"O Cara" com O maiúsculo escrita por Dora Alice


Capítulo 4
Dificuldades


Notas iniciais do capítulo

O cap ficou pronto mais cedo, mas infelizmente a bateria do note acabou antes que eu pudesse posta-lo aqui :")
Cheguei em casa louca pra entregar esse cap quentinho pra vocês S2
Espero que gostem
Obrigada Juliana por ser uma leitora tão fofa *u*



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                ―Vinte? –O jovem homem exclamou ao olhar o boletim de sua irmã. ―Meredy, chega. –Dava para ver que realmente estava nervoso, passava a mão esquerda pelo cabelo de forma agressiva e seu tom de voz não estava nada brando.

                ―Vai fazer o que? Me colocar de castigo? Me bater? –Meredy costumava ser uma boa criança, não brigava na escola e não respondia a mãe, até a morte de Igneel e então a adolescência chegou e agora era uma garota de catorze anos com problemas que ninguém poderia se quer imaginar. ―Você não é a mamãe, não pode fazer isso.

                De um ano para cá a saúde de Grandine havia se mostrado cada vez mais delicada, apenas depois de passar por diversos tipos de especialistas ela conseguiu o infeliz diagnostico de um tumor no miocárdio. Durante pouco tempo foi possível realizar o tratamento em casa indo no hospital apenas para consultas e sessões de quimioterapia, mas o tumor evoluiu e os sintomas causado por ele que iam de arritmia a insuficiência em poucas horas. Então, foi preciso que fosse internada até que o tumor estivesse suficientemente tratado para uma cirurgia.

                Grandine escondeu durante meses a doença do filho, já que Natsu estava morando em na capital, que por sinal ficava bastante distante de Magnólia, não foi muito difícil. Durante um tempo conseguiu esconder até mesmo de Meredy e por muito tempo continuou com suas boas ações. Natsu saiu as pressas de Crocus para ajudar a mãe e os irmãos e por mais que estivesse magoado com a mãe por ter lhe escondido algo tão grave, não podia ser egoísta ao ponto de se importar com aquilo naquele momento.

                Era frustrante para Natsu não pode fazer nada e ainda sim o que poderia fazer –cuidar dos irmãos– era uma tarefa que não lidava muito bem.

                ―Eu sei que você é bem melhor que isso, porque está tirando notas baixas? Meredy você era uma ótima aluna. –Disse de forma amarga, droga ele tentava tanto porque ela não podia colaborar?

                ―Nossas vidas estão um caos e você me pergunta porque estou tirando notas baixas? –Meredy disse como se estivesse a ponto de explodir. ―Parece que você não entende, ninguém entende.

                Antes que o rosado pudesse contabilizar o tempo a jovem já havia saído pisando forte para seu quarto, batendo a porta com toda força que tinha.

                Frustrado soltou um suspiro fundo, puxou a cadeira que estava perfeitamente ajustada a mesa de jantar e se sentou. Romeo estava na escola e logo deveria estar voltando, o pequeno tinha oito anos e a vizinha que também tinha uma neta no mesmo colégio havia se comprometido a prestar um favor o trazendo da escola todos os dias para que o rosado tivesse tempo de trocar de roupa para ir para o trabalho. Charles era uma mulher muito amiga de Grandine que tentava ajudar ao máximo em tudo o que podia o filho da amiga, já que não havia muito a ser feito pela saúde da mesma.

                Natsu estava no último ano do curso de engenharia e por isso fazia estágio, que infelizmente não lhe rendia muito e junto com a pensão que a mãe ganhava por ser viúva de um policial dava apenas para pagar os gastos com remédios e o hospital, que era particular já que a saúde pública de Magnólia era péssima. Hoje iria ser finalmente contratado para o cargo de vendedor em uma loja de roupas, não tinha nada a ver com sua área, mas precisava de dinheiro urgentemente e naquele emprego se vendesse bem poderia ter uma boa comissão.

                Olhou no relógio e sabia que não conseguiria fazer nada comestível para que ele, Meredy e Romeo almoçasse antes que tivesse que ir trabalhar. Então se lembrou de uma conversa que teve com Lucy, desde que haviam se visto pela primeira vez havia se passado um pouco mais de uma semana e desde então vieram se falando por ligações quase todos os dias, mais de uma vez a loira dormiu enquanto falava com o rosado e mais de uma vez passaram das duas se falando mesmo sabendo que não deveriam, já que ambos tinham rotinas pesadas. Em uma das conversas Lucy havia dado o endereço de seu pequeno restaurante.

                Era um pouco mais de meio-dia, ele teria tempo o suficiente para ir até lá, voltar com a comida, tomar banho e ir para o emprego.

                ―Vou buscar comida. –Ele disse ao bater na porta do quarto da irmã que hoje havia voltado mais cedo da escola já que era apenas uma reunião sobre as notas dos alunos com seus responsáveis, Natsu faltou um dia de aula para isso. Nos dias que estagiava não estudava e vice-versa, já que era seu último ano.

                Em seu carro velho demorou um pouco mais que quinze minutos para chegar até Luke, o restaurante de Lucy. A cidade não era muito grande, então a distância entre um bairro e outro não poderia ser gigantesca também.

                Antes de entrar ele deu uma leve ajustada no cabelo e então repensou a ideia: ele não estava parecendo um maníaco perseguidor, estava? Na dúvida achou melhor arriscar.

