Capitulo 2 – Obstinado.

Clark Stone

Ela estava cansada, havia acabado de chegar da faculdade, e estava definitivamente morta. É ainda tinha que ajudar em casa, seus deveres haviam aumentado com o fato de sua Irma mais nova Melissa ter sido acidentada após sair do colégio por um estudante imprudente.

Um suspiro de cansaço sai de seus lábios e ela se levanta do sofá na onde gostaria de passar a eternidade, e caminha para a cozinha na onde estava totalmente uma zona, graças ao baguncento de seu pai, que havia feito comida, tinha varias panelas sujas, o chão da cozinha estava só a gordura e para melhorar seu cachorro havia mijado no botijão de gás.

Ela bufa irritada e com uma liga prende seu cabelo no topo, arregaça as mangas de sua blusa florida, estrala os dedos e diz para si mesma.

— Vamos para a guerra.

***

Estava tudo impecável, todas as vasilhas limpas, o chão, ate mesmo os quartos havia limpado, afinal sua mãe e Irma viriam para casa amanha, e mereciam ficar em uma casa limpa. Ela pegou uma toalha e algumas roupas limpas para se trocar e foi para um banheiro, tomou um banho gelado, afinal estava com calor se vestiu e se jogou na sua cama já fechando os olhos e dormindo profundamente.

Adam Style

Como todas as noites, ele ficava em seu quarto escutando historias de sua Irma, mas hoje ela não estava lá, já que tinha que dormir mais cedo, então ele teve que se contentar apenas com o radio, nele se passava varias musicas se conteúdo, ele odiava essas musicas e sentia uma enorme vontade de quebrar aquele maldito radio, mas não o fazia por que, Miguel quem havia lhe dado.

Miguel, aquele velho sabichão, ele sentia muita falta dele, afinal ele havia cuidado de Adam desde quando ele era pequeno. Ele lembrava perfeitamente de como o cheiro dele era forte, era uma mistura de loção de barba com um perfume forte, ele gostava muito do cheiro dele, mas só não chegava aos pés de Clark, que era suave, doce e feminino, ele quase nunca havia sentido algo tão simples, já que as empregadas de sua casa, nunca ficavam perto dele, e o da sua mãe e Irma eram diferentes, e alem do fato dele estar muito acostumado com o cheiro delas.

Tinha outra coisa que ele havia notado na garota, era estranho, mas ele gostava do jeito que ela ria, sua risada era muito alta, e ele sentia uma grande vontade de rir junto com ela, ela animada, alegre, parecia muito feliz, isso tudo ele havia percebido pelo fato de ela ter passado a tarde ao lado dele rindo, e conversando. Mais, o mais estranho de tudo era que ele sentia vontade de estar ao lado dela a todo momento, e isso era muito estranho, e também o assustava um pouco.

Por quê? Simples ele tinha medo de que ela fosse embora como Miguel havia feito, ele não gostaria de gostar dela, ele não queria, mas sentia que estava começando a gostar dela, e estava irritado com ele mesmo, por que ele tinha apenas passado uma tarde com ela, e já havia notado em tantas qualidades, ele precisava parar de fazer isso! O quê ele realmente precisava era descobrir alguma falha nela, isso mesmo ele iria descobrir uma falha naquela garota, ate por que todos nos temos uma falha e por que ela não teria?

Amanha de manha, quando ela chegasse para ensina-lo a tocar piano, iria tentar notar alguma falha nela, ou talvez alguma maldade presente naquela garota tão cheirosa e alegre.

***

De manha, ele havia acordado cedo, e começara a fazer a sua rotina de sempre, afinal conseguia andar em seu quarto, mas apenas nele, já que sua mãe não o deixava andar pela casa se não fosse com Miguel, ou com Clarissa, mas em seu quarto ele conseguia, pois Miguel o havia ajudado a contar quantos passos ele dava ate chegar a cada canto.

Ele foi ate o banheiro na onde se despiu, e seguiu ate o Box, contou dez passos e parou tocando na parede ate achar a torneira e ligar fazendo a água morna cair sobre o seu corpo.

Ele passou mais ou menos uns dez minutos no banho, e saiu com a toalha enrolada na cintura, foi devagar ate o seu guarda roupa na onde era tudo organizado de um jeito que ele pudesse encontrar o que queria, vestiu apenas um short jeans, e uma camiseta, e pegou a sua bengala, seus óculos escuros e saiu de seu quarto e permaneceu parado na porta, quando ia por fim sair, ele acabou por sentir um cheiro familiar no ar, era a Clark.

