The mine word: Fire Gates. escrita por gurozu


Capítulo 31
Capítulo 30: Caminho oposto.


Notas iniciais do capítulo

Eai galera, tudo bem? Trazendo aqui o capítulo de hoje (cedo pra variar um pouquinho). Vocês devem se perguntar o motivo de não ter tido capítulo novo na quarta e eu tenho um bom motivo: Eu estava sem ideias. Minha mente deu um branco e eu não conseguia escrever as coisas do jeito que eu queria, então decidi parar um tempo pra pensar, tudo bem?
Já que esclarecemos as dúvidas, bora lê?



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Duas semanas se passaram desde o enterro da Rhoku. Depois daquilo, nós resolvemos continuar com a nossa missão e saímos com o pó de Lucidiun de volta a fortaleza do Skel. Nesse exato momento eu estou acordando e dando de cara com os cabelos loiros e desarrumados da Pompo sobre o meu rosto. Ela está deitada de costas pra mim, abraçada com a Gisele que dorme como uma pedra. Resolvemos, por escolha e aconselhamento do Ponko, adotar e tomar conta da Gisele até que ela tenha idade pra se virar sozinha, ideia que a Pompo adorou.

A sensação do ar frio em meu rosto é reconfortante e me faz esquecer do tremendo calor que fazia no Portão de fogo, não é a toa que tem esse nome. As cobertas de pele de urso são quentes e aconchegantes, não dá nenhuma vontade de sair da cama e nem poderia se quisesse, já que a cama é encostada na parede e as duas estão me prendendo nesse canto.

—Aonde eu vim parar, Alex? –Pergunto a mim mesmo como se falasse com meu irmão. Um sorriso forçado se abre em meu rosto e eu o escondo com meu braço esquerdo. –Espero que não esteja me procurando até hoje, nem em um milhão de anos que você seria capaz de me achar.

De repente a Pompo se moveu, cortando minha linha de raciocínio. Ela solta a Gisele, que se encolhe nas cobertas como um rato que fugiu de um gato, e se espreguiça. –Com quem estava falando? –Perguntou ela com uma voz fraca de sono.

—Com ninguém, apenas pensando em voz alta.

—Já é de manhã...? –Ela se estica e olha pela janela do quarto, observando a claridade da manhã. –Vamos comer alguma coisa.

—Não quer esperar a pequena levantar?

—Isso vai demorar, eu tenho fome agora.

—Eu vou buscar o nosso café então. Tudo bem?

—Tudo bem. Me acorde quando chegar...

—Se você me der licença pra sair.

—Ah! Desculpa. –Ela joga o corpo um pouco pra cima da Gisele, que se enrosca mais nas cobertas, e abre um espaço pra que eu possa sair.

Coloco meus sapatos e saio do quarto. Está tudo muito quieto, apenas com o ecoar das armaduras dos guardas nos corredores. Fui até a cozinha e dei de cara com o Skel e com a Hedyps.

—Bom dia, flor do dia. –Brincou Skel.

—Bom dia, Steve. –Disse Hedyps.

—Bom dia pra vocês. Os outros não acordaram ainda?

—Você está vendo eles por aqui? Você é o primeiro a acordar.

—Vim pegar o café da Pompo.

—Viu, Skel? É assim que se deve tratar a sua esposa. –Provocou Hedyps.

—Da última vez você derramou caldo de coelho na nossa cama. Deu um trabalhão para limpar.

—Mas mesmo assim...

Deixei os dois “conversando” na mesa e fui pegar a comida. Aparentemente era caldo de vegetais, que eu não fazia ideia se a Pompo iria gostar, mas coloquei um pouco em três tigelas, peguei alguns pães e fui saindo da cozinha, sendo chamado pelo Skel um pouco antes.

—Depois venha falar comigo. Nós precisamos discutir umas coisas.

—Pode deixar. –Voltei pro quarto e coloquei as coisas sobre a mesinha que havia ao lado da cama. –Venham comer, princesas. –Disse balançando as duas. Gisele levantou quase que na mesma hora, se espreguiçando e se sentando na beirada da cama. Já a Pompo precisaria de um guindaste pra tirá-la dali. –Vamos começar a comer sem você, não vamos, Gisele?

—Sim. –Concordou ela enquanto tomava o caldo de vegetais.

