De Corpo e Alma escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 38
Valentina!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoa lindas. Voltando para mais um capítulo.
O titulo já da uma dica sobre quem vamos falar não é?? Ela mesma.Baby a caminho! E como um boa menina, já é obediente desde cedo. SQN! Valentina tem personalidade e vai mostra isso logo cedo.
Boa leitura. Rewiews,please.
Bjinhos flores.
P.S: Leiam as notas finais.



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"....Oitavo mês,aguenta que eu já tô chegando;

Só quero um jeito de te encontrar...

Seca o choro e fica aqui comigo que mesmo assim tristinha eu já sei

Que eu amo você!"

Oração do bebê

 

 

Um mês depois

Connor

 

Enquanto arrumo minha mala, relembro os últimos acontecimentos.

Apesar de a chegada de Paul ter me trazido alívio e um pouco mais de tranquilidade no dia a dia, as coisas andam complicadas.

Pra começar, mesmo depois que ele assumiu, Mei e Lockhart, especialmente a última, insistem em me procurar para tirar duvidas, o que acabou causando um mal estar entre mim e meu cunhado, além, claro, de irritar Sarah profundamente. Tive quer ser grosso com as duas a fim de evitar problemas ainda maiores.

O pai e a mãe de Sarah (desde que descobriu que o ex está fixando residencia na cidade,Joanne vem tentando se reaproximar), entraram em uma disputa pra conseguir a atenção dela, o que irritou meu pai, confirmando nossas suspeitas de que os dois estavam tendo um caso. Junte a isso o fato de Claire ter demonstrado interesse, e vice versa, em Paul, que acaba de se divorciar e ainda está envolvido em uma disputa judicial pela guarda da filha de dois anos, Isabela, que veio com ele visto que possui a mesma provisoriamente. Preciso dizer que meu pai surtou??   Claire não deu a minima. Os dois brigaram e como resultado minha irmã saiu de casa, indo para seu próprio apartamento, dando inicio,de forma oficial, a seu namoro com Paul.

Pra fechar com chave de ouro, por conta da especialização vou ter que viajar por quinze dias a fim de cumprir o período obrigatório de estagio,  indo a Baltimore. Qual o problema?? O hospital onde vou estagiar é o mesmo onde Sam está trabalhando.

A principio, pensei em não comentar nada com Sarah, evitando aborrecimentos, visto que sei como se sente em relação a ela, mas depois que algumas pessoas ligadas a Sam que  trabalham no Med mencionarem o fato de ser em Baltimore que estava morando , e de a mãe de Sarah ter feito insinuações sobre o fato de estar indo passar um período tão longo,em uma cidade estranha, sozinho, deixando uma esposa grávida em casa...De como me sentiria solitário ( me fazendo pensar no quanto minha sogra tem sorte de não parar, nesse momento, sob meus cuidados,em uma mesa de cirurgia!), resolvi não arriscar.

—Não teria como seu estagio ser em outro hospital?- me perguntara depois que lhe contei- Tem que ser necessariamente neste?

—É o melhor e mais bem conceituado do país, Sarah - digo - Foi onde David se formou e começou sua carreira.-continuo,vendo-a fazer uma expressão de desgosto - Meu amor, vou a trabalho, não pra me divertir, ao contrario do que possam ter sugerido- digo, beijando seu ombro- Quinze dias passam rápido, você vai ver.

—Se você diz - fala, dando de ombros, saindo do quarto. Suspiro, seguindo-a até a cozinha.

—Sarah, por favor, não fique assim-peço- Como vou viajar tranquilo sabendo que está chateada comigo?

—Não estou chateada- diz, fazendo barulho ao por a louça na pia- Talvez um pouco...Muito- admite,encostando-se no balcão,ficando de frente para mim-Não me peça pra gostar do fato de estar indo passar quinze dias perto de uma mulher linda,competente , que nunca escondeu de ninguém que gostaria de transar com meu marido. Isso é humanamente impossível!

—Vamos fazer o seguinte - abraço-a, beijando seu pescoço- Todos os dias gravo videos,vários, mostrando onde e com quem estou,pode ser?

