Severo a segurava pelos pulsos com força seus olhos em nenhum momento desviaram dela. Ele estava vermelho e se o descrevessem o descreveriam como um animal com raiva, talvez peçonhento.

Apenas Blair não sabia o descrever ao certo!

Snape a encostou no pilar frio de um dos corredores e ainda encarando-a começou.

—Por quê? Só me diga por que, por acaso é assim com todo mundo? Ou só me fez de idiota... Somente a mim?

—D- do que está falando?  Ela esqueceu-se.

— Parece que aqui estão todos a caçoar de mim. O moreno passou a mão nos cabelos. — Eu confiei em você, por que contou a ela?

E então Blair lembrou-se da conversa de Lilian e ela, contudo não esperava uma reação contrária do moreno, esperava o ver feliz, já que o conselho havia sido dado na melhor das intenções.

—eu só queria ajudar, como amigos fazem. Respondeu ela.

—Amigos?! Severo crispou os lábios. — amigos não traem a confiança um do outro! E foi isso o que você fez. Ele estava alterado, ele girava no mesmo lugar parecendo buscar uma razão para ainda estar ali e com ela.

—isso é entre mim e ela, não se intrometa, pare de cercar a Lilian com suas perguntas e por último me deixe em paz. Respondeu ele sem pensar, entristecendo-a e era como se o oxigênio lhe faltasse e a visão embaçasse, foi quando ela percebeu que o motivo eram as lágrimas e o peito que lhe doía.

—Desculpe se eu fiz o certo! Desculpe se eu queria te ver feliz... Fungou. — eu só. Ela pausou, pensou se deveria ou não falar, estava há muito tempo guardando um sentimento sufocante e dolorido que deveria ser algo lindo se confessado.

E enquanto ia recolhendo suas coisas sem olha-lo nos olhos, centrada apenas a recupera-las começou.

—minha vida. Sussurrou ela ainda agachada, parada no lugar, o vento soprava forte e tudo o que se podia ouvir eram também as folhas em sintonia. — minha vida, pela minha vida eu juro que te amo Severo. Desde o 3º ano, desde o momento que o vi. Levantou e virou – se para encarar o jovem agora mais pálido que o normal.

— E eu não pensaria duas vezes em da-la a você, me arriscaria se fosse preciso, eu... Morreria caso necessário!

A voz dela aumentara e Snape pode ouvir claramente, ele não acreditava no que ouvia, pensara ser uma pegadinha desde o inicio feita por Tiago e seu bando.

—Que piada é essa? Indagou-o. — está junto do Potter e os demais?

Surpresa ela se deixou ficar brava, indignada e até menosprezada.

—Claro que não! Enxugou as lágrimas. — É tudo porque eu te amo que ajo assim. Te amo mesmo, meu amor pode não ser igual ao seu se comparado ao que sente por ela... Mais ainda sim é amor.

 Dos olhos escorriam mais e mais lágrimas a garganta secava e ela de repente começou a transpirar.

— É sincero... Se você me der uma chance, eu sei que posso fazê-lo feliz. Ela pedia o que para ele soava como imploração. Severo Snape estava petrificado no lugar, pois nunca em sua vida imaginou que alguém como ela ou qualquer outra pessoa ali, sentisse algo por ele a não ser pena ou ódio!

    Esperava receber tais palavras de Lilian, que fosse recíproco. As bochechas vermelhas da garota a deixavam linda ele admitia, entretanto Snape só conseguia  ver a ruiva.

—Sinto muito... Ele disse. — Mas não sou eu capaz de fazê-la feliz, não posso. Eles mordiam e umedeciam os lábios.  

 E em fim iniciava-se uma garoa que deixava o local ainda mais triste e mais “preto e branco” sem vida, pois era assim que se parecia aquele “relacionamento” de ambos os três que para começar não tinham.

[ N/A: Isso doeu demais. Chorei? Ohh se chorei, fui ouvir minha playlist “ Na BAD” fui... Deveria ter escrito isso? É acho que não... só acho ... to triste, muito triste ]

Até que a chuva apertasse de vez Snape decidira sair de lá, olhando para trás visando preocupação para com a garota.

    Dias, semanas e meses se passaram até que Severo a visse novamente, a relação deles havia se tornado estranha se antes já não se falavam muito, agora falavam apenas o necessário e em todas as aulas Blair negava olha-lo nos olhos.

