Blackbird escrita por Srta Dilaurentis


Capítulo 4
Crucio!


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey gente, me desculpem mesmo pela demora pra postar o capítulo, a semana está muito corrida pra mim, muitas provas, trabalhos, compromissos e parece que minha criatividade tirou férias e não voltou mais... Me desculpem mesmo, sério!

Bem, sem mais delongas, aqui está o capítulo, comentem o que acharam.

AVISO

Esse capítulo contém cenas de tortura!!!



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Alison sentiu seus pés tocarem a grama fria dos jardins da mansão Riddle. A lua brilhava no céu, dando a noite um ar tranquilo e agradável, mas Alison sabia que aquela noite não seria nada tranquila.

Ela puxou Jason para frente, fazendo-o acompanhar seus passos. Mesmo que seu corpo estivesse dolorido e implorasse por descanso, Ali seguiu determinada até os grandes e antigos portões da mansão, andando o mais rápido que conseguia, querendo chegar logo ao seu destino. Passou pelas passagens secretas da Mansão e seguiu até a porta do escritório de seu 'pai'. Ela bateu duas vezes e adentrou a sala.

Voldemort estava sentado em sua velha poltrona, acariciando a cabeça de Nagini. Ele se virou primeiro para Alison e, depois, pousou o olhar no rosto amedrontado de seu antigo servo. Um brilho maldoso apareceu em seus frios e vermelhos olhos e seus finos lábios curvaram-se em um sorriso maldoso, fazendo Jason engolir seco.

Ali se aproximou do Lorde das trevas, levando as mãos ao bolso interno de suas vestes, tirando dali um colar com um medalhão. O lendário medalhão de Slytherin. A garota entregou o objeto nas compridas e pálidas mãos de Voldemort que o pegou com um brilho nos olhos. Tratou logo de guardar a relíquia em um lugar seguro, sentindo um alívio por ter o medalhão consigo novamente.

Ele se virou ficando de frente para sua herdeira, fechou os olhos e, em poucos minutos, seus patéticos comensais Crabbe e Goyle chegaram à sala apressados.

A face de Crabbe estava levemente vermelha. Aparentemente, o gordinho havia corrido para atender o chamado do Lorde.

— Quero que levem esse traidor para a sala de tortura. Todos os comensais devem estar lá!

A voz fria e seca arrepiou Blake. Seu fim estava próximo e não seria nada rápido e indolor como gostaria.

Crabbe e Goyle fizeram cordas prenderem Blake e rapidamente saíram da sala, levando o homem junto consigo.

Assim que os comensais levaram Jason, Alison retirou sua máscara, revelando uma expressão cansada e uma marca vermelha do lado direito do rosto. Voldemort finalmente reparou no estado em que a garota havia chegado. Seus olhos pousaram no profundo corte em seu braço e a raiva o invadiu.

— Quem fez isso com você? — ele perguntou. Haviam machucado sua filha e isso ele não permitia.

— Alastor Moody — disse entre os dentes. Os olhos de Ali brilharam em fúria. Seu abdômen ainda doía, e ela tinha certeza que os hematomas apareceriam em breve.

Usando legilimência, o Lorde entrou na mente de Alison, que permitiu tal ato. A cena de Alastor Moody lhe proferindo uma tapa e lhe dando diversas joelhadas fez o sangue do Lorde talhar.

Voldemort logo entendeu o motivo de tamanha raiva de sua herdeira.

Ele fechou seus olhos na tentativa de se acalmar, apoiou uma de suas mãos no ombro da garota e encarou aqueles olhos azuis escuros.

— Você terá sua vingança Alison, se vingará de todos os membros da ordem que lhe fizeram mal. Vou garantir que isso aconteça!

Ali concordou com a cabeça dando um sorriso de lado

— Agora, vá para seu quarto. Creio que esta cansada. Vou pedir a Bella que lhe ajude a tratar dos ferimentos — Voldemort disse a última parte com um sorriso sarcástico no rosto.

— Você sabe que eu posso me cuidar sozinha — ela disse com um sorriso que Voldemort retribuiu. — Boa noite, Tom.

— Boa noite, Ali. — Ela lhe deu um último sorriso, colocou novamente sua mascara e saiu da sala, indo em direção a seu quarto.
Voldemort abriu um sorriso e seus olhos brilharam. Ele pegou sua varinha e saiu pela porta indo em direção a sala de tortura.

 

...

Com muita dificuldade, Alison chegou ao seu quarto. Com o sangue agora frio e a adrenalina fora de seu corpo, as dores dos ferimentos finalmente a atingiram com força total.

