Partners escrita por Fe Damin


Capítulo 7
Capítulo 06




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Ron Pov

Não dava para superar o fato de que a minha primeira missão era o resgate de uma caixa, o Harry não ia me deixar esquecer nunca, eu já podia até escutar as gracinhas que ele diria enquanto ria da minha cara. Mas o pior nem era isso, eu ainda por cima tive o bonus de ter que encarar a Hermione, sua útlima observação tendo sido a gota d’água pra mim. Se ela era tão autossuficiente e eu não servia pra nada mesmo, ela que ficasse lá com a porcaria da caixa dela que eu ia me distrair o mais longe possível, se ela precisasse de ajuda nós dois sabíamos que ela não ia pedir e eu não estaria por perto para perceber.

Caminhei até o canto mais distante da caverna e me sentei de costas para ela, encostando-me a uma pedra e ficando de frente para parede. Permaneci em silêncio observando os padrões estranhos entalhados nas paredes e algum tempo depois percebi que parecia que eu tinha me posto de castigo ficando nessa posição. A ironia fez um sorriso tímido surgir nos meus lábios, a Hermione adoraria a idéia, eu tinha certeza, mas eu não ia nem olhar em sua direção para ver o que ela estava fazendo.

Os minutos foram passando e o tédio começou a aumentar, eu estava quase me levantando para perguntar se faltava muito, mas meu orgulho, já muito ferido, me impediu de dar o braço a torcer e eu permaneci quieto.

Talvez eu tenha cochilado por alguns minutos, pois não escutei nenhum barulho estranho e quero acreditar que isso não seria algo que eu deixaria passar. No entanto não importava a causa, eu tinha vacilado e a pessoa que eu tinha sido encarregado de proteger estava na mira de uma varinha.

Eu levantei com um pulo ao ouvir a ameaça e a resposta indignada da Hermione, conte com ela para estar mais preocupada por ser chamda de bonitinha do que por estar sendo atacada. Levei a mão automaticamente para o local onde minha varinha ficava guardada, mil cenários diferentes circulando na minha mente, no entanto fui supreendido por uma segunda pessoa que surgiu na minha frente.

—O que você pensa que vai fazer? Não escutou o que ele disse? – Ben me encarava com um tom ameaçador – Vai pro lado da moça e não tente nenhuma gracinha.

Levantei as mãos para indicar que eu não ia tentar nada e caminhei em direção a Hermione. Naquele momento eu pude ver a cena completa, o Frank estava atrás dela com a varinha em sua nuca e ela mantinha ainda a caixa em suas mãos.

Como era possível que aqueles dois idiotas tenham nos enganado? Eu devia ter seguido meu instinto de que aquela história não estava certa, mas já era tarde, eu ia ter que contornar a situação. Parei em frente à Hermione e nos olhamos em silêncio, tentanto transmitir pelo olhar qual deveria ser nossa próxima ação.

—Chega de enrolação, querida, me entregue logo essa caixa e ninguém se machuca – o Frank tornou a ameaçar. Até seu tom de voz estava diferentes, ambos agora vestidos com roupas tradicionais do mundo bruxo, pareciam pessoas completamente diferentes daquelas que tinhamos encontrado antes. Percebi naquele momento que eles não estavam ali para brincar. Aquela missão tinha ficado muito mais complicada.

—Hermione, entrega logo o que ele quer – falei baixo em sua direção, não tinha o que fazer ali, ambos estávamos desarmados e eles não iam nos dar abertura para mudar a situação, entre uma caixa e nossas vidas, eu não precisava nem pensar.

—Você deve estar brincando, Weasley, não vou entrgar esse objeto para esses dois – ela me olhou indignada, prendendo ainda mais forte a caixa entre seus braços, será que ela não via a nossa situação?

—Tão corajosa para uma pessoa tão pequenininha, não? – o Frank susurrou aproximando os labios do ouvido dela – Vou adorar ter um motivo para quebrar esse pescocinho. – agora ele envolvia o pescoço dela com a mão esquerda enquanto sua mão direita ainda mantinha a varinha no mesmo local.

Percebi que ela se imobilizou ao sentir seu toque, seus olhos se arregalaram quando ele começou a apertar e ela pareceu entender que nossos assaltantes não estavam blefando. Ela era muito teimosa, não daria a caixa para ele nem que estivesse aterrorizada, eu estava certo disso. E ao mesmo tempo entendi que ele não estava preocupado em tomá-la das mãos dela, ele estava realmente esperando um motivo para machucá-la. Essa realização fez um calafrio percorrer minha espinha, imagens dos piores cenários possíveis não paravam de passar pelos meus olhos. Eu teria que fazer alguma coisa, se ela não estava disposta a ceder eu resolveria o problema, eu não podia deixar que eles a machucassem, mesmo que isso custasse a minha missão.

