Encontro Marcado escrita por Jessica Calazans


Capítulo 36
Capítulo 36




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Ja anoitecia e Vitória já estava pronta a espera de Luis. Nada muito glamouroso, apenas o básico vestido preto confeccionado em tecido eclér e de leve textura, de toque suave ao corpo. O vestido possui shape alongado, acinturado por elástico no cós.

Ela maquiava o rosto, mas bem suave, focando sua atenção nos olhos claros. Se maquiava mais para disfarçar as marcas do choro do que pela vaidade em si.

Quando Luís chegou, ela mesma foi atender. Tentou soar simpática e retribuir o sorriso tão bonito que ele ostentava. Sem contar que o Carmosino estava bem atraente no look casual que ele vestia. O blusão negro  e a calça jeans.

Em primeiro momento, Luís apenas admirou a beleza da senhora a sua frente. Ele fez menção em se aproximar e parecia que vai beijá-la, mas Vitória se afastou, deixando o homem confuso.

 

— É… você quer alguma coisa para beber, Luis? Wisky? –

— Com duas pedrinhas de gelo, por favor! –

 

Vitória o guiou até a sala, certificando-se que ele estava confortável. E não demorou muito para lhe servir a bebida

 

— Fiquei surpreso com o seu convite… Você está linda – Ele sorriu galanteador, entretanto, Vitória só ficou ainda mais desconfortável.

— Eu… Eu peço desculpas por… por ter tirado você do seu conforto. Mas o assunto que tenho a tratar com você… – Ela se surpreendeu quando ele afagou sua mão, interrompendo-a

— Antes, permita-me dizer uma coisa que eu venho querendo dizer há muito tempo… –

— Luis, por favor..  Eu preciso.. –

— Não, por favor. Eu que preciso falar.. – E quando Vitória finalmente cedeu em silêncio, ele continuou – Vitória, eu… Eu já tentei inúmeras vezes fugir de você. Porém, quanto mais eu fujo, mais eu te procuro. Eu te preciso tanto, e sabe por quê? – De um jeito até meio manhoso, ele maneou a cabeça em negativo.. Ele sorriu antes de afagar a face feminina – Porque eu te amo.. muito –

— Por favor, Luis, não diz isso… – Não sabia se pela emoção ou pela culpa, as lágrimas que ela acreditava ter sido esgotadas a tarde, voltaram inundar seus olhos

— Só escuta, por favor... – Ele pediu com carinho – Sabe...dizem que o amor ocorre quando alguém te encontra, te encanta, te reencontra, te reinventa, te reencanta, te recomeça!! Isso é amor, Vitória! Eu me reapaixonei e reencontrei em você o mesmo amor...ainda mais abastado e sólido que antes. Eu não estou disposto a perder você mais uma vez – Antes mesmo de concluir, Vitória já chorava emocionada com o amor daquele homem. E com ternura, Luis afagava seu rosto, enxugando as lagrimas da mulher que amava.

— Luís… Eu não te mereço, não te mereço! – Disse entre choro

—Xiu! Nao diga uma coisa dessa – Ele a abraçou tentando acalma-la – Nunca vou encontrar mulher alguma como você –

— Você não sabe o que diz, Luis. Eu sou a pior das mulheres –

— Imagine! Você é a melhor pessoa que conheço, Vitória! – Ele ainda a mantinha em seus braços

— Por favor, agora me escuta – Ela tomou coragem para se afastar dele e encará-lo nos olhos, se encostando no outro braço do estofado ç, enxugando as próprias lágrimas –Tem algo que você nao sabe... Nós tivemos uma filha, Luís… Tivemos uma linda menina – E o brilho perolado dos olhos claros estavam ainda mais acentuados pelas lágrimas acumuladas ali.  

 

O copo de wisky, antes sobre a mesinha, ficou no meio do caminho. Ele fitou a mulher a frente como se de repente visse uma assombração. Bebericou goles generosos da bebida como se assim, também digerisse a notícia.

