Magic - Restarting escrita por Paul


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Watch the blood pump through my veins
Electricity floods my brain
Can’t hide the pain, can’t hide the pain
When you’re wrapped in cellophane

Sia - Cellophane



Cena da água : Dead in the Water
Cena do Glódy : Black Widow - Iggy Azalea
Cena do tornado : Tell Her You Love Her
Cena da luta e do Paul voltando : Cellophane - Sia



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 Medo. Uma sensação de alerta, enviada por seu psicológico para te manter vivo. O medo pode ser escalado em graus, sendo que o maior seria o pavor e o menor grau apenas uma pequena ansiedade.

Quando minha mente mergulhou na escuridão total, eu estava apenas a um grau do pavor. Eu sei que meu corpo estava parado, mas por dentro era como se cada veia estivesse entrando em combustão. Eu queria gritar desesperadamente, me debater, ou simplesmente me atirar na frente do primeiro caminhão que ele passasse por cima de mim e meu corpo girasse no asfalto quente. Qualquer coisa para fazer com que essa dor sumisse de vez. Então veio a água.

Eu estava me afogando. Meus braços se agitavam rapidamente, enquanto meu corpo tentava achar um jeito de me manter vivo. A agua na qual eu me afogava era cristalina, o sol refletia na superfície, mas estava tão frio, que era como nadar em mares glaciais. As bolhas de ar pareciam subir lentamente, as invejei. O desespero se acumulou dentro do meu peito, eu sei que é apenas meu cérebro tentando achar um jeito de me manter vivo. Tudo estava ficando escuro, conforme eu afundava cada vez mais.

~ Não é real... ~

A voz parecia estar vindo de todas as direções, como se trazida pela água.

~ Respire. Vamos lá. Feche os olhos e respire. ~

Fechei os olhos, ignorando a água, o frio e todo o desespero. E então veio aquela sensação de paz, aquela quietude, tudo partindo de mim.

Eu estava caído na areia, o sol brilhava fortemente em um céu limpo e azulado. O calor atingia meu rosto, mas meus ossos ainda sentiam o frio da água. Isso me fez tremer, enquanto meus pulmões expulsavam o liquido dentro deles. Meu corpo se contorcia violentamente, enquanto a agua caia sobre a areia, formando uma pequena poça, que desapareceu rapidamente.

Fiquei caído, virado de barriga para cima, enquanto respirava lentamente. Algumas gaivotas voavam no céu, que começava a ganhar algumas nuvens escuras.

Sabe naqueles filmes que as cenas mudam do nada? Então, eu pisquei os olhos e de repente eu não estava mais deitado na praia, mas sim em algum tipo floresta. As arvores eram altas demais e seus troncos eram grossos, suas folham estavam de um verde escuro.

Me sentei, observando a vegetação. Tudo era tão verde e cheio de vida. O cheiro de terra molhada invadiu meu olfato. Um coelho saltou sobre minhas pernas e desapareceu atrás de um arbusto.

Levantei e me apoiei no tronco de uma arvore. O mundo parecia girar lentamente ao meu redor. Esperei a tontura passar e comecei a caminhar pela floresta, talvez eu achasse a saída daquele lugar.

...

Mael segurou a mão de Paul, enquanto os outros corriam de um lado para o outro. A chuva havia derrubado algum poste, fazendo a cidade ficar sem luz. A casa estava iluminada por velas, que junto com a chuva, davam um ar assustador ao lugar.

Paul estava deitado sobre a mesa da cozinha, mesmo a luz de velas, seu corpo parecia tão frágil, sua pele estava pálida demais, e ele estava ficando gelado. Ele não havia se mexido deste que o trouxeram. Apenas suas pálpebras tremiam freneticamente, como se ele estivesse tendo um sonho ruim.

— Aguenta. – sussurrou Mael.

...

Eu não sei de onde ele surgiu. Primeiro veio à névoa, ela era espessa, como se não fosse natural, e então o chão tremeu, como se algo muito grande estivesse se aproximando.

Meu corpo foi lançado no ar, antes mesmo de eu saber o que me atacou. Mas algo me acertou na altura do peito, me jogando para trás. Não senti a dor, quando fui atravessando o tronco de várias arvores, deixando um buraco um pouco maior que meu corpo. Algo me fez desacelerar, e eu parei dentro de uma sequóia. O gosto do sangue se instalou dentro da minha boca. Cuspi o liquido vermelho, enquanto saltava para fora do tronco. Eu devia ta muito longe do chão, já que a queda pareceu durar uma eternidade.