Eu estava próximo o suficiente dela para rapidamente me esticar e agarrar a caixa arrancando-a dos seus braços, a supresa da minha ação a impediu de reagir para tentar recuperar o objeto.

—Pronto, peguem essa porcaria e nos deixem em paz! – falei atirando o objeto na direção do Frank.

Ele largou a Hermione a tempo de pegar a caixa antes que ela caisse no chão e eu aproveitei para puxar a garota para perto de mim. Milagrosamente ela deciciu ficar calada, mas vi em seus olhos que ela não acreditava no que eu tinha feito e pra ser sincero eu tembém não.

—Viu como foi fácil, Ben? Eu disse que esses dois não dariam trabalho – Frank agora tinha um largo sorriso no rosto, o que o deixava com a cara mais sinistra ainda, em nenhum momento deixando de apontar sua varinha para nós.

—Você está sempre certo! O chefe vai ficar tão feliz com a gente, quase estragamos tudo errando a data do serviço, mas agora está tudo certo – respondeu Ben, notei pelo seu comportamento que o Frank era o cara no comando daquela dupla.

—Vamos Ben, já cumprimos nossas ordens – Frank ordenou.

—Poxa, mas vamos deixar os dois sem nenhum arranhãozinho? – respondeu seu parceiro com um tom esperançoso.

—Eu bem que gostaria de brincar um pouco com eles, mas você sabe o que o chefe falou, só se fosse necessário, mas infelizmente não foi e ele não lida bem com mentiras. – disse terminando a discussão.

—Uma próxima vez quem sabe...

—Boa viagem para casa pra vocês, até uma proxima vez – Frank zombou da nossa cara antes que os dois aparatassem.

Ficamos imóveis ainda por alguns segundos após a partida dos ladões, tentando absorver tudo que tinha acontecido nos últimos instantes. Em pouco menos de dez minutos nossas vidas foram ameaçadas e a missão tinha ido por água a baixo. Levei minhas mãos ao rosto, deixando um suspiro de frustração escapar, eu teria que voltar para o Ministério com as mãos abanando e explicar minha falha em muitos relatórios que manchariam minha carreira, além de provevelmente ter que enfrentar novamente uma Hermione furiosa. Ela não me decepcionou.

—Como você pôde ter feito isso, Wealey? Estragou nosso trabalho atirando a sua preciosa missão nos braços daquele ladrão. – seu tom baixo conseguia passar toda a descrença que ela sentia – E ainda por cima deu um poder imenso para duas pessoas que provavelmete não o merecem! – acusou.

—Não tinha o que fazer, Hermione, nenhum de nós poderia se defender, o que você esperava? Que eu pagasse pra ver se eles não iam te machucar? – rebati tentando fazê-la entender que aquele não tinha sido um momento para ser cabeça dura.

—Eu esperava qualquer coisa, menos o que você fez, isso foi altamente irresponsável, aquela caixa é muito mais poderosa do que você imagina. A segurança de uma pessoa não é razão para colocar milhares em perigo! – gritou se virando em minha direção.

Eu não acreditava no que tinha acabado de ouvir, tanta ingratidão não podia ser de verdade. Eu não sabia se estava com mais raiva dela ou de mim mesmo por ter me preocupado tanto. No momento em que eu percebi que ela corria sérios riscos de não sair com vida dessa nossa viagem, tudo o que eu pensava era que eu não podia permitir que nada de mau acontecesse e agora ela vinha me dizer que eu errei? Um obrigado estava de bom tamanho, bem feito por ter se importado, mais uma vez.

—Que tipo de pessoa você acha que eu sou? Eu nunca salvaria uma caixa imbecil e deixaria você para trás. – falei encarando-a, minha voltade era chacoalhá-la até que ela entendesse que as coisas não iam ser sempre do jeito dela, que às vezes as coisas saem do nosso controle, mas me controlei no último instante a pouco mais de um palmo de distância dela.

Ela pareceu não se incomodar com a proximidade dessa vez e retrucou:

—Isso é só porque você não sabe o valor que aquela “caixa imbecil” tem – ela apertou os olhos me encarando.

