"Does he love me, I wanna know;  How can I tell if he love me so?

Is it in his eyes?

Oh,no you'll be decieved

Is it in his sighs?

Oh,no he'll make believe

If you wanna know if he loves you so

It's in his kiss!

That's where it is,oh yeah!"

It's In His Kiss!

Cher

Sarah & Connor

"...Or it is in his face?  Oh,no it's just his charm! ...In his warm embrace?...Oh,no that's just his arms! If you wanna know if he loves you so, it's in his kiss! That's  where it is..Oh, it's in his kiss...That's where it is..."

Escuto a canção antiga tocar na rádio e me pego observando Connor, sorrindo, não sei bem o porquê. Algo na melodia, ou na letra, sei lá, fez-me ajeitar no banco, ficando de lado a fim de poder olhar melhor meu marido, admirando-o: o cabelo displicentemente desarrumado, a barba rala marcando o contorno do rosto, lhe conferindo uma aparência sexy , meio cafajeste; o nariz afilhado, empertigado, dando um certo ar de arrogância e atrevimento; os olhos...e que olhos ele tem!!! - duas pedras azuis acinzentadas que mudam de tonalidade de acordo com a luz do ambiente ou com seu estado de humor, as vezes lembrando uma manhã clara outras o prelúdio de uma tempestade. Sempre lindos!.....Desço o olhar para seus braços, suas mãos, precisas quando necessário, ousadas e carinhosas no momento e na medida certa!

Sigo meu exame descendo mais um pouco, acompanhando a silueta de seu corpo, sentado, ereto, concentrado no trânsito ainda complicado ( o que agradeço mentalmente!), os músculos resaltados pelo tecido do uniforme de trabalho. Uma das coisas que admiro em Connor é justamente seu físico: nada de mais ou de menos.Tudo na medida certa. O pensamento me faz corar levemente. Subo os olhos para seu rosto mais uma vez, me detendo em sua  boca... Até parece que foi desenhada a mão! Perfeita, quer seja fechada, quer seja sorrindo, ou beijando .....Hummm, e como beija bem!!! Sorrio, mordeno o lábio inferior.

—Certo, normalmente não me incomodo em ser tão minunciosamente examinado, mas tenho que admitir: tô ficando meio sem graça aqui!- escuto-o dizer e meu sorriso aumenta - Ainda mais te vendo corar e morde o lábio desse jeito, me fazendo pensar o que exatamente está se passando nessa sua cabeça linda, senhora Rhodes!- diz, me olhando com o canto do olho, fazendo lembrar outro momento em que seus olhos mudam de tonalidade: desejo!

—Nada de mais senhor Rhodes. - digo, corando ainda mais, voltando a me ajeitar no banco, sorrindo.

"...Whoa, hug him, squeeze him tight, find out what you wanna know; If it's love, if it really is, it's there in his kiss!..

Chegamos e quando Connor manobra o carro para estacionar, sinto meu estômago dá voltas, precisando tapar a boca com a mão a fim de conter o vômito. Assim que ele para o veículo, solto o cinto, abro a porta e saio correndo em direção a porta do prédio, agradecendo por uma pessoa estar saindo e não precisar parar para abri-la. Sem paciência (ou tempo) para esperar o elevador, subo as escadas, enfiando a mão na bolsa em busca da chave de casa. Entro no apartamento, jogo a bolsa , seguindo direto para o banheiro onde dou vazão ao fluxo que me incomodava.

—Sarah??- escuto a voz de Connor -- Sarah?? - ouço seus pasos ecoando no piso, se aproximando e , aproveitando um intervalo no mal estar, me levanto batendo a porta praticamente na sua cara, girando a chave antes de voltar a me sentar no chão, começando a vômitar mais uma vez.

—Sarah, o que está acontecendo? - pergunta, girando o trinco -Abra a porta. - pede, batendo, a principio, devagar, mais forte a medida que não abro nem respondo a seu chamado - Sarah, abra a maldita porta!! - escuto sua voz alterada enquanto volta a bater forte -SARAH!