—Me dá na boca... –Pediu Pompo sem nem abrir os olhos.

—Deixa de ser preguiçosa.

Ao sentir o cheiro da comida ela logo levantou e se sentou ao lado da Gisele, que já estava quase acabando de comer. –Isso é bom. –Disse Pompo comendo um pedaço de pão molhado no caldo.

—Verdade. Não esperava que estivesse assim.

—Eu quero mais! –Gritou Gisele erguendo a sua tigela vazia.

—Nós vamos terminar e aí levamos você pra comer mais.

Gisele apenas concordou balançando sua cabeça. Quando terminamos de comer, nós juntamos as coisas e voltamos pra cozinha. Ao chegar lá nós encontramos o Sekka e a Pheal conversando com o Skel e com a Hedyps, dessa vez com a Kabi junto deles. Eles nos notaram e nos chamaram.

—Venham aqui. –Chamou Sekka.

Gisele correu na direção da Pheal e pulou sobre ela, que levou um susto. –Vejo que vocês dois continuam de bom humor. –Brinco com eles.

—Não tem como ficar triste quando estou junto da minha garota. –Disse ele passando o braço por detrás da Pheal.

—Então você finalmente desencalhou, Pheal? –Perguntou Hedyps.

—E desde quando eu estava “encalhada”?! –Resmungou ela.

—Desde que o Sekka apareceu aquele dia.

—F-Fiquei nada!!

Eu olho pras duas outras garotas, Atie agarrada a minha perna direita e a Adreu agarrada a perna esquerda da Pompo. Elas observam a discussão das outras com grande curiosidade.

—Vocês duas não precisam comer? –Perguntei.

—Não. –Respondeu Atie.

—Nós só precisamos da energia vital de nosso mestre. –Completou Adreu.

—E esse “mestre” seria a Gisele?

—Sim. –Responderam as duas juntas.

—Vocês são golens assim como a Kabi? –Perguntou Pompo.

—Não, nós somos armas. –Respondeu Adreu.

—Somos as espadas gêmeas do punho de vento. –Completou Atie.

—Diferente dos golens nós não morreremos se nosso mestre morrer.

—Somos o que vocês chamariam de “imortais”.

—Por que não vão brincar um pouco com a Gisele? Acho que ela precisa se distrair com alguma coisa. –Sugiro.

—Vamos fazer isso. –Disse Adreu.

—Vamos. –Disse Atie.

Ambas foram até a Gisele e a levaram de volta ao quarto. A Pheal, a Hedyps e a Pompo acabaram indo junto delas, a pedido da própria Gisele. Me sentei junto dos outros e começamos a conversar até que o Skel tocou no assunto que estávamos evitando até agora.

—Então... Precisamos ver o que fazer com o Portão de fogo.

—Sabia que falaria disso mais cedo ou mais tarde. –Disse Sekka jogando o corpo pra trás e colocando as mãos atrás da cabeça. –Você resolveu alguma coisa?

—Eu planejava uma aliança com a Rhoku, talvez alguns direitos de mineração nas terras que a ela pertenciam, mas sem ela o plano foi por água abaixo. O exército do meu avô está cuidando das coisas por lá, mas não durará muito.

—Precisamos de alguém pra liderar o lugar. –Sugiro.

—Precisamos, entretanto, onde acharemos essa pessoa? Não pode ser um Esqueleto, pois eles ficariam desconfortáveis com isso, contudo nós não conhecemos nenhum Whiter que possa assumir o lugar durante algum tempo.

—A fortaleza era dividida em três setores, não era? Por que não colocar uma pessoa pra comandar cada setor? Talvez até possamos montar um conselho com pessoas confiáveis de lá. –Sugeriu Sekka.

—E quem nós temos lá que seja de confiança?

—Temos o bibliotecário que era amigo da Rhoku, temos o coveiro que cuidava das tumbas da família da Rhoku, temos o Gafuku e a Kouko, além do apoio do exército da resistência.

—Se contarmos com algum Esqueleto de confiança por lá nós poderemos gerenciar as terras e impedir uma futura revolta dos Whiters. Parece um bom plano.

—Mas voltar até lá seria perda de tempo. –Comentou Sekka. –Além de não existir uma estrada o caminho é muito irregular e a distância não ajuda.

—Você está certo e é por isso que precisamos de alguém daqui lá para passar informações. Vou conversar com meu avô e decidir os termos para enviarmos a petição ao rei.

