Connor

Saio do meu apartamento direto para a estação de metrô ali perto. Como tantas outras pessoas apressadas rumo ao trabalho. Primeiro dia em casa depois de tanto tempo.  Pago a passagem e sigo direto para a plataforma. Assim que as portas se abrem entro. Coloco meu fone enquanto o trem ganha velocidade. Alguns minutos após deixarmos a estação,eu e demais passageiros somos atirados no chão por um forte solavanco. Me levanto assim que cessa o movimento.  Passo a verificar quantos feridos e se há algum mais grave.  Caminho até o final do vagão. Quando chego ao final vejo que metade da composição descarrilhou ,caindo sobre carros na rua. É um cenário assustador. Logo várias ambulâncias e carros do corpo de bombeiros chegam ao local. Desço,me identifico e começo a ajudar as equipes de resgate.  Me concentro em um paciente com ferimentos graves.  Ele é colocado na ambulância ,eu o acompanho até o hospital. No meio do caminho ele sofre uma parada cardiaca.  Chegamos ao hospital bem a tempo.

Somos levados para uma das salas onde posso dar sequência ao atendimento. As enfermeiras e atedentes acompanham meu ritmo com precisão. Todos excerto uma jovem que parece meio deslocada.

—Você é?? - quero saber. Após alguns segundos,ela responde.

— Reese,Sarah. Estudante do quarto no de medicina. - se identifica.  peço,então que realize um acesso em uma veia . Ela se atrapalha e apenas com a ajuda de uma das enfermeiras consegue realizar o que lhe pedi. Quando o paciente é levado para a cirurgia,retiro as luvas e a vejo com um olhar desolado. Algo nela chama minha atenção. Vou até onde está.

— Precisa ser mais rápida. - ela se vira para mim . Seu rosto tem uma beleza ao mesmo tempo exótica e angelical- Rapidez pode ser a diferença entre a vida e a morte aqui. De resto você foi muito bem. - falo tocando seu ombro,o que parece incomoda-la um pouco. Sorrio ,saindo em seguida para ver onde mais poderia ajudar. Atendo mais dois pacientes e quando percebo que as coisas se acalmaram,procuro uma sala onde possa cuidar do meu ferimento.

— Dr. Rhodes - ouço me chamarem e me viro. -- Sharon goodwin - se apresenta - Bom trabalho e  bem vindo ao Chicago Medical.

—Obrigado. É sempre assim por aqui? - pergunto apenas para descontrair um pouco.

—Na verdade,hoje o senhor deu sorte . diz com um leve sorriso - Vejo que se feriu também. - comenta - Precisa de ajuda?

—Só de uma sala que possa usar. -digo. Neste momento chega um novo paciente. Um jovem com problemas resirátorios.

—Poderia atender mais este? Estamos com deficit de médicos por conta do desastre.- me pergunta.

—Claro. - sigo  a maca até a sala mais próxima,iniciando o atendimento. Quando termino, aproveito a sala livre para finalmente cuidar de meu braço. Puxo um lado das cortina,retiro a camisa e começo a fazer a limpeza do local .

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     Sarah

Volto para a recepção junto com April. A senhora Goodwin,Dr. Charles e Maggie conversam.

— Quem é o jovem rambo? - Dr. Charles pergunta indicando uma das salas. Olho na direção  indicada por ele e prendo a respiração.

—_ Onde? - pergunta Mrs.Goodwin,olhando para a mesma direção - Ah, ...Connor Rhodes,novo cirurgião residente.- informa.

— Hum...ele vai mexer com algums hormônios por aqui! - comenta Dr. Charles,erguendo uma sobrancelha.

— Já mexeu com os meu! - Maggie se abanando e revirando os olhos provocando risos.

—O que ele está fazendo?- April pergunta intrigada.

—Ele feriu o braço no acidente - infroma Mrs. Goodwin,enquanto lê uma mensagem - Se me dão licença ....

— Não deveria ter alguém ajudando ele lá? - argumenta Dr. Charles.

— Com certeza .... Reese..-- escuto  voz de Maggie me chamando. Olho para ela confusa -- Ajuda...- indica a sala onde o dr. Rhodes se encontra. Olho de volta para ela assustada. Abro a boca para protestar no exato momento em que sinto a mão de April em minhas costas me "empurrando" até a entrada da sala sob o olhar divertido do Dr. Charles.  Para na entrada me virando mais uma vez para elas que acenam me mandando entrar.  Penso em fugir mas vacilo e este vacilo foi fatal.

—Reese. - ouço a voz grave de Rhodes. Me viro e ele faz sinal para que eu entre. Respiro fundo,reunindo coragem..." Você consegue Sarah,vocẽ consegue!". Abro a porta e entro na sala.

—Poderia  pegar um outro fio de sutura por favor.- pede.

Balbucio um "sim", vou até  a mesa, pego o fio entegrando a ele.

—_ Obrigado.

— De nada. - falo enquanto olho a sutura que ele está fazendo.-- Nossa,até parece sutura de cirurgião plástico. Onde aprendeu?- falo de um folêgo só - Estágio???

— Não.. Ryad - olho surpresa e ele sorri.." Ui, Senhor,que sorriso é esse?" - Os sheiks pagavam bem para não deixar marcas. - completa. Sorrio. - Pode ser minha outra mão? - " OI??" ,e pela forma como ele sorri percebo não me limitei a apenas pensar. Sinto meu rosto ficar quente e sei que deve estar vermelho como um pimentão -  Junte os dois lados pra facilitar..- indica com a cabeça.

Abro a boca  mas fecho logo em seguida. Me aproximo para fazer o que me pediu. Coloco minhas mãos em seu braço,presionando os lados do ferimento para junta-los.  Ele recomeça a fazer a sutura. Fico observando seus movimentos: a mão precisa indo e vindo conduzindo o fio pelas bordas do ferimento,fechando-o; os músculos do braço se retesando a cada movimento;...Sem perceber,me aproximo mais dele. Agora estou tão próxima que sinto seu cheiro. Respiro fundo aspirando o perfume . Vejo em suas costas uma tataugem cirular e inclino a cabeça para ver melhor: são passáros.  Distraida,não percebo que ele acabou de fazer a sutura.  Levanto a cabeça,volto o rosto na direção do dele e me deparo com aquele mar azul-acinzentado me observando com um sorriso divertido.

—Tatuagem..- balbucio ,retirando as mãos de seu braço . -- São passáros não é? ----"Não burra, são cavalos alados!", me recrimino mentalmente.

—São. - responde enlargeucendo o sorriso . -- E aqui.- ergue o outro braço.- Uma flor de liz.- mostra.  - Em homenagem a minha mãe.

— Que lindo! - exclamo. Ergo os olhos encontrando os dele novamente. Seu rosto está tão próximo que sinto a respiração morna tocar minha pele. Um arrepio gostoso percorre meu corpo. Mexo meus lábios,entreabrindo a boca em um suspiro involuntário.

— Reese.  - ouço a voz de April atrás de mim. Me viro. -- Se já terminou aqui,preciso de sua ajuda. - olho para ele que acena afirmativamente. Sigo April para fora da sala.  Me viro para fechar  e o vejo vestindo a camisa. Paro admirando-o.  April me puxa pelo braço,revirando os olhos.

—_ Acho que preciso lhe dar um banho frio..ou melhor,gelado antes! -- me deixo ser levada por ela. -- Muito embora esteja desconfiada que banho gelado nenhum vai baixar sua temperatura no momento! - eclama com um sorriso malicioso nos lábios.     Tenho que concordar com ela.