Sem Compromisso escrita por British


Capítulo 15
O ex


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, pessoal :D



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Sasori deixou o casal em paz por dois motivos. (1) Não queria que Sakura chamasse a polícia e, dessa forma, prolongar a medida protetiva novamente. (2) Precisava digerir a informação do namoro dos dois. Desde que agrediu a médica, Sasori tentou cumprir a sentença do juiz e se afastar da rosada. Mas a verdade era que nem sempre ele conseguia ficar longe.

O ruivo cumpriu com êxito o programa de recuperação e reeducação, mas a tal medida protetiva era algo demais para ele. Sasori queria poder frequentar a rua da médica e o hospital. No entanto, ele estava proibido até de pensar em ir lá. Mesmo assim, Sasori, às vezes, ia contra tudo e dava uma passada na rua da doutora imaginando que por sorte a veria de longe. Embora ele tenha ligado ou mandando mensagens nos últimos meses, ele não havia visto Sakura desde o dia da audiência com o juiz. Aquilo o incomodava.

Foi numa dessas passadas de carro pela rua da médica que ele flagrou Sakura e Sasuke. Quando reconheceu o acompanhante de sua ex-namorada, Sasori trincou os dentes, mas em seguida resolveu se acalmar. Ao ver os dois entrando no carro, ele decidiu segui-los. Não queria perder o controle, mas ele precisava saber mais sobre o envolvimento dos dois. Quando viu Sasuke e Sakura trocando beijos, conversando com intimidade, sorrindo e até cantando naquele karaokê, Sasori decidiu que devia aparecer só para lembrar a Sakura que ele não havia desistido da história deles.

Quando se revelou, Sasori notou o olhar de medo de Sakura enquanto o Uchiha parecia saber da história da agressão. Muitas dúvidas brotaram na cabeça do ruivo naquele momento e por os dois motivos já citado ele os deixou em paz.

 

Dia 11 de abril, segunda-feira, 23h56

No apartamento de Sakura...

— Desde que vimos o Sasori, você ficou estranha... – Sasuke constatou ao se deitar com Sakura na cama.

— Eu não o via há muito tempo...

— O que sentiu?

— Medo. Eu ainda sinto medo dele.

— Ele não vai fazer nada... Ele não é nem louco de tentar. – Mencionou Sasuke e então beijou a namorada na testa.

— Agora não vamos poder evitar o Sasori como tínhamos planejado.

— Ele se comportou hoje e, provavelmente, vai se controlar das próximas vezes que nos ver juntos. Ele sabe que somos um casal.

— Verdade. Se passaram cinco meses... Talvez ele não seja mais tão agressivo. O antigo Sasori teria armado um escândalo ali no quiosque.

— Como você pode se apaixonar por um cara tão descontrolado com ele? Sei que te incomoda falar sobre ele, mas é que eu queria entender afinal esse cara é o empresário do meu irmão.

— Ah Sasuke, o Sasori nem sempre foi tão descontrolado... Durante o primeiro ano do relacionamento ele foi um ótimo companheiro. As coisas começaram a mudar quando o primo dele veio morar aqui na cidade. E tipo... o primo dele dava em cima de mim direto, na cara do Sasori, e ele ficava com raiva. Eles chegaram a brigar algumas vezes, mas no fim eu acalmava ele. Só que o Gaara despertou o lado ciumento do Sasori... Depois disso ele achava que qualquer cara com quem eu trocasse algumas palavras já estava interessado em mim. Ele discutiu com estranhos na rua e até com o Sai! Como ele pode pensar que o noivo da minha melhor amiga teria algo comigo? Eu fiquei chocada! E foi nesse dia que ele levantou a mão pra mim pela primeira vez, mas não me bateu. No fim, ele deu um soco num espelho e se machucou. Eu pensei que era coisa de momento e que ia passar, mas...

— Mas o que?

— Mas o Gaara tinha ficado muito ressentido comigo e com o Sasori, então ele resolveu armar pro Sasori e eu brigarmos. Ele colocou umas fotos dele pelado escondidas aqui no apartamento e me mandou um presente com um cartão insinuando uma traição. O Sasori achou isso antes de mim e ficou maluco! Tinha até um vídeo antigo de um beijo que o Gaara me deu a força. Foi aí que Sasori perdeu o controle de vez e me bateu...

— Esse Gaara também não presta!

— Eu concordo! O Gaara não presta! Ele infernizou até me separar do Sasori, mas o que eu não posso perdoar é o fato do Sasori ter me batido. Eu teria perdoado as agressões verbais, ele ter revirado meu apartamento, mas me bater eu não consigo!

— Ele só te bateu uma vez então...

