The mine word: Fire Gates. escrita por gurozu


Capítulo 30
Capítulo 29: Adeus.


Notas iniciais do capítulo

Eai galera, tudo bem? Segurem essas pedras aí porque eu sei que estou atrasado novamente. Eu acabei tendo uma aula ontem no sábado e tenho um trabalho para entregar amanhã, então isso bagunçou a minha agenda totalmente. Consegui terminar o que tinha que fazer e corri pra escrever o capítulo e bom... Aqui está ele. Bora lê?



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Depois de tanto tempo consegui entrar no quarto da Rhoku sem que ninguém estivesse por perto. Olho em volta pra me certificar e fecho a porta logo em seguida.

—Muito bem. Vamos ver se eu encontro. –Comecei pelo armário. Estava cheio de coisa e coisas de outras coisas, mas nada do que eu procurava. Olhei sobre o travesseiro, no lençol, nas colchas e, finalmente, ao olhar debaixo da cama eu encontro a carta que a Rhoku deixou. Mas ao abrir a carta eu me deparo com um dilema. –Esqueci que eu não sei ler esse idioma.

A letra realmente era ilegível pra mim e não fazia o menor sentido. Decidi então ir até a pessoa mais inteligente e confiável que eu conheço até agora.

—Você quer que eu leia isso?

—Sim, você pode fazer isso, Gisele?

—Não é problema nenhum. Uhun... “Olá, Steve, como foi à viagem? Espero que tenha corrido tudo bem. Se você está lendo isso, eu já devo estar morta. Espero que você não tenha me visto nesse estado pavoroso que estou. Indo direto ao assunto, eu queria agradecer a você e aos outros pela ajuda com a resistência. Eu e todos daquele lugar estaríamos condenados se não fossem vocês. Você deve ter estranhado o fato de eu não ter enterrado a Hiffe antes, então, é porque eu quero que sejamos enterradas juntas, não nas tumbas da fortaleza, assim como meu pai, mas no meio do grande campo em frente à fortaleza, onde a batalha ocorreu. Sei que pode ser pedir demais, mas quero que nos enterrem junto com nossas espadas e a uma semente de árvore de sol. Pergunte ao dono da biblioteca, ele certamente tem algumas sobrando. Sei que você atenderá ao meu pedido, afinal, você é um amigo com quem se pode contar sempre. Adeus, Steve”. É isso. –Encerra Gisele.

—Aquela idiota... Ela ainda teve tempo de escrever uma coisa dessas? –Eu solto uma risada fraca. –Só ela mesmo.

—Precisa de mais alguma coisa? –Perguntou Gisele.

—Não, obrigado pela ajuda. Quando voltar, vou trazer um pão doce pra você.

—Mesmo?! Eba! –Comemorou ela aos risos.

Corri de volta a fortaleza e procurei pela biblioteca. Perguntei a uns guardas e eles disseram que ela ficava no último andar do setor dois, mas eles não sabiam exatamente onde era. Os agradeci e fui até lá. Foi uma longa caminhada. Essa fortaleza é a maior construção horizontal que eu já vi na vida. Como foi que eles a construíram? Deixando isso de lado, adentrei a biblioteca, que era enorme, cheia de livros, obviamente. Um único senhor de idade passeava por entre as estantes, criando ecos a cada passo.

—Ei, você! –Chamei sua atenção.

—Shhhh... –Soou ele com o dedo indicador em frente à boca. Ele se aproximou de mim calmamente e então perguntou. –O que quer, meu jovem? –Sua voz parecia serragem e era tão baixa que era preciso se concentrar muito em cada palavra pra compreendê-las.

—Eu gostaria de saber se o senhor não teria alguma semente de árvore de sol sobrando.

—Por que você deseja a semente dos deuses? Pois saiba que ela não é brinquedo, filho.

—Foi um pedido da filha do antigo general, a Rhoku. Você sabe, né? Que ela morreu.

