Ender está debruçada no para peito da torre mais alta de seu castelo. Ela observa o exército de Brine surgindo pouco a pouco no horizonte. Seu objetivo? A destruição de tudo.

Era meio dia. O céu estava tomado por nuvens e a terra tremia com o conflito que se aproximava.

—O exército inimigo se aproxima do castelo, Senhora.

—Eu tenho olhos, Slen. –Ela volta sua atenção ao horizonte. –Quero que prepare tudo para que o plano de isolamento seja concluído se necessário.

—Sim, Senhora. –Disse ele se curvando e logo após desaparecendo em uma garoa de partículas roxas.

Ender é uma pessoa orgulhosa. Nada ou ninguém pode estar à cima dela. Ela cuidadosamente retira seus delicados sapatos e sobe no para peito da torre. Enquanto encara o além com um olhar sem emoção ela se joga da torre. Ela despenca em direção ao chão com muita velocidade e fúria acumuladas.

Antes de se chocar com a terra abre suas magníficas asas e as bate para desacelerar a queda. Ela agora está no jardim da frente do castelo. Logo a sua frente a o portão que leva para a cidade e além da cidade a as grandes muralhas cor de marfim que a protegem.

Ender caminha tranquilamente pela trilha descalça chamando a atenção de todos por onde passa. Todos da cidade param oque estão fazendo para vê-la desfilar pelas ruas em direção ao portão principal. Ela para a sua frente e o encara com os olhos cheios de tristeza e medo. Ela cuidadosamente voa por cima das muralhas e continua voando suavemente em direção ao exército que se aproxima.

—Será que isso é culpa minha? –Pensava ela. –Será que poderia ter escolhido outro caminho? –Continuava a pensar. –Será... Que alguém se lembrará de mim?

Ela para a uma distancia de um quilômetro do exército. Suor frio escorria por seu corpo e o medo tomava conta dela. Fechou seus olhos e respirou calmamente deixando todo estresse sair. Ela então cria uma pequena fenda com seu dedo indicador e de dentro retira uma espada preta com cabo roxo escuro em forma de cabeça de dragão. Ela empunha a espada e com apenas o balançar da lâmina os soldados mais a frente são lançados longe. Tamanho era o poder em seus olhos que poucos ousaram demonstrar resistência.

O exército continuou marchando sobre seus pés. Todos olhavam com medo para o ser que pairava sobre suas cabeças, o ser absoluto. Ela então encontra seu alvo, um homem alto, forte e de olhos brancos e brilhantes que um dia chamou de amigo. Ele a encara com um sorriso sarcástico sentado em um trono carregado por dez soldados de diferentes raças.

—Vejo que decidiu vir sozinha. –Ele abre uma pequena fenda com o dedo e retira uma espada branca com cabo cinza claro em forma de cabeça de serpente. –Foi uma péssima escolha. –Ele salta em sua direção com a espada em punhos.

Ender bloqueia o ataque e o lança de volta ao chão. –Eu vim... Para proteger o meu povo.

—Sempre com a mesma história de proteger os endermans. Você precisa aprender a se desapegar. –Ele corta o ar com sua espada e a faz perder o equilíbrio por um tempo. Ele então salta e a acerta com um chute do lado direito do corpo que a faz cair no chão.

Ela se levanta rapidamente e limpa o sangue em sua boca. –Eu não vou desistir deles! –Uma enorme ventania começa ao seu redor agitando seus cabelos e roupas. –Não vou desistir de mais ninguém! –Seus olhos brilham em roxo e seus cabelos cintilam com tamanho poder.

Ela investe contra Brine que bloqueia o ataque com dificuldade. Sua fúria havia ultrapassado o nível seguro e começava a causar danos ao seu corpo. –Você vai morrer desse jeito.

—Não me importo com isso.

Ela começa a atacar Brine muito rapidamente. Ele bloqueia com dificuldade até surgir uma brecha. –Peguei! –Ele choca as espadas e chuta a barriga de Ender a fazendo cuspir sangue. Ela cai e solta a sua espada. Ele finca a sua lamina no chão e varias fendas surgem ao redor de Ender e delas saem correntes que a prendem. –Você pensou que eu ia te matar? Tolinha... Eu preciso de você viva para manter a ordem.

—E-E oque você vai fazer comigo? –Disse ela meio sufocada com uma corrente em seu pescoço.

—Vou colocá-la em um lugar muito bacana que criei só para você. –Uma grande fenda surge atrás de Ender. As correntes começam a arrastá-la para dentro e ela começa a se debater como louca. –Adeus. Em breve eu destruirei o seu castelo e todo e cada enderman que habitar nele.

Ela apenas sorri para Brine antes de ser jogada dentro da fenda. Brine ouve um barulho alto e olha assustado na direção do castelo avistando várias esferas se acenderem sobre os pilares da muralha e criarem uma barreira com efeito roxo. –Espertinha. –Disse ele dando um pequeno riso.

Ender é jogada em um lugar escuro onde nada existe. –Pelo menos... Todos estão a salvo. –Uma lagrima escorreu por seu rosto.