Ela não suportaria. Não mais!

E até que ambos não mais se vissem, não como antes, pois ela além de estar focada nos estudos, estava agora envolvida com um colega. A declaração viera como um soco e ainda estava fresco em suas memórias.

Flash back

Blair saia mais uma vez de uma aula de transfiguração, estava exausta, aquele dia realmente lhe dera trabalho literalmente, tinha o dever para entregar no dia seguinte: quatro pergaminhos sobre as leis da transfiguração e teoria da transfiguração. Descia as escadas desanimada, suspirando e com olheiras fracas, quando.

—Blair podemos conversar? É muito importante. Disse seu amigo, ele pertencia à mesma casa, possuía cabelos castanhos escuros e olhos ligeiramente prateados, lábios grandes mais nada exagerados, corpulento de massa muscular. Novamente nada exagerado, devia ter pouco mais que sua idade e nos lábios trazia um sorriso tímido.           

        Era o contraste do que Snape lhe mostrava nas diversas vezes em que estiveram juntos.

— Sim? Indagou à morena.

— Bem... A sós.

Eles foram até uma pequena parte do lago onde não havia ninguém no momento.

—diga o que foi? Algum problema nas matérias? Perguntou ela com certa preocupação, o fato era que Blair sendo quem era ajudava a todos e isso chamava a atenção de ambos os sexos ou idades [N/A: sem duplo sentido, por favor!].

—Não, não mesmo. Alarmado e com as bochechas vermelhas ele negava. _ na verdade preciso te dizer uma coisa. O menino ficou serio. _ eu preciso dizer isso se não, todos esses anos terão sido em vão eu, eu não sei como começar. Estou muito nervoso!

   Blair colocou a mão em seu ombro, pedindo para que o mesmo ficasse calmo e foi o que ele tentou fazer.

— EU TE AMO. Gritou sem querer, colocando a mão na boca e espantando-se logo em seguida. Com os olhos arregalados os dois ficaram em silêncio, aquilo com certeza a pegara de súbita e inédita surpresa.

Mas calmo ele adiantou-se para que ela não fugisse, pois parecia isso o que ela faria! Segurou à delicada e branca mão e ela percebia seu nervosismo.

—Eu... Te amo Blair, sei que não sou ele e sei que seu sentimento é verdadeiro mas... Eu sempre a amei, desde o dia em que a vi esbarrar em mim na estação de trem. Suspirou, olhando para baixo. _ E desde então eu só consigo ver você. Sorriu tímido.

Ela não sabia como reagir nunca esteve nessa situação e jamais imaginaria estar, era como se trocasse de lugar com Severo!

—me de uma chance é tudo o que peço, eu posso transformar dias nublados e, dias ensolarados, como você gosta, posso fazer a dor desaparecer e dar lugar a cura.

A morena não era de maltratar ninguém, muito menos de ser rude, contudo ela entendia o que ele passava. No momento ela havia negado um pedido tão carinhoso, mas o jovem nunca desistira e estava sempre presente para ela. Até que não resistindo mais ela lhe dera brechas para iniciarem um relacionamento.

   Entretanto com o tempo parecia que algo lhe faltava e ela passou a perder a vontade de estar naquele relacionamento “falso”. Admitia que, o que sentia por Snape era muito mais forte.

Flash back

 E então um dia tudo aconteceu, quando ela ouvira dizer que Severo Snape havia maltratado uma de suas amigas ( a única)  a chamando de sangue-ruim, ela nunca pensara que logo ele diria isso e justo para ela, Blair não entendia, porém sabia quem causara tudo aquilo e tinha certeza que boa parte da culpa eram dos marotos por o humilharem, contudo também sabia que, ele era instável e dizia tudo da boca pra fora quando estava com raiva.

Com o tempo ela não mais via Severo com o único brilho ou mínimo sorriso em si, e também passou a conviver mais com aqueles que seriam os futuros comensais da morte. Uns diziam que ele se tornaria um comensal também, fato era que ela já não sabia o que o futuro lhe reservava.

Os anos se passaram todos se formaram e ela com seus vinte e quatro anos, agora uma Auror, já completaram diversas missões das quais ela saia vencedora e das quais seu nome claramente impunha respeito. Sendo aprovada muito rápida, por conta das suas notas e eximias habilidades.

