Master Trick escrita por Nárriman


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura meus amores. Espero que gostem.



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Pov’s Ally

As paredes da pequena sala de matrimônio pareciam querer me devorar a qualquer minuto. Já estamos ouvindo as ladainhas do juiz a mais de uma hora e o buquê ridículo que estou tendo que segurar faz minhas mãos doerem.

Quando aquele idiota pediu que assinássemos nossos nomes no papel para tornar tudo oficial quase pulei de alegria se não fosse o meu salto scarpin piorando toda a situação.

—Agora é oficial. Em nome do matrimonio e da igreja declaro vocês oficialmente marido e mulher. -Deu um sorriso contagiante para nós dois. —Pode beijar a noiva. –A malicia em sua voz fez Austin revirar os olhos.

E antes que fizesse qualquer outra bobagem comecei:

—Teremos muito tempo para nos beijarmos na lua de mel, agora estamos atrasados. -Puxei Austin pelo braço e assim saímos do pequeno escritório sendo seguidos apenas por uma madrinha que eu nunca tinha visto na vida e Elliot como padrinho.

—Estamos casados. Qual a próxima tortura do dia?-Joguei o buque no meio da calçada e entrei no carro preto fume que nos aguardava na frente do prédio.

Tirei alguns grampos que prendiam o meu cabelo em um coque e deixei a minhas madeixas ruivas se misturarem ao branco do vestido. Ele era longo, liso e tinha um decote médio. Simples.

—Precisamos ser presos. -Tirou a gravata do smoking e se recostou no banco ao meu lado.

Seu amigo e a loira tomaram a partida do carro.

—Acho bom ser apenas uma brincadeira. -Encarei a aliança recém colocada no meu dedo e só então percebi o diamante que tinha nela.

Austin provavelmente ou a encontrou no meio da rua ou explodiu uma joalheria.

—Espero que o fato de ter transado com Finn não te faça pensar que ele é solteiro. -Debochou de mim.

—Não, eu não esperava. Vi a aliança no dedo dele ontem. -Repus o batom e enfim deixei minhas costas descalçarem no banco.

Os efeitos das drogas ainda fazem minha cabeça latejar e o remédio que Austin me deu não foi o suficiente.

—A esposa dele trabalha para a policia. Se dermos sorte ela mesma que irá colocar as algemas em nós dois. -Explicou pela primeira vez no dia aparentando estar calmo.

Talvez a parte do casamento tenha deixado sua cabeça um pouco mais leve. Ele esta uma pilha de nervos desde ontem.

—E como iremos fazer isso?O país inteiro tem nossas fichas criminais. Um clique e nossas fotos aparecem no computar deles. –Respondi com ódio das minhas próprias palavras.

—Você esta mentindo e nós dois sabemos disso. -Se aproximou um pouco de mim, o bastante para alisar o meu cabelo.

Precisei respirar fundo para não quebrar todos os 27 ossos da sua mão.

—Realmente espera que eu acredite que você é ruiva?Você pode enganar a CIA, mas nunca irá me enganar senhorita Moore. -Soltou a mecha do meu cabelo e voltou a se recostar no assento.

—Como descobriu o meu sobrenome?-Fiz pouco caso.

Não posso me entregar de bandeja.

Aprendi a sempre esperar até que alguém perguntasse quem eu realmente sou.

—O seu falso sobrenome, permita-me corrigi-la.

Quase respondi, mas eu sabia que qualquer coisa que saísse da minha boca naquele momento não seria nada menos do que um palavrão.

—Quando começamos a conversar no saguão no dia em que nos conhecemos eu te falei seu nome completo. Ally Claviere Dawson. -Soletrou palavra por palavra com um sorriso diferente. Cada um ainda mais misterioso que o outro.

—E você não recuou. Apenas confirmou que aquele era realmente seu nome e pensei que estivesse mentindo sobre sua identidade, mas foi esperta demais ao dizer seu verdadeiro nome e não sua falsa identidade. Me surpreendeu.-Admitiu me olhando com orgulho.

Não preciso dos agradecimentos dele.

—Mas o que você tem a dizer sobre Alexandra Cora Moore ou mais conhecida como a ruiva mais procurada em toda a Califórnia?-Tentou me intimidar.

—Ou sobre Krystal Myra Halle a loira mais cobiçada e odiada de Denver?-Continuou com as provocações, mas mesmo assim não deixei transparecer nenhum traço da minha raiva interior.