—Connor, pare, estou bem - digo, encostando na parede, controlando a respiração - Estou bem- repito mais alto - É só um mal estar. Já está passando.

—Então abra a porta .-volta a pedir.

—Não - digo, levantando-me - Tá tudo bem - afirmo, abrindo a torneira , enchendo as duas mãos com água a fim de lavar a boca e o rosto. Repito a operação duas vezes mais antes de me enxugar com a toalha.- Tá tudo bem - repito pra mim mesma.

Respiro fundo, ajeito a roupa, prendo os cabelos mais firmemente e me viro, abrindo a porta, encontrando Connor encostado no batente, os barços cruzados, uma expressão perocupada. Olho-o por um segundo antes de sair do banheiro, passando por ele, que ergue a sobrancelha, intrigado.

—O que houve? Por que fechou a porta?- questiona, me seguindo .

—Já disse. Foi só um mal estar. Nada de mais - afirmo, sem encará-lo, sentindo sua mão segurar meu cotovelo, me forçando a parar e me virar.

—Sarah, fale comigo - pede e vejo  preocupação e angustia em seus olhos, me fazendo sentir péssima.

"Como é possível estar tão bem em um momento e no seguinte...", penso, encarando-o sem conseguir dizer nada. Percebendo meu conflito, ele me abraça, só que ao invés de me sentir bem, sinto meu estômago embrulhar mais uma vez e o afasto.

—Connor, poderia trocar essa roupa e tomar um banho?- peço da maneira mais delicada que consigo - Desculpe, mas acho que alguma coisa na sua roupa está me causando ânsia de vômito - explico, um sorriso sem graça. Ele me encara por alguns segundos antes de falar.

—Ok . - diz, simplesmente, antes de virar-se  e caminhar em direção ao banheiro, me deixando angustiada.

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Connor

Mal paro o carro e Sarah desce correndo, entrando voando no prédio. Sem entender o que se passa, junto nossas coisas e saio calmamente. Ao entrar no apartamento, vejo sua bolsa jogada no chão. Olho ao redor, procurando-a. Chamo-a sem obter resposta. Sigo para nosso quarto e ao entrar, escuto seu gemido vindo do banheiro. Quando me aproximo, ela bate a porta na minha cara. Tento abrir, me surpreendendo ao perceber que passou a chave. Bato pedindo que abra. Como não me responde, começo a ficar preocupado. Apenas depois de muita insistência consigo obter uma resposta. Ela diz estar bem mas não abre a porta como peço. Me encosto no batente, aguardando-a.

Quando finalmente sai, me olha como se nada tivesse acontecido, passando por mim em direção a sala. Sigo-a e quando percebo que não vai falar, seguro-a pelo braço, forçando-a a virar e me encarar.

—Sarah, fale comigo - peço, e ao ver a tensão em seu rosto, abraço-a e sou surpreendido por seu pedido.

—Connor, poderia trocar essa roupa e tomar um banho?-

A natureza do pedido bem como a desculpa por tê-lo feito, soam estranhas para mim mas decido atendê-la.

Durante o banho, relembro uma conversa que tive com Will mais cedo. Conversávamos sobre alguns casos quando o assunto gravidez surgiu em algum momento ,não lembro bem o por quê. O fato é que acabamos falando sobre isso e ele me alertou para a possibilidade do teste de Sarah ser um falso negativo.

—Já vi acontecer e não apenas com pacientes. - comentou - Tenho exmplos dentro de minha família onde mais de uma vez os testes foram negativos e no entanto...

A idéia de uma gravidez agora não é das mais agradáveis. Há muita coisa acontecendo. Acabo de iniciar minha especialização e existe a possibilidade de que tenha que me ausentar da cidade em algum momento. Ela está estudando bastante a fim de começar a dela em cirurgia. Enfim,não seria o momento mais adequado...."Mas como nada conosco está acontecendo no momento adequado..!", penso, sorrindo.

