A Bailarina escrita por Queen Lexie


Capítulo 5
Capítulo 5 - Desculpas.


Notas iniciais do capítulo

Hello galera!
Quero agradecer pelos comentários e por estarem acompanhando a fic!
e dizer que talvez eu poste mais três capítulos amanhã, se eu conseguir editar, e se vocês comentarem bastante.

Agora mais um pra vocês!



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As aulas de ballet aconteciam um dia sim e um não... O dia que ela não apareceu na escola pareceu excessivamente longo e cansativo. Regina se sentia mal pela mancada que dera com Emma, e queria de alguma forma se desculpar... Na verdade ela não conseguia entender porque isso a incomodava, devia simplesmente esquecer e ficar bem longe dela. 
Mais no dia seguinte, depois que as aulas acabaram, ela estava caminhando em direção ao estúdio de ballet... No caminho viu todos os alunos indo embora, inclusive Ruby, então passou bem longe pra que ninguém a visse. 

—Tem certeza que vai ficar?_ ouviu alguém perguntar. 
—Vou sim_ respondeu.

Regina reconheceu a voz suave e encantadora... Ficou escondida um instante e então viu a bailarina sair do estúdio. Em seguida caminhou até a porta e a viu. Estava sentada em uma cadeira, terminando de calçar a sapatilha. Ela suspirou, e por um instante considerou ir embora... Mas depois estava caminhando até ela. 

—Quem esta ai?_ ela perguntou erguendo o rosto. 
Regina hesitou, fitando os olhos hipnotizantes dela.
—Eu sei que tem alguém ai_ ela disse se levantando. 
Mais silencio... Os olhos de Regina vagaram até a porta. Emma deu mais um passo a frente e estendeu a mão.
—Quem ta ai? Isso não tem graça_ ela disse.
—Sou eu_ ela disse finalmente_ Regina. 
—O que faz aqui?_ ela deu as costas a ela e foi caminhando de volta a cadeira.
—Queria falar com você um instante.
—Então fale_ ordenou de forma seca_ eu tenho que ensaiar.

É... Não ia ser fácil conseguir acabar com a má impressão que ela causara.

—Eu queria te pedir desculpas_ ela disse_ por ter bancado a idiota o outro dia. 
—Não perca seu tempo comigo_ ela disse enquanto prendia o cabelo num rabo de cavalo desajeitado. 
—É sério Emma_ ela insistiu_ eu sinto muito.

A garota bufou e pôs as duas mãos na cintura... Sabia que o mais sensato era mandar ela embora, ela conhecia o tipo dela; mais ao invés disso resolveu que ouviria o que ela tinha a dizer.
Então, quando a menina não protestou, ela resolveu continuar.

—Eu não quis ofender você, nem parecer uma arrogante estúpida_ ela disse_ eu realmente não sabia que você era cega.
—Sério que você não percebeu?_ ela fez careta.
—Você não parece ser cega_ deu de ombros_ é tão confiante... Tão... Boa no que faz. 
Ela sorriu de lado_ você acaba se acostumando. 
—Então você me desculpa?_ perguntou esperançosa.
—Bom... Eu acho que posso esquecer a sua mancada se você esquecer a minha grosseria_ ela disse_ eu costumo ser assim meio grossa com as pessoas que não conheço... Ér... Acho que é um mecanismo de defesa. 
—Então estamos quites_ ela sorriu.

Ela sorriu pra Regina, um sorriso lindo, incrivelmente encantador... Então estendeu a mão um pouco insegura.

—Acho que lhe devo um aperto de mão_ ela lembrou.
Ela riu e ergueu sua mão pra segurar a dela... Tinha a pele macia e delicada... Encantadora. 
—Bom, eu tenho que ensaiar_ ela disse sem jeito quando Regina não soltara sua mão. 
—Ah claro_ ela corou e soltou a mão dela_ não vou mais perturbar você... A gente se esbarra por aí. 

Regina deu as costas a ela e caminhou até a porta, se sentia um pouco mais aliviada agora... Mas parou ao chegar a porta, e se virou novamente para olhá-la... Ela continuava parada no meio do salão.

—O que foi?_ ela perguntou rindo.
—Como sabe que ainda estou aqui?_ ela fez careta.
—Eu sou cega, mais ouço muito bem_ deu de ombros_ nunca ouviu falar que temos os sentidos mais aguçados? 
—Ah claro_ ela concordou_ é que você me deixou meio curiosa.

—Eu costumo fazer isso com as pessoas_ ela riu, um som incrivelmente agradável_ vamos, pergunte o que quiser. 
—Não vou atrapalhar você?
—Não... E você? Não tem nada mais importante pra fazer do que conversar com uma cega?_ ergueu a sobrancelha. 

Era uma boa questão... O que ela estava fazendo ali? Devia estar curtindo com os amigos ao invés de ficar perdendo seu tempo. Mas o estranho era que Regina não considerava uma perda de tempo, uma parte dela se agradava de estar ali, na companhia dela. 

—Não tenho não_ disse simplesmente.
Emma se sentou novamente na cadeira_ o que quer saber?
—Você... Foi sempre assim?_ ela perguntou se sentando no chão de frente a ela. 
—Sim_ concordou_ eu nasci assim. 
—Então, quer dizer que você nunca viu nada?_ ela hesitou_ nunca? 
—Nunca_ sacudiu a cabeça_ pra mim... Sempre foi... Escuridão.

—E você nunca tratou?