—E me fazer pagar de esposa ciumenta e controladora? - rebate, tentando se desvencilhar dos meus braços-Não, obrigada- suspira,desistindo de soltar-se- Connor, eu vou ficar bem. Pode demorar um pouco, mas vou ficar- garante.

—Jura?- pergunto e assente que sim- Por que será que não acredito nisso?- questiono, vendo-a ensaiar um sorriso.

Escuto o chuveiro ser desligado e desperto do devaneio. Sarah sai ,usando um roupão e a olho,admirado. A gravidez a deixou ainda mais bonita.

—Já terminou? - pergunta, enxugando os cabelos e confirmo com um aceno,indo até ela, segurando seu rosto entre as mãos,observando-a por um bom tempo antes de beijá-la,conduzindo-a lentamente até a cama,onde fazemos amor.

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Quinze dias depois

Sarah

Termino de me arrumar e vou para a sala esperar a carona da vez,lendo a mensagem que Connor me enviara.

Desde que viajou nos falamos no minimo três vezes por dia fora as mensagens que me manda contando como foi seu dia,querendo saber do meu,como estou, se estão cumprindo com o combinado(antes de viajar,fez todos,inclusive Claire, prometerem que nunca iriam me deixar sozinha,que sempre alguém me levaria e traria pra casa),entre outras coisas mais picantes. Descobri que sexo por telefone pode ser divertido e prazeroso, servindo para aplacar um pouco da saudade que sentimos.

Sinto valentina se mexer e respiro fundo. Os últimos dias tem sido dificeis e agradeço a Deus o esforço que todos estão fazendo para atender o pedido de Connor. Em especial Claire e Maggie.   As duas tem se desdobrado para que eu não passe uma noite sequer só. Ontem foi a primeira vez que isto aconteceu pois ambas não puderam vir, por razões mais do que justas: Claire acompanhou Paul até o hospital com a filhinha. Isabela havia contraído uma virose na creche e andava mal; Maggie precisou dobrar o plantão pois quatro enfermeiras faltaram, inclusive Lilian, vitimas da mesma virose. Não mencionei o fato a Connor quando ligou pois sabia que ficaria preocupado. Ele retornaria no dia seguinte e só de pensar me.....

—Ufaaa!! Nossa Valentina, que inquietação toda é essa hoje?- massageio minha barriga sentindo-a chutar e mexer-se como nunca, me causando faltar de ar - Calma filha!

Como Nat e Will estavam demorando, resolvo ir sozinha para o hospital. Pego minhas bolsa e jaleco,fecho o apartamento e saio, celular na mão para avisá-los, mesmo sabendo que levaria uma bronca.

Caminho devagar até a estação de metro mais próxima mas desisto de utilizá-lo assim que encaro os primeiros dez degraus da enorme escada que leva até a plataforma.

—Não foram feitas para gravidas- um senhor comenta ao me ver parada, buscando ar- Aqui, deixe-me ajudá-la -pede, segurando meu braço,me apoiando no caminho de volta.

Agradeço, me dirigindo para a calçada a fim de pegar um táxi. Aceno e, pra minha alegria, um para. Entro no carro,digo para onde queria ir e me concentro em tentar falar com Nat ou Will mais uma vez.

O carro havia avançado um quarteirão quando escuto um forte estrondo seguido de uma pancada na lateral do veiculo,fazendo-o girar. Sou jogada para frente, me chocando com força contra o banco dianteiro. Quando paramos de girar, ergo a cabeça tentando entender o que havia acontecido. Sinto uma dor forte seguida da sensação de um liquido escorrendo por minhas pernas. levo a mão até o local, assustando-me ao ergue-la .

—Não!! Valentina- sussurro pouco antes perder os sentidos

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Connor

Assim que aterrizamos,pego minha bagagem, pago o estacionamento , pego o carro e parto em direção ao hospital.  Como fiz várias horas extras, consegui ser liberado mais cedo,o que me permitiu antecipar minha chegada. 