 

— Não entendo! – Mas a cor que fugiu de sua face demonstrava o contrário

— Eu sei, eu sei que é dificil. Mas você precisa me entender, Luís.. Foi uma época com.... –

— Vitória, você está falando pra mim, nessa fase já da vida, que eu sou pai???? É isso que você tá me dizendo? – O copo foi abandonado sobre a mesinha. E por mais que o tom de voz estivesse normal, ela podia perceber que ele começava a se alterar – Mas não é possível... –

— Eu disse que não merecia você –  Ela bem que tentou, mas não pode segurar o soluço

 

Atordoado, Luís se levantou e degustou mais um pouco do seu wisky, terminando todava bebida um so gole. Sem perceber, num gesticular nervoso, embrenhou os dedos entre os cabelos que ainda lhe restam, bagunçando-os

 

— Como, como posso ser pai de uma menina que nunca vi na vida? É surreal! E você e Guilhermo só criaram Bento… Então…. que menina é essa? Me diz, Vitória, Que menina é essa ???? Por que nunca soube disso antes???? – Nesse momento, sua voz já subiu uma oitava, sobrepondo-se ao choro de Vitória

— Por favor se acalma, senta aqui comigo – Ela fez um esforço para controlar o choro e conseguir falar. Relutante, Luís se sentou. E a distância que ele impôs era mais do que física  – Antes de tudo, eu só queria que você soubesse que eu te amei e ainda te amo muito, você sabe disso... –

— Vitória, por favor…. – Luís pediu,tentando se manter paciente –Nao dificulta as coisas –

— Me desculpe.. é que, eu precisava te dizer isso  – Ele assentiu,  e ela aproveitou a pausa para escolher bem as palavras que diria – Lembra quando você foi estudar no Rio? – Ele assentiu, ansioso por ouvir mais – Na primeira férias você veio, na segunda.. Na terceira você já não pode vir,  suas cartas vinham com menos frequencia... e... – Acabou que foi interrompida

— Eu já expliquei isso tantas vezes, Vitória… Com a intervenção militar as dividas da minha família aumentaram, e não podia estar indo sempre ao Rio. Eu não quis preocupar você e minha mãe, mas hoje em dia você sabe que cheguei a ser preso na ditadura por participar de uma manifestação que fizeram nas ruas… Por isso minhas cartas foram menos frequentes…. –

— Eu sei, eu sei! Não estou te recriminando. Mas por favor, veja o meu lado. Na época eu estava praticamente sozinha, não tinha notícias suas. Foi quando descobri que estava grávida, Luís. Eu estava esperando um filho nosso. Acredite, eu nunca fui tão feliz na minha vida – Ele chegou a sorrir emocionada, e o Carmosino, talvez contagiado, já tinha os olhos marejados

— Por que você nunca me disse, Vitória? Por que ? –

— Eu queria te fazer uma supresa, eu estava… estava esperando você voltar. Deus.. eu fui tão tola… – Luis se aproximou, somente para secar as lágrimas que rolavam pelo rosto da Ventura. Não foi um dos gestos mas como era de seu costume, mas ela conseguiu ver algum carinho

— Meu desespero foi tão grande, tão grande por não ter noticias suas que…  que eu.. Eu desabafei com a sua mãe toda minha angústia. No inicio ela tripudiou, mas depois, fingiu estar contente pelo neto que viria ao mundo… Eu acreditei…  – Vitória teve que respirar fundo para não ceder ao choro ao relembrar das suas piores lembranças – Então não muito tempo depois, eu recebi a fatídica carta.. aquela que você já conhece. Você dizia que queria terminar comigo. Ela me expulsou de casa...–

— Não, não pode ser, isso é demais.  Minha mãe? Não, não. Ela não faria algo desse tipo se soubesse que você estava esperando um filho, um filho meu.. Minha mãe não, Vitória. Ela não faria isso – Foi a vez de Vitória se aproximar e afagar o rosto masculino, secando as lágrimas daquele homem tão viril, mas ao mesmo tempo tão frágil pelo choro e pela crueldade que ouvia. Luís dessa vez não repudiou o ato de carinho

