Corações Feridos escrita por Tais Oliveira


Capítulo 24
Juntos somos uma família


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente ♥ :) Agradeço pelos 10 mil acessos alcançados no Nyah, e 5 mil no Spirit... :D Obrigada mesmo! Gostaria de me desculpar por não ter respondido os comentários ainda (estava ocupada essa semana) assim que postar esse capítulo vou responder todos... ♥
Assistam a chamada do capítulo, na minha opinião a mais animada de todas quem assistiu amou ♥ no começo o vídeo deu alguns problemas, mas agora já ta resolvido...

LINK: https://www.youtube.com/watch?v=jkiJrJLVX9M

Desfrutem desse capítulo animado ♥ Deixo a notícia triste para as Notas finais...
Boa leitura! ♥



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  Era uma manhã de Sábado. Assim que Regina abriu os olhos deixou que os raios solares os penetrassem. Sorriu, o tempo iria colaborar com seus planos.

 Levantou-se animada, vestiu o seu roupão e desceu.

—Dona Regina acordou cedo hoje.

Disse Theresa.

—Tenho um compromisso.

Respondeu com um sorriso que se expandiu mais ainda ao ver uma rosa sob a mesa, a pegou de imediato.

—Deixaram aqui há poucos minutos, junto com um bilhete.

Regina o leu: “Ansioso pelo dia de hoje. Com carinho Robin.”

 A cheirou como sempre fazia... Antes mesmo do tomar seu café, subiu e substituiu a rosa do dia anterior por aquela. As colocava em um pequeno vaso de cristal, no bidê ao lado de sua cama.

 Aquela era a quinta rosa que recebia de Robin que mantinha o gesto romântico de lhe enviar uma rosa por dia.

Completavam-se cinco dias de um relacionamento tênue, e o mesmo tempo apetitoso. Robin lhe causava desejos ardentes.

                                                     ***

  Para Roland finalmente tinha amanhecido o dia. O menino sequer havia pregado os olhos na noite anterior. Estava inquieto. Tomavam café.

—Papa que hora a Regina vai passar aqui? Eu quero ver ela.

Robin e Valerie sorriam com a animação do menino.

—Daqui há pouco ela está aí filho.

 Meia hora depois... Regina enviou uma mensagem a qual constava que ela os aguardava na frente do edifício.

Desceram de imediato.

 Regina estava escorada no seu carro, assim que Robin a viu, perdeu o fôlego. A mesma usava um vestido verde água justo até a cintura com uma faixa qual nas costas era amarrada por um laço,era godê na parte de baixo.

Nos pés calçava um sapato nude, seus cabelos estavam soltos, os lábios que ele tanto idolatrava estavam rubros como de costume.

A admirou ainda mais quando a mesma esboçou um sorriso assim que os viu. Quem a visse daquela maneira jamais se atreveria a chamá-la de “Dama de Gelo”.

—REGINA!

Gritou Roland correndo até ela, lhe depositando  um abraço apertado.

—Eu tava com saudades!

O menino concluiu por fim.

—Eu também! 

Disse ela tocando o nariz de Roland que gargalhou.

—Olá Valerie.

As duas se abraçaram.

—Oii.

Respondeu a jovem sorridente.

 Assim que se desvencilharam,Robin se aproximou de Regina a segurou pela mão beijando o canto dos lábios da mesma, logo em seguida sussurrou no ouvido dela: -Você está linda!

O que a fez sorrir.

 Valerie os observava,percebia a felicidade que havia sobre ambos.

Lembrou-se do entusiasmo de seu pai dias atrás lhe contando sobre seu namoro com Regina...

Os três foram despertos por Roland.

—Então onde você vai nos levar?

—É surpresa. Mas é melhor irmos logo para poder aproveitar bastante.

 Sendo assim, todos entraram no carro.

 A viagem foi tranquila, por vezes Roland falava algo fazendo todos rirem. Valerie e Regina conversaram sobre a universidade...

 Quando Regina estacionou o carro Roland exasperou com o que viu.

—UAU!

Disse com as mãos estagnadas no vidro do carro.Estavam em frente a um grande parque de diversão.

—Regina...

—Não comece Robin, hoje é tudo por minha conta.

Ele iria repreende-la novamente,porém se conteve, afinal Regina parecia estar tão animada quanto seus filhos.

 Assim que adentraram o parque Roland não pode esconder sua empolgação.