Senti o chão afundando sobre meus pés. Uma pequena cratera se abriu. Levantei a cabeça e encarei aquele que havia me atacado. Ele era alto, acho que com uns vinte metros de altura. Seu rosto era deformado, como se fosse metade homem e metade urso. Seu corpo possuía varias cicatrizes, e era coberto por algum tipo de farrapo feito com pele de vários animais, que deviam ser muito grandes. Ele estava descalço, e devia fazer as unhas, porque cara elas estavam enormes, dava pra fazer um trampolim naquelas coisas. 

— Quer brigar grandão? Perguntei estralando os dedos. Uma corrente elétrica percorreu meu corpo, enquanto eu estralava os últimos dedos.

Corri, enquanto o punho do grandão vinha em minha direção, acompanhado de um urro de ódio. Fechei meu punho e o soquei no calcanhar. Senti a dor se alastrando pelo meu braço até chegar ao meu ombro.

— Merda! Você é mais duro do que eu pensei. – sacudi a mão, como se isso fosse aliviar a dor.

O chão ao meu redor tremeu, fazendo alguns pássaros voarem para longe.

Milhões de ideias passaram pela minha cabeça. Olhei para a árvore mais próxima, e comecei a escalar ela. Sério, eu escalei ela, meus dedos afundavam no tronco, me senti o homem aranha. Ainda bem que metade das arvores eram mais altas que ele.

Continuei subindo até ficar na altura do rosto do grandão. Seus olhos escuros me encaram com raiva.

— Eu mata homem pequeno. – sua voz soou como trovão, e quase me fez cair. – Homem pequeno espantar coelho de Glódy.

— Pera, isso tudo por causa daquele coelho? Perguntei, mais para mim mesmo do que para ele.

A árvore que eu estava foi arranca do solo. Pulei bem a tempo, enquanto ela era arremessada no ar.

Meus dedos se prenderam na roupa do gigante e eu a escalei. Quando cheguei ao ombro, fiz minhas garras crescerem, e as afundei no pescoço dele. O que deve ter provocado uma dor enorme, já que ele urrou de dor.

Fui jogado no chão, atingido por um safanão. Rolei para o lado, antes do pé esquerdo de Glódy me esmagar. Fiquei em pé e o encarei. Seus olhos encontraram os meus. Eu já estava ficando cheio daquele cara. As coisas ao meu redor começaram a levitar, enquanto o punho do gigante se aproximava do meu corpo. Gritei o máximo que consegui, enquanto nossos punhos se chocavam. Uma luz dourada se projetou, enquanto tudo a nossa volta explodia. Arvores foram arrancadas do chão e lançadas para longe, o chão parecia rachar, e toda a vegetação rasteira foi lançada para o ar. O braço de Glódy produziu um estalo alto, enquanto os ossos de seu braço se projetavam para fora da pele, junto com sangue prateado.

Peguei um pedaço de tronco de arvore, ainda no ar, e o girei, soltando em direção à testa do gigante, que tombou para trás.

Arfei, a boca aberta, o suor escorrendo pelo meu rosto, o pequeno corte ardendo na minha bochecha.

Olhei as coisas a minha volta, era como se um enorme meteoro tivesse atingido o lugar. As arvores estavam caídas, formando um circulo ao nosso redor.

E agora foi a minha vez de tombar para trás.

...

O vento fustigava do lado de fora. Andrew e Finch corriam desesperados pela floresta. Suas patas afundavam no chão lamacento, dificultando a corrida. Raios caiam por todos os lados, um caiu tão perto dos dois, que queimou alguns pelos de Andrew, fazendo o cheiro de queimado se misturar com o de terra molhada.

Eles precisavam se apressar ou a situação iria ficar apenas mais séria. Cada minuto, cada metro parecia durar uma eternidade.

Andrew saltou sobre um enorme tronco caído, e derrapou a poucos centímetros da enorme clareira.

Finch rosnou, enquanto encarava as duas pessoas paradas ali.

...

Girando. Eu estava girando, e rápido demais. Senti meu estomago embrulhando, antes mesmo de abrir os olhos. O vento batia furiosamente contra meu rosto, algumas coisas arranhando meu rosto.