—Sim, sei muito bem. Ela vinha aqui de vez em quando para me ajudar a limpar as estantes e colocar os livros nelas. Era uma boa garota. Ela lhe pediu para vir até mim?

—Sim. –Eu retiro a carta do bolso e a mostro a ele. –Não sei exatamente em que parte está, mas em algum lugar ela fala isso.

—Estou vendo. Pelo que sei, o corpo está sendo preparado para ser colocado em uma cripta no subsolo da fortaleza. A outra garota deve ser colocada em um lugar de respeito, mas bem afastada dela. Se correr e mostrar essa carta, é capaz de considerarem a escolha dela. O lugar fica no setor três, seguindo os corredores dos banhos e descendo um lance de escadarias. Não tem como errar.

—Obrigado. Você vai me dar à semente então?

—Desculpe, filho, mas eu tenho que procurá-la e isso pode levar algum tempo. Eu estarei lá para o enterro e a levarei comigo. Procure-me quando chegar.

—Tudo bem. Obrigado.

—De nada.

Corri de volta ao setor três e desci as escadarias que o bibliotecário falou até as tumbas. O local era frio, sem vida. Com exceção de mim e de outra pessoa que parecia tomar conta do corpo da Rhoku.

Me aproximei dela. –Oi. O que está fazendo.

A pessoa se virou, era uma garota, uma adolescente, pra ser mais preciso. Ela vestida roupas brancas bastante surradas, talvez fosse um tipo de avental de trabalho. –Estou limpando o corpo pra que possa ser colocado na cripta.

—Desculpa, mas os planos mudaram. –Eu mostro a carta a ela, que compreende a situação.

—Preciso ver isso com o meu pai. É ele que cuida desse lugar.

—Eu espero. –A garota entrou por uma porta e não voltou por algum tempo. Será que alguém realmente vive aqui em baixo pra cuidar dos cadáveres? E ainda por cima essa pessoa consegue se casar com alguém? Que tipo de monstro esse cara é?

A garota retorna. –Desculpe a demora. Esse aqui é o meu pai.

Era um homem tão grande quanto o Ponko e tão musculoso quanto. Ele vestia um macacão negro com uma camisa cinza por baixo. –Minha filha disse que você quer interferir na tradição.

—Não, não é isso. –Eu mostro a carta a ele. –Viu? Não era o desejo dela ser enterrada nesse lugar frio e sem vida, sem ofensas. A Rhoku queria ficar com a sua amada pro resto da vida dela. Por favor, não interfira no desejo delas.

Ele coça a cabeça enquanto pensa a respeito. –Muito bem. Nós vamos ajudar a mover os corpos até o local, mas os buracos ficarão por sua conta.

—Eu agradeça a gentileza.

—Que nada. Eu sei o que vocês fizeram com o antigo general. Eu odiava aquele cara. Nada me deu mais prazer do que colocá-lo dentro de uma dessas tumbas.

—De nada então. Eu preciso ir. Conto com você pra levar os corpos.

—Pode contar.

Quase tudo resolvido. Agora só falta ajuda pra cavar os buracos e eu sei exatamente quem são as pessoas certas pra esse trabalho. Vou até os dormitórios dos soldados e pergunto a algumas pessoas aleatórias até chegar ao meu objetivo: O quarto do Gafuku e da Kouko.

Eu bato na porta, mas não obtenho resposta. –Ei! Gafuku! Kouko! Sou eu! Steve! Abram a porta! –Ninguém respondeu. –Muito bem. Se não querem ajudar com o último desejo da Rhoku e da Hiffe então eu vou pedir pra outras pessoas...

A porta abriu na mesma hora. Os dois estavam espremidos na fresta da porta. –Fale mais sobre isso.

Retiro a carta do bolso e a mostro a eles. –Era isso o que ela queria. Eu falei com o bibliotecário e com o coveiro e eles vão ajudar. Só falta agora cavar as covas.