—Ah, eu sei muito bem o valor dela, pode acreditar – rebati com um riso de deboche - além de tudo, ela vale a minha primeira missão, mas ainda sim eu escolheria você.

Só percebi o peso das palavras depois que elas já tinham saído da minha boca, não sei o que me assustou mais, eu ter dito isso, ou o fato de ser a mais pura verdade, eu desejava mais do que tudo ter sucesso nessa missão, mas não tendo a segurança dela como custo. Contudo, eu não fui o único afetado pelo meu comentário, vi o momento exato em que a Hermione processou minhas palavras, ela já estava pronta para o próximo ataque, mas a supresa a congelou no meio do caminho, seus olhos se arregalaram, me olhando assustada e ao invés de se aproximar de mim como era sua intenção incial, ela deu um passo para trás.

Ficamos nos encarando, nenhum dos dois tendo idéia de como continuar aquela conversa. Eu ainda estava confuso com meus próprios pensamentos, e ela parecia igualmente abalada ao julgar por sua respiração acelerada denunciada pelo sobe e desce de seu peito.

Não saberia dizer quanto tempo ficamos naquela posição, mas quando o silêncio estava começando a ficar pesado demais, ela balançou de leve a cabeça, como se tentasse organizar novamente suas idéias e voltou a ser a Hermione com a qual eu já estava acostumado a lidar.

—Quanta besteira! Você não tem mesmo idéia do que está falando – por um momento me pareceu que ela queria convencer a si mesma tanto quanto a mim – esse objeto foi descrito em vários livros antigos como sendo detentor de um grande conhecimento, foi procurado por muitos anos.

—Dá pra você parar de falar dessa procaria! – será que ela não ia parar de bater na mesma tecla? Eu me sentia esgotado e nem um pouco a fim de ficar ali levando sermão.

—Não! Você e essa sua cabeça oca parecem não compreender o tamanho da idiotice que fizeram, então vou continuar falando até que fique bem claro! – sua insistência estava pressionando todos os pontos certos para me fazer perder a paciência.

Ela continuou falando, tagarelando sem fim sobre como aquela merda de caixa era importante, e como eu tinha sido idiota, eu não queria mais escutar. Minha missão tinha ido por água a baixo, eu estava frustrado, com raiva dela pela reação que ela teve e acima de tudo confuso com minha própria resposta. A única coisa que eu desejava no momento era que ela calasse aquela boca, eu precisava de um pouco de silêncio!

A junção de tantas emoções deve ter afetado meu bom senso, foi apenas por isso que segundos depois eu agi da maneira mais fácil para atingir meu objetivo, nada além disso, nenhum motivo a mais. Me aproximei o mais rápido que consegui e aproveitando a surpresa dela, colei meus lábios aos seus, calando de uma vez por todas sua voz.

Aquele não foi um beijo delicado, minha intenção era simplesmente dar um fim rápido àquela ladainha toda, mas quando eu senti a pressão da boca dela na minha e suas mãos que, ao invés de me empurrarem em recusa, se agarraram trêmulas à minha blusa, esqueci completamente de tudo o que estava acontecendo.

Eu deveria ter me esquivado logo e me afastado, era o sensato a fazer, mas desde quando eu era sensato? Eu não contava com aquela sensação, seu calor, seu perfume, tudo me invadia sem piedade, me peguei querendo mais e, ao invés de ouvir a voz abafada da minha consciência que dizia que dessa vez eu realmente tinha passado dos limites, eu a aproximei ainda mais de mim passando meu braço esquerdo pela sua cintura enquanto minha outra mão estava ocupada se emaranhando em seus cabelos.

O pouco do meu cérebro que ainda estava funcionando registrou com surpresa o fato de que ela estava tão envolvida naquele beijo quanto eu, a resposta dos seus lábios sob os meus, seus olhos fechados e suas mãos que nem por um momento se desgrudaram de mim eram a prova. Por alguns instantes nenhum de nós respirou, eu percorria suas costas com minha mão, não conseguíamos nos separar, estávamos apenas existindo juntos, aproveitando aquele momento de loucura onde nossos corpos tinham controle sobre nossas mentes e o sangue pulsando acelerado em nossos ouvidos afastava o som da razão


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Notas finais do capítulo

Olá galera, mais um capítulo para vocês, espero que esse agrade bastante, eu particularmente adoro essa parte, o Ron decide resolver tudo do jeito dele :)
Como será que a Mione vai reagir??
Me contem o que vocês estão achando da história.
Bjus



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