Paciente 99 escrita por Elliot White


Capítulo 17
O duelo


Notas iniciais do capítulo

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Boa leitura!



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— Por favor, Vic, desista enquanto é tempo, ou irá se arrepender. Eu não quero machucá-la. – Tag pronunciou, em frente a mim no salão, ao mesmo tempo em que o pai o observava, confiante.

— Eu já tomei minha decisão. – Falei, avançando alguns passos em sua direção, e sendo pega de surpresa quando meu escudo feito de joias voou da minha mão até a dele, em um segundo eu só estava equipada com a espada de pedra.

— Eu te avisei, sou muito mais experiente com isso do que você. – O imortal continuou, então eu investi com a espada empunhada antes que ele a tirasse de mim também.

O golpe foi bloqueado pelo escudo, fazendo um ruído, então eu fui alternando as direções das espadadas, e não importa onde eu atacava, Tag sempre se defendia a tempo. Sua expressão estava séria, e eu podia sentir os olhos do paciente 99 observando tudo, detalhe por detalhe.

O moreno então segurou firme o escudo, o fazendo rapidamente se transformar em uma espada, enquanto as pedras se moviam como moléculas dançando. Ele foi rápido ao atingir a minha arma, e a fazer se partir, a fatia do topo cortou o ar girando ao percorrer a distância que levava até a janela de vidro, acertando-a com uma potência que causou um estrondo e fez múltiplas partículas se quebrarem. Agora eu só tinha uma meia espada.

Ele estava certo, eu não sabia lidar com estas joias como ele. Mas eu precisava tentar.

Lancei a espada de pedra na direção de Tag, o distraindo enquanto o objeto flutuava, assim fui veloz e parti para cima do mesmo, o derrubando no chão, e fazendo nossos corpos deslizarem pelo piso escorregadio e frio, até onde os estilhaços estavam espalhados.

Como fiquei por cima, preparei meu punho, fechado e movi em direção ao rosto do tailandês, que foi parado sem esforço.

— Não faça isso. – Disse Tag. Seu pai soltou um pigarreio, do andar de cima.

O olhei séria e com a outra mão peguei um bom pedaço de vidro já o dirigindo para um golpe, que foi bloqueado pela outra mão do moreno, livre. Desta vez ele não foi tão resistente e cedeu um pouco, deixando com que a peça cortante rasgasse seu traje de luxo, enquanto gotas de sangue pingavam de sua mão, tentando com força impedir que meu golpe avançasse mais.

Segurei o objeto com as duas mãos, o levantando no ar e pronta para investir, quando o mesmo me encara com seus orbes negros orientais e levanta seu punho, em direção ao meu ventre. Algo havia me parado, e eu não conseguia me mover.

Uma dor insuportável me tomou, vinda do meu estômago. Fechei meus olhos. As mãos se abriram e soltaram o pedaço de vidro no chão, eclodindo em mil cacos. O punho de Tag estava cerrado agora, e seu olhar, fulminante enquanto algo se movia dentro de mim respondendo ao seu comando. Eu sabia o que era agora. As minhas pedras na vesícula, que foram colocadas pelo demônio, ele estava usando magia nelas.

Não demorou para que o rapaz manipulasse a forma das pedras, como ele fez com o escudo, o transformando em espada. Porém, o que ele fez foi pior. O tamanho da peça dobrou, formando uma ponta afiada que abriu uma fenda na minha barriga, rasgando o tecido do vestido e o sujando de sangue. Gotas do liquido vital também voaram da minha boca. Eu estava ferida.

Caí no chão, notando uma hemorragia expandir-se sem cessar. Tag levantou e segurou uma espada em cada mão.

— Eu não vou pegar leve com você, Victory. Vou vencer o duelo.

— Não a mate, Tagrus. Eu preciso dela viva. – O pai ordenou do lado de cima.

O mais velho já estava descendo as escadas e decidindo que eu havia perco, mas eu não poderia desistir assim tão fácil, ou continuaria presa.

Recorri à magia, que respondeu automaticamente ao meu comando, não do jeito esperado, porém respondeu. Uma das espadas se contorceu da mão do moreno quando eu ergui o braço, e se desfez de sua forma agora se apresentando como um chicote, ou uma corda, feita de várias joias coloridas, era como um camaleão mudando de cor. As vinhas logo se enroscaram na perna do mesmo, em sua calça da realeza, e o puxou com força, o fazendo colidir no piso dando-lhe uma rasteira. Agora eu entendia que as pedras que eu coletei tornariam real tudo o que eu imaginasse.

Depois do chicote retornar à minha mão, como se estivesse vivo, ordenei mentalmente para que algemasse Tag e o deixasse imobilizado, e isso aconteceu. Agora estava nítido em sua cara o desespero. Levantei e fiz a espada levitar até meu punho, e ficar mais afiada e menor, de um tamanho que pudesse ferir e terminar este duelo, um punhal. Podia sentir a aflição do demônio em ver o filho indefeso.

— O que vai fazer, Vic? Eu sou imortal, lembra? – O oriental falou. É, eu sabia disso. No entanto precisava tentar. “Isso é por ter me enganado por tanto tempo e negado me ajudar quando precisei. ” Pensei.

E com isso eu o atingi com um golpe só, a adaga afundou em seu peito o fazendo ter espasmos de dor enquanto eu enterrava a arma com as duas mãos. Gotículas de sangue vazavam de sua boca, sujando sua pele bronzeada. Depois de um tempo, nada aconteceu. Parecia que a vida nunca iria deixar o seu corpo, e que eu era louca de tentar mata-lo.

— Viu? Eu não posso morrer. – Ele disse, sorrindo, e o pai gargalhou no fundo.

— Anda logo, acabou. E você irá me dar o que eu quero, bruxa. – Surgat afirmou, já no primeiro piso.

— Nada disso, eu ganhei. Eu o golpeei, venci o duelo. Não importa que Tag esteja vivo. – O afrontei.

— Não me desafie! – O paciente 99 gritou, mas foi interrompido por gemidos vindo de Tagrus.

O moreno fazia expressões de dor e desconforto, lançando mais jatos de sangue pelos lábios, enquanto se contorcia. Nós dois viramos-vos para vê-lo, estava inchado e sua pele foi lentamente se alterando, para um tom rosado, depois azulado, e assim por diante como se fosse um arco-íris, como um réptil trocando de pele. Seu corpo todo tomou a textura das pedras, fragmentada e espelhada, e o processo parecia machucá-lo. Depois de alguns segundos com isso se repetindo, todas as partículas se dividiram em centenas de pedacinhos se espalhando pelo salão e causando ruídos de vidro quebrando, o corpo do imortal sumira como se nunca estivesse estado lá.

Meu Deus, eu matei ele.

— Impossível! Olha o que você fez com o meu filho! Ele é imortal, como conseguiu matar ele? – O demônio fez um escândalo e sua voz grave ecoou pelo cômodo inteiro.

— Era só um palpite. Eu pensei que se ele fosse ferido por alguém como ele, ele morreria.


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Notas finais do capítulo

A história está quase no fim, então não deixem de dizer o que estão achando até o final!

E quero avisar que a segunda temporada chega no mesmo dia em que a J K Rowling lançar Harry potter 8 nas livrarias kkk bjs♥