— Sim.

— Mas como você conseguiu que a medida protetiva durasse tantos meses?

— Quando eu pedi a medida protetiva de urgência, Sai me disse que eu conseguiria afastar Sasori por 30 dias. No entanto, Sasori não respeitou a medida e invadiu a minha casa... Depois disso eu fui obrigada a chamar a policia e aí aumentaram o tempo. Ele havia me batido, eu tava com muito medo e ele não parava de me perseguir...

— Depois disso ele voltou a te importunar?

— Não pessoalmente, mas ele ligou algumas vezes, mandou mensagens... A última vez tinha sido no meu aniversário.

— Da próxima vez que eu encontrar com Sasori vou ter uma conversa séria com ele e descobrir quais intenções ele ainda tem com você. – Falou Sasuke seriamente e Sakura se aninhou no peito do moreno.

— Tome cuidado!

— Ele parecia ser um cara tão legal... – Falou o moreno pensativo.

— O Sasori é um cara legal, Sasuke. O grande problema dele é emocional. Não quero que o julgue só pela agressão.

— Mas você tem tanto medo dele...

— Eu tenho motivos pra isso. Tenho medo do que ele possa fazer com você agora que sabe da nossa relação, mas, se você não tivesse comigo, o Sasori ia continuar sendo um cara legal pra você. Ele tem muitas qualidades...

— Aos seus olhos, quais são as qualidades dele?

— Ele é gentil, gosta de surpreender quem ama, costuma ser generoso com os mais pobres e é um cara bonito. Enfim, além disso ele é um excelente profissional da sua área...

— Tá bom, eu já entendi... – falou Sasuke meio emburrado. Pela primeira vez ele percebia que o único defeito de Sasori era ser temperamental.

— Ok.

— Sakura, se o programa de recuperação e reeducação desse certo, você voltaria pra ele?

— Não. Eu não quero o Sasori em minha vida. Foi isso que eu decidi no dia que ele me bateu. Mas tomara que ele tenha se recuperado para que outra garota não sofra nas mãos dele.

— Eu entendo. – Sasuke passou a mão no cabelo de Sakura e a viu adormecer em seus braços. Agora entendia melhor o que Sasori representava para a médica.

 

Dia 12 de abril, terça-feira, 8h00

Na quitinete dos Uchiha...

— A noite foi boa, hein? – Perguntou Itachi ao ver Sasuke abrindo a porta de casa.

— Foi excelente! Sakura e eu, finalmente, somos namorados! – Sorriu.

— Fico feliz por você! Mas esse aí não é o seu melhor sorriso... Aconteceu alguma coisa? Já brigaram?

— Não, mas é que eu sei agora quem é o ex dela. – Disse se sentando no sofá.

— O que bateu nela?

— Esse mesmo. Aliás, nós dois conhecemos o cara.

— Quem é? – Perguntou Itachi curioso.

— Sasori Akasuna, seu produtor e empresário. – Sasuke disse e o queixo de Itachi caiu.

— CARALHOOOO! O Sasori? Então ela é a tal namorada que ele sempre cita! Nunca ia imaginar! Também nunca imaginei que ele fosse capaz de bater em uma mulher. – Disse chocado.

— A Sakura disse que você não precisa ficar com medo dele, que o problema dele é só com ela e já foi resolvido na justiça, mas achei importante você saber do passado dele.

— O Sasori é uma pessoa pública. É estranho isso não ter vazado na imprensa...

— Sakura comentou que quis abafar o caso. Ela não queria prejudicar a carreira dele. Ela acha que o ruivo é descompensado, mas que tem um bom coração.

— Sério que ela acha isso?

— Pelo que eu notei, ela o abomina por ter batido nela, mas em todos os outros aspectos ela é bastante compreensiva.

— Ela perdoou o Sasori?

— Acho que sim... Ela quer distância, mas não deseja mal a ele. Ela não o odeia.

— Ele vai pirar quando souber que vocês estão juntos então... – concluiu Itachi.

— Ele já sabe.

— Como?

— Longa história...

— Você vai ter que me contar tudo!

Então Sasuke contou toda a história e Itachi ouviu pacientemente...

 

Dia 14 de abril, quinta-feira, 16h23

Na casa de Sasori...

— Eu me assustei quando vi que era você batendo na minha porta – Disse Sasori com um meio sorriso ao ver Tsunade.

— É um susto pra mim também, querido. Posso entrar? – Pediu Tsunade.

— Claro! Entre! – Disse dando espaço para Tsunade entrar e depois a acompanhando pelo jardim até a sala de sua casa.

— Sua casa não mudou muita coisa desde a última vez que eu vim. Tem até suas fotos com a Sakura... – Disse a loira, enquanto reparava em um porta-retrato em cima do piano.