                De costas Lucy levava um litro de refrigerante até uma mesa, seus cabelos estavam presos em um coque. Vestia uma calça jeans e uma camiseta polo dar cor bege num tom escuro, talvez parte do uniforme, também vestia um avental com “Lucky, boa sorte e bom apetite” bordado num laranja escuro.

                Ao se virar a loira levou um baita susto derrubando a bandeja que por sorte agora estava vazia.

                ―Natsu! Que susto. –Disse afobada se abaixando para pegar a bandeja prateada. O rosado por outro lado deu uma pequena risada. ― Me desculpe, é que isso aqui realmente está uma correria. –Sorriu sem jeito.

                ―A culpa é toda minha, esqueci que agora está de dia e você pode ver o meu rosto. ―Disse brincalhão.

                ―Vai comer aqui ou vai levar para viagem? ―Lucy perguntou segurando a bandeja na altura da cintura.

                ―Levar.

                ―Então é com a Cana lá no caixa, sorte sua porque hoje temos estrogonofe. ―Deu uma pequena piscadela, mas antes que pudesse dizer alguma coisa se virou quando um cliente a chamou.

                Lucky funcionava de uma forma simples, você pagava uma certa quantia e podia comer o quanto quisesse, claro que se desperdiçasse comida pagaria uma taxa de desperdício, pois o que sobrava no prato ia para o lixo e o que restava nos vasilhames era doado aos sem tetos que iam até após o horário do almoço.

                De certa forma Natsu estava um pouco decepcionado, queria conversar com ela, já que era tão agradável fazer isso por telefone. Lucy tinha conseguido ensinar a ele coisas pequenas, porém muito úteis como a quantidade de sabão em pó a se por no tanquinho, o quanto de arroz se serve e como fritar um bife. Além de tudo era agradável e engraçada. Mas tinha que entender que não podia exigir nada dela, ela estava no trabalho e isso era mais importante que bater papo com um conhecido. Ele entendia.

                ―Obrigada.  ―Disse a moça de cabelos castanhos do caixa.

                ―Natsu é? O carinha que Erza apresentou a Lu? ―A morena perguntou semicerrando os olhos e viu o mesmo fazer que sim. ―Espero que não magoe essa garota, você não pode fazer ela abrir um espaço pra você para depois magoa-la, entendeu? ―Disse rígida. ―Lucy tem problemas demais e obrigações demais para lidar com um coração partido.

                Do que aquela maluca está falando? Pensou, eles conversavam a pouco tempo e até agora mesmo que existisse um interesse ele havia se mantido como amigo, sem ultrapassar os limites e respeitando o tempo da loira no quesito de apenas ligar a noite, já que trabalhava durante todo o dia.

                ―Somos apenas amigos. ―Ele comentou e se assustou quando encarou o relógio de parede. ―Tenho que ir. Obrigada e até mais.

                Saiu apressado, mas ao olhar para trás viu a morena lhe lançar o típico “estou de olho em você”.

                                                    “-------“

                Naquela mesmo dia assim que pode Lucy enviou uma mensagem a ele que dizia: “Sei que não costumo mandar mensagem, mas é que eu precisava te pedir desculpas por mais cedo. O restaurante estava lotado e não pude conversar muito com você. Mas e ai conseguiu o emprego? Espero que sim, torço muito por você. “

                Depois do trabalho Natsu passo no hospital para visitar a mãe. Charles, sua vizinha dava uma olhada em Meredy e Romeo sempre que saia, não ficava na casa o tempo todo, mas sempre passava lá deixando um lanche. Meredy apesar de ser um tanto rebelde e brigar muito com o irmão não tinha trabalho em tomar conta do pequeno enquanto Natsu trabalhava. Já que Romeo passava a tarde brincando com Wendy, neta de Charles.

                Natsu chegou exausto em casa, sua mãe não passava bem, as notas de Meredy iam de mal a pior e ele não fazia ideia de como conseguiria conciliar tudo aquilo com o seu curso. Mas assim que ligou o celular teve uma surpresa ao ler a mensagem da loira.

                ―Do que você tá’ rindo? ―Meredy que agora vestia um pijama cor-de-rosa perguntou, ela podia até ter seu lado rebelde, mas por dentro era a mesma menininha de sempre. ―Meu Deus que coisa irritante, para de rir para o celular.

                ―Mal humoradinha do one-chan. ―Natsu correu até ela a jogando nos ombros. Meredy era pequena e magra, Natsu um tanto quanto forte o suficiente para ergue-la.

                ―Já falei para parar com diminutivos, isso é tão infantil. ―Resmungou.

                A jogando no sofá lhe fez cócegas, logo Romeo surgiu do quarto vestindo também um pijama para fazer parte da bagunça.

                Naquela noite se divertiram como a muito tempo não faziam, comeram macarrão instantâneo com ovo e assistiram um desenho animado. Juntos, como a muito tempo não ficavam.

                No momento em que leu aquela mensagem Natsu se sentiu acreditado, se sentiu diferente e aqueles aborrecimentos do dia-dia de uma hora para a outra tinham perdido a importância. Não pode evitar de responder: “tudo bem, se depender de mim teremos outras oportunidades para conversar. Consegui sim, obrigada por se preocupar. Posso te ligar mais tarde? ” .

                E naquela noite, depois que Romeo estava na cama, por volta das onze a loira quem ligou.

                Não seria fácil, mas isso não era empecilho para os dois tão acostumados com dificuldades.


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Notas finais do capítulo

Espero realmente que vocês gostem *3*
Comentem ai pessoal



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