—São tantos brinquedos!!! Nem sei qual devemos andar primeiro!

O que causou risada em todos. Regina se agachou e disse: -Que tal aquele ali. (Apontou para os carros bate-bate.)

Os olhos do menino se arregalaram por segundos, até o mesmo começar a bater palminhas.

—Sim!Sim!Sim!

Exclamou enquanto pulava.

—Eu vou propor um desafio. Vocês dois competirão comigo e com a Valerie.

Regina disse colocando a mão no ombro da jovem.

—Aé? Você ta escutando isso filho?

—Aham... Nós vamos gahar delas não é pai?

—É assim que se fala campeão!

 Afirmou Robin pegando o filho no colo.

—Vamos ver não é Valerie?

—Com certeza.

  Esperaram a partida que ocorria no momento terminar, escolheram seus carrinhos e começaram a competir.

Logo no começo o carro delas foi atingido.

—Isso papa!!!

Comemorou Roland.

—Eu não disse que nós ganharíamos?

 Nem sequer perceberam que enquanto comemoravam, Regina fez a volta, e logo os atingiu com uma batida brusca.

—AU!

Eles disseram em uníssono.

—ISSO!

As duas exclamaram.

—Desse jeito não vale.

Robin disse.

—Não comece a reclamar Lockesley haja!

Afirmou Regina que acelera o carrinho. Foram separados pelos carros de outras pessoas... mesmo do outro lado da pista Regina e Valerie escutavam as gargalhadas de Roland.

 Se olharam sorrindo, logo perceberam que a risada do menino estava mais baia, porém mais perto.

Valerie sussurra: -Eles estão atrás de nós.

Regina consente. Robin preparava-se para bater no carro delas, sendo surpreendido por Regina que vira rapidamente os atingindo de novo.

 O mesmo não pode esconder seu espanto.

—Eu sou muito boa no volante! E tenho uma ótima co-pilota.

Piscou para Valerie que sorria com a vitória, afinal o tempo já havia terminado.

Enquanto desciam da pista Robin concluiu:

—É devo admitir vocês formam uma bela dupla.

 As duas comemoraram batendo a mão uma da outra.

—Papa?

—Sim.

—Eu quero ir no banheiro.

—Então vamos.

—Mas eu quero que a Regina me leve.

—Filho...

—Por mim não há problema algum.

Regina interferiu.

—Tudo bem então.

 Regina e Roland começaram a caminhar em meio a multidão e logo entrelaçaram suas mãos, sorriam um para o outro.

 Um  pouco mais distantes, Robin e Valerie os observavam. Abraçaram-se também irradiavam felicidade.

 Cinco minutos depois, enxergaram os dois voltando. Roland se deliciava com um algodão doce. Regina carregava mais três consigo.

—Filho o que eu te ensinei sobre ficar pedindo as coisas...

Regina se intromete.

—Robin (O encarou apreensiva.) –Fui eu que ofereci.

Dirigiu-se a Valerie para perguntar:

—Qual cor você prefere?

A jovem optou pelo rosa. Sendo assim, Regina entregou o azul para Robin e ficou com o amarelo.

 Os quatro caminhavam pelo parque enquanto saboreavam o algodão doce.

Valerie não lembrava qual fora a última vez que viu seu pai e seu irmão felizes, e até ela própria.

Robin colocou um pedaço do seu algodão na boca de Regina para ela experimentar, ela fez o mesmo com ele.

 Assim que terminaram Robin pergunta:

—Então onde vamos agora?

—NAQUELE!

Roland apontou para a roda gigante. Entraram na fila.

—Robin eu acho melhor você ir com ele. É mais seguro.

Valerie intervém: -vão vocês dois.Eu vou com ele.

—Ahh não! Eu quero ir com a Regina!

Disse cruzando os braços.

Valerie se agacha e sussurra no ouvido do irmão:

—Você não quer que eles fiquem juntos?

—Eu vou com a Val! Vou me comportar direitinho, juro de mindinho!

—Está tudo resolvido então!

Afirmou Robin.

—Você tem certeza?

Questionou Regina.

—Ele jurou de mindinho.

 Logo subiram no brinquedo. Regina e Robin escolheram seu assento, Valerie e Roland sentaram-se no seguinte.

 Assim que as outras pessoas se posicionaram, o brinquedo começou a fazer seu percurso de forma lenta, para que todos pudessem observar a bela vista.

