Chara escrita por lauravhm


Capítulo 14
A guerra entre os humanos e monstros - Parte Final




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— Asgore! Precisa ver isso! - disse um guarda real. Asgore e Toriel foram para a entrada do castelo e olharam. Vários outros monstros estavam olhando para fora de suas janelas em direção ao campo para além dos limites da cidade. O que eles viram os deixou aterrorizados. Centenas de cavalos e carruagens aproximavam-se velozmente da cidade. Humanos conduziam estes cavalos e carruagens. Não pareciam amigáveis. Eles estavam com espadas, lanças e bastões mágicos erguidos em suas mãos. Asgore olhou paralisado. A realidade o golpeou violentamente e ele bradou:

— TODOS PARA DENTRO DO CASTELO!  PROTEJAM-SE! GUARDAS, EM FRENTE! -

Toriel queria segui-los, mas Asgore a impediu. 

— Não, você vai para dentro do castelo e vai se proteger. – disse. Deu dando-lhe um beijo na testa. 

— Asgore, você não acha mesmo que eu vou... -

— VÁ! – disse e logo partiu.

Ela olhou revoltada para Asgore, que estava correndo acompanhado de seus guardas. Ela entrou no castelo de má vontade. Asgore guiou seu exército para fora da cidade para encontrar com os humanos no campo. Após alguns minutos já estavam envolvidos na luta. Não passou muito tempo e os humanos já haviam matado vários monstros. O pó dos monstros falecidos espalhava-se pelo campo de batalha. Asgore sentiu desespero, mas permaneceu forte. Havia guerreiros e magos talentosos em meio aos humanos. Tinham poderes mágicos semelhantes aos dos monstros, porém muito mais forte. Alguns lançavam projéteis, raios ou brilhos coloridos, porém perigosos. Phinneas possuía as mesmas habilidades mágicas que Asgore e Toriel que por sua vez era fogo. Ele usava suas habilidades de fogo junto com sua espada. Asgore lançava bolas de fogo com seu tridente. Eles confrontavam um ao outro enquanto seus guerreiros lutavam valentemente ao seu redor. Agora era rei contra rei. 

Entrementes Toriel trocava de roupas. Ele colocou um vestido mais confortável que era roxo e tinha o símbolo da família real Dreemurr na parte da frente. Ela correu para o campo e envolveu-se na luta. Asgore desesperou-se, mas em seguida já havia se acalmado quando observava como Toriel derrotara cada humano que cruzava seu caminho com suas bolas de fogo. Asgore e Phinneas continuaram seu duelo, mas logo percebeu que precisava recuar. Percebeu que havia perdido mais de dois terços de seu exército.

— RECUAR! - berrou.

Os humanos já haviam invadido a cidade dos monstros e estavam destruindo-a. O casal real guiava os monstros para fora da cidade. Todos correram, dispersando-se dentro da floresta atrás da cidade. Correram até chegarem a uma montanha muito larga que estava bloqueando a passagem. Os humanos haviam encurralado os monstros. Não havia escapatória. Então Asgore e Toriel criaram uma barreira de fogo entre os monstros e humanos. Os monstros aproveitaram para escalarem a montanha na esperança de chegarem logo do outro lado. Phinneas desfez a barreira de fogo mágico e avançou com suas tropas. Asgore e Toriel tentavam atrasá-los enquanto os outros monstros subiam ao monte. Depois de subirem mais um pouco encontraram uma caverna onde eles se abrigaram. Uma vez dentro da caverna eles se viraram para ver se os humanos os tinham seguido. Mas eles não entraram. Phinneas estava parado na entrada. O que ele está tramando?

Seis outros magos  chegaram perto e posicionaram-se lado a lado. Suas almas brilhavam simultaneamente. A alma de Phinneas brilhava num vermelho vívido. Juntos criaram uma esfera mágica colorida e lançaram-na para dentro da caverna. Os monstros impulsivamente se abaixaram para se protegerem, mas não sentiram nada lhes atingindo. Abriram seus olhos e viram uma luz estranha na entrada na caverna e não era a luz do dia lá fora. Asgore chegou mais perto e tentou cutucá-la com o tridente. 

— É sólido? -

Asgore a golpeou. Nada aconteceu. Ele a golpeou mais forte. Ainda estava intacta. Ele a golpeou violentamente ao ponto de saírem bolas de fogo do tridente. Mas então percebeu que não adiantava. Ele caiu de joelhos sem esperanças.

— Eu falhei. - disse soluçando. Toriel ajoelhou-se ao lado de Asgore e passou a mão pelo em sua cabeça. 

— Vamos achar uma saída. - sussurrou.

O caminho pela caverna os levara para baixo. Não sabiam quantos metros estavam abaixo da superfície. Os monstros marchavam dias, mas não conseguiam achar uma saída. Logo estavam exaustos. Pelo menos tinham achado algumas áreas habitáveis onde haviam casas velhas feitas de pedra. Asgore ordenou aos monstros a se abrigarem em algum lugar. Sentia que eles iriam ficar muito tempo por lá. Mas não importa o que acontecesse, Asgore ainda iria responsabilizar-se pelo bem-estar de seu povo. Durante várias semanas Asgore e suas tropas tentavam achar saídas, porém sem sucesso. Logo perderam as esperanças. Não havia mais como negar que estavam presos e que não tinham poder para destruir a barreira lançada por Phinneas e seus magos. 

Asgore e suas tropas alcançaram um lugar bem ao fundo da montanha. Havia catacumbas feitas por paredes de tijolos roxos. Eles haviam chegado ao outro lado do subterrâneo. 

— Rei Asgore, como vai chamar este lugar? - perguntou o guarda. Asgore não o escutou. Ele olhava para o teto que estava muito acima deles. Havia um buraco por onde brilhava a luz solar. 

— Rei Asgore. -

— Q-que? -

— Como vai chamar este lugar? -

— Lar. -

Outubro de 201X 

— ... no final de 157X Rei Phinneas morreu de velhice. Ele nos fez viver numa era de prosperidade. Nós nunca nos esqueceríamos de nossa vitória sobre os monstros - fim da página 1002.

Cheio de desgosto, Chara jogou o livro no chão. Sentia repulsa ao ler estas palavras. Olhou para fora de sua janela e não entendeu como as crianças estavam brincando lá fora. Não havia nada para se alegrar. Mesmo que tudo que lera soasse como algo fictício, queria muito acreditar que era verdade. Ele queria acreditar que monstros existiam. Ele identificou-se com sua história. A perversidade humana matou a única pessoa que algum dia fez diferença na vida de Chara. O mundo havia perdido suas cores e ele não queria mais fazer parte deste.


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