 - Adam? Você já acordou? È tomou banho, sozinho? Meu deus, o que deu em você? – Pergunta sua mãe o abraçando de lado e lhe dando um beijo na bochecha. – Eu estou gostando dessa sua atitude, mas estou com medo ao mesmo tempo, tome cuidado, mamãe tem que ir, seja um bom garoto e, por favor, não faça nenhuma besteira, Clark foi um anjo que caiu do céu em nossas vidas, não machuque os sentimentos dela, você às vezes passa dos limites quando quer algo. – Completa ela, fazendo Adam bufar já se irritando.

Ele nem era tão grosso assim, e nem magoava as pessoas por mal, elas que o magoavam, e ele apenas apontava os defeitos das pessoas, para que elas melhorassem, se elas não aguentavam a verdade problema era delas e não dele, afinal ele já havia aprendido que era cego, e se falassem dele, ele não ligaria apenas ignoraria e retrucaria, como um verdadeiro Styles.

— Mãe, não sou um monstro, que sai destruindo o desejo das criancinhas. – Retruca ele enquanto acompanhava sua mãe com o braço enrolado ao dela.

— Você não e um monstro, mas já destruiu o sonho de muitas crianças, lembra da Mel? Aquela garotinha que veio aqui no natal, que sonhava em conhecer o papai Noel? Pois é você contou uma serie de fatos para ela afirmando, que o papai Noel era o pai dela, tudo isso por que, ela tinha falado que você não poderia ver o papai Noel. – Sua mãe argumenta, fazendo ele da um sorriso maligno de lado, aquela garota havia chorado horas, e ele gostava bem de lembrar-se do desespero dela.

Ele podia muito bem, escutar Clark seus passos faziam um barulho atrás dele, e ela bocejava de pouco em pouco tempo. Para passar pelas escadas de sua casa, era um sacrifício, alem de ele odiar passar por lá, mas sempre tinha que andar pelas escadas para chegar a qualquer cômodo de sua casa. Levantou sua bengala e colocou debaixo do braço, quando sentiu uma pequena mão segurar no seu braço esquerdo, o fazendo sentir cala frio, mas ignorou, e continuou andando pelos degraus, com ajuda agora de sua mãe e de Clark.

***

 Clark não tinha de fato toda aquela alegria contagiante de ontem, na verdade ela parecia bem casada e parecia querer dormir em cima dele, mas ela não havia arregado não, estava lá sentada de frente ao piano, e ao lado dele, ela suspira mais uma vez passa suas mãos em seus cabelos, jogando um aroma perfumado e delirante em seu rosto.

— Tudo bem! Eu não vou dormir, eu não estou com sono. – ela murmura mais para si, Adam ri de lado e balança a cabeça, ela era de fato muito doidinha, como iria achar defeitos se queria sorrir a cada ação que ela fazia? Ele estava encrencado. – Tudo bem! Adam, meu caro novo amigo, eu acabei de marrar uma fita escura em meu rosto e irei lhe mostrar que sei tocar sem enxergar, e para comprovar que não estarei caloteando, Clarissa ira dizer se estou falando a verdade, já que ela não se sente bem para ir a escola, e você mesmo sentira o pano, venha toque aqui no meu rosto. – Completa ela pegando as mãos dele antes que ele pudesse reclamar e colocando em seu rosto.

Sua mão deslizava pelo o rosto dela com delicadeza, sentia seu coração agitar-se a mil, enquanto sentia a pele macia do rosto dela sobre sua mão, ate sentir um pano perto da região ocular, provavelmente era para ele já ter tirado suas mãos, mas não sentiu vontade, e nem queria, a pele dela era tão reconfortante, e os fios do cabelo da mesma que viam de encontro com a sua mão eram tão suaves e macios, mas claro que sua irmãzinha pequena, tinha que atrapalhar.

— Adam, já esta bom, quero ouvir ela tocar. – Fala sua Irma caçula tirando as mãos dele do rosto de Clark, ele sentiu raiva pela primeira vez de sua Irma, e também pela primeira vez sentiu suas bochechas esquentarem, Clark apenas riu, e começou a tocar uma melodia calma e meio triste.

— Essa musica eu não sei se vocês conhecem, mas é da Taylor Swift, gosto das musicas dela, são bem escritas e tem bastantes emoções envolvidas, ela se chama Back To December, espero que gostem. – Comenta ela tocando, quando sua voz começa a soar pela casa, era tão calma e sentida, que Adam estava encantado, alem de tocar piano ela cantava, mais duas qualidades que fazia ele querer odia-la, e sair mais a procura de defeitos escondidos.

Talvez não fosse hoje, mas talvez amanha ele encontraria defeitos nela, a se encontraria! Agora ele estava determinado!