Ao respirar, seu abdômen doía, o sangue em volta do machucado em seu braço direito estava começando a secar, deixando a ferida com uma aparência ainda pior e ela mal conseguia pisar com os pés nos chão sem sentir uma fincada em seus tornozelos.

Ali abriu a porta de seu quarto e rapidamente retirou sua capa, jogando-a de qualquer jeito em cima de sua enorme cama e se despiu logo em seguida, ficando apenas com suas roupas íntimas pretas. Seguiu em direção ao espelho de corpo inteiro e analisou sua situação.

Os cabelos loiros estavam bagunçados e alguns fios haviam grudado em sua testa molhada de suor. O rosto em formato de coração tinha uma marca vermelha do lado direito. Ali levou seus dedos até a vermelhidão e sentiu a leve elevação que havia se formado ali. Mas a pior parte mesmo eram seus tornozelos. As marcas das cordas que os prenderam estavam visíveis, deixando uma área avermelhada na pele clara da garota.

Ali bufou.

— Ruffus! — a garota gritou e, com um estalo, uma criatura pequena, de olhos esbugalhados apareceu em seu quarto.

Ele tinha grandes orelhas pontudas, nariz alongado e pele enrugada. Vestia um pano parecido com uma fronha de travesseiro.

A criatura fez uma reverência exagerada para a garota.

— Em que Ruffus pode lhe ajudar, menina Malfoy? — O elfo perguntou com sua voz esganiçada, encarando Alison com um olhar preocupado.

— Ruffus, prepare meu banho de banheira, por favor — ela disse com a voz cansada, massageando a têmpora pela dor de cabeça que a atingiu. —Mas, antes, pegue as poções cicatrizantes e para dor. Rápido.

— Claro, minha senhorita. Tudo o que a jovem Malfoy quiser — o Elfo disse apressado e com um estalo desapareceu, voltando ao quarto poucos minutos depois, segurando em suas mãos, dois frascos. — Ruffus já preparou a banheira como a senhorita gosta. E aqui está a poção que a senhorita pediu a Ruffus — ele entregou os frascos com as poções nas mãos de Alison, que, com um pouco de dificuldade, se sentou na cama.

Sem hesitar, Ali bebeu as duas poções, que tinham um gosto adocicado, rapidamente, já sentindo as dores diminuindo um pouco.

— Há mais alguma coisa em que Ruffus possa fazer por você minha senhorita? — ele perguntou.

— Não, Ruffus, obrigada. Pode ir descansar. Eu consigo me virar agora — ela disse com um sorriso cansado.

— Tem certeza, menina Malfoy? A senhorita está toda machucada — ele a encarou, analisando os ferimentos dela.

— Nada que eu não aguente. — Ali deu um sorriso maroto em direção ao elfo que riu levemente.

— Ruffus sempre fica muito preocupado quando a senhorita dele vai nessas Missões perigosas. Ruffus gosta muito da menina Malfoy...

Ali sorriu para o elfo. Um sorriso sincero.

Quando Dobby, o antigo elfo dos Malfoy, foi libertado por um garoto, inimigo do gêmeo da Malfoy mais nova, Voldemort deu Ruffus de presente para a garota, que logo ficou bastante próxima do novo elfo. Quando Draco estava em Hogwarts, o servo era sua única companhia.

— Fique tranquilo, Ruffus, eu fui treinada para isso. Posso sair um pouco machucada, mas nada que eu não dê conta — ela disse com um sorriso de lado, fazendo Ruffus negar minimamente com a cabeça.

Ele desejou uma boa noite e aparatou, deixando a garota sozinha novamente.

Alison, que agora não sentia mais as dores, seguiu normalmente até seu banheiro.

O cômodo era o lugar mais claro da mansão e, assim como o quarto da garota, era enorme. Tinha uma iluminação suave fornecida por um lustre de muitas velas e tudo era feito de mármore branco, inclusive a banheira que mais parecia uma piscina retangular rebaixada no meio do piso, que agora estava cheia de água e espuma com o aroma preferido de Alison, baunilha.

Em volta da borda, havia algumas torneiras banhadas a ouro, cada uma com uma pedra preciosa de cor diferente engastada na parte superior. Longas cortinas protegiam as janelas e havia um monte de toalhas brancas e macias em um canto.

Ali terminou de se despir, pegou uma das toalhas macias e finalmente entrou na banheira que era tão funda que seus pés quase não tocavam o piso, exceto pela extremidade direita, que era mais rasa e formava uma espécie de plataforma para que ela pudesse deitar.