 Robin percebeu que Regina olhava constantemente para seu filho, estava preocupada.

—Regina (Segurou na mão dela.)-Relaxe, ele está bem.

Apontou para o filho que sorria enquanto os abanava. Ambos retribuíram o cumprimento.

—Aproveite amor.

Regina sorriu. “Amor” Ouvir tal pronuncia dos lábios de Robin a fez tranquilizar.

—É você tem razão.

 Regina apreciou a paisagem do alto. Assim que viu a estátua da liberdade mesmo distante, colocou sua mão sob a perna de Robin ao dizer: -Olha lá! (Apontou com a mão livre.)

 O mesmo ficou inerte, sentir a mão dela ali tão próxima... Quando Regina percebeu o feito, a tirou de imediato. Corou.

 Admiravam os pássaros que voavam no céu. Robin olhou para os filhos que sorriam. A encarou e pegou na mão da mesma novamente.

—Obrigado Regina.

—Pelo que?

—Por proporcionar esse passeio para eles, fazia tanto tempo que eu não os via tão felizes.

A mesma sorriu.

—Não precisa agradecer,qualquer um faria isso.

Robin nega com a cabeça.

—Não Regina, não digo somente pelo passeio, também digo pela dedicação que você tem com eles. Você é especial, tenho certeza que seria uma ótima mãe.

 Regina abaixou sua cabeça. Robin se martirizou pela escolha de palavras.

—Desculpe, não foi isso que eu quis dizer. (Levantou a cabeça dela, acariciou seu rosto, a dor era nítida.)-Hey...

Sem saber o que fazer, Robin sela seus lábios nos dela, no início seria apenas um selinho, mas Regina o intensificou e ele retribuiu. No término do beijo, encostaram suas testas.

—Eu sinto muito.

—Eu sei. Eu entendo.

Disse esboçando um leve sorriso.

Roland vibrou ao ver o beijo dos dois.

  Passava do meio dia, foram até a praça de alimentação. Regina dedicou sua atenção ao Roland lhe ajudando a escolher sua refeição e explicando o que ele não entendia...

Por fim todos pediram suas refeições. Deliciavam-se com os pratos escolhidos, afinal estavam famintos.

 Assim que Roland terminou seu Hambúrguer disse:

—Eu quero andar de novo na roda gigante! Eu to adorando esse passeio!

Exclamava Roland de boca cheia.

Regina gargalhou enquanto limpava o canto dos lábios do menino que estava sujo de maionese.

 Valerie apreciava o cuidado que Regina tinha com o menino. Já observava á horas toda a atenção que a mesma depositava nele.

 Devia admitir que Regina lhe causava as sensações que Robin tanto queria que ela sentisse com Marian anos antes...

 Não achava que seria possível sentir isso por alguém. Contudo com Regina era diferente. Não sabia se lamentava, tinha medo de se apegar... por outro lado pensava em comemorar por finalmente sentir-se tão próxima de alguém.

 Seu devaneio foi interrompido pelas gargalhadas estridentes dos três. Assim que soube das palavras pronunciadas do irmão também riu.

 Quem os visse certamente acreditaria que eram uma família. Estavam felizes, nem sequer imaginavam que eram observados.

 Já faziam quatro dias desde a chegada de Augusth á Nova York.

Havia descobrido na Carolina do Norte, através de amigos incomun onde Robin trabalhava, o que de certa forma facilitou as coisas.

Sabia de todos os horários da rotina dos Lockesley.

 Infelizmente Roland era o que ele menos via. Quando o menino saia sempre estava acompanhado por Valerie, Robin ou Granny, que para seu desespero o conheciam.

 Esperava  encontrar um descuido deles para aproximar-se do menino...

                                                   ***

   O relógio já marcava 16:00 horas da tarde, e eles nem sequer haviam andado na metade dos brinquedos. Caminhavam em meio as pessoas... Robin queria segurar a mão de Regina, andar de mãos dadas como qualquer casal de namorados faria...

Percebia o olhar de alguns homens sob ela. No entanto, conteve-se já havia se arriscado demais a beijando horas antes.

—Nós precisamos tirar uma foto.

Disse Valerie.

—Você tem razão.

Concordou Regina.

 Valerie virou-se para pedir que alguém tirasse a foto. Esbarrou em Greg.

