No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 14
14




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14

Natalia olhou ao redor vendo os pequenos barcos passando pelo rio de Veneza, ao lado dela Niklaus a guiava por entre as ruas junto de Kol. Elijah havia sido expressamente proibido de viajar com eles e se encarregara de vigiar Finn bem de perto. Natalia imaginava muito bem o motivo, Klaus estava evitando um romance entre os dois.

— Não faço ideia de onde ela possa estar. Tem certeza disso pai? - Natalia perguntou para Niklaus e viu a expressão dele amenizar aos poucos.

— Eu posso sentir o cheiro dela. - os dois se viraram para Kol o olhando com a sobrancelha arqueada - Prestei bastante atenção em Valerine nos anos que fiquei com ela, tive que deixar algo mais marcante em primeira mão. Deixei o cheiro afinal ela some com facilidade.

— O problema não é Valerine e sim Katherine. Sei que uma hora ou outra Valerine virá, e Katherine também fará o mesmo. - Klaus suspirou olhando ao redor quando focalizou a figura loira de Rebekah passando correndo logo atrás da morena que parecia perseguir outro alvo, todas estavam correndo rápido demais para os olhos humanos, em uma velocidade tão grande e tão desesperada que Niklaus teve dificuldade de os ver.

E então a direção da corrida mudou e ia direto para Niklaus, Rebekah foi a primeira a chegar segurando a pequena agulha com seringa nas mãos e a quebrando por completo antes que a mesma pudesse entrar no corpo de Niklaus.

Um estalo alto foi ouvido e logo em seguida um grito, Niklaus olhou ao redor vendo que as ruas estavam vazias e se aproximou do local vendo Valerine com um pé esmagando a coluna de uma vampira que se retorcia no chão. Ela puxou o cabelo da mulher a direcionando para Natalia que não a identificou.

— Essa é Samantha Vilella. Sua querida e adorada tia assassina.

Alguns minutos depois em uma pequena casa escura em um local deserto na pior rua de Veneza Samantha estava amarrada a correntes, Niklaus andava de um lado para o outro tentando não explodir, pelo menos até ouvir o que se desenrolaria ali.

— Há meses atrás fui atrás de Katherine. - Valerine começou - Soube que ela procurava a cura, para usar como moeda de troca e me interessei em ir atrás para ter ela pra mim. Persegui Katherine por dois meses e me lembrei de algo, eu tinha a visto anos atrás na casa de Natalia. Investigava Samantha pelo assassinato da irmã. Era uma suspeita, mas eu estava certa. - a mulher olhou para Natalia - Samantha engravidou, o bebê nasceu e sobreviveu por apenas dois meses, ela chamou a amiga bruxa achando que poderia trazer o bebê a vida, mas não poderia. No entanto... poderia fazer com que seu bebê fosse para outro corpo ou poderia roubar a alma de outro bebê e colocar no seu.

— O que aconteceu? - Niklaus a questionou.

— Katherine aconteceu. O bebê de Samantha era uma Petrova, Katherine prometeu lhe dar o melhor dos presentes se Samantha colocasse a alma de outro bebê no seu. Prometeu a vida eterna, beleza, riqueza... em troca da filha. Na verdade... do corpo da filha.

— Por que alguém faria isso? - Natalia questionou - Eu não sou uma Petrova.

— Esther prometeu dar a cura e a vida de Niklaus para Katherine se ela encontrasse uma duplicata pura. Mandou a bruxa para preservar o corpo do bebê morto, para deixar a alma antiga enfraquecida apodrecendo dentro dele até que a outra fosse transferida. A outra alma era de Natalia. - olhou para a garota - Samantha matou Karine logo após seu nascimento para ficar com você e a usar como moeda de troca.

— E o outro bebê? A outra Petrova?

— Ela tinha que ser pura. - os olhos brilharam - Foi levada para Esther e sacrificada, seu sangue e suas cinzas misturadas com dezenas de outras duplicatas e feitiços poderosos das quais ninguém jamais teve acesso. Niklaus... A cura está pronta. A ultima duplicata que Katherine tomou era uma duplicata de Marcel de apenas 5 meses. Esther nesse momento está recebendo a ajuda de dezenas de seus inimigos que sabem sobre a cura. Existia apenas três doses da cura, uma Rebekah destruiu, uma já está com Katherine... a outra está com Esther.

...

— Está me dizendo que meu pai corre perigo? Que ele pode receber a cura e ser desmembrado por centenas de vampiros? Que existem pessoas esperando ele apenas fechar os olhos pra isso acontecer?

— Sim. - Valerine admitiu bagunçando os cabelos - Temos que tomar a cura de volta dela. - sussurrou.

— Temos que destruir. – Natalia contrariou pensando no absurdo que Valerine estava dizendo, mas a vampira estava aborrecida demais  para que ela fosse mais longe que isso, a tensão deixava todos em pânico.

— Natalia! A cura não é apenas para o vampirismo. - a jovem a olhou atentamente absorvendo as palavras dela - É para os lobisomens. E até mesmo para a bruxaria. Essa pode ser a chance de acabar com os poderes de Esther de vez. Ela nunca mais voltará. Eu preciso de um banho.

A jovem a olhou chocada por alguns breves segundos antes de balançar a cabeça em compreensão e seguir em direção ao próprio quarto se surpreendendo ao ver Elijah no mesmo sentado em sua cama olhando para a imensa janela com atenção, uma calma perturbadora, um silêncio tenso e logo ela passou a entender o que se passava ali, mas preferiu ignorar, talvez ele mudasse de ideia.

— O que faremos com Samantha? - ele a questionou.

