Tempestta escrita por Krika Haruno


Capítulo 37
Morte




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Urara trazia as mãos acorrentadas e estava presa numa pequena sala. Há algum tempo não tinha noticias de Yahiku e dos demais policiais. Seu comunicador tinha sido tirado e não fazia ideia de como entraria em contato com alguém fora daquele planeta. Tentou se soltar inúmeras vezes, mas sem sucesso.

Escutou barulho de pessoas na porta.

— Entre maldito policial! - gritou um soldado de S1 empurrando alguém.

O homem caiu no chão.

— Yahiku! - correu ajoelhando diante dele. Ficou temerosa ao ver o rosto dele. Estava bastante machucado.

— Urara...

— Nem tente ajudá-lo vadia. - um dos soldados a puxou pelos cabelos. - ou vai ter a mesma sorte.

— Me solte!

— Não estrague esse rostinho, Bwdega. - disse o homem que tinha empurrado Yahiku. - é uma eiji bem bonita, pode nos ser útil.

— Fique longe dela... - murmurou o capitão da Antares.

— Não está em condições de dizer nada policial. - Bwdega deu um chute nele.

— Parem! - um militar de patente maior chegou na porta.

— Capitão! - os dois prestaram continência.

— Não podem tocar nela antes da autorização do senhor Haykan. Ela tem informações importantes sobre GS.

— Sim senhor.

— Saiam!

Os dois saíram correndo. O militar entrou, agachando diante de Urara. Por instantes a eiji pensou que estaria segura, até que Haykan a requisitasse, contudo o olhar que o militar lhe dirigiu era assustador. Preferia sofrer nas mãos dos dois soldados do que testemunhar as ações daquele homem.

— Realmente é uma bela eiji, diretora. - os lábios curvaram sutilmente.

Ele levantou e antes de sair lançou mais um olhar para Urara.

— "Shaka..." - temeu pelo que poderia lhe acontecer.

O.o.O.o.O

Haykan estava na sua sala, aguardando o término do carregamento de sua arma. Consultou o marcador vendo que faltavam uma hora e dez minutos. A hora da vingança contra GS estava chegando e ele seria líder das duas galáxias.

Apertou um botão no painel. Um mapa em 2D surgiu diante dele. O mapa não retratava apenas GS e S1, mas também outras galáxias.

— Será questão de tempo até eu ter o domínio de todas elas. Eu serei o governador de tudo e de todos. - sorriu.

O.o.O.o.O

Mask estava em silêncio. Vez ou outra Iskendar o fitava. Não queria admitir, mas estava preocupado. O plano do irmão era muito arriscado. Por mais que fosse um cavaleiro estava lidando com Haykan. Sabia do que o avô era capaz.

— Eron.

— Sim? - o fitou.

Iskendar o olhou fixamente. Via nele o olhar do pai. Colocou a nave em modo automático e sentou perto dele.

— Está querendo que eu desista? - indagou Mask.

Não respondeu.

— Iskendar... - ajeitou-se na cadeira. - a missão de um cavaleiro é...

— Não estou conversando com um cavaleiro e sim com o príncipe de Ranpur. - cortou-o.

— Está bem. - suspirou. - a única forma de salvar todos é entrar lá.

— É suicídio. Não sabe o que vai encontrar e ainda está com esses braços...

— Sei dos riscos e estou preparado para enfrentá-los.

Os dois ficaram em silêncio.

— Mas que droga Eron! - Iskendar gritou nervoso levantando. - vai morrer nessa missão!

Mask deu um suspiro. Sabia que aquilo poderia acontecer.

— Eu sei, mas se eu puder salvar todos...

— Você é um estúpido! Só pensa em si mesmo!

O italiano ficou calado.

— Não está levando em consideração as conseqüências desse ato! Já pensou em como sua mãe vai ficar? Seus amigos? A tal deusa que protege?

— E você?

O policial o fitou imediatamente para em seguida desviar o olhar. Ele também estava incluso nessa lista. Tinha Dara, mas não era a mesma coisa...

Mask levantou indo até ele.

— Iskendar.

Olharam-se. Mask sorriu. As vezes olhava a forma como Saga e Kanon, Aioria e Aiolos e Ikki e Shun se comportavam. As brigas idiotas e até as preocupações quando um estava em perigo. Afrodite tinha sido até então o mais próximo que poderia chamar de irmão. Sabia que aquela missão poderia custar sua vida, mas não estava apreensivo ou triste. Salvaria o povo de GS, sua mãe, seus amigos e o irmão.

Deixando o policial surpreso, Mask o abraçou.