—Talvez você apenas conheça Ally Claviere Dawson mesmo, aliás, ela é a única a ter apenas uma ficha criminal na policia e olha que irônico não é mesmo?Uma morena que assassinou o marido apenas para por as mãos em sua fortuna. -Seus olhos brilhavam ao olhar para mim.

Me olhava como se estivesse atrás de uma esmeralda a anos e que ao me encontrar descobrisse um diamante.

—Aonde quer chegar com tudo isso?-Perguntei tentando esconder o incômodo ao ser mencionado o meu falecido marido na conversa.

—Alexandra para todo o país morreu em um incêndio dois meses atrás, Ally sumiu do mapa após a morte do marido e a linda e doce Krystal para toda a Carolina do norte está em uma penitenciaria em Boston, tornando ela nossa identidade mais confiável para executar o plano. -Falou sem nem ao menos piscar.

—Prossiga. -Cruzei minhas pernas e pousei minhas mãos sobre os joelhos.

Minhas unhas batucando sobre o fino tecido era o único indicio de que eu estava um pouco alterada.

—Preciso que se disfarce de Krystal para que possamos levar isso adiante. Eles não irão te reconhecer loira, e se lhe reconhecerem você tem uma identidade falsa que vai ajudar, uma conta bancária falsa, uma casa em Miami e eu contratei uma família falsa caso cheguemos ao extremo.

Os olhos de Austin estavam mais acesos do que nunca.

Ele só pode estar louco. Isso não é tentar enganar qualquer policial, é enganar o FBI.

—E você? Onde se encaixa nisso tudo?-Perguntei interessada.

—Seremos pegos juntos, mas não tenho com o que me preocupar muito. Há alguns meses eu consegui apagar o meu histórico de todas as delegacias regionais. Para eles eu sou apenas um erro no sistema. –Sorriu vitorioso.

—Como tudo irá se desenrolar? Não quero precisar executar um grupo inteiro de policiais novamente.-Dei um sorriso forçado para ele.

—Irei matar um homem e Elliot que estará do outro lado da rua vai chamar a policia.

Apontou com o queixo para o moreno que diria a nossa frente. Não gosto dele.

—E você como minha esposa será minha parceira de crime.

Austin tem merda na cabeça. Isso é estupidez.

Mas ainda assim não posso reclamar muito. Eu quero o dinheiro do cassino tanto quanto ele e não tenho como voltar atrás, na verdade não quero voltar atrás.

Voltei a encará-lo e percebi que seria uma longa conversa até voltarmos para o nosso apartamento.

—Quem será a vítima?-O tédio começou a tomar conta de mim.

***

—Você esta linda. -A loira cujo nome eu descobri ser Cassidy me elogiou. Foi ela que praticamente me montou por inteira nas ultimas três horas.

—Eu realmente fico muito bem com o loiro. -Apalpei meus cabelos agora com fios claros e macios.

Era só uma peruca, mas não tinha quem dissesse isso.

Me levantei e dei uma olhada em mim mesma.Eu estava gostosa pra caralho.

Na minha cabeça Krystal seria a mais meiga de todas as minhas três identidades. Uma loira tímida, sexy e mortal. Os vestidos simples, batons claros e saltos scarpin eram uma característica dela que eu nunca iria esquecer. Foi bom enquanto durou o meu tempo como ela.

—Já sabe exatamente o que fazer não é?-A loira ajeitou meu vestido e deu uma ultima olhada no espelho atrás de nós.

—Ir ao meu encontro com Finn e logo em seguida me encontrar com Austin no beco atrás do restaurante. - Ajeitei a peruca que ia até a altura do meu queixo em minha cabeça e fiz menção para que ela me acompanhasse até o lado de fora do quarto.

—Não quero que você estrague minha noite então espero que não me perturbe até a meia noite. -Esbarrei meu ombro em Austin e arranquei a peruca da minha cabeça a guardando em minha bolsa.

Só irei precisar dela quando eu estiver com Austin daqui a algumas horas.

—Aproveite bastante a nossa lua de meu com meu inimigo que é casado querida. -Deu um beijo em minha bochecha antes que eu tivesse tempo de pegar a faca de manteiga guardada em meu sutiã e enfiá-la em sua garganta.

—Quase. -Deslizei a ponta da faca sobre seus lábios.

Ele fez um biquinho e me virei para ir em direção ao elevador.

—Se estiver tramando algo que me deixei atrás das grades acho bom saber que tenho policias a minha total disposição em todas as delegacias de Las Vegas. -Guardei o objeto cortante de volta em minha peça intima.

—Então cuidado. Um passo em falso e ao invés de algemas em nossas mãos, talvez elas parem em sua garganta.








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Notas finais do capítulo

Comentem.



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