Manual de Uma Adolescente Grávida escrita por Baby Boomer


Capítulo 1
Dica 1 - Veredito


Notas iniciais do capítulo

Oioi meus liamdos! Vim aqui reescrever essa fanfic que eu já havia escrito há dois anos. Algumas ex-leitoras minhas, de uma conta antiga que eu por acaso excluí, pediram o arquivo dessa história e eu não pude dar em virtude do meu computador tiranossáurico que pifou e me fez perder todos os arquivos, então aqui estou eu, tentando escrever de novo essa belezinha.
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Espero que gostem!
TRAILER DA FIC: https://www.youtube.com/watch?v=oH-l1LdF7Lc&feature=youtu.be



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POV Katniss

— Não sabe qual escolher? – uma mulher ao meu lado me perguntou.

Olhei para ela com desconfiança, tentando decifrar qualquer traço que indicasse que ela me julgava. Claro que julgava.

— Hm… não é o tipo de coisa que meninas de quinze anos compram todo dia – respondi, franzindo os lábios.

— Seios doloridos, mamilos escuros, menstruação atrasada, náuseas?

Imediatamente ruborizei.

— Acho que você já tem certeza do veredito, mas pegue este mesmo assim. – Ela colocou a porcaria da caixinha rosa na minha mão.

Cacilda! Meu coração estava na garganta, língua e dentes… os batimentos se espalhavam pelos braç… enfim, o corpo todo. Eu estava pulsante, literalmente, nervosa ao extremo.

O cara do caixa me olhou torto quando paguei por aquele palitinho de plástico, mas fingi não ter percebido. Apenas me enfiei no banheiro daquela farmácia e fiz que nem as pessoas fazem em filmes, mirar naquela jorsa. Era mais difícil do que parecia e eu acabei mijando minha própria mão.

Lavei minha mão enquanto o resultado não aparecia e fui até a uma prateleira qualquer, que me segundos depois percebi ser de mamadeiras e chupetas. Ah, que ironia!

A mulher que me entregou a caixa apareceu subitamente ao meu lado no exato momento em que meu corpo gela e eu fico pálida ao ver dois tracinhos, dois simples tracinhos que me eram pena de morte.

— Sinto muito, querida. Parece assustador, mas ter filhos não é tão ruim assim.

Olho para ela surpresa. Não era isso que eu estava pensando.

— É que… o pai da criança…

— Ele não vai assumir? – Ela arqueou as sobrancelhas, colocando a mão no meu ombro.

— Não, é que… - Suspirei fundo e senti o choro desabrochar. – Ele é o meu primo.

Meu skate fazia barulho na calçada e isso era a única coisa que conseguia me distrair do assunto do dia e dos futuros meses e anos e o para sempre da minha vida. Eu não iria abortar, não teria coragem. Adoção? Considerável, se eu achasse pais agradáveis, mas eu não iria tomar essa decisão agora, primeiro tinha que ver se meu primo não ia morrer do coração. Na verdade, eu é que ficaria parecendo um planeta, uma bola, um objeto roliço e uma mulher que anda que nem um pato. Se eu sobrevivi à notícia, ele sobreviveria.

Acelerei mais a velocidade e parei para averiguar meu estado. Assustada. Nervosa. Mais assustada. Feliz?

Eu sempre quis ter filhos, mas não com quinze anos nem com meu primo. Foi… foi uma coisa de momento! Minha primeira vez, poxa… eu não queria que fosse com meu ex-namorado Gale nem com nenhum outro paquerinha colegial que eu tinha… porque, parando para analisar… eu não confiava neles o suficiente para isso. Agora Peeta, o primo que cresceu comigo e sempre me foi tão implicante – mas amável –… esse sim eu confiava. Confiei minha virtude a ele, e agora… Adivinha!!! Um filho.

Não era para ter acontecido, concordo com você. Entretanto, não me arrependo de ter tido minha primeira vez com um cara maravilhoso. Nós ficamos algumas semanas nos evitando, mas acho que ambos percebemos que aquilo não poderia acontecer de novo e paramos de besteira. Voltamos a ser os primos implicantes de antes.

Só que isso ia mudar.