Ela sentiu sua pele queimar quando entrou em contato com a água morna. Seus ferimentos ardiam como se estivessem em brasa, lhe causando inicialmente certo desconforto; mas, ainda assim, ela sentiu-se mais leve, como se todo seu estresse e preocupação se esvaíssem de seu corpo.

Ali nadou até sentir seus pés tocarem o fundo e descansou a cabeça em uma parte acolchoada, relaxando.

Alison não soube dizer quanto tempo ficou ali, apenas brincando com a espuma aromatizada que cobria completamente seu corpo, sentindo toda sua tensão indo embora junto das impurezas de seu corpo.

Com o passar do tempo, a água estava quase sem espuma nenhuma, e e havia tomado uma coloração levemente avermelhada por conta do sangue seco de seu braço e tornozelos.

Ali lavou os cabelos rapidamente e finalmente saiu, sentindo o vento frio bater contra seu corpo despido, causando-lhe um arrepio. Enrolou-se com uma toalha macia e fofa e, seca, vestiu seu pijama leve e confortável. Penteou os cabelos e os secou com um feitiço. Calçou suas pantufas negras e se deitou em sua enorme cama enrolando-se nos cobertores fofos e quentinhos.

Apesar das dores que ainda sentia, seus olhos começaram a pesar e não demorou muito para se entregar ao cansaço e adormecer em um profundo sono.

                                               ...

Voldemort adentrou na sala onde seus comensais já estavam reunidos. O clima pesado e silencioso dominava o local. Alguns servos estavam nervosos; outros, ansiosos para verem a vingança de seu Lorde.

— Meus caros companheiros, eu os convoquei aqui hoje para sanar todas as dúvidas e desconfianças que vocês possam ter de mim. Estão aqui hoje para provarem um pouco do meu poder. Para que eu possa relembrá-los das minhas habilidades, para relembrá-los quem é Lorde Voldemort, e para mostrá-los o que acontece com quem me subestima e tenta me passar para trás, me traindo — ele olhou profundamente nos olhos de cada comensal ali presente, os deixando desconfortáveis.

Sua voz gélida tinha um quê de raiva e crueldade, e ecoou pelo cômodo escuro, causando arrepio em todos os servos.

Um profundo e longo silêncio foi feito. O único barulho que era possível de se ouvir eram das batidas descompassadas do coração de Jason e sua respiração afobada.

Voldemort sorriu sadicamente sentindo o cheiro do medo que se instalou no local.

O Lorde se virou para o comensal, que estava com os braços esticados ao lado do corpo, presos com correntes em uma longa barra de metal cada, conjuradas pelos outros comensais ali presentes. Sem dar um aviso prévio, ele ergueu a varinha para Blake amarrado e gritou:

— Crucio! — O silêncio foi quebrado com um alto grito desesperado e estridente de Jason, que se contorcia o máximo que conseguia pelas dores insuportáveis que o atingiu. Sentindo cada músculo de seu corpo se contrair e queimarem intensamente.

Os gritos desesperados faziam o Lorde sorrir satisfeito, porque ele estava sentindo um imenso prazer em ver o sofrimento daquele que se voltou contra ele um dia, daquele maldito homem que havia o abandonado e saído à procura de uma de suas hórcruxes para destruí-la e, assim, deixar o Lorde das Trevas mais próximo de se tornar um mero mortal novamente.

Ao lembrar-se do fato, uma ira ainda maior atingiu Voldemort que berrou novamente, porém com ainda mais ódio, o feitiço de tortura.

Foi uma dor que superou qualquer coisa que Jason já sofrera, a sensação de milhares de facas em brasa perfurando cada partícula de seu corpo o atingiu novamente, porém com mais intensidade. Seus ossos pareciam estar em chamas, e sua carne sendo rasgada repetidamente. Blake sentia que sua cabeça estava rachando e sua visão estava ficando turva. Lágrimas desesperadas escaparam dos olhos claros do antigo comensal que giravam descontrolados em sua cabeça, ele queria que o Lorde o matasse logo. O maior desejo de Blake, agora, era que aquela tortura acabasse e ele fosse, finalmente, de encontro ao seu fim.

O Lorde finalmente interrompeu o feitiço, fazendo com que Blake tombasse a cabeça exausto, respirando com dificuldade, sentindo seu interior queimar. Seu corpo era sustentado por correntes metálicas que vinham do teto presas aos seus braços já dormentes. Àquela altura, suas pernas mal aguentavam seu peso.