— Me escute até o final, por favor – Ele atendeu ao seu pedido, consentindo com acenar da cabeça em afirmativo – Eu sai de casa. Eu cheguei a ir no Rio. Fui no endereço da última carta acreditando ser o verdadeiro. Uma mulher atendeu, Luís. Disse ser a sua companheira..  –

—  Mas isso é uma mentira, eu nunca… –

—  Eu sei, eu sei. Mas naquela época, jamais passou pela minha cabeça que sua …  Não passou pela minha cabeça que pudesse ser mentira. Eu fiquei sem chão. Tinha gastado todas as minhas economias vindo pro Rio. Como eu parei de trabalhar pra sua mãe, ela não tinha o porque me dar nada. De carona em carona, eu voltei pra São paulo. Luis, entenda… Eu tive muita, muita dificuldade e…

—  Por favor, não! Não diz que abortou, Vitória, por favor!  – Sem controle das lágrimas, ela acenou em negativo –

— Eu a abandonei… Eu tive que abandonar a nossa menina! –  Afirmou entre choro

—  Não, você não fez isso.  Não, Vitória, não. Era a minha filha também... – Talvez por repulsa ou chocado demais, ele se afastou e fez menção em se levantar, mas Vitória impediu ao segurar seu braço.

— Me entenda...Eu estava sem dinheiro, morando com uma mulher da rua. Eu fiquei doente, meu leite secou.. Nossa filha passou a chorar de fome.. Luís, eu já não aguentava mais rezar e suplicar a Deus que me ajudasse. Eu cheguei a escrever pra aquele endereço, mas a carta voltou com carimbo de mudou-se. Luis, eu não sabia, não sabia onde achar você – Ele se desvencilhou de um modo até brusco, libertando-se, e transtornado demais para continuar sentado, se pôs de pé.

—  Naquele dia, naquele dia que nós colocamos as cartas na mesa. Tivemos nossa última noite e você disse já ser tarde demais para consertar as coisas… Naquele dia eu te perguntei, Vitória. Te perguntei se tinha algo mais, se você tinha mais alguma coisa para me contar .. Você disse com a cara mais lavada do mundo que não –  

— Luis… –

— Não, não me venha com seu choro agora. Você teve a chance de me dizer toda a verdade, Vitória.. E não me disse….  –

—  Eu só não queria que você passasse pelo mesmo calvário o qual eu estava passando...  Eu achei que.. –

— Por Deus, como pode dizer isso? Era a minha filha também, tem noção disso? E enquanto você e ela passavam por dificuldade… eu…. –

 

Ele não conseguiu terminar, tomado pela raiva, foi pego pelo choro e socou a parede, descontando nela a raiva que sentia, chegando a derrubar o quadro que havia ali.

Vitória se levantou e o abraçou por trás. Luís tentou se desvencilhar do abraço, mas ela o apertou tão forte que ele teve receio de machucá-la

 

—  Vitória, por favor… –

—  Não sinta esse ódio. Eu senti por toda minha vida, e ele nunca me fez bem.  E eu te amo tanto, eu não vou suportar seu desafeto –

—  Minha mãe.. Como.. Como você e ela podem ter me privado da minha filha? Como? Eu juro, juro que nunca deixaria que nada de mal acontecesse a vocês.Eu voltaria do inferno, Vitória, se tivesse me pedido –

—  Você não sabe o quanto desejei voltar no tempo… –

—  Luh.. Luh teve tudo de mim, tudo. O que eu pude dar eu dei a ela. E agora, essa menina….  Ela não teve sequer meu carinho.  Como pude me enganar esses anos todos com a minha mãe? Como ? Era apenas um ser indefeso que precisava de nós… Por que, por que ela fez isso conosco, com a nossa menina? – Sentindo-o mais receptivo, ela suavizou o abraço.

