No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 6
6




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6

Kol apertou Natalia nos braços a aquecendo enquanto caminhavam por entre as árvores já próximos ao seu destino, não iriam muito longe nessa noite em específico, se manteriam por perto de Madri enquanto Niklaus e Marcel se encarregariam de despistar Mikael para que eles fugissem sem interferência.

— Qual é mesmo o seu nome? - Kol a questionou e ela fechou os lábios ainda surpreendida com a beleza do vampiro, Valerine se sentia entorpecida pelo irmão não confiável de Niklaus.

— Valerine Gustach. - o respondeu sem cautela - Eu não ouvi coisas boas sobre você.

— Eu ouvi ótimas sobre você. - ele a respondeu calmamente sentindo um fio de esperança surgir em seu corpo após ter ouvido Niklaus pedir por sua ajuda - Niklaus me explicou um pouco a situação e serei bem sincero, não acredito em nada do que me contou. Ele pode ter se apaixonado pelo bebê, mas acredito que não fez o mesmo por você, pelo menos não tão facilmente. Então é melhor pararmos com os jogos.

O moreno se virou vendo que a expressão de Valerine era extremamente desagradável, um tanto quanto perigosa e ele se questionou se Valerine não seria bem mais velha do que realmente dizia ser, era bom ficar com um pé atrás ou ele poderia provocar a fúria de uma mãe e isso não seria nada bom, Klaus havia dado instruções claras sobre Valerine. Não a pertube.

— Se algo precisasse ser dito, Niklaus se encarregaria disso. - respondeu amargamente chutando a porta da cabana e jogando as mochilas no chão enquanto Kol seguia até o quarto e depositava o pequeno corpo sobre a cama o cobrindo logo em seguido sob os olhos atentos da vampira.

O vampiro a olhou de forma impaciente e ela se lembrou o motivo pelo qual Niklaus ponderava em escolher entre ele e Rebekah, Kol era instável demais, mas mesmo assim ele ainda preferia Kol do que mostrar para a irmã que havia a escutado e que estava trabalhando pelas costas dela com a criança dos sonhos dela.

— Eu só vim por Rebekah ter insistido muito sem nem saber do que se tratava, mas eu não sou idiota, pelo contrário... sou um dos mais espertos dessa família e não demorei muito para perceber e juntar os pontos. Rebekah me falou que Nik salvou um bebê, meses depois Marcel cuidava de um bebê. Klaus sumiu por 5 anos logo depois de eu ter ouvido falar sobre a criança... e me surge você, uma mulher que vive com o meu irmão há cinco anos, eu teria ouvido falar de você em algum momento, mas não ouvi. Ela é a criança que ele salvou?

Valerine relutou, mas por fim decidiu contar as novidades para Kol. Sabia que o moreno iria atrás do irmão para o confrontar, mas acreditava que ele não contaria aos outros o que estaria acontecendo ali, pelo menos não naquele momento ou ela o perseguiria e o socaria além de o cobrir de cimento no chão de seu quarto na mansão em Madri.

— E qual o motivo te faz pensar que eu deveria confiar em você?

— Eu sou sua única proteção contra um original enfurecido. Você está tranquila. - ele cruzou os braços a olhando enquanto um imenso sorriso surgia em seu rosto - O que a faz pensar que eu irei te ajudar? Qual o motivo por Niklaus ter me procurado?

— Redenção? É simples. - ela se ergueu ficando de frente para ele - Niklaus o ama, qual o motivo para a colocar em perigo se ele não tivesse a certeza que você o ama a ponto de não o ver como um inimigo mortal?

ººº

— Klaus? – Valerine atendeu o celular.

Como ela está? Kol?— ele perguntou rapidamente – Mikael está longe de vocês, logo irei os ver.

— Bem. Estamos bem. Eu contei. – ouviu ele prender a respiração – Precisa confiar em nós.

Eu confio. Cuide deles, Marcel mandou um abraço.

— Bata nele.

Kol tinha que admitir que ela era adorável e que não parecia ter sido criada por aquele grupo de vampiros que encontrou na mansão durante aquela noite. Natalia não era arrogante como os três e não possuía o complexo de superioridade e muito menos a falta de noção de perigo que todos eles possuíam, ela parecia alerta o tempo todo, os olhos vagando e analisando ambientes e pessoas com tanto cuidado que Kol quase pode ver a desconfiança de Niklaus refletida em seus olhos. Ela era cautelosa, calculista.

— Olá Natalia - ele se agachou diante dela vendo-a sorrir somente após Valerine se aproximar o suficiente para que ela se sentisse segura.

— Olá tio Kol. - ela o respondeu despreocupadamente mesmo se lembrando das conversas que o pai adotivo lhe contara sobre o tio malvado - Quanto tempo iremos ficar aqui?

— Até que o Nik venha até nós. - ele a respondeu vendo a ingenuidade passar pelos seus olhos, ela sabia do perigo, mas não sabia o quão grande aquele problema era.

Uma coisa era Mikael saber dela, outra eram todos os inimigos de Niklaus descobrirem sobre ela.

