No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 5
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5

Natalia suspirou e deu um pequeno sorriso quando Niklaus pacientemente terminava de pintar o rosto dela a transformando em uma espécie de caveira, a menina usava roupas escuras e o cabelo preto, uma saia de tule acompanhada de uma meia calça escura e uma blusa de mangas longas que imitava o corpo da caveira. Valerine tombou a cabeça para o lado com a boca aberta e Marcel cruzou os braços.

— Quem deu essa ideia horrorosa? - a mulher questionou.

— Uma dança para o Halloween. Você está se achando intima demais para me criticar.- o loiro resmungou.

— Sou íntima. Só ela dança? - o loiro suspirou em desagrado sabendo que se tivesse sido mais atencioso isso não estaria acontecendo.

— Ela e Gregório. - apontou com a cabeça em direção a outra criança sentada na sala.

— Não foi o garoto que ela mordeu?- Marcel questionou e soube que Niklaus havia ido atrás da mãe e possivelmente havia feito algo a ela, ele só esperava que isso não fosse o suficiente para cuidar de outra criança.

— Será a maior prova de que Natalia é uma doce garota e que tudo não passou de um mal entendido. - ele se afastou colocando o laço pink nos cabelos com cachos grossos e se afastou olhando sua pequena obra de arte viva.

— Isso não está muito medonho pra uma criança? - Valerine recebeu olhares desagradáveis por parte dos Mikaelson - É claro, esqueci que ela é uma criança medonha.

— Marcel eu não estou vendo a minha filha se tornar mais humana. - o loiro fez uma ameaça silenciosa mesmo que não estivesse disposto a matar sua nova amiga estranha que vinha lhe sendo útil pelos últimos meses.

— Parem os dois. Mostre o que ensinei. - o loiro estalou os dedos e Gregory surgiu ao lado de Natalia a erguendo e girando para logo depois os dois dançaram em círculos ao som de uma música sombria.

— Eu não acho que você seja um péssimo pai, mas acho que leva essa coisa de vampirismo muito a sério. - os dois olharam a mulher - Essa criança... não... deveria - os olhos de Valerine brilharam quando ela viu a pequena bailarina monstra esticar a pequena perna para cima - Linda! - gritou aplaudindo e rindo.

Natalia observou a mulher atentamente se lembrando que ela era uma espécie de professora de humanidade, embora não a achasse parecida com os humanos que conhecia, Valerine era uma mulher de pouca paciência que gostava de resolver as coisas de uma maneira que não fosse mais incomodada, algumas vezes excessivamente fria e outras vezes excessivamente emocional. Natalia a achava desequilibrada, uma desequilibrada engraçada.

— Alô. - Valerine atendeu a chamada no celular de Niklaus enquanto o loiro se revezava em discutir com Marcel e ajudar as crianças.

Desculpe, com quem eu falo? — a voz suave de um jovem se fez presente - Esse não é o número de Niklaus?

— É sim. - olhou para o lado vendo que o loiro se entretinha em corrigir alguns passos dos pequenos - Ele está ocupando no momento, ele disse algo como "Valerine se me ligarem diga que fui sequestrado por bruxas e que morri".

Sou o irmão dele. Kol. — a morena resmungou e se virou para o loiro.

— Seu irmão Kali está te ligando. - jogou o celular no sofá.

— O que foi Kol?- os olhos do loiro disparam por toda a residência quando ele pegou o celular, sabia que quando Kol ligava ou aparecia era por um motivo sério.

— Não sabia que suas empregadas eram tão sem noção meu querido irmão. Acho que não vai gostar da notícia que tenho para você.

— O que foi dessa vez?

— É Katherine, ela percebeu que você se afastou e aproveitou para deixar Elijah preso em um encantamento por ela. Você conhece nosso irmão, um bobo apaixonado.

— Como assim encantamento? - o loiro perguntou nervoso.

Jogos Niklaus, Katherine está jogando e usando nosso irmão a seu favor.

— E qual o motivo para ainda não ter a matado? - ele questionou.

É simples, os dois estão trabalhando juntos e embora Elijah não queira te matar, ele não te quer no seu caminho.

— É estranho que esteja preocupado comigo.

Não é com você. Todos nós estamos no caminho de Katherine e seu comboio de homens iludidos e o nosso irmão.

ººº

— Talvez não seja mais a hora de ficar aqui. - Niklaus comentou olhando para Natalia e Valerine bufou.

— Os mate. É rápido. Eu faço. - Valerine arrancou a estaca da mão de Niklaus e o mesmo a tomou de volta e empurrou a morena a forçando a se sentar no sofá.

