Corações Partidos(Segredos e Mentiras) escrita por calivillas


Capítulo 17
Revanche




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Ao ouvir aquele nome, milhares de possibilidades passaram pela cabeça de Mathews, durante aqueles poucos segundos, que levou para se virar e encontrar Teresa, ali parada a sua frente, sorrindo de modo estranho. Seus olhares se cruzaram, ele se sentiu chocado e confuso, pela surpresa inesperada. Então, usando todo o seu sangue-frio, adquirido durante seus anos de negociações ferrenhas de contratos empresariais, apertou a mão, que ela lhe oferecia, primeiro pensando como estava linda, depois, imaginando o que ela faria a seguir, esperou por um escândalo, gritos e choros, tapas na cara, que não vieram, só mesmo aquele aperto de mão fraco e rápido.

— Estão juntos há muito tempo? – Evelyn começou uma conversa educada.

— Não, só algum tempo. – Lucas respondeu, sem dar detalhes. – Mas, Teresa, insistiu em me acompanhar ao casamento de vocês.

— Que adorável da sua parte, Teresa. – Evelyn respondeu, de um jeito, falsamente, doce. – O engraçado é que eu acho que conheço você de algum lugar, mas não consigo me lembrar de onde, Teresa? – Evelyn a encarou, tentando se recordar onde viu o rosto dela antes.

— Acho que não seria possível, já que é a minha primeira vez no seu país. – Teresa respondeu, gentilmente, depois se virou para Lucas e deu um sorriso, queria sair dali, naquele instante, não estava suportando o olhar inquisidor de Mathews sobre ela.

— Ah! Lembrei de onde a conheço! – Evelyn exclamou, feliz com sua boa memória. - O quadro que Lucas pintou e está na galeria da Laura, é você! Eu fiquei maravilhada, com a beleza da sua expressão, que ele conseguiu capturar tão bem. É impressionante! Tão bonito! – Falou, realmente, encantada. – Lucas é uma artista admirável.

— Eu falo isso a todo momento, que ele é um artista maravilhoso! – Teresa deu um sorriso de cumplicidade para Lucas.

— Obrigado, querida. – Lucas retribuiu o sorriso, deu um beijo rápido no rosto de Teresa. – Agora, vamos circular um pouco, Teresa. Quero matar meus primos de inveja, exibindo você por aí. – Lucas brincou, descendo a mão, perigosamente, pelas costas de Teresa, enquanto Mathews, que permaneceu calado o tempo todo, apertava o seu copo na sua mão, com tanta força a ponto dos seus dedos doerem.

— Muito simpática e bonita a namorada de Lucas, não achou, Mathews? – Evelyn comentou, displicente, assim que eles se afastaram, enquanto Mathews virou o conteúdo do seu copo em um só gole.

— Sim. – Respondeu, econômico, observando eles se misturarem com os outros convidados – Que quadro é esse sobre o qual estavam falando? – Mathews perguntou, querendo parecer casual, não contendo a sua curiosidade.

— Um quadro lindo, Mathews. Nunca imaginei, que Lucas estivesse pintando tão bem. Você precisa ver. Eu até pensei em comprá-lo, mas Lucas não quer vendê-lo. Segundo Laura, ele já tem um comprador à vista. – Evelyn explicou, o deixando mais curioso ainda, seria a prova que Teresa e Lucas se encontravam às escondidas, que era traído há muito tempo, o ciúme o corroía por dentro, contudo tinha que disfarça e ser o anfitrião da sua festa.

No decorrer da festa, Mathews está sempre procurando com os olhos por Teresa, observado os movimentos da mão de Lucas nas suas costas, de como ele a abraça, nos furtivos beijos nos lábios dela, como ela ria com ele, enquanto circulavam entre os convidados, surpresos por sua presença do seu irmão ali. Foi em um desses momentos, quando estava sozinho, que seu primo Tomás, meio bêbado, se aproximou por trás, o abraçando pelo pescoço, e acompanhando o seu olhar.

— Você viu a nova namorada do seu irmão, como é gostosa? Olha aqueles peitos e aquela bunda! Eu posso imaginar um monte de sacanagens para fazer com ela. – Tomás segredou lhe, de uma forma obscena. Mathews desejou dar um soco naquela cara de tarado, porém respirou fundo, tomou mais gole do copo de uísque, que estava na sua mão.

— Por favor, Tomás, ela é a namorada do meu irmão. – Mathews replicou, seriamente.

— O que isso, Mat, meu velho. Como se o fato dela namorar o seu irmão, o impedisse de algo, já vimos isso no passado. - Tomás afirmou, sarcástico, Mathews o encarou, zangado. – Ah! Eu me esqueci daqui há poucos dias, você será um homem sério e casado, só vai poder ficar olhando para aquela bunda linda e imaginando o que faria com ela. – Concluiu, com sarcasmo.

— Chega, Tomás, vou lá para fora tomar um pouco de ar. – Mathews se desvencilhou do primo e saiu para a varanda.

— Lucas, pare de passar a mão na minha bunda. – Teresa sussurrou no ouvido dele, sorrindo e fingindo que lhe contava um segredinho, Lucas havia bebido um pouco demais e estava levando muito a sério o papel de namorado.

— E só para manter o clima, Teresa. – Lucas respondeu no mesmo modo. – Meu irmão não para de nos observar, estou quase sendo incinerado com aquele olhar.

— Eu reparei. Será que ele acha que está rolando algo entre nós dois? – Ela questionou, em dúvida.

— Deixe ele achar o que quiser. – Declarou, a puxando para si e lhe dando um rápido beijo nos lábios.

— Lucas, você bebeu um pouco demais. – Teresa observou, sentiu o cheiro forte da bebida, que Lucas exalava, já que ele passava um pouco dos limites.

— Acho que você tem razão, Teresa. Eu vou dar um pulinho no banheiro. – Lucas reconheceu confuso e meio-tonto.

— E eu espero você aqui, como uma boa menina. – Teresa afirmou, com um cínico sorriso meigo. Era o que pretendia fazer até ver Mathews sair sozinho, não resistiu em ir atrás dele, não sabia quando teria outra oportunidade de confrontá-lo, cara-a-cara, olho no olho.

 A varanda estava vazia, o ar fresco, a iluminação tênue das velas espalhadas em todos os lugares, ouvia-se o burburinho das vozes do outro lado das portas de vidros, Mathews adorou isso, cansado de toda aquela confusão, pois desde pequeno odiava tumulto, ficava irritado com todo aquele barulho, procurou o canto mais sombrio e distante para se isolar, olhando a distância o jardim mergulhado na escuridão, quebrada por uma ou outra tocha acesa. No momento em que percebeu uma presença ao seu lado, não precisou se voltar para vê-la, pois sabia quem era.


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