—  Sei que não posso te pedir isso. Mas independente dos erros dela, não a odeie. Ela te amava e merece seu perdão –  Ela não esperava, mas assim que deu liberdade, ele se desvencilhou de seu abraço –  Luís? –

— Eu olho pra você e não te reconheço. Você teve toda a chance do mundo de consertar isso, Vitória. Nossa menina ainda era uma criança quando você teve a oportunidade. Nem que eu precisasse fazer pacto com o diabo, mas a minha filha estaria aqui comigo hoje. Já pensou nisso?  –  Um soluço escapou dos lábios de Vitória como resposta, ela tentou se aproximar, mas Luis impediu –  Não chega perto de mim agora, não sei o que posso fazer. Me diz.. você ao menos pensou em procurar por ela? –

—  Sim –  Respondeu com a voz embargada, maneando a cabeça em afirmativo – Eu, eu pedi a ajuda ao Guilhermo e ele.... –

— GUILHERMO???? VOCÊ PEDIU AJUDA AO GUILHERMO????? QUE SE DANE O GUILHERMO, ELE NÃO ERA O PAI DA MINHA, DA MINHA FILHA – Descontrolado, pela primeira vez ele gritou, assustando-a. Luís fechou os olhos, nao querendo perder totalmente o controle - Eu era o pai. Será que até nisso você quis me substituir, Vitoria? Eu.. . Até em procurar pela minha filha você quis me privar? Você acha justo um outro homem assumir o meu papel ???? –

— Por favor, Luis. Você está nervoso e interpretando as coisas de forma errada.  Eu jamais quis substituir … –

—  Vocês a encontraram? Por que ela não está com você? – Literalmente ele a cortou, magoada, ela apenas suspirou vencida.

—  Por muito tempo eu achei que não. Guilhermo acabou dando as buscas como infundadas e pediu para não castigar toda a família com essa busca no escuro. Então ele veio a falecer… E revelou que o detetive tinha achado a minha menina. Mas ele ficou com receio de que…  de que isso me aproximasse de você e deixou que eu sofresse. Mas ele já estava no fim da vida, o perdoei para ele ele ir poder ir em paz  –

—  A única pena que sinto é de mim agora, por não poder matá-lo com as minhas mãos. –  Ele enxugou as próprias lágrimas, e absteve de comentários, não queria perder o controle – Depois de 20 anos, o que um pai pode fazer? Hm? –  Ele fez um esforço para não ceder a raiva e chorar por sofrimento desnecessário... Por que que pessoas eram tao crueis? A voz embargada, ele um tempo de finalmente perguntar –Me diz quem ela é! Eu preciso do perdão dela. Preciso vê-la, conhecê-la. Não me prive disso também –

— Eu só queria que soubesse que sinto muito por tu… –

—  Eu não quero suas desculpas, Vitória! Quero respostas.. Quem é ela? – Foi frio, mas nem era sua intenção.

— Luis, a nossa menina... a nossa menina é a Emília!

—  Emília, a Emília? –  Perguntou perplexo, em crer nos próprios ouvidos

—  Sim. A menina que você viu crescer é a sua filha –

 

Luís não conseguiu esboçar qualquer emoção, como se ainda estivesse digerindo a informação.

Até que uma fisgada no peito esquerdo lhe tirou da inércia. Ele chegou a perder a cor, o desiquilibrio foi tão grande que ele teria caído se não tivesse se apoiado na parede.

Vitória correu para acudi-lo, sentando-o no sofá

 

— O que você está sentindo, Luis? Me fala.. 

—  Ta tudo bem, foi um mal estar passageiro – Ele apenas gesticulou como se estivesse tudo bem – Vitória, a Emília é minha, minha filha.  Eu .. – Ele tinha palavras para descrever o sentia. Mas o sorriso de puro contento era um palpite.

— Por favor, Luis.  Você deve estar com pressão alta. Deixa eu verificar sua pressão – Ele parecia nao escuta-la. Vitória notou quando o sorriso sumiu a face de Luis que parecia ter se dado conta algo importante

— Eu ia ser avô, Vitória....Avo. Meu Deus! Eu juro.. Se eu soubesse… eu jamais, jamais permitira. Era nosso netinho… –

— Por favor, nao pense nisso agora! Vou buscar um copo d’água pra você está bem? – Vitória começava a se preocupar com a agitação homem a sua frente.