—Nunca descobriram o que causou, já que meus olhos são perfeitos, e em meu cérebro não havia nada de errado. O médico achou que eu tinha uma doença genética, mas eu fiz os exames e também não era isso. Então eu me acostumei, já que nasci assim.
—Deve ser... Horrível não poder ver nada_ comentou.
—Não é tão ruim quanto fazem parecer_ ela deu de ombros.
—Como não?_ ela pareceu confusa.
—Pra maioria das pessoas isso seria o fim do mundo... Claro que pra alguém que nunca viu nada é mais fácil... Não conheço outra realidade mas... Eu ainda tenho tudo, minha vida... Amigos... Só enxergo o mundo de forma diferente. 
—Eu não acho que conseguiria_ disse fitando o chão. 

Ela riu discretamente, ajeitou as sapatilhas... E se levantou, ligando o som. 

—Não, você não conseguiria_ ela concordou.
Ela se levantou também, a fitando com certa descrença.
—Não me olhe assim_ ela pediu.
—Como sabe como eu estou te olhando?
—Eu não sou burra_ ela deu de ombros_ pessoas como você dão muito valor a coisas materiais... A coisas belas e banais. Imagina como seria terrível não poder mais olhar pras garotas? Ver seus filmes... Se olhar no espelho?
—Não consigo imaginar_ ela confessou.
—Pois é... As pessoas tem medo daquilo que não conhecem e do que não entendem.

Ela tinha razão... Regina não conseguia imaginar o quão terrível seria não poder ver o mundo. Pior ainda... Se pegou imaginando como seria não poder ver o rosto dela... Olhar aqueles olhos, ver seu lindo sorriso. 
Sacudiu a cabeça pra espantar os pensamentos... Estava na hora de ir embora dali. 

—Bom, eu vou deixar você ensaiar em paz... Desculpa ficar te importunando com minhas perguntas... E, mais uma vez desculpe se causei má impressão.
—Até que se saiu bem... Obrigada por vir se desculpar... Outra pessoa teria simplesmente ido embora_ ela sorriu.
Era isso mesmo que ela devia ter feito... Tarde demais pra mudar de ideia.
—Até mais_ ela sussurrou.

Ela sorriu sozinha, colocou a musica do inicio e começou a dançar, sem perceber que Regina continuava ali a observando... Ela não soube explicar porque, mas lhe agradava vê-la dançar. 

—Chega disso_ sussurrou pra si mesma.
A caminho de casa, a única coisa em que pensava era nela... Chegava a ser um pouco irritante. 

—É só uma bailarina Regina_ resmungou_ uma menina cega.

Cega... Inteligente, simpática, bonita, intrigante... Fascinante. 
Combinação muito perigosa... E agora, mesmo que sem querer, Regina se sentia perigosamente atraída por aquela estranha menina. Sua voz delicada, seu jeito decidido... A graciosidade com que dançava, e tinha também os olhos... Sim, aqueles lindos olhos verdes. 
Regina sempre tivera certo problema com seus instintos... Toda vez que se encantava com alguma garota, que se sentia atraída, não descansava até conseguir o que queria. Sabia que Emma era encrenca na certa... Ela não era como Regina, era diferente. 

—Ô mulher, onde você se meteu?_ Regina tomou um susto quando David apareceu bem atrás dela. 
—Mais que merda David, cuidado... Não faz isso_ pôs a mão no coração.

—Não queria te assustar_ ele riu_ onde você tava?
—Por aí_ forçou um sorriso.
—Como por aí?_ fez careta_ você sumiu depois da aula... Eu fui na sua casa te procurar e sua mãe disse que não sabia onde você tava, nem seus irmãos... Ninguém some desse jeito.

Regina revirou os olhos e bufou, voltando a andar... Não ia dizer a David onde estava... Seria zoada na certa. E se tinha uma coisa com a qual ela não tinha paciência, era com a zoação dos amigos. 

—Eu já disse... Estava só dando uma volta por ai_ deu de ombros. 
—Ta bom_ a olhou desconfiado_ sabe quem eu vi hoje na escola?
—Não, quem?
—A menina cega_ comentou.
—É mesmo? E daí?_ fingiu não se interessar no assunto.
—Você foi vê-la não foi?_ questionou sorrindo.
—Claro que não_ disse como se fosse um absurdo.
—Vamos, você não me engana_ deu um empurrão no ombro dela.
—Eu já disse que não fui_ disse irritada_ o que eu iria querer com uma cega? 

David chegou a se espantar com a repentina agressividade da amiga... Ela parecia realmente irritada e a forma como pronunciara aquela frase soou quase repulsiva. 

—Pensei que não ligasse pro fato de ela ser cega_ ele comentou cautelosamente.
—Não ligo_ concordou_ mais isso não quer dizer que eu vá me envolver com ela. 
—Ta bom_ David ergueu as mãos_ eu só tava brincando.

Regina suspirou tentando parecer calma... Percebera que o clima de descontração dava lugar a um clima tenso e desconfortável. Não havia motivos para estresse... Ela podia muito bem lidar com aquilo. 

—Olha dave, tenho que ir pra casa... A gente se vê amanhã. 
—Ta bem, tchau... E vê se relaxa.

Depois de se despedir de David, Regina fora direto pra casa.
E quando se deitou em sua cama, pensando no dia que tivera, ela percebeu uma coisa.
Gostava da companhia de Emma, embora não a conhecesse muito bem... Algo nela era reconfortante e agradável. Mais não podia ser vista com ela. Seria alvo de zoações pelo resto da vida se ela se envolvesse com Emma... Afinal... Ela era cega.

 


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Notas finais do capítulo

Ih... parece que alguém ta meio confusa né? Meio encantada... E isso ta afetando o humor dela... O que será que Regina vai aprontar agora?

Vocês curtiram a Emma sendo fofa quando percebeu que Regina tava sendo sincera? Ela é uma neném! Amo essa Bailarina! *-*

Enfim vejo vocês amanhã!Comentem mon amours!

bju nas crianças!



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