Não avisei a ninguém,nem mesmo Sarah, pois queria  fazer-lhe uma surpresa. Olho o relógio, decidindo se iria em casa ou passaria direto para o hospital..."Pela hora já deve estar lá ou a caminho", penso,resolvendo seguir direto para lá. Escolho um percusso que me permitiria chegar mais rápido, ligando o radio a fim de saber como andava o trânsito naquela região. Escuto o boletim informar que havia acontecido, poucos minutos atrás, um engavetamento envolvendo cerca de vinte veículos de  porte médio a grande e começo a imaginar a correria que deve estar no Med.

 Estaciono o carro, pego o buquê que havia comprado para Sarah,e me dirijo para a entrada no exato momento em que várias ambulâncias começam a chegar.

—CONNOR! - escuto alguém gritar meu nome e me viro. Will e Nat vem correndo em minha direção e suas expressões me colocam em alerta.

—O que houve?- pergunto logo que param ao meu lado.

—Procure ficar calmo.- Will começa,recuperando o folego- Owen está doente...Nos atrasamos para ir buscar Sarah...- ao ouvi-lo, sinto um calafrio percorrer minha espinha.

—Onde ela está? O que aconteceu?- pergunto, lendo a resposta no olhar atormentado de Natalie, seguindo a direção indica por ele, vendo a maca ser retirada da ambulância. 

Largo o buquê e a bolsa no chão, correndo até a entrada da emergência seguido pelos dois.

—SARAH! SARAH! - me aproximo da maca,segurando sua mão, acompanhando-a até a sala de atendimento- Sarah! - chamo-a mais uma vez após ser colocada sobre a cama.

—Connor, precisa sair- Will pede,segurando meu braço.

—NÃO!- puxo o braço,libertando-o -Vou ajudar!

—Uma ova que vai!- escuto a voz de David as minhas costas- Vai sair daqui agora mesmo,nem que eu tenha que pedir a segurança pra fazer isto- avisa,tentando,sem sucesso, me puxar para fora.

—Não vou deixá-la!- falo, a voz embargada pelo choro.

—Connor!- escuto-a me chamar em um fio de voz e me aproximo,beijando seu rosto.

—Estou aqui, meu amor. Vai ficar tudo bem- asseguro, as lágrimas escorrendo livremente.

—Valentina...nossa filha...é mais importante- para fazendo uma careta de dor - Se tiver que escolher...Escolha ela-pede e balanço a cabeça negativamente - Por favor,Connor, amor...- suspira - Valentina...- sussurra, desmaiando em seguida.

—Não,não, Sarah, fique comigo- abraço-a,beijando sua boca- Fique comigo!

—Tirem-no daqui- a voz de David ordena e sou arrancado de dentro da sala por dois seguranças.

—NÃO, ME SOLTEM!- grito,me debatendo, tentando me libertar.

—RHODES! -David segura meu rosto, me forçando a encará-lo- Acalme-se. Vamos cuidar de tudo.Ela vai ficar bem.Ambas vão. Eu prometo- assegura e no momento seguinte ,sinto meu corpo amolecer, a vista escurecendo -Tudo vai ficar bem- é a ultima coisa que escuto antes de apagar totalmente.

Acordo desnorteado, sem saber onde estou ou que havia acontecido. Me sento na cama, as lembranças voltando lentamente seguidas do choro convulsivo. Sinto alguém me abraçar.

—Está tudo bem. Pode chorar a vontade- Maggie fala mansamente, apoiando minha cabeça em seu peito, acariciando meus cabelos, e extravaso toda a dor que sentia, me permitindo chorar como a muito tempo não fazia.

Permaneço um longo tempo assim, me deixando confortar por Maggie, até escutar  a voz de Downey.

—Como ele está?- pergunta, parando a porta.

—Melhorando- escuto a voz de Charles e só então percebo que também estava no quarto.

—Rhodes - David se aproxima, sentando-se na cama- Nossa, você está horrível!-exclama ao ver meu rosto.

—Por que fez isso David? Por que me apagou?- reclamo, encarando-,que sorri.

—Foi a única maneira que encontramos para acalmá-lo- justifica-Sabíamos que não iria se afastar e não tinha a menor condição de ajudar. Aliás , como estava, só iria atrapalhar.

—Sarah, onde ela está? Como está? Nossa filha....- paro, sentindo as lagrimas voltarem- David, eu n..-ele me interrompe.

