De Corpo e Alma escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 45
Os Corações não são iguais


Notas iniciais do capítulo

Oieeee, voltei! Desculpem o atraso fora do normal...Quase,rsrsrsrs. Os nervos andavam (andam na verdade) meio fora do lugar. E tudo graças a uma pessoa que desenvolveu o complexo bipolar(e não fui eu! Garanto!!)!!!!
Mas vamos deixar de enrolação.
Boa leitura...rewiews são sempre bem vindos..Bjinhos flores.



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"Você diz que não precisa, viver sonhando tanto;

Que vivo a fazer demais, por você.....

Mas tem que ser assim, pra ser de coração;

Não diga não precisa, Ah,ah,ah...."

Não precisa

Paula Fernandes

 

Dois dias depois

Connor

Pouco depois de prestar depoimento, saio da delegacia acompanhado por Will e seu irmão. Durante nossa permanência no distrito, fui colocado a par das investigações sobre meu sequestro, que continuam apesar de todos(ou quase) estarem presos, ou na delegacia ou no hospital,sob vigilância, até se recuperarem e se juntarem aos outros na cadeia.

Ao que tudo indicava, não apenas eu mas Sarah e nossa filha também eram alvos,o que me fez agradecer imensamente a Deus por tê-las protegido. A motivação ainda uma incógnita.  

Que havia outra além do dinheiro estava cada vez mais evidente visto que o mentor intelectual,ao contrario do que se pensava, permanecia solto,levando o sargento Voight a cogitar a hipótese de vingança.

Exatamente por isso estava agora "roubando" a folga de Will e contando com a ajuda de seu irmão para tentarmos encontrar a unica pessoa que poderia nos dar uma resposta: Ramon.

Lógico que Voight sequer podia sonhar o que pretendíamos sob pena de todos ( todos mesmo!) estarmos encrencados.  Seriamente encrencados.

—Não acredito que me convenceu a fazer isso!- Will resmunga, observando as ruas pela janela - É loucura! Sem contar a tremenda confusão que vamos nos meter- continua - Por que raios não falou tudo na delegacia e deixou a inteligencia investigar? - questiona, voltando-se para mim.

—A inteligencia está investigando - digo, colocando a mão no ombro de Jay, que sorri.

—Muito me admira o senhor ter concordado com isto! - exclama, virando o rosto para encarar o irmão - Desse maluco ai,não posso dizer nada. Mas você Jay...- deixa a insinuação no ar.

—Rhodes ..-o interrompo.

—Connor . Me chame de Connor, Jay, por favor - peço.

—Connor - corrige-se - acredita na inocência do tal Ramon e confio no julgamento dele. Afinal, ele estava lá e já conhecia o cara de antes -diz, concentrado - Se seu amigo realmente entrou ilegalmente no país, ele deve estar por aqui - afirma - Só espero que ele tenha boas relações por aqui,ou vou ter problemas- diz - E o olhamos,intrigados - Policiais não são muito bem vindos aqui. Somos sempre confundidos com a Migra - fala, usando a gíria dos ilegais para o Departamento de Imigração.

—E só agora você avisa!!! - Will reclama, olhando preocupado.

—Relaxa maninho, qualquer coisa digo que você está procurando sua namorada grávida que fugiu- brinca, rindo e me fazendo rir alto da cara de espanto do irmão.

—Agora tenho certeza:fui trocado na maternidade!- provoca-o - Connor,Claire é minha irmã e este é seu irmão. Desculpa não ter falado antes.- me provoca,juntando-se a nós,rindo também, enquanto Jay estaciona - Ai, ai, quem diria que Nat ia ficar viúva tão perto do casamento!?- suspira, fechando a porta, escorando-se nela.

—Quantos dia para o Grande Dia?- pergunto,parando a seu lado.

—Oito - informa, um brilho surgindo no olhar - Os proclamas já correram, visto que quando a pedi já havia adiantado algumas coisas com padre Paul - diz, nos acompanhando.

—Espera ai, quer dizer que antes de ter certeza de que ela aceitaria, já tinha ido até a igreja?- Jay questiona-o e ele confirma com um aceno - Como podê fazer isto?

—Tive um bom professor! - exclama,me cutucando com o ombro - E tinha Certeza que aceitaria - não posso conter o riso.

—Depois o maluco sou eu - protesta Jay, atento a um grupo de jovens que nos observava mais atentamente, começando a nos seguir - Alerta doutores - avisa-nos, levando a mão a cintura.

—Jay, não !- exclamo, pondo minha mão sobre a sua - Só em ultimo caso - peço

 _ Que seria???- questiona-me Will, tenso.

—Hola amigos! Hay un poco fuera de su casa,no es verdad? -diz um dos jovens, se aproximando de nós, os demais o seguindo, se espalhando ao nosso redor, nos cercando.

—Como agora, por exemplo?- volta a me questionar.

—Non queremos confusion. Estamos en busca de amigo...Ramon...vocês sabem?-pergunto, olhando em volta.

