Preciso que você me perdoe. – Ela disse, com as mãos em súplica, caindo de joelhos, junto a ele.

— Eu não consigo perdoá-la, não agora, Evelyn. Você não confiou em mim, não confiou no amor que eu sentia por você. – Ele declarou cheio de mágoa, com as lágrimas embaçando sua visão.

— Eu tinha tanto medo de perder você, não sabia o que fazer. – Ela revelou, entre prantos.

— Mas, perdeu, Evelyn! Não consigo olhar mais para sua cara! Me deixe em paz! Não quero ver você nunca mais! – Lucas gritou para ela, com rancor.

— Por favor, Lucas, não diga isso! – Evelyn chorava, copiosamente, arrasada.

— Mas, é isso que eu sinto! – Ele vociferou. – Não dá para disfarçar, não posso mentir que está tudo bem, quando não está!

Os gritos de Lucas e o choro de Evelyn chamaram a atenção de alguns convidados, inclusive de Mathews e Teresa, que saíram, ficando parados, na porta, à distância, assistindo o diálogo entre os dois.

— Evelyn, minha filha, o que está aconteceu? – A mãe dela chamou a sua atenção, com preocupação. Evelyn se voltou e encarou a pequena plateia atenta, que escutava o diálogo entre eles, arregalou os olhos, ensandecida, correu em direção ao estacionamento. Lucas percebeu o que ela iria fazer, tentou segurá-la pelo braço, mas ela se desvencilhou. Mathews, também, correu atrás dela, mas Evelyn já tinha seu objetivo em mente, o reluzente carro vermelho, a Ferrari do noivo, e como esperava, as chaves estavam bem ali. Ela deu a partida e saiu, em disparada, antes que a alcançasse, pela pequena estrada escura, deixando atrás de si os outros, desesperados.

Matheus olhou em volta, procurando uma solução, viu o carro em que chegou ali, um dos Audi da família, correu para ele, assumindo o volante. Lucas o seguiu, ocupando o banco do carona, saindo em disparada, mesmo sabendo que o carro perseguido era muito mais potente.

— Por que você nunca me contou? – Lucas interrogou o irmão, de forma acusatória.

— Porque ela me pediu. – Mathews respondeu, querendo manter o controle, sem tirar os olhos da estrada, tentando, ansiosamente, enxergar o carro à sua frente. – Evelyn não queria que você soubesse da história das drogas, do abuso e do aborto e das outras coisas, que perdesse a ilusão de perfeição que tinha dela.

— Que outras coisas, Mathews? – Lucas indagou, aflito.

Nesse momento, eles avistaram o carro que Evelyn dirigia, em alta velocidade, a sua frente, quando ela não conseguiu fazer uma curva mais fechada e o veículo desgovernado, perdeu a direção, saindo da estrada e se chocou violentamente em uma árvore.

— Não! – Gritou Lucas, descontrolado, ao assistir aquela terrível cena.


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