—Sarah está bem.- afirma- Sua esposa é mais forte do que aparenta- comenta, sorrindo mais uma vez- Quanto a sua filha...-para um minuto,pensativo - Melhor vir comigo- levanta-se, aguardando-me fazer o mesmo.

O encaro-o por um tempo, levantando-me a seguir, sem forças para discutir, Maggie e Charles ao meu lado.

Sigo-os até o elevador, sem prestar atenção nas expressões ao meu redor, me deixando conduzir por Maggie corredor afora.

— O que posso lhe dizer- David começa, parando a minha frente- Ou melhor, aconselhar- corrige-se ,olhando para Charles, que assente, sorrindo- É que prepare-se. Essa menina vai dar trabalho!- exclama,saindo de minha frente e só então percebo que estamos no berçário.

Olho-o interrogativamente.

—Não queria ver sua filha- faz um sinal com a cabeça em direção a janela de vidro. Me aproximo, receoso, olhando para dentro da sala onde Natalie se encontra. Ao me vê, trás uma das encubadoras para mais perto do vidro, sorrindo. A encaro, lendo seus lábios pronunciarem o nome de minha filha..'Valentina!'..Encosto as mãos e a cabeça no vidro, tetando vê-la melhor.

—Venha,vista isto- April se aproxima trazendo uma roupa protetora igual a de Natalie, ajudando-me a vesti-la,-Vamos. - chama, segurando minha mão,me conduzindo para dentro da sala. Lá dentro, Nat me orienta e, com sua ajuda, toco minha filha pela primeira vez, através das luvas estereis.

—Ela é tão..pequena! Tão linda!- digo, sentindo sua mãozinha apertar meu dedo -Oi,oi filha,é o papai!- sussurro junto ao vidro- Ela pode me ouvir? Me entende?- olho Nat , ansioso.

—Pode, mas não entende.Apenas reconhece o tom de sua voz. Sarah disse que costumava cantar para ela,não é?- questiona e antes que diga qualquer coisa, me agacho ficando bem pertinho do vidro,cantarolando um trecho da canção:

"...Eu vou te acordar bem de madrugada, você vai me amar mesmo assim; O meu primeiro passo vai ser no seu abraço,me segura quando eu cair; e no final do dia só a tua voz que vai me fazer dormir...Seca o choro e fica aqui comigo que até tristinha assim eu já sei que eu amo você..."

Permaneço mais alguns minutos com ela, me retirando  a fim de ir até onde Sarah estava. Ao entrar no quarto, a encontro dormindo, os cabelos espalhados pelo travesseiro, lhe conferindo um ar sobrenatural,quase mágico.

Me aproximo com cuidado, beijando sua cabeça suavemente, vendo-a abrir os olhos ao me afastar, um suspiro escapando de sua boca.

—Connor..-sussurra, sorrindo- Valentina..

—Ela é tão linda Sarah!- exclamo,acariciando seu rosto- Eu a vi. É linda. Perfeita!- beijo-a - Você é maravilhosa!- beijo-a novamente, fazendo-a rir.

—Ownn, devagar ai,garotão! Sua filha acabou de nascer e já tá querendo providenciar um irmãozinho!. Pega leve!- escuto a voz de Will, que entrava junto com Nat, Ethan, Vik, Lilian , April, Maggie  e miss Goodwin.

—Halstead, sua sorte é que estou tão feliz, mas tão feliz, que podia te beijar- digo,indo em sua direção.

—Não, obrigado,dispenso- diz, colocando um braço na frente do rosto, o outro me empurrando para longe--Sai fora, Connor!!- exclama, se esquivando do meu abraço, fazendo todos rirem.

Uma hora depois, todos saem, nos deixando sozinhos. Me deito a seu lado, com todo cuidado, acariciando-a até que adormeça, permanecendo a seu lado, velando seu sono, até eu mesmo adormecer e sonhar com uma garotinha ,linda e travessa, correndo sorridente para meus braços.


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Notas finais do capítulo

Então , é isso. Valentina chegou!.. E agora?.Continuo ou paro? O que me dizem???
Bjinhos flores



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