Eu estava no meio de um furacão, mas vai por mim, não é como aqueles furacões que a gente vê na tv, esse é lindo. Tudo é cinza com linhas douradas, como se fosse ouro em pó.

Estou subindo lentamente, e tem essas imagens. Acho que são memórias, e no meio delas está ele. Seus olhos escuros me encarando, enquanto um sorriso se forma em seus lábios. Estico o braço tentando tocar a imagem, mas ela se desfaz, virando uma chuva de pó dourado.

Sinto a gravidade me puxando para baixo, enquanto o chão se aproxima rapidamente. Grito, enquanto meus braços se agitavam freneticamente. Se isso é um tipo de sonho, eu  devia pelo menos poder voar. Mas isso não acontece. Cubro meu rosto, com as mãos, me preparando para o impacto, mas ele não acontece. Abro os olhos, e estou flutuando a poucos centímetros do chão, e então começo a subir.

Ta, sério, isso ta começando a ficar bizarro. Mente, por favor, pode parar.

...

 Andrew se levantou e encarou as garotas paradas a sua frente.

— Quem são vocês? Perguntou ele.

— E oque querem? – completou Finch.

— Não é obvio? Perguntou a que parecia ser a mais nova. Sua pele cor de café brilhava, como se seus poros fossem preenchidos com pequenos gritais. Seus olhos eram tão claros, que era como olhar para um holofote. Seu cabelo no estilo Black Power era branco. – Estamos aqui para ajudar.

— Isso. – disse a outra. Esta, porém era tão pálida, quanto porcelana. Seu cabelo era tão negro quanto pinche. Seus olhos eram escuros, era como olhar para um poço sem fundo. – Estamos correndo atrás de vocês há quase meia hora. 

— Ajudar? Como? Perguntou Andrew. - E vocês ainda não responderam. Quem são vocês?

— Eu sou Yin. – disse a moça negra.

— Eu sou Yang. – disse a moça branca.

— Espera. – disse Finch. – Yin e Yang. Tipo o símbolo chinês que representa a luz e as trevas?

— Exatamente. – respondeu Yin. – Porém, não somos tão fortes como nosso pai, ou nosso irmão, Daungher.

— Olha, eu não quero ofender nem nada. Mas vocês não deviam ser asiáticas? Perguntou Andrew.

Yang lhe lançou um olhar tão mortífero, que Andrew recuou levantando os braços.

— Não mortal! Gritou ela, enquanto um raio caia atrás de ambas. – Luz e Trevas não têm formas, nem sexo, nem gênero. Assim como vocês, meras almas vazias, que se prendem a aparência dessas cascas. – Yang ficava mais vermelha conforme falava. – É por isso que digo que a raça humana não tem um futuro certo e garantido, enquanto todos verem apenas o que está fora, definindo tudo por algo que denominam sexualidade e gêneros que devem agradar apenas o ego de todos. Mortais. – ela cruzou os braços e revirou os olhos.  

— Irmã, fique calma. – disse Yin, dando tapinhas no ombro da outra.

— Não me toca. – Yang levantou a mão. –  Porque estamos aqui mesmo.

— Para salvar o garoto que pode deter nosso irmão?!

Andrew olhou para Finch e deu de ombro.

— Olha, eu não quero ser chato, mas no nosso amigo está morrendo. Então, se vocês realmente podem ajudar, façam isso mais rápido. – disse Finch.

— Por isso não gosto de me envolver com humanos. – disse Yang revirando os olhos. – Vamos acabar logo com isso. – ela estalou os dedos, enquanto tudo se transformava em luz.

...

Como eu posso explicar a sensação de voar? Ta é algo simplesmente incrível. A sensação de liberdade, o vento batendo lentamente contra seu rosto.

O céu estava laranja, enquanto o sol sumia atrás de uma cadeia de montanhas.

Joguei um braço para frente, e voei igual o Superman.

Algo me atingiu nas costas, me fazendo despencar em direção a algo que parecia um velho castelo. Senti meu corpo se chocando contra o vidro, que se estilhaçou lentamente. Tudo pareceu acontecer em câmera lenta. Os estilhaços passando a poucos centímetros do meu rosto, enquanto o barulho parecia ecoar por todo o locar.

Rolei no chão, em meio aos cacos.

— Sabe como foi difícil entrar na sua mente?

