Avatar: A lenda de Tara — Livro 2 Fogo escrita por Glenda Leão


Capítulo 1
Da escuridão para o fogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Boa leitura :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/687759/chapter/1

Estou cansada, com fome e frio. Ainda por cima tinha começado a chover. Já estou a um bom tempo assim e como eu havia passado toda a manhã andando a pé sob a garoa da cidade, estava encharcada como um gato perdido. Meus pés doem. Minha cabeça parece que vai explodir. Quero apenas desabar na rua.

— Você está bem? — Ouço uma voz e abro os olhos. Não percebi que havia adormecido em uma calçada. Uma garota de cabelos laranja e olhos dourados me observa com uma expressão curiosa. Respondo um não com a cabeça e ela parece achar graça, realmente eu devo estar parecendo uma bêbada. — Meu nome é Jun, qual é o seu?

Minha cabeça martela enquanto tento lembrar-me de algo para responder sua pergunta, mas nenhum nome me vem à mente. Na realidade nada me vem à mente. Não sei como vim parar aqui, não sei quem sou e não sei em que lugar estou.

— Jun?

— Não, Jun é o meu nome. Quero saber como você se chama. — ela sorri ternamente.

— Eu não sei.

— Tudo bem. — ela me ajuda a levantar e apoio meu corpo no dela para conseguir andar. — Acho melhor te tirar daqui, a cidade não está muito segura ultimamente.

Jun me arrastou por algumas ruas até que paramos em frente a uma enorme casa com um portão de bronze. Assim que Jun pôs os pés na calçada o portão se abriu. No centro do jardim há uma imensa fonte de prata pela qual jorrava metal derretido como se fosse água.

— Temos que ser discretas, ok? Não tinha permissão para sair. — ela sorri enquanto me arrasta para os fundos da casa. — Sabe garota, acho que já vi você em algum lugar.

— Serio? Onde? — pergunto confusa, ansiando por qualquer informação sobre mim.

Entramos pela porta dos fundos e subimos as enormes escadas em silencio. Chegamos ao quarto de Jun e ela me empurra para um banho.

Devo ter desmaiado mais uma vez por que não me lembro de ter saído do banho. Agora estou deitada no que deve ser a cama de Jun, estou com os cabelos úmidos e cheirando muito bem. Cobrindo minha pele está apenas um roupão de seda vermelha. Sinto a maciez do tecido contra meu corpo e me assusto quando Jun passa pela porta com uma bandeja nas mãos. Algo cheira bem. Jun percebe que estou acordada e coloca a bandeja sobre a cômoda ao lado da cama. Ela encosta a palma da mão na minha testa e depois em minha bochecha.

— Você já esta parecendo melhor. — ela sorri pra mim. — O que você acha de vestir algo?

— Acho que é uma boa ideia. — me sinto um pouco mais revigorada apesar da fome então Jun não precisa mais me ajudar a caminhar. Atravessamos uma porta em uma das paredes do enorme quarto e fico abismada com o que há aqui.

Cada peça de roupa aqui parece ter sido escolhida meticulosamente e feita sob medida para o corpo de Jun. Não me sinto a vontade quando passamos pela parte onde estão suas lingeries, ela faz questão de mostrar como são finas, não por querer se gabar ou algo do tipo, mas porque ela parece ter um sincero orgulho de seu senso de moda. Sinto meu rosto esquentar e dou um tímido sorriso.

— Como você pode notar nós não vestimos o mesmo numero. — ela tem razão, seu quadril é bem largo e a curva da sua cintura é bem sinuosa. Eu poderia ser confundida com um poste se comparada a Jun. — Consegui umas roupas emprestadas com minha irmã mais velha, acho que vão te cair bem.

— Obrigada. Por tudo. — estou verdadeiramente agradecida, não sei o que faria se tivesse acordado sozinha no meio da rua e sem saber nada sobre mim mesma.

A roupa que Jun me arrumou nem de longe eu poderia chamar de simples. Uma calça vermelha que se ajustou perfeitamente ao meu corpo, uma blusa e uma jaqueta pretas e para finalizar luvas curtas também na cor preta.

Jun me deixa sozinha no seu guarda roupa, me visto e volto para o quarto. Ela me mostra a bandeja de comida que havia me trazido e a devoro em poucos segundos. Ela folheia um livro distraidamente enquanto limpo os dedos com a boca. De repente Jun ergue a cabeça com os olhos arregalados.

— Já sei de onde vi você. — ela fala quase gritando de felicidade. — Eu te vi na TV uma vez logo depois que você chegou à cidade. Você é o avatar, não é?

— Avatar? O que é isso? — ela segura minhas mãos e de repente me puxa para fora da casa até chegarmos ao jardim. A fonte de metal derretido me provoca. Me assusto quando chamas saem dos braços de Jun. — V-você está pegando fogo. — ela sorri e com um simples movimento apaga os braços.

— Seu nome é Tara Caol, filha do presidente da republica da terra, esse é o terceiro mandato do seu pai. Há pouco tempo descobriram que você é o avatar. — ela fala tão rápido que tenho dificuldades para entender, alguns flashes de imagens surgem na minha cabeça e fico tonta. — O avatar é o único ser que pode dominar todos os quatro elementos. — ela me conta essa historia e ela parece ser real demais. Realmente consigo me lembrar do meu nome agora, de que posso dominar a terra, o metal e também o fogo, mas tudo que se refere a algo, além disso, me escapa.

Me encostei à parede e deixei o corpo cair, deslizando lentamente até me sentar sobre os calcanhares enquanto Jun conversava alegremente comigo. Acho que ela deve ser minha fan de alguma maneira.

— Já sei. — me surpreendo e levanto a cabeça com seu grito repentino. — O que acha de eu te ensinar a dominar o fogo? — sorrio contagiada por sua alegria. Sinto algo realmente bom vindo de Jun.

Jun e eu nos preparamos em uma pequena arena no quintal da casa, um lugar próprio para a dominação do fogo. Tento acender os braços da mesma forma que ela faz, mas nada aconteceu.

— Você não está se concentrando. — Jun me diz. — Você precisa se conectar com o fogo que está dentro de você e joga-lo pra fora. — ela continua, respira fundo move os braços e dança com o fogo ao seu redor. — Precisa, tipo, literalmente tirar o fogo de dentro de você e joga-lo ao seu redor, depois apenas o conduza para o lugar que quiser. Só é difícil no começo. — ela tenta me consolar depois de um longo suspiro. — Porque você está acostumada a dominar de uma forma dura e bruta, com o fogo você precisa de controle e agilidade. Acho que no seu caso vai ser um pouco difícil, porque você passou a vida toda achando que só podia dominar a terra. Você precisa aceitar e entender seu poder e então se soltar. Baixe a guarda. — Jun põe a mão esquerda nas minhas costas e eu respiro fundo. — Encontre o fogo. Domine-o. — sinto um calor correr por meus nervos e parar na minha pele. — Então solte-o.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pra quem não lembra da Jun sugiro que leia o capitulo do livro 1 "A menina que brincava com fogo"



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Avatar: A lenda de Tara — Livro 2 Fogo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.