—Greg?

—Valerie?! Que surpresa!

—O que você está fazendo aqui?

—Eu combinei de encontrar uns amigos aqui, mas até agora eles não chegaram. Estou sozinho.

 Regina e Robin observavam os dois. O mesmo revirou os olhos, surpreendeu-se com o que veio a seguir...

—Sabe Valerie, tem uma pista de patinação no fim dessa quadra, você não gostaria de ir lá comigo?

 A jovem sorriu tímida, logo respondeu: -Eu iria adorar... (Foi interrompida quando seu pai pigarreou.) –Mas meu pai não vai deixar.

Concluiu cabisbaixa.

—O senhor deixa eu levar sua filha para patinar?

Regina observou o descontentamento no rosto do jovem.

—Robin... (Regina tocou nos braços dele.) –Deixa ela se divertir um pouco.

Robin bufou.

—Tudo bem, mas espere até nós irmos buscar você. Não saia de lá.

Valerie sorriu, logo se pendurou nos braços do pai.

—Obrigado!

Agradeceu contente.

—Obrigado Dr. Lockesley, Dra. Mills.

 Afastaram-se em meio as pessoas.

—Atrevido! Vem com esse papinho de coincidência, com certeza ele nos seguiu até aqui!

Regina gargalhou.

—Eu não acredito que você está dizendo isso Robin! Você é um pai muito ciumento.

 A mesma não conseguia conter suas risadas.

                                                       ***

  Valerie se encantou com a pista de patinação. Calçaram os respectivos patins e seguiram até a pista...

—Legal o seu pai ter deixado você vir.

—É verdade, se não fosse pela Regina...

—Está rolando alguma coisa entre eles dois?

—Ahh não... é que ela gosta muito do meu irmão.

—E aparentemente de você também.

—Ahh... não sei se tanto assim.

—Claro que sim! Me diz quem não gosta de você?

 A mesma corou. O menino questionou se não havia sido ousado demais?

 A jovem logo arriscou os primeiros passos na pista. Para sua surpresa estava se saindo bem.

—Você não vai vim?

Perguntou animada olhando para Greg que estava estagnado na entrada.

—Eu não sei se tenho coragem.

—Pensei que você viesse aqui sempre.

—Na verdade essa é a primeira vez, apenas sabia da existência desse lugar. Como estávamos próximos, encontrei um pretexto para te trazer aqui.

 Valerie sorriu e corou mais uma vez. Aproximou-se do rapaz e pegou sua mão.

—Venha não é tão difícil.

 Começaram a patinar com as mãos entrelaçadas, sorriam um para o outro.

 Valerie se questionou se devia contar a ele como se sentia?

 Lembrou-se da conversa com Regina semanas atrás... A mesma havia se arriscado e agora estava feliz namorando seu pai.

É desperta por Greg.

—Estou me saindo bem não estou?

—Está sim! Quer arriscar ir sozinho?

O jovem consentiu.

 Sendo assim Valerie o fez... Dois passos bastaram para que Greg caísse no chão.

—VOCÊ ESTÁ BEM?

Ela perguntou aflita colocando a mão na boca.

Greg logo se levantou, saiu da pista e sentou-se em uma das bancadas. Preocupada Valerie foi atrás dele...

—Como eu sou um otário! Belo jeito de surpreender uma garota!

 Assim que ouviu tais palavras a jovem não se conteve e perguntou:

—Você queria me surpreender?

—Sim... mas pelo visto não deu muito certo. Não encontro a maneira adequada Val para dizer os meus sentimentos...

—Você esta querendo dizer que...

—Eu gosto de você, eu nunca senti isso antes... Val, você é o meu primeiro amor.

—Você também é o meu.

 Sorriram. Greg aproximou-se dos lábios dela e logo os selaram.

                                                     ***

  Já era a terceira vez consecutiva que Roland andava no carrossel, no horizonte o sol se despedia...a noite havia chegado.

 Uma mulher grávida acompanhada de uma menina e um homem passaram por Robin e Regina, o que não passou desapercebido pela mesma que afrontava a barriga já saliente da mulher.

 Robin via a tristeza voltar no olhar dela, compreendia o quanto devia ser difícil para a mesma ver nos outros algo tão natural que ela não podia ter...

—Você está bem?

Disse a segurando pela cintura e a puxando para mais perto de si. Ao invés de reponde-lo apenas retribuiu o carinho e voltou sua atenção a Roland.