Daungher entrou pela janela. Seu corpo não estava mais esfumaçado. Ele estava humano. Sua pele era clara, com um tom bronzeado. Seu corpo era definido, as veias saltando nos braços musculosos. Seus olhos eram de um verde cristalino, e iam ficando azulados perto da pupila. Seu cabelo escuro estava bagunçado. Ele usava apenas uma calça jeans detonada. Ele não parecia ter mais que 22 anos.  

~ Isso é uma merda. Por que os vilões são tão gostosos? ~

— Daungher. – disse me levantando. Meus braços estavam  cortados. O sangue escorria, até desaparecer por entre meus dedos. – Você continua a mesma merda.

Seus olhos mudaram de cor, de verde para cinza.

— Eu não posso machuca-lo aqui. Pelo menos não do jeito que eu queria. Mas posso mexer com a sua mente. – ele deu um passo em minha direção.

Levantei os braços e o ataquei.

— Garoto tolo. – disse ele. Nossos braços se chocaram no ar. Ele me empurrou para trás, e senti algo me atingindo no estomago.

Voei pelo recinto, girando. O chão se quebrou, quando meu corpo se chocou contra ele.

Me levantei em um salto, e ataquei novamente. Dessa vez, saltei. Meu punho cerrado, indo em direção ao rosto de Daungher. Meus dedos estralaram, quando meu punho atingiu o algo.

— Você não aprende, não é? – Daungher apenas virou o rosto, como se nem tivesse sentindo dor.

— Eu? Perguntei com sacarmos.  – Você ta dentro da minha mente, esqueceu? Eu mando aqui.

O chão embaixo de nós cedeu, nos fazendo despencar no céu, agora nublado. Impulsionei o corpo para frente, com o punho fechado. Imaginei toda a minha força no golpe. Algo estalou, quando atingi Daungher em cheio no peito. Seu corpo cruzou o céu, como um meteoro, caindo rápido demais. A força da explosão, fez tudo em um raio de 2km ser destruído.

Continuei com o punho fechado, enquanto meu corpo parecia ser consumido por chamas azuis. Aquilo era incrível. Meu coração batia tão forte, que eu podia ouvir ele ecoando nos meus ouvidos.

Daungher ainda estava caindo, quando o atingi novamente. Seu corpo afundou na terra, abrindo uma cratera maior ainda, enquanto tudo explodia em fogo azul.

— Nunca mais se meta comigo. Não dentro da minha cabeça. – gritei, o observando de cima.

...

Yin e Yang estavam paradas cada um de um lado do corpo de Paul. Suas mãos unidas acima do tronco do garoto inconsciente. Seus lábios se moviam rapidamente, enquanto seus olhos tremiam embaixo das pálpebras.

Ninguém perguntou nada, quando elas, Andrew e Finch entraram pela porta. Todos apenas recuaram, e as deixaram passar.

Ismael se perguntou por que seres tão poderosos estavam ali. Mas preferiu guardar à pergunta para sim mesmo. Seus olhos estavam fixados em Paul, que respirava com dificuldade, e ficava cada vez mais gélido.

 Yin e Yang abriram os olhos,  tudo se iluminou quando o símbolo das duas surgiu no ar, acima de suas cabeças, e desceu lentamente até o peito de Paul.

...

Senti algo me puxando com força, para cima. Gritei, fechando os olhos com força. E então ele apareceu. Sabe aquele símbolo Chinês, o Yin Yang. Era algo lindo de se ver. Ele girava rapidamente, enquanto meu corpo se aproximava.

O ar voltou aos meus pulmões. Gritei, com força. Meus olhos se abriram repentinamente. Meu peito queimava, como se eu tivesse sido marcado com aquele ferro que eles marcam os bois. Braços fortes me seguraram pelo tronco, enquanto eu me debatia.

— Eu estou aqui. – disse Mael. Seus braços me envolvendo com força. – Ta tudo bem. – algo molhado caiu sobre meu ombro. – Esta tudo bem.


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Notas finais do capítulo

Eu amo tanto essa fic, que não importa mais nada, eu vou terminar ela. Sério, e se vocês lerem, divulgarem, ou manda pro amigo e fala : - Lê essa merda aqui. Eu vou ficar muito feliz.
Como expliquei na minha outra fic, eu tava sem note, pq ele tinha queimado.
Espero que gostem ta. Bejos.
Obs : Eu quis mudar um pouco o Yin Yang, mas mantendo as características originais.



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