Ia mudar muito.

— Katniss? Pensei que vocês viriam apenas para o jantar! – tia Effie exclamou.

— O Peeta tá aí? – perguntei esbaforida por causa do esforço com o skate.

Minha tia deu um beijo estalado na minha bochecha e apontou para cima. Subi as escadas e entrei no segundo quarto à direita, exatamente onde foi minha primeira vez.

— Tá aí, traste?

Marrentinha? Pode entrar.

Assim que abri a porta, lá estava ele com sua guitarra azul na cama, inflando a bochecha para que eu desse um beijo ali. Revirei os olhos, dei um beijo estalado no rosto afilado do meu primo e me sentei ao seu lado na cama.

— Peeta, eu…

— Ai meu Deus, lá vem notícia… Você nunca fala meu nome a não ser que seja algo bem sério.

— E é. – Fechei a cara.

Na mesma hora ele descobriu o assunto.

— Borboletinha, pensei que já tivéssemos conversado sobre isso… Não estamos de boa?

— Peeta…

— A gente devia esquecer aquilo. Foi bom? Foi, mas a gente…

Peeta!

Ele olhou para mim com aqueles olhos azuis celeste esbugalhados e suspirou.

— Você não teve TPM nos últimos dois meses – ele constatou. Peeta sempre sabia quando eu tinha TPM. Ele era observador.

Eu assenti, desviando o olhar do rosto dele para que ele não visse meus olhos marejados.

— Pois é… eu estou grávida e eu não sei o que fazer.

Mesmo que o bebê não fosse dele, eu iria recorrer a ele, pois não havia melhor pessoa para conversar do que aquele meu primo.

Os espasmos dos soluços foram contidos pelos seus braços fortes, apertando-me de um jeito protetor e maravilhoso. Nada podia me machucar naquele momento. Eu sabia bem disso.

— Vai dar tudo certo, Borboletinha. Eu não vou sair do seu lado em momento algum. Nunca fiz isso, lembra? Nem quando você bateu nas minhas távolas redondas com aquele taco de beisebol. – Ele pôs a mão em meu ventre e eu perco o fôlego. Cada toque… - Está aqui a prova de que aquele golpe não me debilitou.

Inesperada e inconvenientemente, ri com o comentário. Até em situações assim ele sabia me acalmar.

— E agora? O que a gente faz? – perguntei, fitando-o com meus olhos cinzentos.

— Agora a gente conta para os nossos pais e decide o que quer fazer com esse bebê. Dar e encher amor ou dar para alguém que consiga fazer isso melhor do que a gente.

Bufei.

— Amor eu consigo dar. Não sei se consigo dar o que ele precisa, os cuidados necessários…

A maneira como ele me olhou a seguir foi tão intensa que pensei que estivesse falando isso para mim, não em relação à situação.

— Amor é suficiente.

— Você vai ficar sentado, ouviu bem? – sussurrei.

— Não mesmo. Eu vou ficar ao seu lado.

— Tudo bem, mas deixa que eu falo, tá?

— Kat, a culpa não é só sua, eu também…

— Crianças? – tio Haymitch chamou. – O que vocês tanto cochicham aí?

Eu e Peeta nos entreolhamos antes de sair de baixo da escada e fomos até o meio da sala de estar, onde todos saboreavam a maravilhosa sobremesa de limão que minha mãe fazia.

— Eu tenho um… - Peeta me beliscou no braço. – Nós temos um assunto para discutir. É um assunto que vai gerar intriga e brigas e tudo que eu não espero de vocês é clemência.

— Foi expulsa da escola? Problema com drogas? O que vocês andaram quebrando? Faculdade em outro estado?

As perguntas ressoavam e eu sentia Peeta suar frio ao meu lado.

— Gente, não…

Os cochichos continuaram.

— Gente do céu, o que há de errado com essa família, hein? – Perguntei ironicamente para o céu (teto) – Agora sei a quem Peeta puxou, viu, Deus? Ô genética boa. Tenho que chamar vocês mil vezes para eles ouvirem!

Todos olhavam para mim, inclusive minha irmã Prim, de 11 anos.