 Minutos depois decidiram ir embora...

  Caminhavam sob o luar em direção a pista de patinação. Roland estava entre eles saboreando um sorvete.

Regina e Robin trocavam olhares constantemente, o sorriso irradiava no rosto dos dois.

 Robin olhava para o filho que estava distraído o suficiente comendo seu sorvete, logo após encarou  Regina tendo uma visão encantadora, seus cabelos oscilavam com a brisa da noite o que a deixava ainda mais bonita. Além é claro do seu sorriso elusivo.

 Assim que chegaram em frente ao local, Regina soltou as mãos do menino que saiu correndo em direção a porta, quando virou-se para chama-los os viu se beijando novamente.

  Primeiramente estavam com as mãos entrelaçadas, logo ele depositou uma delas na cintura de Regina e a outra em sua nuca. O concluíram quando o ar foi escasso.

 Logo que adentrou Robin identificou a risada da filha, assim que seus olhares se encontraram os jovens foram até eles.

Quebrando o gelo, Regina pergunta:

—Então como foi a patinação de vocês?

Os dois se encararam e Valerie repondeu:

—Um tanto quanto desastrosa.

Gargalharam.

—É bom ver que se divertiram. Greg você quer uma carona?

—Não precisa Dra. Mills.

 Despediram-se. O caminho de volta para o apartamento foi em silêncio, estavam cansados...

Quando enfim chegaram Regina concluiu...

—Bom, é aqui que me despeço.

Para sua surpresa todos despertaram.

—AH NÃO!

Exclamou Roland.

—Já vai? Por que você não fica para jantar?

Sugeriu Valerie.

—Eu sei fazer um macarrão instantâneo delicioso.

Disse Robin.

—Fica por favor!

Implorava o menino.

—Tudo diante de três pares de olhos me pressionando fica difícil recusar.

—EBAA!!!

Roland comemorou.

 Assim que adentraram o apartamento, Robin dirigiu-se para a cozinha e começou a preparar o jantar com a ajuda de Valerie.

 Roland mostrou seu quarto e seus brinquedos favoritos para Regina.

 Pouco mais de vinte minutos e o jantar estava servido. Logo que provou Regina admitiu:

 -Nossa é delicioso! Posso ser boa na direção mas você é melhor na cozinha.

Piscou para Robin e colocou sua mão sob a dele.

Roland chutou as pernas da irmã por de baixo da mesa. Sorrindo.

—Eu também tenho créditos hein.

Disse Valerie.

—Eu sei, mas quanto a você não tenho dúvidas. Onde você coloca suas mãos há um toque especial.

—Você acha?

—Claro!

Afirmou Regina colocando mais uma garfada da comida em sua boca.

 Valerie sorriu de uma forma como Robin raramente costumava ver.

—Regina depois você quer ver como eu era quando bebê?

Perguntou Roland.

—Sim, e você também.

Disse olhando para Valerie.

—Valerie depois pegue nossos álbuns de fotografia para mostrarmos a Regina.

  O jantar havia sido finalizado, Regina estava imensamente feliz... Para Robin, Valerie e Roland jantar em família era algo normal, porém para ela não... mas naquela noite a mesma havia saciado esse desejo.

 Adentrou a cozinha e percebeu que Robin e Valerie preparavam-se para lavar a louça.

—Vocês querem ajuda? Se vocês quiserem posso lavar?

Apontou para a pia.

Ambos a encararam espantados, em uníssono perguntaram:

—Você lava louça?

Regina gargalhou.

—Mas é claro! Eu sou uma pessoa normal, vocês acham que eu sou o que?

—É que eu pensei que como você tem uma empregada...

Robin tentou se justificar.

—Nada de explicações... com licença me deixe lavar, é o mínimo que posso fazer.

—Mas Regina, você é visita e...

—Nada de mas... Robin.

Posicionou-se diante da pia.

Robin preferiu não se opor mais, a conhecia o suficiente para saber que nada que dissesse a faria mudar de ideia.

 -Bom já que vocês vão cuidar das coisas por aqui eu vou dar banho no Roland.

Pronunciou Valerie retirando-se.

 Robin analisava cada movimento de Regina, embora secasse a louça nem sequer percebia se estava o fazendo corretamente. Tinha ela ali ao seu lado e preferiu apreciar o máximo que pode aquela visão.

