Austin POV’S

Estava no sofá junto da menina, quando Sky falou que teria de sair.

Não me falou aonde iria, então resolvi mesmo assim não perguntar. Fiquei mais algum tempo assistindo desenhos com Yume, até que senti uma enorme falta de cafeína em meu organismo, então fui no armário para ver se lá havia algo como café. Não havia praticamente nada, então pensei em sair. Não podia deixar Yume sozinha ali, então resolvi leva – La, mesmo sabendo de tais riscos.

Peguei um machado no sótão, e coloquei Yume em meus ombros. Eu sabia que havia um posto de gasolina ali perto, mas não recordava o local exato. Caminhei com Yume pelas ruas ensanguentadas e vazias, até acharmos finalmente o posto. Fui até a loja de conveniência, que estava totalmente revirada, com os vidros quebrados e prateleiras caídas.

Procurei por suprimentos, e achei latas de feijão e alguns energéticos.Revirei a loja mais um pouco, e achei uma máquina de café.Peguei – a e coloquei na mochila. Coloquei Yume de volta em meus ombros, quando senti meu sangue gelar ao percebi que estava cm um cano apontado na nuca. Coloquei Yume no chão lentamente e levantei as mãos.

— Não se mexa... – Senti uma voz sussurrar em meu ouvido.

— Posso apenas me virar? – Falei, me cagando inteiro.

— Qualquer movimento que me soe como ameaça eu estouro seus miolos.

Eu me virei calmamente e falei:

— Cara, temos uma criança aqui. Ela já está sofrendo bastante em um mundo como esse, não acha que presenciar um cara sendo morto com um tiro na cabeça pode apenas piorar as coisas?

— Não me importo em traumatizar crianças se minha vida depender disso.

— Ok...Ok...

Parei para analisar sua aparência. Ele tinha cabelos ruivos, olhos castanhos e usava uma camiseta branca com mangas pretas, e um colar com um “T”.

Encaramos-nos por longos segundos até que uma mão tocou o ombro do cara, e uma voz falou atrás dele:

— Não vamos piorar as coisas... Matar ele só vai atrair mais zumbis e. Não sei você, mas não me sinto nada confortável em ver miolos explodindo...

Ele olhou para trás, abaixou a pistola e bufou de raiva.

—Você me deve uma...

Ele se virou e passou a revirar as coisas que estavam espalhadas pelo chão, enquanto uma garota se aproximou de mim e estendeu a mão para mim:

— Prazer, Ene. Aquele é o Saito.

— Olá, sou Austin e... Obrigado, de qualquer forma.

—É... O Saiko não é muito bom em dar boas vindas.

—Percebe – se... Mas então, eu e Yume já estamos de saída.

— Não é seguro sair agora... Já está anoitecendo, e se você não tem uma lanterna, você não vai durar muito...

— Merda... Então, acho que vou ficar por aqui mesmo essa noite... Vocês também?

— Já estávamos de saída, mas Saito voltou aqui para pegar umas coisas... Mas agora vamos passar a noite aqui.

— Ok... Pelo menos eu e Yume estaremos mais seguros com vocês dois por perto...

— De nada... Agora eu e Saito vamos bloquear a entrada com essas prateleiras... Fique de olho...

Eu tirei um saco de dormir da mochila, e estendi no chão para Yume, que já havia dormido. Sentei-me ao lado dela e fiquei refletindo sobre minha situação atual por alguns minutos, até que Saito veio até onde eu estava e se sentou perto de mim e ficou olhando Ene empilhando umas latas.

Eu voltei á olhar para o horizonte, enquanto eu colocava a cafeteira na tomada e fazia café.

Eu mal percebi que adormeci. Acordei com Ene me cutucando:

— Heey... Acorda...

—Olá?

—É seu turno... Você fica acordado de tocaia e qualquer coisa acorda o Saito.

— Ok...

Ela se virou e foi para os fundos da loja. Eu olhei em uns relógios da loja, e marcavam 1:42 da manhã. Peguei um copo de isopor e tomei um pouco de café, já que estava quase desmaiando de sono. Fiquei pensando em minha mãe, e no fato de que nunca a veria, e muito menos a abraçaria, ou sentiria seu cheiro... Eu definitivamente nunca havia passado nem ao menos um dia sem ver minha mãe e dar um abraço nela...

Eu estava brisando até ouvir um barulho de vidro quebrando. Levantei-me lentamente, e fui andando até a direção de onde o som viera. Saito também havia acordado, e estava segurando sua pistola. Provavelmente também ouvira o barulho. Ele fez um sinal para eu ir à frente com meu machado, então obedeci. Quando chegamos aonde ouvimos o barulho, havia um zumbi de um metro e meio comendo um rato. Ele não havia nos visto.

— Merda! – Eu falei, fazendo – o perceber que estávamos ali. Ele olhou para nós e começou á correr em nossa direção. Saito foi rápido, se desviando para o lado e colocando o pé na frente do monstro, fazendo – o cair. Ele tirou o machado das minhas mãos e o enfiou na nuca do zumbi, que se contorceu por um segundo, mas logo morreu.

 - Boa noite. – Saito me disse, e voltou a dormir.

Eu me deitei novamente, e fiquei acordado até o turno do Saito.

Quando amanheceu, eu acordei antes de todos. Peguei alguns suprimentos, e estava indo até a porta, quando vi uma garota correndo até minha direção. Eu empurrei as prateleiras que bloqueavam a porta para deixa – La entrar. Ela deu um chute na porta, fazendo – a abrir.

— Eles estão vindo! – Ela gritou.

Eu fiquei sem reação por alguns segundos, mas logo que soube o que estava acontecendo, fui acordar o resto do pessoal.

Ene POV’S

Acordei com barulhos de metal caindo. Logo depois, Austin veio até mim.

— Tem dezenas e mortos vindo! – Ele gritou – Vai ajudar a Hikaru a bloquear a porta.

— Peraí...Você deixou alguém entrar?

Ele me olhou com uma cara séria.

—Sério mesmo?

Eu assenti com a cabeça, e fui até a porta. Na porta havia uma garota ruiva, que usava uma blusa branca e shorts azuis.

— Prazer, Hikaru. – Ela disse.

— Igualmente – Eu disse.

Nós duas bloqueamos a porta o máximo o possível, até que conseguimos ver um grupo enorme de zumbis vindo lentamente até nossa direção. Até que, logo chegaram até onde estávamos, e começaram a tentar quebrar o vidro das vitrines de qualquer modo possível. Logo, o vidro começou á quebrar. Austin veio até mim, e disse:
— Protege a Yume... Eu vou tentar segurar o máximo que eu conseguir...

Assenti com a cabeça, e fui até Yume e a coloquei em meus ombros.

Levei – a até os fundos, a coloquei no chão, e dei para ela uma das pistolas.

— Só atira em tudo que se mexer, tudo bem?

Ela assentiu com a cabeça.

Eu voltei para a frente da loja, e vi que os zumbis estavam quase entrando, quando Saito veio com uma pistola sinalizadora nas mãos. Ele fez um buraco no vidro, e atirou um sinalizador na direção dos zumbis. Eles olharam para a direção onde o sinalizador foi atirado, e logo começaram a andar na direção do sinalizador.

— Vamos achar um lugar seguro... Não temos muito tempo. – Saito falou.

— Venham – Austin disse – Eu sei de uma amiga que não vai se importar de nos abrigar na casa dela.