— Não se ache tanto amor, não se esqueça que ele ainda é um original e que é meu irmão.

— Você disse que não se importava mais. - ela resmungou baixo e Natalia apenas olhou de um para o outro sem entender muito bem o que acontecia.

— A tia Rebekah? - perguntou e os dois a olharam, por algum motivo Natalia vinha questionando muito sobre a loira.

— Não. - os dois responderam.

— Mas qual o motivo para não a chamar? Tem medo que ela veja que está certa? Que você ainda é capaz de amar? O que tem errado nisso?

— Olha só quem fala Valerine! Você já tem o que quer, Natalia já tem o que precisa e eu já aprendi o que deveria. – ele a olhou intensamente – Porque ainda não foi embora?- o loiro apenas a olhou brevemente antes de pegar Natalia no colo e ir em direção ao quarto dela deixando Valerine na sala escura e fria, presa em seus próprios pensamentos

Marcel surgiu de um canto escuro enquanto olhava para o local de onde Niklaus havia saído, era óbvio demais, somente o próprio Niklaus ainda não havia percebido a realidade enquanto se afundava em sua própria solidão.

— Nunca será só vocês dois. - sussurrou antes de saírem da imensa e agitada mansão.

ººº

O loiro olhava Natalia dar seus passos junto de Gregory e sorria achando que tudo estava sendo realizado em tamanha perfeição, mas não era nada dessa forma. Ela caíra centenas de vezes pelo local assim como Gregory que conseguiu a derrubar, o problema era que o loiro havia se empolgado demais e coreografado passos difíceis demais para crianças, Marcel ria e Valerine apenas cobriu o rosto com vergonha e se levantou desaparecendo no auditório e os deixando para trás.

— Fantástico. - elogiou quando a peça acabou e se ergueu animado indo até o local - Foi perfeita. - se abaixou a pegando no colo e a professora suspirou pronta para ouvir outro escândalo.

— Infelizmente senhor Mikaelson, ela não ganhou a competição. - a cabeça do loiro se virou com um estalo enquanto a expressão assassina se formava em seu rosto, a pequena Natalia pouco se importava com o prêmio, se interessou apenas em apoiar a cabeça no peito dele e dormir.

— Como assim? Quem votou isso? - ele questionou erguendo a cabeça e a olhando de lado - Foi uma apresentação perfeita, como ela não ganhou?

— Ela passou mais tempo no chão do que dançando.

— A minha filha fez um trabalho esplêndido, eu não vou admitir que uma pessoa sem o mínimo de noção sobre dança venha dar palpite na minha coreografia.

Algo que se espera de uma mãe. Ele nasceu com o gênero errado.— Marcel pensou desviando os olhos e notando uma figura os olhando com curiosidade enquanto conversava no celular.

— Sim eu escutei isso, acabou de chamar de filha. - cutucou o loiro e quando piscou a figura já desaparecia pelo extenso corredor, Niklaus que pegara a ultima parte da conversa apenas destruiu a medalha na mão da professora e disparou para fora.

Os dois vampiros já estavam desistindo da perseguição quando a figura de Valerine surgiu em meio aos carros estacionados e se lançou contra o outro vampiro os fazendo rolar por todo o local antes da mulher parar sobre o corpo dele, ele a chutou e a morena o agarrou antes mesmo que ele pudesse se levantar, o segurou com força pelo cabelo e fincou a mão no peito dele com força e puxou o coração vendo o corpo se decompor. A vampira ofegou e chutou o corpo para longe enquanto se ajoelhava e levava e a mão ensanguentada até o aparelho de telefone ao lado do corpo, olhou para ao aparelho e viu que a pessoa ainda continuava na linha. Sem esperar ela levou o aparelho até a orelha.

— Olá, espero que não se importe em pagar um funeral. – olhou o corpo – Eu tenho bons ouvidos e acredite, eu sou uma ótima assassina. O que quer?

— Algo que provavelmente eu irei resolver sozinho devido as informações que recebi. - a voz grossa a fez estremecer - Não diga para Niklaus se preocupar, eu acabarei com tudo tão rápido que ele mal irá ter tempo para sentir algo.

Valerine olhou os dois quando a chamada encerrou e vasculhou o celular a procura de uma informação que dissesse quem era o homem com qual tivera contato, e então seus lábios se abriram em terror.

— Mikael Mikaelson.

ººº

— Vamos ter que sumir assim? - Natalia o questionou vendo ele encher a mala com seus pertences enquanto conversava com outra pessoa no celular.