— Imagino que nosso amigo ainda esteja bastante confortável com essas correntes. — Voldemort se aproximou lentamente do homem e com seu longo e pálido dedo indicador, levantou a cabeça do bruxo pelo queixo, fazendo-o engolir em seco.

Com um maneio de varinha, na ponta das correntes que antes prendiam os punhos de Blake, surgiu uma espécie de armadilha selvagem que era utilizada pelos caçadores trouxas para capturarem ursos, porém em uma forma diminuída. Em um movimento rápido, Jason sentiu os espinhos de metal fincarem sua carne de uma só vez, quebrando-lhe os pulsos, o fazendo urrar com a dor agonizante.

— Quem diria que os trouxas poderiam criar algo útil, não é mesmo, Jason? — Voldemort perguntou debochadamente analisando com interesse o sangue que escorria dos pulsos do bruxo, formando uma pequena poça vermelha no chão escuro da câmara de tortura.

Jason sentia sua pele perfurada falhar a cada segundo que se passava, como se ela fosse se arrebentar a qualquer momento.

Estalando os dedos, a blusa do ex-comensal sumiu magicamente, deixando à mostra o peitoral levemente definido do homem, que estava molhado pelo suor que escorria de seu pescoço.

— Vejo pelo seu olhar que você me implora para matá-lo. — O Lorde passou uma faca conjurada corpo do homem, cortando-lhe a pele do peito lentamente, fazendo o sangue escorrer pelo tronco de Blake. 

Jason mordia com força o lábio inferior na tentativa de não grita 

— É isso que você quer, Jason? Que eu lhe mate? Que eu acabe logo com sua dor? — Voldemort penetrou lentamente a lâmina suja de sangue na barriga do homem que mordeu ainda mais forte o lábio, sentindo o gosto metálico escorrer por sua boca e as lágrimas escaparem de seus olhos. — Responda-me!

Jason apenas sacudiu freneticamente a cabeça, sem conseguir pronunciar qualquer palavra.

Voldemort riu de desdém.

— Você é um fraco. — Ele perfurou a faca novamente no mesmo lugar encarando os olhos do homem. — E fracos merecem sofrer. — O Lorde das Trevas enfiou a faca ainda mais fundo.

Jason se contorceu e sentiu os espinhos fisgarem a pele e os ossos de seus punhos. De sua boca, sangue começou a sair.

— Mas, para a sua sorte, o Lorde das trevas atenderá o seu desejo. — Voldemort pegou novamente sua varinha.

— Por que não vai para casa? — Voldemort disse, mas Blake não se moveu. — Eu mandei ir para casa! — Ele ergueu a varinha e Jason sentiu como se uma mão invisível empurrasse seu corpo para frente fazendo os espinhos rasgarem pouco a pouco sua carne.

Ele gritou desesperadamente e tentou lutar a todo custo contra a voz fria que ecoava em sua mente “vá para casa”.

Blake escutava a risada dos comensais e até mesmo alguns gemidos de agonia. Com certo esforço, abriu os olhos, que até então estavam fechados fortemente, e encarou seus punhos. Ele desejou não ter feito isso.

Os espinhos rasgavam seu punho, puxando a pele para cima enquanto seu pulso escapulia lentamente da armadilha. Ele gritou ainda mais ao ver a cena. Cada vez que ele tentava lutar contra a voz, mais a mão invisível lhe empurrava para frente.

Ele já chorava copiosamente, sentindo ser desmembrado pouco a pouco. Sua única opção seria obedecer a ordem do Lorde. Quem sabe assim ele não morria de uma vez por todas.
Ele engoliu em seco, tentando se preparar psicologicamente para o que faria a seguir. Blake fez força para frente, e puxou os braços para si. Mais um grito de dor foi se ouvido e as risadas dos comensais aumentaram.

Voldemort assistia a cena com imensa satisfação.

Jason já sentia seu corpo fraco. Ele já não tinha forças para continuar. Os espinhos agora escorregavam para a palma de sua mão, rasgando os nervos. Faltava pouco.

Ele respirou profundamente, reunindo as forças que pareciam ter sumido de seu corpo. Seu rosto, molhado de suor, estava vermelho pelo esforço. Sua boca entreaberta estava completamente seca e seus olhos claros estavam desfocados.

Com um último berro, ele puxou de uma vez os braços, terminando finalmente de rasgar seu punho e então, ele caiu no chão. Morto.


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