Até que em meio ao caos imposto pelo lorde das trevas em um dos piores dias de guerra, uma profecia havia sido feita. Sobre aquele que venceria o lorde, poucos sabiam da profecia e os que sabiam recusavam-se a falar!

E em 1978

Bruxos lutavam com todas as forças para derrotas os comensais, eram muitos, mas nada os faria desistir, a morena encontrava-se com feridas, sangue e pálida. Ela perdera a conta de quantas vezes via um corpo caindo sem vida, tanto do lado inimigo quanto aliado.

Amigos, família ela via tudo ruir.

—confringo. Disseram dois aurores, estavam distraídos que nem viram outro comensal levantar-se do chão e ataca-los. O golpe os atacaria se não fosse Blair.

—Deflexão de feitiços.  Em seguida saia uma quantidade grande de magia, fazendo o comensal perder dois dedos com tamanha força com que ela lançara o feitiço.

—Destruccio. Gritou ela e então podia – se ouvir ossos sendo quebrados de uma vez.

—Blair! Nossa que sorte você aparecer aqui, onde estava? O auror de cabelos castanhos e olhos prateados perguntou.

—Do lado sul, onde a situação é mais... Abominável se é que é possível. Pausou. — não conseguimos salvar todos! Respondeu ela abraçando-se. — os demais me mandaram vir aqui, verificar a área.

O auror ajoelhara-se, pois sentia que não tinha mais forças para continuar, demonstrava cansaço e desistência.

— levante-se e lute, pois sem luta não haverá um amanhã, nem para voe e nem para ninguém. Blair dizia com uma raiva visível, mas não querendo estar à culpa não era dele e em um momento como aquele não podiam fraquejar. — vão para aquele lado e eu vou por esse. Apontou para o oeste.

—NÃO! Nem pensar, não podemos nos separar, está louca? Indagou seu parceiro.

—você quer mesmo discutir, logo agora? Eu sou a sênior aqui! Estou pedindo o básico. Disse ela.  Ambos os três se calaram, o silêncio parecia ser eterno ninguém ousou pergunta-la sobre suas intenções naquilo. Todavia apenas um suspeitava.

Partiram aparatando e antes de partir um deles... O seu ex-namorado lhe dissera.

— volte segura, volte pra mim... Viva!

     Ela sorriu e mostrou o polegar em uma forma de dizer “ok”. Ambos se encaravam, intensamente. Olhos que brilhavam em um sentido talvez de angustia.

(...)

Severo Snape estava em meio a pilas de corpos. Ensanguentado e ferido, caminhava sem uma direção precisa, atordoado e alarmado com tudo. O vento soprava em sua direção e com ele levava a suas narinas o cheiro de corpos podres, ele desviava de corpos os empurrando com o pé, quando em meio às sombras.

—incêndio. Gritou um comensal qualquer.

 Snape não teve problema nenhum em revidar, bloqueando um golpe, ele fora rápido e em seguida o inimigo o atacava sem parar.

— o que pensa que está fazendo? Revide dignamente! Praguejou o comensal. — prove que é digno e que merece estar ao lado do lorde. Lançava outro feitiço.

—digno? O que esta dizendo. Questionou Snape armado erguendo o queixo e mostrando superioridade.

—não pense que eu não lhe observei, sei muito bem de suas ações, sei do que pretende fazer... O comensal e ele rodavam em volta de entulhos de pedras, com varinhas em mãos, sem desgrudar uma vez sequer os olhos de si.

    Os dois travavam uma batalha onde o comensal parecia ganhar vantagem, pois parecia saber onde lhe atingir... No ego.

—Aliou-se ao lorde por quê? Foi para se vingar da ruivinha... Aquela que preferiu ficar com seu inimigo? Riu debochado do moreno.

Ele atiçara o ódio profundo de Snape que quando explodia, mais agia do que pensava, prova disso era o seu profundo arrependimento em afastar as duas pessoas que já ousaram estar ao seu lado.

  Os olhos do inimigo brilhavam em excitação, pois ele além de considerar Snape um espião, ou nunca gostara do mesmo na escola.