—Por que precisa comunicar o rei?

—S-São... São assuntos familiares. Apenas formalidades.

—Sei... Por falar no Lhelt onde está ele?

—Parece que ele passou o dia bebendo com o pai da Pompo. Eu fui até a porta do quarto e dava pra sentir o cheiro da bebida em todo corredor.

—Eles não se vem há anos, não podemos reclamar por quererem botar o papo em dia.

—Será que seremos assim quando formos velhos? –Perguntou Sekka em um tom irônico.

Skel ri. –Espero que sim.

—Faz tempo que eu não bebo. Aquele vinho que tomamos antes da invasão não deu nem pra sentir o gosto do álcool. –Digo.

—Querem uma cerveja? –Pergunta Skel.

—Você paga? –Perguntou Sekka.

—É de graça.

—Foi mal, força do hábito.

—Vou pegar umas canecas para nós bebermos.

Skel foi até o interior da cozinha e voltou com três canecas cheias de cerveja e com uma garrafa de madeira também cheia de cerveja.

Sekka dá um grande gole na sua cerveja e depois dá um berro de satisfação. –Isso está muito bom! É como estar vivo novamente.

—Verdade, é a melhor que já provei. –Digo tomando a minha, só que com mais moderação.

—Nossa fortaleza não é dona de terras muito férteis, então o principal produto que vendemos é a cerveja.

—Sortudo da porra. O cara praticamente mora em um bar e pode beber sem pagar nada. –Exaltou Sekka.

—Não sou muito de beber, exceto quando tenho companhia.

—Quando estava no meu mundo eu bebia todo fim de semana. Eu vivia sozinho, então não incomodava ninguém.

—O que é um fim de semana? –Perguntou Skel.

—Vocês não têm isso aqui? São dois dias no final da semana que são destinados ao descanso das pessoas.

—Ninguém trabalha nesses dois dias?! –Perguntou Skel meio surpreso.

—Não, há pessoas que trabalham, mas, normalmente, as pessoas ficam em casa, saem, não precisam ir trabalhar.

—Esse mundo deve ser uma confusão só. –Disse Sekka engolindo o resto da cerveja da caneca. –Quero mais.

—Aqui. –Skel enche o copo do Sekka.

—Poderia passar a vida bebendo isso.

—Pensei que você fosse passar a vida ao lado da Pheal. –Provoca Skel.

—E eu pensei que você fosse morrer sufocado pelos peitos da Hedyps. –Retrucou Sekka já meio afetado pela bebida.

—Você não pode falar da minha se a sua tem asas. Onde já se viu alguém ter asas?

—Me deixem de fora disso. –Digo chamando a atenção deles a mim.

—Bom, pelo menos a minha não é reta como a do Steve.

—Verdade, melhor com asas do que ser reta.

—Vocês são doidos. Uma garota precisa ter peitos grandes pra ser bonita?

—Sinceramente eu não sei o que você viu nela, Steve. –Disse Skel.

—Bom, ela pode não ser perfeita, mas... Não sei, ela tem alguma coisa que me prende e me faz feliz.

Sekka para de beber e encosta a cabeça na mesa. –O mesmo com a Pheal. Não sei o porque, mas não consigo parar de pensar nela.

—Verdade, desculpa aí, Steve, não foi de propósito.

—Tudo bem, isso é coisa de homem.

Nós três rimos e continuamos a beber, passando várias horas falando de coisas inúteis e sem sentido, mas que nos faziam pensar depois a respeito. Fazia tempo que não curtia uma cerveja com uns bons amigos, talvez a última vez tenha sido na faculdade. Bem, de nada vale pensar no passado, o que está acontecendo no presente é o que vale pra mim e eu não o trocaria por nenhum momento do meu passado.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem um comentário. Não gostaram? Deixem um comentário também.
Sobre o mapa: Mais um pra coleção, dessa vez o mapa (um pouco) mais detalhado do reino Esqueleto. No mapa só aparecem as fortalezas, mas existem várias vilas espalhadas por todo território do reino.
OBS: O rio Surargo praticamente divide as fronteiras do território de cada fortaleza com exceção da Fwiok e da Dawa que ficam no mesmo pedaço de terra, mas isso será melhor explicado depois, certo?
Até o próximo capítulo.



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