—E você quer que nós cavemos?

—Sim.

—Fechado.

Com eles já estava tudo completo. Agora só faltava avisar o pessoal da fortaleza, mas isso deve ser fácil. Apenas fui até as pessoas que eu sabia que eram amigas e aliadas da Rhoku e pedi que espalhassem a notícia. Em poucas horas todos já estavam sabendo e lotando o campo em frente à fortaleza.

Gafuku e Kouko cavaram as covas, o coveiro trouxe os corpos das duas e o bibliotecário trouxe a semente da árvore sol. Tudo estava pronto pra começar. O bibliotecário foi o primeiro, ele se aproximou das covas com um punhado de terra em cada mão.

—Todos conheciam essas duas. Todos ouviram falar delas e de seu relacionamento. Mesmo incorretas, essas garotas nunca deixaram de ajudar os outros e sempre pensaram no melhor para todos. Isso teve um preço, o mais alto que alguém pode pagar. É por isso que peço que não as julguem em morte, mas que lembrem delas pelas suas ações em vida. –Ele jogou um punhado de terra em cada cova e retornou ao seu lugar.

Depois foi o coveiro. Ele pegou os punhados de terra da mesma forma e se aproximou das covas. –Essa é um quebra na tradição dos grandes generais que governaram a fortaleza, mas o fim nunca pode ser igual ao começo. Estamos aqui presenciando o fim da linha de sucessão dos Garras negras, que nos governaram durante milhares de gerações. Minha família teve o dever de enterrar cada um deles em suas tumbas, mas isso acaba hoje. Minha filha não mais carregará esse fardo. De agora em diante eu declaro esse o local de descanso de nossas salvadoras e irmãs. Que elas vão em paz. –Ele joga a terra e retorna ao seu lugar.

Muitos outros foram e voltaram até que as covas estivessem quase cheias de terra. O sol já se punha, mas havia alguém que não havia ido, a pessoa que providenciou essa ocasião e reuniu todas essas pessoas: Eu.

Peguei os punhados de terra e me aproximei das covas. –Nada do que eu vou dizer já não foi dito. Todos aqui conheceram a Rhoku e a Hiffe muito antes de mim e de meus companheiros, contudo isso não nos torna inferiores a vocês. A Rhoku salvou as nossas vidas e a Hiffe sacrificou a dela pra salvar a minha noiva e a mim da morte certa. Sou muito grato as duas e é com muita dor que me despeço delas. –Ao jogar os últimos punhados de terra eu completei a cerimônia.

O bibliotecário se aproximou novamente das covas e colocou a semente da árvore de sol entre as duas. Ele recuou uns passos e então disse: “Todos dêem as mãos”. E assim fizeram. Todos se juntaram pra rezar uma última vez pras duas que ali estavam. –Ahu solorin noroko munahu okira... –Enquanto ele recitava o craft várias luzes surgiam do chão e ficaram flutuando sobre as covas. Elas então iam se juntando na pequena semente e gerando uma pequena muda de planta. –Gui no Koubu! –Concluiu ele, extinguindo as luzes e dando inicio a noite.

Todos foram embora, ficando apenas o nosso pessoal, o Gafuku e a Kouko e o bibliotecário. Pompo se agarrava ao meu braço e não dizia nada enquanto eu afagava seus cabelos. Ela sabia como eu estava me sentindo. Por fim eu apenas me aproximei das covas e pronunciei minhas últimas palavras pra elas...

—Finalmente... Acabou.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem um comentário. Não gostaram? Deixem um comentário também.
Outra vez eu gostaria de me desculpar pelos últimos atrasos. Esse capítulo encerra o segundo arco desse livro, dando lugar ao terceiro e último arco. Vou tentar trazer o mapa completo do reino Esqueleto no próximo capítulo, então fiquem ligados.
Até o próximo capítulo.



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