—Vai ser muito bom matar aquela sangue-ruim, também. Apontou a varinha na cara do moreno. — adeus. Disse ele. —Ava.

—Levicorpus. Rosnou Blair, vindo de cima de um dos pilares, ele tomara um susto, não imaginava ver alguém ali, principalmente uma auror.

O Inimigo era jogado para longe, fazendo pilhas de concreto de uma construção agora em ruínas se quebrarem em cima de si.

— O que faz aqui mulher? Indaga-o com profundo olhar de espanto.

—Nossa, um obrigado, já adiantaria. Fingiu indignação. O mau humor dele não mais a atingia há tempos deixara de se importar com isso. Ela apenas zelava mentalmente pelo bem estar dele. — Não está obvio? Vim ajudar, vem sei de um lugar em que posso escondê-lo. Anunciou.

— não, não preciso. Soltou-se bruscamente das mãos femininas. Blair sabia do quão orgulhoso ele era e sabia que não seria fácil convencê-lo a sair dali com ela.

—droga. Deixe de ser orgulhoso. Pelo menos uma vez na vida!  Sibilou ela com nítida raiva.

     Eles discutiam como um casal, elas prestes a explodir e ele com vontade de esgana-la. E se Blair pudesse ver o futuro saberia o que estava prestes a acontecer. Ela não percebera o momento em que o mesmo comensal sairá dos escombros, mas Snape estando de costas se importando muito mais em discutir com ela não pressentira o próximo ataque.

Como em câmera lenta ela viu o comensal tão rapidamente levantar-se e lançar um feitiço chamado Arteriuns que o fez lançar em direção de Snape uma laminas junto a varinha, agora pontiaguda. O objeto flutuava pouco acima da espinha e SE não fosse por reflexo da morena lufana, talvez Snape estivesse morto.

—AVADA KEDRAVA. Severo gritou. Estava colérico e ele lançou o feitiço  ainda no chão, pois Blair o defendera empurrando-o , o sangue dela agora fazia parte dele, caída  de bruços tentava resistir, mas o golpe faltamente atingira o pulmão, ultrapassando-o.

   Ele a virou, porém em sua mente preferiria mantê-la de costas, a dor nos olhos  da mulher era mais do que ele poderia suportar, as lágrimas acompanhadas de um pequeno sorriso o deixaram, desconfortável.

—Eu nunca imaginei o meu fim assim. Sussurrou. — nem mesmo imaginei um final! Pronunciou sentindo falta de ar. — mas... Aqui estou. Sorriu.

—Não devia ter feito isso! Gritou. _ sua idiota.

[N/A: Qual o problema, cara? Que grosseiro né?].

Apesar de estar com um corpo quase sem vida e não derramar nenhuma lágrima, Severo permitiu-se sentir compaixão.

—Lembra-se do que eu disse? Pela minha vida, eu jurei que o amo, e olha só. Riu tentando tirar a tensão do ar. — eu nem precisei pensar muito, só precisei pensar em como eu sempre o via e como sempre a amou.

    Nos braços a mulher sentia-se confortável, pois era a primeira e ultima vez que ficava tão intima dele e também a última.

—Eu deveria estar lá. Mencionou referindo-se ao episodio em que chamara a amiga de sangue-ruim. — se eu tivesse te ajudado, você e ela ainda seriam amigos. Cada vez mais as lágrimas embaçavam sua visão. — me perdoa?  Pediu ela, deixando o homem surpreso.

— eu preciso dele, pois desde esse dia me arrependo, fui egoísta, me perdoa? Ela culpava-se e Snape realmente não entendia o porquê!

Ele mentalizou de certa forma a culpa nunca fora dela, tudo o que ela fez foi obedecê-lo e a culpa em si era de Tiago ou talvez até dele. Mas nunca dela ou de demais pessoas.

—Sim, eu perdoo. Respondeu ele, arrancando dela um sorriso que ele jamais imaginou que veria, não por nunca a ver sorrindo como antes, mas por achar que não tinha motivos e que não era merecedor para receber tal coisa.

     Atenção que Lilian tinha, não chegava nem perto do qual ele recebia.. Infelizmente para alguns ou felizmente, quando ele conseguiu vê-la, já era tarde demais.

—ei, você consegue me ver agora? Questionou ela em um fio de voz.

— Sim. Obrigado.

FIM