— Você veio me proteger? Cuidar de mim como o Marcel? - ele a olhou atentamente e se questionou onde estava seu lado insensível, como poderia ser mal com aquela criatura.

— Eu vim cuidar melhor do que o Marcel. - os dois sorriram e ele se ergueu enquanto Valerine o olhava desconfiada e logo relaxando quando viu o sorriso irônico surgir no rosto dele - Eu não posso agir como um bom tio?- ela arqueou a sobrancelha - Tudo bem então... vamos resolver as nossas diferenças. - ela rolou os olhos com descaso e deu as costas para ele se sentando na cadeira, ele a acompanhou enquanto mantinha os olhos cravados na criança que corria de um lado para o outro saltando com a coroa e o vestido de tule enquanto destroçava as asas de plástico.

— O que aconteceu com você?

— Niklaus nos abandonou. Ele desistiu de nós. - seus olhos ainda acompanhavam a garota enrolada em várias roupas de inverno.

— Ele não desistiu, está recomeçando... se adaptando, se reconciliando. - comentou com os olhos perdidos.- E você também.

— Como pode dizer algo assim?- Kol desviou os olhos já sabendo a resposta.

— Você o magoou, ele o magoou... e você está aqui. Por vocês.

— Natalia aos 10 anos -

— Eu me pergunto como você conseguiu me tornar mais humana Valerine.- a vampira riu puxando a criança pelo mão enquanto Kol as guiava.

— Foi simples, se lembra do meu conselho? - ela questionou e Kol riu ao lado dela enquanto avançavam pela cachoeira, ele pousou uma mão em sua cintura e a puxou para longe quando ela chutou um tronco e quase os acertou.

— Se quiser ser humana, é só não me ouvir. - a garota recitou e Kol gargalhou se lembrando que isso se parecia em muito Valerine - Eu te ouvi em muitas coisas.

— Graças ao seu bom senso só ouviu as partes em que eu te ensinava a matar pessoas. – se vangloriou.

— Bem, ainda bem que a nossa família considera uma boa ideia matar as pessoas. - o moreno saltou o tronco e se virou ajudando Natalia e quando se virou para ajudar Valerine ficou encarando o nada.

— Ainda fico surpresa em como conseguiu me tornar alguém comum, os meus amigos da escola se quer notam que sou diferente deles. - Kol se virou para Natalia segurando o rosto dela enquanto dava um sorriso carinhoso.

— Você nunca será uma pessoa comum Natalia. - ela desviou os olhos e ele a forçou a olha-lo - Pessoas comuns não vencem o mundo.

Ela sorriu e seguiu em frente enquanto Valerine cruzava os braços e se encostava em uma árvore, ele a achava extremamente estranha, agia como uma verdadeira sombra.

— Você não me parece tão monstruoso quanto antes. - ele riu de maneira irônica.

— Continue me provocando e você verá o monstro ressurgir em poucos segundos. - ela fez uma careta se lembrando de uma briga sanguinária que ocorreu entre os dois após Natalia surgir com um namoradinho de infância, fato que causou muita dor de cabeça em Kol e muita diversão em Valerine que apesar de gostar de assustar o menino teve de se meter na frente de Kol para que ele não o matasse.

— Quando meu pai irá vir me ver? - Natalia questionou, se faziam dois anos que não via Niklaus, raramente se comunicava com ele, o mesmo só ligava para os mandar mudarem de local.

— Nós não sabemos, Niklaus só entra em contato com você quando fala com nós... então... faz um bom tempo que não falamos com ele. - começaram a se aproximar da cabana, a sétima em 5 anos.

— Eu o entendo, mas é tudo tão complicado. Não devíamos ir atrás da tia Rebekah? Se todo mundo se ajudasse isso não acabaria logo? – ela ajeitou a mochila nas costas.

— Niklaus jamais colocaria Rebekah no meio disso correndo o perigo de algo acontecer com ela. - Kol falou calmamente evidenciando o sotaque forte - Mikael não hesitaria em a matar se a achasse perigosa, pode ser filha dele, mas ele verá como traição.

— E qual o motivo para ele pedir você para vir aqui? Se ele ama vocês. - o questionou novamente.

— Ele acredita que Mikael nunca irá passar por ele.- Valerine a respondeu.

— E não irá? - os dois vampiros se olharam sabendo que Mikael já estava passando por Niklaus a muito tempo, brincando com ele, fazendo jogos, o despistando. Estava cada vez mais difícil fugir dos olhos dele e isso resultou em Valerine treinando tanto a Kol quanto a Natalia para pelo menos ganharem tempo contra o vampiro, ela já possuía um plano completamente traçado para caso algo desse errado. Assim como Kol também possuía.

— Sim? - os três pararam quando Valerine atendeu o celular.

Valerine.— ela sentiu o coração apertar ao ouvir a voz tensa de Niklaus - Saia dai agora, Mikael está perto, estamos indo o mais rápido que conseguimos.

— Quanto tempo?- o perguntou.

Agora.— ele gritou e o celular fora arrancado da mão da vampira com uma pancada.