— Gosto de compor pensando na Sakura. – Disse tranquilamente.

— Sei que foi difícil para você a separação. – Disse Tsunade.

— Sei que para a Sakura foi pior. – Respondeu diretamente.

— Verdade. Minha sobrinha sofreu bem mais que você. Aliás, o que me traz aqui é um pedido dela.

— O que ela quer?

— Apenas te devolver seus pertences. Essa mala aqui – Tsunade entrega a mala a Sasori – tem as coisas que você deixou no apartamento da minha sobrinha. Tem roupas, cds, vinis, chinelo, perfume...

— Ah, essas coisas... ela poderia ficar com isso.

— Ela não quer ter mais nada seu lá. Sakura me contou que você sabe que ela tem um novo namorado e ficou até em dúvida se você a tinha seguido.

— Foi por acaso...

— Sasori, Sasori... Nós sabemos que você cria os seus acasos... – Tsunade disse com um sorriso irônico.

— Tudo bem... Eu estava sim na frente do prédio dela, mas não planejava segui-la. Mas aí ela apareceu com o Sasuke e eu decidi ver aonde eles iam.

— Sua sorte é que a minha sobrinha não chamou a polícia.

— Eu me comportei ok? Aliás, desde que ela trocou a fechadura do apartamento eu tenho respeitado essa maldita medida protetiva. – Falou um pouco alterado.

— Sasori, você sabe que a Sakura não te condena pelos seus maus atos, mas ela tem o direito de ficar longe de você. Gostaria que respeitasse a vontade dela. Você ainda a ama, não?

— Amo. – Concordou.

— Então, deveria querer vê-la feliz! Se não foi capaz, deixe que ela tente com outro. Sasuke faz bem a minha sobrinha. – Tsunade foi sincera e esperava a compreensão do ruivo.

— Eu quero provar a Sakura que eu mudei, que consigo me controlar.

— Sasori, amanhã acaba a medida protetiva que te impede de chegar perto da Sakura, certo?

— Sim. Graças a Deus.

— Eu te faço um pedido como tia da Sakura. Por favor, continue longe dela. É a maior prova de amor que você pode dar a ela. Sabia que ela ainda sente medo de você?

— Eu percebi isso quando a vi com o Sasuke.

— Se aproximando só vai deixá-la mais assustada! Dê tempo ao tempo... – Aconselhou.

— E até quando a Sakura vai me odiar?

— Ela não te odeia. Pelo contrario, ela gosta de você. Se não gostasse, teria chamado a polícia e pedido um novo aumento da medida de proteção alegando que você continua perseguindo-a. Se souber respeitar o tempo dela, talvez consiga se aproximar de novo.

— Ela te contou que eu sou empresário da banda do irmão do Sasuke né?

— Contou. E fique tranquilo quanto a isso... Minha sobrinha não vai frequentar os shows da Akastuki e Sasuke a manterá informada sobre em que ocasiões você estiver presente para que ela se mantenha longe.

— Era só o que faltava... Vou continuar sem poder conviver com ela?

— Ela prefere que seja assim. Sasori, você tem que dar espaço a ela... Sakura me contou que você mandou uma mensagem no aniversário dela.

— Era uma data especial. Não podia fingir que não existe... – Falou do fundo de seu coração.

— Eu sei. – Tsunade se levantou do sofá e deu um beijo na testa de Sasori – Você é um bom garoto. É uma pena que tenha se deixado levar pelas emoções no calor do momento e ter feito a besteira que fez...

— Eu cumpri tudo o que o juiz pediu e agora que a medida vai acabar eu to pensando em procurar um psicólogo por conta própria.

— Isso é bom pra você! Mas pense no que lhe pedi... fique longe da Sakura.

— Prometo pensar no que me disse, Tsunade! – Sasori então abriu a porta de sua casa e levou Tsunade até o portão.

— Se precisa, pode bater na porta da minha casa atrás de um conselho! A medida protetiva acaba amanhã, então podemos voltar a conviver! – Avisou Tsunade.

— Podemos voltar a ser bons vizinhos então! Já serviu de alguma coisa o fim dessa medida protetiva! Ah... e a Sakura vai voltar a visitá-la?

— Acredito que não! Vamos continuar nos encontrando na casa dela pra evitar você.

— Entendi.

— Não a leve a mal Sasori...

— Eu sei! Ela tem razão. Eu fui o maior culpado desse sofrimento todo.

— É bom ver que você compreende! Depois nos falamos! Tchau! – Despediu-se Tsunade.

— Tchau! – Acenou Sasori e fechou a porta.


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