Termino meu banho, enrolo uma toalha na cintura e saio do banheiro encontrando-a sentada na cama.

—Connor, será que podemos conversar?- algo no tom de sua voz me deixa em alerta. Aceno afirmativamente, sentando a uma certa distância a fim de poder ver seu rosto por completo.

—Não sei se existe uma maneira fácil ou correta de falar sobre isso, portanto vou ser direta - começa - Apesar do teste ter sido negativo, acho...-para um segundo- Acredito que esteja errado - nova pausa onde olha diretamente em meus olhos -Acho que estou sim grávida.- diz - Nos últimos dias, tudo tem apontado para isso: excesso de sono e cansaço, enjoos mais frequentes...Além de estar sentindo meu corpo diferente, mais sensível.. - "Isso eu também notei!", penso mas não verbalizo.--Enfim. Hoje, antes de vocês nos encontrarem para o almoço, passei tão mal quanto agora a pouco e Natalie me convenceu a refazer o teste.- suspira antes de prosseguir - Sei que não é o momento mais adequado, nem sequer tínhamos falado sobre isso mas...-a interrompo.

—Nada conosco tem sido - digo e vejo a tensão aliviar na forma de um sorriso. -Escute Sarah, - prossigo antes que o faça - Se disser que vou dar pulos de alegria caso esteja realmente grávida, e já estou trabalhando essa possibilidade na minha mente , estaria mentindo - paro um segundo observando sua reação - Sabe, tão bem quanto eu,  o quanto iria...Vai bagunçar nossa vida, os ajustes que teremos que fazer e tudo mais. Mas um filho deve sempre ser encarado como um presente, uma benção, quer seja planejado ou não - estendo a mão, tocando seu rosto para enxugar uma lágrima que caia - Portanto senhora Rhodes, tire essa ruga daí e trate de se acalmar. - peço - Até onde sei são preciso dois para se fazer um bebê-!! brinco fazendo-a corar - Estamos juntos nessa. Não vai ser fácil, mas daremos um jeit...- antes que termine de falar, ela me surpreende com um beijo - Humm, assim está bem melhor - digo, abraçando-a.

—Connor - escuto sua voz ao mesmo tempo em que me afasta delicadamente, franzindo o nariz em uma careta - O que usou no banho?- pergunta e a olho intrigado - Ainda estou sentindo ânsia...- diz, mordendo o lábio, sem graça.

—Banho?? - pergunto,encarando-a e ela acena que sim. Suspiro, me levantando, retornando ao banheiro. Sarah me segue, entrando antes de mim no box, cheirando os sabontes e shampos, retirando-os um a um até não sobrar nenhum. Olho-a, erguendo a sobrancelha, recebendo um sorriso largo.

—Só pra testar - diz, saindo, voltando pouco depois com um frasco com líquido transparente que me entrega - Use isto.

Faço o que me pede, repetindo todo o processo. Assim que saio, ela vem a meu encontro, cheirando meu pescoço sem nenhum remorço.

—Agora sim - sorri satisfeita .

—O que é isso? - pergunto, segurando o frasco.

—O mesmo que usamos no hospital para fazer asepcia, só que para banho,pra quem tem alergia a produtos industrializados - informa - Uma representante deu para Natalie e ela me deu uma amostra - sorri, envolvendo meu pescoço com os braços.

—Quer dizer que se quiser ter o prazer de abraçar minha esposa daqui por diante vou ter que usar isto?- questiono e acena afrimativamente

—Só isto - acrescenta, mordendo o lábio.

—Acho que posso suporta - afirmo, enlaçando sua cintura - A recompensa compensa! - digo,antes de prender seus lábios em um beijo.

"......How about the way he acts?

Oh,no that's not the way;  You're no listenin to all i said;

If you wanna know  if he loves so

It's in his kiss

That's where it is!

Oh, It's in his kiss

That's where it is!"