  Por fim Regina havia terminado, guardou a jarra de suco na geladeira ao perceber o olhar de Robin sob ela perguntou:

—O que foi?

—Vamos dançar?

—Dançar como?

Robin ligou o rádio que tocava a canção Don’t Stop Believin’...

 A apanhou pela cintura e começaram a dançar na cozinha sob a luz da geladeira. A rodopiou algumas vezes, até sussurrar:

—Você está tão linda nessa noite!

—Robin eu estou com essa roupa o dia inteiro, preciso tomar um banho e...

—Shii...

Colocou uma mexa do cabelo para atrás da orelha e ficou a observando.

—Por que você está me olhando desse jeito?

—Estou gravando cada traço seu.

Disse acariciando a rosto dela.

 “Por um sorriso, eles podem dividir a noite
Isso continua e continua e continua e continua...

Vivendo apenas para encontrar emoções
Escondidos em algum lugar pela noite...”

 Foram interrompidos por Roland.

—Papa eu to com sono.

Disse bocejando.

Robin e Regina se desvencilharam.

—Vou te colocar para dormir.

—Não eu quero que a Regina me coloque para dormir.

—Filho...

—Será um prazer.

Regina disse animada.

Roland segurou a mão dela e a guiou até seu quarto, assim que chegaram ele se deitou e Regina o cobriu.

—Deita aqui no cantinho Regina, só um pouquinho.

Sorriu e fez o que era pedido. Começou a acariciar os cabelos do menino.

—Isso é muito bom!

—Que bom que você gosta.

—Regina?

—Sim.

—Você vai ser minha mamãe?

Foi pega de surpresa pela pergunta do menino, não sabia o que responder. Antes mesmo que pudesse pensar em algo ele continua:

—Eu vi vocês se beijando hoje, duas vezes. (Gesticulou com os dedos.) –Meu pai me disse uma vez que quando beijamos alguém gostamos muito dessa pessoa.

Regina sorriu.

—E ele está certo.

—Então você gosta dele?

—Sim.

—Então vocês são namorados?

—Somos...

—ISSO!

—Mas você precisa me prometer que não irá contar nada há ninguém, é segredo.

—Por que?

—Existem pessoas ruins que podem querer me prejudicar você me entende?

—Quem poderia querer te prejudicar, se você é tão boa!

Passou suas pequenas mãos sob o rosto de Regina que responde:

—Não tanto quanto você!

Continuou lhe fazendo cafuné.

—Regina canta uma música para mim dormir?

 Sem pensar duas vezes Regina começou a cantarolar a música que ela própria não pronunciava há 19 anos...Over  the Rainbow - Mágico de Oz

 “Em algum lugar além do arco-íris

Bem lá no alto

Tem uma terra que eu ouvi falar

Um dia numa canção de ninar

                  

Em algum lugar além do arco-íris

Os céus são azuis

E os sonhos que você ousa sonhar

Realmente se realizam



Um dia vou fazer um pedido pra uma estrela

E acordar bem além das nuvens

Onde problemas derretem como gotas de limão

Acima das chaminés

É lá que você vai me encontrar...”

 

  Valerie que passava no corredor no momento, parou diante da porta do quarto do irmão para escutar... Sentiu uma sensação estranha.

 Roland havia adormecido.

Os olhos de Regina estavam marejados, uma das lágrimas escorreu. Levantou-se da cama e ficou observando a lua através da janela.

—Filha?

Valerie se assustou com o pai.

—Pai eu acho que a Regina está chorando, ela estava cantando e...

—O que?

Entrou no quarto do filho apressado. E a encontrou limpando suas lágrimas.

—Regina? Está tudo bem?

—Eu costumava cantar essa música para o meu bebê...

Robin a abraçou. E depositou um beijo na sua testa. Queria que ela se sentisse segura nos seus braços.

Escondida atrás da porta Valerie se questionava: “Regina já teve um filho? O que será que aconteceu?”

Minutos depois...

 Valerie e Regina estavam na sala olhando os álbuns de fotografia.

A jovem contava:

—Essa foto foi tirada quando eu aprendi a andar de bicicleta. Essa aqui é na minha formatura do pré, essa é no meu aniversário de 7 anos.

 Enquanto contava o momento de cada foto,Valerie analisava Regina  desde as feições de seu rosto até a pulseira e anel de ouro que ela usava... Como poderia uma pessoa tão elegante ser tão simples?