— Uma das melhores coisas que aconteceram desde que cheguei aqui foi saber que eu tinha um irmão.

— Eron...

— Eu sempre agi de forma egoísta. Só agia se eu fosse ganhar algo... - deu uma pausa. - Não é o meu objetivo morrer nessa missão, mas se isso acontecer, irei em paz pois sei que estará vivo. - afastou um pouco. - vivo para reconstruir nossa galáxia e proteger a todos.

Os olhos do policial marejaram.

— Você é um grande idiota...

— E você um chorão,- sorriu. - meu irmão. Volte a pilotar, temos que chegar o quanto antes.

Mask voltou para sua poltrona. Seria uma missão perigosa e precisava de todas as suas forças, coisa que não tinha. Desde a proteção do palácio, sentia-se fraco o que foi agravado pela Exclamação de Atena e os ferimentos nos braços.

Iskendar ainda ficou alguns segundos parado. Limpou o rosto, assumindo seu posto.

— Se quer assim, te ajudarei o máximo que eu puder.

— Obrigado.

Sorriram.

O.o.O.o.O

Shaka estava num canto. A sensação que algo de ruim iria acontecer não parava de crescer. Somado a isso o sentimento que Urara corria perigo.

— Nós vamos encontrá-la. - disse Mu sentando próximo a ele.

— Espero que sim.

— Retomem seus lugares, - pediu Niive. - vamos sair do hadren em dez minutos.

Enquanto isso no planeta, Yahiku tentava soltar Urara.

— Sem os instrumentos adequados...

— Está tudo bem capitão. - fitou o rosto dele, estava inchado. - tenho certeza que já enviaram uma equipe de resgate.

— Espero que não.

— Como? - perguntou surpresa.

— Enquanto estava sendo levado, escutei de alguns soldados que Haykan iria usar a arma na potência máxima.

— Aquela arma?

— Sim. Ninguém conseguirá chegar aqui. Realmente espero que a Euroxx consiga ao menos destrui-la.

A conversa foi interrompida pela porta. Urara sentiu um frio na espinha ao ver que era o militar de mais cedo.

— Haykan deseja vê-la.

— Pode me matar aqui, não direi nada a ele.

— Veremos.

— Não toque nela!

— Silêncio capitão. Levem-na.

Três homens entraram, segurando Urara que se debatia. Yahiku até tentou ajudar, mas foi ferido. A diretora foi arrastada por um longo corredor, até a última porta.

— Fiquem aqui. - disse aos soldados. - e só me interrompam se for o senhor Haykan.

O militar abriu a porta e praticamente empurrou Urara que quase foi ao chão. A sala tinha apenas uma mesa e duas cadeiras.

— Muito bem diretora... - sorriu sarcasticamente. - é bom começar a falar.

 As naves saíram do hadren vermelho, a uma distância segura do planeta. Tomando todas as precauções Niive e Etahlevaram-os. Usando a freqüência de S1, ensinada por Iskendar, logo ganharam a atmosfera do planeta. Seguindo informações, foram para o local onde os policias de GS estavam sendo mantidos presos. Não demoraram em ver a Antares.

— Qual o plano Niive? - indagou Kanon.

— Etah e Aioria, quero que sigam para a Antares e a deixe em ponto de decolar. E nós, vamos atrás dos nossos aliados. Com o menos combate possível. Nem todos os comunicadores foram arrancados e captamos grandes grupos, ficará mais fácil.

— E essas naves? - perguntou Mu.

— A Antares é mais importante, mas se houver problemas iremos usá-las. Prontos?

Concordaram.

O.o.O.o.O

Assim que chegaram a uma distância segura, Mask pediu que Shura e Miro ficassem a espera de Iskendar. A nave do policial diminuiu a velocidade e começou a fazer as manobras e uso da comunicação de S1.

A nave aproximou da lua e os dois trocaram olhares ao verem a estrutura feita por Haykan.

— Agora é comigo. - Mask colocou o elmo da armadura e ajeitou o comunicador e aparelhagem que usaria.

— Posso chegar mais perto. - soltou as câmeras no espaço.

— É arriscado. Retorne junto com Shura e Miro para a Euroxx.

Iskendar não disse nada.

— Vá logo Iskendar.

— Está bem. Boa sorte.

— Obrigado.

O policial o abraçou.

— Vê se volta inteiro.

— Voltarei.

Enquanto isso na Euroxx...

— Capitão, recebemos o aviso que o príncipe chegou a orbita.

— Quanto tempo temos? - Sttup aproximou.

— Cinqüenta minutos.

— Faça a cronometragem. Deixe os torpedos prontos. Vamos nos aproximar lentamente.  Avise a todos os líderes dos planetas e conte o que está acontecendo. Mande a Genesis para Ikari.