 

Ao servir, optou pelo suco para disfarçar o gosto da dipirona em gotas. Dipirona por vezes baixava a pressão, ela achou que seria util.

Quando Vitória voltou, ele já estava de pé novamente

 

— Por favor, bebe um pouco – Mesmo resistente, ele acabou aceitando. E se por acaso estranhou o gosto do suco, não disse.

 

Luis nao voltou a sentar, bebeu todo o suco em goles rápidos, como se estivesse com pressa

 

— Tome, eu preciso ir. Preciso ver, Emília – Disse ao devolver o copo

— Por Deus Luis. Já está tarde, Emília não mora aqui no lado –

— Eu já esperei demais, Vitória.  Mais de 20 anos. Ela precisa saber que sou o pai dela –

— E o que pretende? Chegar lá e dizer.. Sou seu pai? – A pergunta ao menos o fez recobrar a razão –Eu pensei que pudéssemos fazer juntos, com calma! –

— Ela não sabe de nós? Você ainda não contou? Sinto muito, mas eu vou contar. Não vou privar Emília dessa verdade –

— Não é nada disso, ela já sabe de mim. Mas assim como você, ela também não me perdoa. Só quero que vá com calma. Quer ir ? Tudo bem! Mas ela pode não  te receber da maneira como gostaria. –

— Não se preocupe. Você tem razão nessa questão. Mas eu preciso vê-la e agora –

— Tudo bem, eu entendo…  Se você puder esperar mais um pouco. Tem uma coisa que eu gostaria de lhe dar – Ela apanhou um emaranhado de envelopes e o entregou – Eu não sei se nos veremos de novo. Semana que vem eu devo estar indo para Europa. Emília ainda não sabe. Vou deixar para conversar com ela outro dia. Enfim, eu não queria ir embora sem entregar essas cartas a você. A primeira é aquela que enviei assim que nossa menina nasceu, mas que voltou ao remetente. As outras… são meros desabafos. Mas eu pensava em você sempre que escrevia. Eu te amo muito, tenha consciencia disso. Mas vá, vá, chega de prender você aqui  – E pela primeira vez ela notou nos olhos amendoas o mesmo afeto de antes.

 

Luis até titubeou em sair, algo pedia para ele ficar. No fundo, ele sabia Vitoria foi apenas vitima das circunstâncias. Mas com último olhar e os envelopes na mão, a deixou sozinha. Mas ao passar pela porta, ele pode ouvir os soluços da Ventura, e teve que lutar com todas as suas forças para não voltar!

Já Vitória, se permitiu chorar assim que viu Luís ir embora. Chorava pela crueldade do destino que mais uma vez, a afastava do homem que amava. Chorava pela culpa que assolava sua consciencia. Dessa vez ela sabia, tinha perdido o amor da sua vida.

 

 

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Luís remoía toda a conversa com Vitória enquanto se dirigia para a casa de Emília. Remoía a vontade que teve de amparar a mulher que amava e ficar ao seu lado. E ao mesmo tempo, ansiava em ver Emília, e se perguntava como ela o receberia.

Mas tudo se dissipou quando ele finalmente chegou, e ele ja nao tinha tanta certeza do que fazia.

Os seguranças tentaram se comunicar com Emília pelo interfone, mas ninguém atendeu.

 

— Por favor, é caso de urgência – Luís apelou

 

Pelo nervosismo que o Carmosino aparentava e por ser conhecido, os seguranças não se importaram em deixá-lo entrar. Todavia, o acompanharam até o recinto.

Emília ouviu o toque da campainha e estranhou o fato de ter alguem lhe procurando nesse horário. Chegou a pensar que fosse Bernardo a voltar, lhe fazendo uma das suas surpresas.  Ela já tinha dispensado Raimunda. Então vestiu o robe sobre a camisola antes de sair do escritório e ir atender seu esposo brincalhão.

Emília até sorria no momento que abriu porta, mas para sua surpresa ....

 

— Seu Luís? –

— Emília…  –

 

Enquanto isso, no outro lado do mundo,  Alguém arrumava as malas para ir embora…..  Ansioso para no dia seguinte, chegar ao Rio.


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