— A matem. Apenas isso, não deixe que ela tenha aquilo que tanto quis, a imortalidade. - pediu se aproximando dele e abrindo a janela vendo a fraca chuva que caia - Se pegarem Klaus...

— Não somente Klaus, sempre nos usarão para chegar até ele. Não se exclua disso Natalia, qualquer um de nós pode virar um alvo. - ele se aproximou parando atrás do corpo dela, Natalia podia sentir o calor que vinha de seu corpo e o tecido leve encostando em suas costas.

— Então me transforme e me ajude. Eu não tenho chance alguma sendo humana. Eu não poderei nem mesmo escapar. - sussurrou e ele a olhou por um breve momento, não o daria, sabia que isso selaria um laço de ódio entre ele e o irmão para sempre. Elijah não poderia tomar esse tipo de decisão, se Niklaus ainda não a transformava era por que acreditava que Natalia não estava em sua maturidade para assumir algo tão complexo. Não se tratava apenas da vida eterna e somente de seus benefícios, existia uma toda carga que talvez ela não estivesse pronta para lidar no momento. Niklaus não transformaria alguém simplesmente por transformar.

— Eu não posso. Fale com Niklaus, essa não é uma decisão que deva ser tomada por mim.

— Você tem razão! Quem está tomando a decisão sou eu, Klaus não tem mais esse direito sobre mim. Estamos chegando próximo de uma guerra, vamos ser massacrados. E quem é o alvo mais fácil? - questionou irritada e ele lhe deu as costas quando a porta foi aberta.

— Eu espero que essa gritaria seja por que alguém está morrendo e não por uma crise amorosa. - Lerry surgiu mal humorada em um robe de seda preto que se arrastava pelo chão

— Esse é o robe do meu pai? - Lerry a encarou.

— O que você acha querida? Eu não tenho um no meu closet, então usarei o dele. Saia daqui Elijah, estou tendo uma conversa feminina. - pediu e ele apenas suspirou se afastando e dando boa noite sem as olhar - O que foi pequeno caos?

— Nada. - se Natalia ousasse dizer que queria ser uma vampira, Valerine a mataria ali mesmo.

— Klaus está desconfiado. - Natalia se fez de desentendida. Mesmo que não houvesse nada de concreto entre os dois - Eu devo me meter e gritar com ele?

— Melhor não. Isso pode aumentar nossos problemas mais ainda.

— Ele é um grande amigo, um grande homem que faz tudo errado... eu não acredito que ele irá te odiar por isso. A não ser pelos próximos mil anos, e talvez ele comece a te perseguir como um maluco igual faz com Rebekah, e também pode... sabe... te prender em uma masmorra. Mas se isso for te encorajar... eu travarei uma guerra contra ele para isso, e acredite... eu nunca baixei a cabeça diante de uma batalha. Você deveria fazer o mesmo, ele só vai te dar uma surra que vai fazer você desejar estar morta.

— Mas que bela maneira de me confortar Valerine. - ela cruzou os braços ficando ainda mais tensa.

— Eu disse que eu ia me meter.

— Pra apanhar também? - a vampira a olhou com cinismo.

— Por favor queridinha, você acha mesmo que eu vou aceitar que ele me bata sem que eu me vingue depois? - abriu um sorriso malicioso que arrepiou a morena após ouvir a frase seguinte - Niklaus nunca me testaria a tal ponto sabendo das minhas capacidades de fugitiva, torturadora e perseguidora. Ele poderia ter berrado comigo mesmo em Veneza pela minha falta de responsabilidade, mas não fez. Sabe por que? Por que sabe que eu sou o tipo de inimigo que não recua e que não tem medo dele, eu sou o inimigo que ninguém quer ter. E é nisso que você vai ter que se transformar, você já tem a melhor carta. O amor dele.

...

— Esse é o meu robe? - o vampiro questionou a vampira que o retirou e jogou na poltrona enquanto subia na cama dele e se escondia de baixo do cobertor quente - O que faz na minha cama Valerine?

— Vim pra você gritar comigo, ao invés de esperar você vir atrás. Quero mostrar que tenho moral. - ele riu fechando o livro.- E eu não vou dormir naquele porão que você diz que é meu quarto.

— Você sempre teve os seus segredos, nunca me traiu e eu não estive esperando isso querida. Mas estou furioso por ter sumido, por saber de algo tão grande e esconder isso de mim quando a vida de todos a minha família estava em risco. – ele a olhou com uma seriedade nunca vista pela mesma, sabia que Niklaus estava mais do que furioso, mas estava se contendo com medo de que Valerine sumisse e arrumasse problemas.

— Eu não podia parar e nem deixar que nenhum de vocês se metesse nisso, se Esther desconfiasse que algum de vocês sabia todo o plano seria mudado e não descobriríamos nada. Rebekah me foi útil quando fomos atrás da bruxa que acreditava que ela estava querendo se vingar de você. E Esther não ficaria eufórica caso ela estivesse pela Europa, pareceria apenas uma viagem por futilidade.

— Por que se vingar de mim? – ele a olhou confuso, não se lembrava da bruxa Sofia.

— Quem não quer? Todos já sabem sobre Natalia Klaus.- isso fez com que ele a olhasse atentamente, os longos fios esparramados pelos lençóis brancos e a feição nada preocupada, como se estivesse apenas lhe desejando boa noite – Você tem uma carta na manga?

— É claro que sim. – olhou para o teto pensativo, já estava mais do que na hora de começar a proteger sua família, isso exigira sacrifícios, na realidade, esse sacrifício já vinha ocorrendo há anos – Você.


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