  Prezava as reações e sorrisos que a mesma tinha com cada história contada. Lembrou-se da forma cativante que ela tratava Roland, sem mais se questionar resolveu dizer o que sentia...

—Você cuida tão bem do meu irmão. Eu queria que meu pai tivesse te conhecido antes.

Regina foi desperta por tais palavras.

—Sabe Valerie eu também gostaria de ter conhecido vocês antes, mas eu acredito que tudo acontece no devido tempo... Mas Roland é uma criança ainda há tempo.

A jovem negou com a cabeça.

—Não digo pelo meu irmão, digo por mim.

Regina não conseguiu conter sua comoção. Por um tempo ficou encarando a jovem. Abriu a boca, nada conseguiu dizer... Conteve suas emoções e respondeu por fim segurando as mãos da menina.

—Querida... você é jovem ainda. Também há tempo! Tem tanto pela frente... Que tal sermos confidentes hein? (Acariciou o rosto de Valerie que fechou os olhos com aquele carinho, sentia uma sensação tão gostosa.)

Regina sentiu um calafrio percorrer seu corpo.

—Você tem razão, hoje já me ajudou tanto. Eu não sei como agradecer.

—Me contando o que aconteceu, que está te fazendo sorrir até agora.

A jovem ruborizou.

—Nós nos beijamos e...

Parou de falar com a chegada de seu pai.

—Está gostando das fotografias?

Ele pergunta olhando para Regina.

—Sim, vocês tem tantas histórias.

—Eu vou deixá-los a sós.

Disse Valerie levantando-se do sofá.

—Outro dia continuamos nossa conversa.

Concluiu Regina, a jovem sorriu e respondeu:

—Certamente! Boa noite. (Beijou a bochecha de Regina e logo depois a de seu pai.)

—Sobre o que vocês estavam conversando?

—Assuntos femininos Robin.

—Por que sinto que há algo a mais nisso...

Sorriu sentando-se ao lado de Regina e lhe entregando uma taça de vinho.

—Meu filhos te adoram! Estão tão felizes, até mesmo a Valerie está diferente, nunca tinha visto ela assim antes.

—E por que você acha que eles estão assim?

Segurou na mão dela e respondeu:

—Por que eles tem uma família completa de novo, juntos somos uma família.

Regina sorriu emocionada. Brindaram e consumiram com o vinho que estava servido na taça. Robin serviu mais uma dose para ele e para ela.

—Robin, não precisa. Eu ainda tenho que voltar para casa não...

—Fica aqui essa noite?

—O que?

—Sim. O que há demais? Não vou fazer nada de errado...

—Mas e os seus filhos?

—Podemos ficar até aqui nesse sofá mesmo.

Vendo a dúvida que ela exalava insistiu mais uma vez: -Fica.

Começou a tirar o sapato dos ´pés dela.

—O que você está fazendo?

Perguntou rindo.

—Fazendo você ficar.

—Tudo bem, tudo bem. Eu fico! Mas aqui no sofá.

—Pra mim está ótimo!

Beijaram-se.

 Logo aninharam-se no sofá, Regina encostou sua cabeça sob o peito de Robin e adormeceu. O mesmo a observou dormir, beijou os cabelos dela e pegou no sono em seguida.

 Valerie escutava de seu quarto uma música tocando, levantou-se. Checou seu irmão, o mesmo parecia desfrutar de um sono profundo.

Seguiu no corredor paralisou com o que viu, seu pai e Regina dormindo no sofá aconchegados um no outro. Sorriu.

Foi até a cozinha em passos lentos, desligou o rádio. Seus olhos percorreram o relógio 11:37 pm. Voltou para seu quarto, estava feliz. Pela primeira vez sentiu-se em uma família.

                                                    ***

 

Próximo capítulo...

 

Intrigado Daniel perguntou:

—O que você faz acompanhada com um dos seus empregados em um evento como esse?

 


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Não deixem de comentar... Valerie e Regina? Roland? Robin? ♥
Devem estar curiosos com a notícia que eu falei lá no começo... Como estamos em período de férias, eu irei me ausentar semana que vem, pra onde eu vou não tem internet... ou seja, o próximo capítulo será postado somente semana que vem... A fic voltará com tudo! :) Um grande beijooo ♥