Valerine se virou rapidamente vendo o homem parado os olhando com um sorriso, Kol fez a mesma coisa deixando Natalia atrás dele. Mikael apenas sorriu ironicamente sentindo o ódio inflar em seu corpo sabendo que teria pouco tempo para resolver esse problema, Niklaus estava a caminho junto de Marcel e a última coisa que ele queria era seus planos frustrados.

— Sem apresentações, sem discursos sobre traição... - olhou atentamente para Kol - Apenas vamos acabar com isso.

Mikael se lançou contra Kol e Valerine fora mais rápido agarrando o braço dele, o torcendo e jogando Mikael contra o chão. Ela chutou o ombro dele o tirando do lugar e o vampiro passou-lhe uma rasteira a jogando no chão e batendo no rosto dela com força a deixando desnorteada, levantou e tornou em ir na direção de Kol que lhe chutou o abdômen e correu agarrando Mikael pelos ombros e o lançando no chão para logo ser lançado para longe com um chute no peito. Valerine se ergueu e viu o loiro se aproximar de Natalia Mikael foi jogado no chão por Kol que a cobriu com seu corpo protegendo Natalia das mãos de Mikael.

Valerine suspirou vendo a madeira branca e afiada nas mãos de Mikael e sem que tivesse tempo para pensar de forma coerente ela chutou as costas do vampiro e arrancou a estaca de sua mão e ficou de costas para ele sentindo a mão dele atravessar seu tronco, a vampira ofegou sentindo o sangue escorrer pelos lábios e olhou fixamente para Kol que tinha os olhos arregalados enquanto controlava seu gênio difícil, ele tinha que cuidar de sua prioridade, jamais se perdoaria se as duas morressem, ele tinha que salvar ao menos uma delas embora sua vontade fosse salvar as duas.

— Vá. - moveu apenas os lábios e ele soube que ela o atrasaria, sem questionar ele pegou Natalia nos braços e desapareceu.

Valerine caiu no chão ofegando sentindo o ferimento se fechar rapidamente enquanto ouvia Mikael andando de maneira inquieta pelo local, rápido demais para que ele pudesse registrar ela já estava de pé com a estaca em mãos o chutando e socando com força enquanto desviava dos golpes dele. Valerine era rápida, forte e extremamente ágil para uma vampira de apenas 5 anos. Era uma máquina da qual Mikael nunca havia visto, algo que o deixa em choque afinal por suas contas ele havia ouvido de um informante que ela possuía apenas 385 anos, mal sabia que era bem menos do que isso.

— A sua moral está bem baixa.. - zombou vendo os lábios sangrentos dele se retorcerem  - Apanhando de uma vampira de 5 anos. - o ódio o consumiu e isso fora o bastante para que ele lançasse a estaca longe e a empurrasse com força contra uma árvore a fazendo soltar um grito estridente quando um imenso galho atravessou seu corpo.

— Ela continua como sempre esteve. - Mikael riu e foi lançado no chão com força por um vulto, Valerine passou a tentar se soltar do galho enquanto via Marcel reagir contra Mikael.

Kol surgiu chutando o rosto dele e agarrando a estaca que Marcel o lançou, então sem nenhuma hesitação a cravou em Mikael vendo o corpo do pai queimar enquanto ele gritava em desespero. Niklaus surgiu ajudando Valerine e olhou ao redor localizando Natalia próxima ao grupo escondida entre as árvores olhando o corpo de Mikael se retorcer em meio as chamas, ela ergueu os olhos lotados de lágrimas e se lançou contra o loiro o agarrando em um abraço apertado que logo fora retribuído a tirando do chão.

Kol se aproximou do irmão vendo os olhos vermelhos e lagrimosos e foi pego de surpresa quando o mesmo esticou o braço e o puxou formando um abraço em grupo, Valerine e Marcel se afastaram deixando eles em paz e se dirigiram a pequena cabana, prontos para voltarem as suas antigas vidas. Como eram há 10 anos atrás.

ººº

— Você está indo embora? De vez?- Kol surgiu ao lado de Valerine.

— Nós estamos. - Marcel o corrigiu - Agora que Niklaus o terá por perto, nós podemos ir embora.

— Viram tudo como uma obrigação? Prestação de favores? - o loiro surgiu com a jovem.

— Não, mas acho que isso já deixou de ser um problema. E você está trazendo sua família de volta, Marcel tem um reino pra vigiar enquanto você termina de cuidar dela longe dos olhos de Rebekah, Elijah, Finn e da sua mãe. Eu só preciso encontrar algo que me traga paz... coisa que não tenho desde que me tornei vampira. – falou sugestiva.

— Antes mesmo de se tornar vampira. - Marcel corrigiu - Sua vida sempre foi vazia, por isso Valerine vai comigo para Nova Orleans. - a morena rolou os olhos e o ignorou pegando a própria mochila e se despedindo friamente de todos com um aceno antes de sair e bater a porta com um chute provocando algumas risadas desanimadas.

— Volte logo meu velho amigo. - o loiro sorriu para Marcel que apenas retribuiu enquanto era seguido por ele até a porta.

— E estragar a sua reconstrução familiar? - zombou vendo-o ficar irritado - Não sei se você percebeu isso Niklaus, mas as vezes uma família tem muito mais membros do que podemos contar.


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