— Sim, você e Valerine terão de sumir por algum tempo Natalia. Tempo o suficiente para eu me resolver com Mikael, mas a história é a seguinte para quem está vindo ficar com vocês... acha que consegue manter a história? - ela o olhou atentamente e confirmou com a cabeça se lembrando que nunca havia contado o segredo de seu "irmão, pai e amiga" - Valerine é uma mulher muito importante para mim, ela te teve quando era bem nova e eu a conheci nesse dia, ela estava morrendo com você nos braços em um beco escuro em Londres e eu a transformei. Criei Valerine como minha irmã e você como minha filha, assim como Marcel... quando ele a conhecer melhor ele vai entender o motivo de eu achar você e Valerine tão importantes. Ela é sua guardiã, não se esqueça disso. - ele segurou o rosto dela com força - Eu estarei de volta o mais rápido possível, não se esqueça que eu sou seu pai.

Os olhos da pequena garota o acompanhavam com rapidez enquanto seu peito se apertava, ela estava acostumada a o ver sempre viajar e sumir por vários dias, mas Natalia sabia que dessa vez era bem diferente. Niklaus não passaria mais meses com ela, não a veria todos os dias e nem sentiria mais que ele se importava com ela, a garota sabia que ele sumiria talvez por meses e quem sabe anos, ou que talvez jamais fosse voltar. Isso a matava, ele era a única família que ela conhecia, a pequena ficaria apenas nas mãos de Valerine e outra pessoa a qual não conhecia. Ela já previa que se sentiria abandonada, sozinha e sem o conforto das únicas pessoas que considerava uma família. Ela estaria sem as únicas pessoa que ela acreditava amar ela.

— Quando eu irei conhecer a tia Rebekah? - ela queria se agarrar a pelo menos um familiar.

Ele suspirou, nunca a dividiria com a família, mesmo que precisasse deles para a manter a salvo. Ela era a filha dele, criação dele, o recomeço dele e o renascimento de um homem perdido há mais de mil anos atrás.

— Quem sabe um dia. Não fale muito com quem irá vir aqui hoje, Valerine passará todas as instruções para você e as siga sempre. - o loiro pediu mesmo não confiando muito no gênio da mulher – Apenas o faça achar que não... faça achar que... – ficou sem voz sabendo que não o enganaria, por fim desistiu.

— Sei que dissemos que deveria ser o mais humana possível, e você vai ter que fazer isso agora Natalia - Marcel pediu - Mais do que nunca, não deixem que outros se quer suspeitem de quem você é ou teremos problemas grandes. - ele a olhou com os olhos carregado da despedida.

— Ele não vai ficar muito curioso? - Valerine apareceu com a mochila de Natalia e terminou de fechar a que Niklaus preparava para ela.

— Ele nunca quer saber mais do que o suficiente. — assim espero.

— E qual o motivo para ele te prestar um favor? Vocês não se odeiam? - ela cruzou os braços.

O loiro suspirou e a olhou de lado vendo o quão tensa ela estava, afinal não havia ouvido coisas nada boa a respeito dele. Niklaus o amava, amava muito e havia falhado, mas sabia que as apresentando ele se reintegraria a família e o loiro veria esse cumprimento de favor como um motivo para o reaproximar e ser aceito de braços abertos assim como fora com Rebekah, assim como vinha sendo. Talvez todos eles daqui mil anos se tornassem uma verdadeira família quando o perdoassem pela mentira e toda dor que causou.

— Vocês serão os suficiente para que ele faça apenas por querer. - sorriu brevemente

Eles irão a amar, assim como a amo. Em algum milênio, será aceita. - pensou olhando para a pequena garota.

Klaus se agachou ficando sozinho com Natalia no recinto , ficou de frente para ela entregando a pequena medalha completamente quebrada que apenas riu do temperamento explosivo dele e a pegou o abraçando logo em seguida. A primeira vez que ela o abraçava desde que entrara em sua vida, isso apenas o dava um motivo maior ainda para sumir com Mikael, ele não deixaria que ele chegasse perto dela. Precisava o desviar de seu caminho ao máximo.

— Até logo querida. - sussurrou se erguendo e seguindo em direção a sala quando a campainha tocou parando ao lado de Valerine que abriu a porta.

— Soube que precisam de socorro, da minha ajuda especificamente. - a morena escancarou os lábios olhando a figura e Niklaus apenas deu um sorriso feliz por ter recebido a ajuda que pediu.

— Que homem lindo. - falou indiscretamente e o moreno apenas sorriu para a vampira que se afastou.

— Obrigado por vir irmão. Entre Kol.

 


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