Funeral escrita por Arthur Araujo


Capítulo 1
I




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Então ele caminhou devagar observando as pessoas, e se sentou em uma das mesas vazias. Achou que estaria mais feliz, porém ver que outros ali estavam tristes fez Thomas querer chorar mais do que já havia feito, mas pelo menos não estava sozinho, Thomas acreditava que teria amigos quando chegasse do outro lado. E assim estavam eles, esperando pelo seu amado.

As pessoas chegavam devagar até o caixão ninguém queria se aproximar de verdade, tinham esperança que fosse tudo uma pegadinha esperavam que ele se levantasse e saísse dali pra fazer uma piada, ninguém queria acreditar, esperavam tanto, mas tinham que aceitar, Thomas não voltaria para falar de dinheiro ou garotos.

Ele estava muito ocupado deitado, com braços cruzados e uma camisa legal, uma vez quando tinha cerca de quinze anos, Thomas conversou com a mãe e pediu que ou o caixão tivesse fechado ou ele vestiria algo legal, se imaginou morto com as pessoas que ele gostava ao redor, seria trágico estar com uma roupa feia. A mãe dele se lembrou, mas não teve coragem de vestir o corpo do filho, entregou a roupa escolhida para que outra pessoa o vestisse.

Agora ela estava sentada, a pouco havia parado de chorar, tentando ser consolada pelo outro filho que tentava se controlar e não desabar perante o funeral do irmão morto.

Outras pessoas da família estavam ali. Thomas antes sentia desgosto em imagina aquela cena, agora nem se importará mais.

Seus amigos vieram, grande parte deles se esforçavam entre lágrimas para estarem ali, Thomas viu que, e se sentiu grato, estava em partes como ele esperava, tinha comida. Jenny tinha arrumado tudo, ela não acreditava que tinha perdido um grande amigo, não aceitava que ele não estaria mais ao lado dela, não permitia a se mesma que não tivesse o curado, pra isso havia se tornada médica, pra ajudar as pessoas, ela tentava salvar desconhecidos enquanto seu melhor amigo morria ao seu lado.

         ⁃ Tossir sangue é uma consequências de câncer no pulmão num estágio avançado. Eu vou cuidar de você.

Vou cuidar de você. Aquela lembrança dita a mais de duas décadas atrás ecoava na mente da Jenny, ela queria que o funeral do Thomas fosse como ele havia pedido, assim seria, assim foi.

Jasmine correu até a mãe, ela tinha quatro anos, Thomas gostava da criança, e ele não gostava de crianças, era um bom padrinho, Jasmine o chama de tio, e mesmo sem entender, havia chorando junto com a mãe quando soube que o tio Thomas estava morto.

         - Mãe, seu amigo trouxe chocolate, posso comer?

         ⁃ Que amigo? - Perguntou Jenny.

         ⁃ Tio Jack.

Jenny levantou a cabeça da mesa do computador, estava selecionando as musicas que Thomas havia pedido, então viu Jack se aproximar, ele tentou sorrir, tentou parecer forte, sua mão tava enfaixada, Jenny não se importava em saber o motivo, mas nós sabíamos.

Jack havia chorado, muito, seu amigo tinha morrido como ia ficar feliz com aquilo? Seus problemas de não lembrar-se das coisas nunca o irritaram tanto quanto agora, a falta deles o irritava tanto quanto, tentava lembrar as vezes que invés de um aperto de mão sem graça havia abraçado de Thomas verdade, tinha medo de senti-lo, concluía.

         ⁃ Cê leva brigadeiro no meu funeral? - Thomas perguntou uma vez. Jack não sabia o que dizer.

         ⁃ Claro - Respondeu.

         ⁃ Se você não fizer eu volto pra quebrar o seu nariz.

         ⁃ Tudo bem, então.

Thomas odiava que dissessem aquilo, mas agora depois de sua morte, Jack caminhou até a cozinha, tentou separar o que precisava, Thomas amava o brigadeiro do Jack, Thomas o amava. Jack nunca dissera de volta quando Thomas precisava ouvir. Thomas não entendia porque, era tão simples, mas Jack não queria no fundo, ou não conseguia, Thomas tinha dúvidas. Jack tentou fazer certo, foi interrompido pelo surto de lágrimas silenciosas queria se lembrar de como era sentir o melhor amigo.

Quando caminhava com uma vasilha de brigadeiro em mãos Jack se arrependeu, não deveria ter feito aquilo, não deveria ter cozinhado, queria ter ficado esperando o que Thomas prometera, queria ter o nariz quebrado, queria sentir a dor do soco do amigo contra seu rosto, queria e pensou que faria qualquer coisa que pudesse senti-lo outra vez depois de muito tempo.


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