—Tenemos muchos Ramos aqui! - exclama o mais velho deles, fazendo os demais rirem.

O Grupo nos cerca, impedindo qualquer possibilidade de fuga.

—Acho que não foi uma boa ideia,afinal -digo, me arrependendo  de tê-los trazido aqui.

—Ah,você acha? Agora? - bufa Will, olhando de um lado par o outro, alaramado.

—BASTA! - ouvimos uma voz grave gritar no momento em que Jay se preparava para nos defender - Deja-los passar!- ordena e o grupo abre passagem, nos deixando seguir - Aqui- chama um homem mais velho, saindo de dentro de uma casa - Entrem - convida-nos.

—Não sei se é uma boa ideia - pondera Will,seguindo a mim e a Jay, entrando na casa - Acho que prefiro arriscar as chances com os guris lá atrás.

—Guris que podem te dar la violencia! -exclama o homem, indicando um sofá para sentarmos -É o médico do vídeo,não é?-pergunta e aceno afirmativamente - Ramon falou sobre você. Da Colômbia-diz, nos observando por um minuto antes de avisar -Vou chamá-lo- sai, nos deixando sozinhos.

—O que é "la violencia"?- Will pergunta.

—Gravata colombiana - respondemos eu e Jay ao mesmo tempo.

—E daí? Gosto de gravatas. Você mesmo me deu uma - comenta, olhando-nos intrigado.

—Sabe o que é uma gravata colombiana?- pergunto.

—Não lembra,na verdade- Jay afirma,rindo - Já falei mas acho que esqueceu.

—E o que raios é isso afinal? - irrita-se.

—Basicamente?- questiono e ele acena impaciente - Expõem sua língua pela garganta.

—O QUE???- grita, erguendo-se, Jay o segurando pelo braço,fazendo-o sentar na hora em que Ramon aparece.

—Holla, doctor! Como estas? - pergunta.

Me levanto para receber seu cumprimento.

—Bien,amigo. Gracias!- agradeço, voltando a sentar - Desculpe ter vindo até aqui. Não quis causar problemas.

—Pra mim?-questiona e confirmo - Não.De jeito nenhum. Talvez vocês pudessem ter- olha para Wil e Jay,demorando-se no segundo - Não gostam muito de tiras aqui, pelo bairro -diz - Não em nossa casa. Aqui são bem vindos. - frisa, cumprimentando Jay com um aperto de mão, acenando para Will - Ainda mais com meu amigo doc aqui- completa - Mas o que o traz aqui?- pergunta.

—O que você sabe sobre os homens que me raptaram ,Ramon? Como se envolveu com eles?- questiono-o diretamente.

—Quando se chega ilegal, algumas dívidas ficam pendentes,doc- diz, triste - Uma forma de pagar é servindo de ajuda para os coiotes. Não é bom negar quando pedem - afirma - Quando vi que era usted...você...fiquei triste por não poder fazer nada..Pedón!!

—Non hay nada que perdonar -asseguro, segurando sua mão - Me ayudaste mucho,gracias- ele agradece com um aceno,sorrindo - Sabe quem era o líder? 

—Não. Nunca o vi - garante - Sei que era alguém influente, da alta.

—Ouviu algum comentário se havia algum motivo,além do dinheiro, para o sequestro? O doc era o alvo principal?- Jay interroga.

—Venganza...Vingança - diz -Mas não contra doc- completa - Alguém ligado ao senhor.

Após mais meia hora, nos despedimos.

—Gracias,Ramon- seguro sua mão entre as minhas - Por tudo. Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, me ligue - lhe entrego um pedaço de papel com meu número - Não hesite,por favor- balança a cabeça afirmativamente, sorrindo.

—Y su hija? Como se llama?

—Valentina - digo e seu sorriso aumenta.

—Corazones no son iguales!!- sustenta o sorriso, apertando minha mão.

—No!- sorrio de volta, despedindo-me a seguir, voltando para o carro com will e Jay.

—O que foi aquilo?- pergunta Will, voltando a olhar ao redor, sem medo desta vez.

—Muitas vezes, nos acampamentos, eramos julgados por nossa nacionalidade. Fulano era melhor do que sicrano porque não é americano, ou porque é brasileiro, e assim por diante - relembro, parando junto ao carro, observando, assim como Will e Jay, tudo ao redor - Um dos chefes disse, durante uma discussão, que não importava o país e sim o coração. Um bom coração não enxerga nacionalidade, cor, religião- paro, encarando meus dois amigos - Enxerga apenas seres humanos, tornando-se incapaz de atos bárbaros...Como abandonar a morte ou matar um recém nascido - suspiro - E que, feliz e infelizmente, os corações não são iguais. 

 

"... Não diga não precisa, eu digo que é preciso;

Agente se amar, demais...

Mas tem que ser assim, pra ser de coração;

Não diga não precisa.."


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Notas finais do capítulo

Não diga não precisa amar demais...Se amar demais!!
Bjinhos flores.



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