Encontro Marcado escrita por Jessica Calazans


Capítulo 37
Capítulo 37




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Emília ouviu o toque da campainha e estranhou o fato de ter alguem lhe procurando nesse horário. Chegou a pensar que fosse Bernardo a voltar, lhe fazendo uma das suas surpresas. Ela já tinha dispensado Raimunda para que a empregada pudesse ir dormir. Então vestiu o robe sobre a camisola antes de sair do escritório e ir atender seu esposo brincalhão.

Emília até sorria no momento que abriu porta, mas para sua surpresa ....

 

— Seu Luís? –

— Emília…–

 

Enquanto isso, no outro lado do mundo,  Alguém arrumava as malas para ir embora…..  Ansioso para no dia seguinte, chegar ao Rio.

 

 

—______________________________________________________

 

 

 

Luís está na sala de Emília, ainda sem acreditar em tudo o que Vitória lhe contou. A filha fizera questão de ir na cozinha lhe servir café. Ele tentava ver alguma forma de lhe falar a verdade que ainda faltava. Mas os passos femininos lhe roubaram a concentração.

Mais próxima, a observa. E agora ele pode ver reconhecer nitidamente alguns traços dele, principalmente os olhos. Mas ele vê muito de Vitória ali também. Chega a sorrir meio bobo por não ter se dado conta antes desse fato, mas também, como ele poderia saber? Perdido assim, ele nem percebe que Emília está diante de si com a bandeja estendida, somente quando ele escuta a voz dela a lhe chamar, é que ele desperta para a realidade...  

 

— Seu Luís?–

 

— Sim? – Ele olha para ela que com o olhar, mostra a xícara de café sobre a bandeja

— Ah, obrigado! Estava meio distante –

— Deu pra perceber – Ela sorrir, e ele, contagiado, a acompanha – Queria falar comigo? –  Ele gostava desse jeito direto dela, tão parecido com o seu. E quem diria que agora,  ele está inseguro quanto ao que vai falar e acaba por desviar do assunto.

— Soube da cirurgia pela… – Emília sequer o deixou concluir

— Aposto que Vitória já foi no seu ouvido – Ela o corta, parecendo bem irritada. O tapa da mãe ainda queima em sua face.

— Emília, não fale assim, Vitória se preocupa muito com você. Ela...  – Tentou intervir, mas só pareceu deixa-la ainda mais irritada

— Por favor, eu não quero falar dela,  não agora,  se não se importa –

 

Luís vê claramente que Emília está magoada e ressentida com Vitória, assim como ele...  As cartas que Vitória tinha dado antes dele sair pesam em seu colo, e  tudo que ela ela lhe disse volta a sua mente… E ele questiona se todo aquele ressentimento é justo. Ele sabe que toda essa situação a machuca e seria até egoísmo de sua parte fechar o olhos para isso.  E toma outra decisão.. É importante que a filha saiba quem ele é, mas ele também quer sua família unida.

 

— Não, claro que não.  – Ele volta a degustar do café, tentando disfarçar o turbilhão de dúvidas e pensamentos que pairam sobre si – Apenas fiquei preocupado e quis te ver – Ela sorri de modo afetuoso, grata pelo carinho

— Acho que Seu Alberto deixou um ótimo substituto por aqui – Ela pisca de modo gracioso, deixando o pai ainda mais abobalhado  – Sabe... é tão bom receber uma visita como a sua depois de certos desagrados que o dia nos traz – Ele se emociona com o elogio, mas tenta não demonstrar

— Cuidado com os elogios, minha querida. Posso me acostumar mal e vir sempre aqui – Ele ouviu como resposta a risada suave dela e era incrível a sensação que isso lhe trouxe

— Você sabe que sequer precisa de convite  – Ele sorriu grato, e para não se trair, bebericou o restante do café, abandonando a xícara sobre a bandeja

— Assim eu fico tentado – Ele brinca mais um pouco, gostando de vê-la relaxada  – E Bernardo? Tem falado com ele? –

— Todos os dias. Até pensei que fosse ele quando fui abrir a porta… Aliás, sou muito grata pelo que fez. Sei que só o prendeu um pouco mais na Espanha por minha causa. Não sei como te agradecer, Luis –

— Não é pra tanto! Era preciso…. Bom, eu adoraria curtir sua presença por mais um pouquinho, mas deixa eu ir porque você precisa descansar –

— Mas já?  – E ele quase riu o biquinho manhoso que ela fez

— Sim, você sabe que estou certo –

Ele se levantou e fez menção em abraça-la. Mas Emília não aceitou  

— Permita ao menos que a moribunda aqui te le acompanhe até a porta  – Ele riu da birra e não contestou

 

Na despedida, Luís se permitiu aproveitar o abraço da filha o máximo que pode, querendo sentir mais do que aquele abraço era capaz.

Emília teve outros motivos, mas também aproveitou tudo que aquele abraço pode oferecer

Quando alguém nos abraça forte, carinhosamente nos aperta contra seu peito, é uma das coisas mais gostosas que existem na vida. Nesse instante não se tocam apenas dois corpos, mas duas almas, e dois corações que batem perto. E em um abraço desses conseguimos esquecer problemas e às vezes até quem somos. Em um abraço assim cura-se toda carência e até mesmo tristezas. É uma sensação tão única e poderosa que desejamos que dure para sempre.

Mas tudo tem seu fim, e mesmo relutantes, ambos se separaram por mais estranho que fosse aquele gosto dele ficar, e ela, de que ele ficasse!

 

 

—______________________________________________________

 

 

Ao entrar no carro, Luís se depara com as cartas de Vitória, que ele deixou sobre o banco de carona.  Ele desiste de dar partida. E pega a primeira carta.  É apenas um comunicado de Vitória dizendo ter algo importante a dizer e se ele gostaria de vê-la e fornece seu endereço…. Carta esta que ainda tem o carimbo de mudou-se, embora apagado pelo tempo.  Se lamenta pela carta que nunca chegou, mas ele nao quer pensar nisso agora.  Então ele pega a segunda carta.. esta não tem remetente e nem destinatário… Curioso, começa a ler….

 

 


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