— Em terceira pessoa vocês escutam, né? – Bufei. – O que uma fofoca não causa…?

— Vai falar logo o que é ou não? – meu pai perguntou.

— Tio Cinna… – Peeta começou – é um assunto complicado e…

Respirei fundo antes de cortar a fala de meu primo.

— Eu estou grávida.

Silêncio.

Silêncio.

Eu estava para fingir um desmaio para fugir daquela situação constrangedora.

— Gente, fala alguma coisa – pedi com jeitinho. – Vocês vão falar “ÊÊÊÊÊ” ou vão gritar “O quê” que nem naqueles filmes de comédia e…? Tá, parei.

Tio Haymitch, o menos chocado de todos, foi quem me tirou da situação.

— Com quem foi a fabricação? Foi bom, pelo menos?

Tia Effie deu um tapa nele.

— Ué, para valer um filho… - Meu tio deu de ombros.

— Como isso pôde acontecer? – Minha tia estava quase chorando.

— Do jeito tradicional, minha filha… - tio Hay murmurou. – Do mesmo jeito que fizemos esse loirão aí, parado que nem uma estátua, roxo por não estar respirando direito.

Olhei para meu primo e comecei a me desesperar.

— Peeta, pelo amor de Deus! Bota esse ar pra dentro. – Abanei as mãos na direção das narinas dele, tentando retoricamente fazer o ar entrar. O que a gente não faz quando tá nervosa, né?

Minha mãe estava em choque ainda, paralisada, mas meu pai findou pegando o resto desse roteiro.

— Quem é o pai desse bebê, Katniss? Eu juro que vou estrangular as bolas desse cara…

Minha garganta travou, assim como minha respiração, e é nesse momento em que desisto de tentar levar tudo de boa(na lagoa) e suave(na nave), porque eu sou humana e humanos têm o direito de serem fracos às vezes. Meu choro começa silenciosamente e o peso da culpa recai sobre meu peito. Eu e meu primo termos decidido ter nossa primeira vez juntos foi uma péssima ideia. Eu devia ter impedido. Devia ter evitado que meu primo sofresse todo esse draa comigo.

Comecei a abrir a boca para inventar uma desculpa, inventar alguém que não existe ou falsificar um óbito quando Peeta jorra o ambiente com as palavras que o fariam ficar silencioso em instantes.

— Sou eu. Eu sou o pai do bebê.

A bomba foi lançada, mas ela não explodia. Todos estavam chocados e eu caída no carpete, com as mãos no rosto, escutando o monólogo do meu primo um ano mais velho que eu.

— Podem achar que somos imaturos e irresponsáveis. E somos, confesso, nós erramos, não nos protegemos devidamente e confiamos no método da tabelinha que, meu Deus, vejo agora que é uma merda. Peço que nos perdoem pela decepção que causamos, porque acho que vão ter que deixar isso de lado, considerando que eu e Katniss precisaremos de muita ajuda para passar pelo mesmo caminho que vocês passaram sendo nossos pais. Não é culpa de vocês, vocês não fizeram nada de errado, é só que…

— Ah, moleque! – meu pai gritou e tio Haymitch se postou na frente de nós dois.

— Eu que pedi para Peeta tirar minha virgindade – murmurei contra as mãos. – Não confiava em mais ninguém para fazer isso comigo. Eu convenci ele, pai. Ele… ele não tem culpa. Eu que pedi exaustivamente.

Então Peeta sentou ao meu lado e começou a chorar também.

Minha mãe murmurou alguma coisa e, de repente, tínhamos mãos nos afagando e abraçando.

— Vocês são primos, meu Deus, mesmo sangue… como pode? Bem… apoiamos vocês mesmo assim.

Dica de hoje: preveja seus vereditos com antecedência.


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Notas finais do capítulo

NÃÃÃÃO ESQUEÇA DE COMENTAR! QUERO SABER SE VOCÊ GOSTOU. PODEM BOTAR CLICHÊS MSM, NÃO SE PREOCUPEM.
Não esqueça tbm de ver o trailer da fanfic: https://www.youtube.com/watch?v=oH-l1LdF7Lc&feature=youtu.be



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