— Sim senhor.

Lirya olhava nervosa para os painéis.

— Ele vai conseguir majestade. - disse Dite. - ele sempre consegue.

— Eu sei. - deu um sorriso nervoso. - eu sei...

Em Atália...

Haykan olhava o monitor. Aquele brilho dourado era inconfundível.

— Vamos ver até onde pode chegar... - sorriu. - pequeno príncipe.

Giovanni olhava a estrutura metálica que parecia uma pirâmide. De posse de um pequeno aparelho acessou as informações passadas por Jhapei e analisadas por Beatrice e Kamus.

— Jhapei... pode deixar que iremos vingá-la.

Sendo cuidadoso, Mask aproximou de uma entrada que ficava ao norte. Foi por lá que Jhapei entrou.

Usou a velocidade da luz e entrou sem dificuldades, mas teve que se esconder quando um grupo de soldados surgiu no corredor. Quando se sentiu seguro continuou.

— "Absurdo eu ter que me esconder."

Andou por corredores até que achou a entrada de ventilação que Jhapei usara. Por ser larga, conseguiu engatinhar. Andou por um tempo até atingir o objetivo.

— "Que humilhação."

Pegou um dispositivo, para verificar se estava no local certo. Certificando que sim Giovanni livrou-se da portinhola e saiu. O local estava deserto.

— "O reator de energia deve está perto." - olhou para os lados.

Seguiu pela direita parando perto de uma grande porta de aço. Por ele, mandava tudo pelos ares, mas aquilo poderia custar sua missão. Procurou pelos tubos de ventilação, Jhapei tinha usado um deles para entrar.

— "Aquela garota não era normal."

Vozes e passos interromperam os pensamentos do italiano, rapidamente Mask levitou indo para o teto. Quando os soldados passaram, agiu velozmente, nocauteou os quatro.

Após fazer isso, seguiu para a tubulação e desceu alguns metros depois. Fazendo como Bia havia lhe ensinado desativou uma porta. Estava vazia.

O.o.O.o.O

Usando a velocidade da luz, Aioria e Etah chegaram ao local onde a Antares estava. Ela não estava fortemente vigiada e usando sua velocidade, Aioria inutilizou os soldados que a vigiavam. Tendo a cobertura do cavaleiro, Etah entrou na nave. Os corredores estavam vazios e quando viu alguns soldados não teve dúvidas em atirar. Com um aparelho nas mãos seguiu para onde os comunicadores emitiam sinais. Desceu alguns níveis e depois que forçou uma porta encontrou a tripulação da Antares.

— Estão bem?

— Sim, mas o capitão e a diretora estão com eles.

— Vamos resgatá-los. Deixem a nave pronta para partimos.

A equipe de Niive recebeu a notícia que a Antares era deles novamente. De posse disso, quando achavam policiais, Mu teleportava-os para a nave.

O.o.O.o.O

Mask suspirou aliviado ao encontrar a sala vazia. Sem perder tempo ligou cabos ao grande computador que existia ali.

— Eu sou um cavaleiro, não um técnico... - murmurou ao ver tantos cabos.

Se conseguisse realizar aquela tarefa, conseguiria diminuir a quantidade de energia que abastecia a arma.

Consultou o relógio, faltavam quarenta e cinco minutos.

— Caspita... - olhou ao redor. Se aquele lugar era tão importante porque estava vazio? - caspita... issoestá fácil demais...

Um bipe chamou sua atenção. Tinha conseguido fazer com que o computador mandasse menos energia para a arma.

— Parte dois.

Seguindo as orientações de Jhapei, Mask subiu alguns andares através da tubulação de ar e dados. Nesse último teve que arrastar, mas não encontrou dificuldades em tirar a portinhola que dava numa espécie de passarela que circulava o local.

— Mas que merda é essa...

Era um local amplo, que ocupava milhares de metros de altura, largura e cumprimento. Havia uma grande estrutura no centro.                 

— Haykan maldito....        

Mask havia encontrado a arma.

— Seja bem vindo príncipe Tempestta.

Olhou para trás deparando-se com um homem.

— Haykan. - olhou o albino.

— Eu não esperava que viesse em pessoa me dar a resposta.

— Você já sabe qual é. - sorriu cinicamente. - mas me deixou vir até aqui para escutá-la.

— Sim. - sorriu.

— Ótimo. - levantou o braço direito. - facilita a minha vida. Quer conhecer o inferno de VL?

Haykan sorriu para depois gargalhar.

— É assim mesmo que os loucos reagem diante da morte.

— Morte? - o olhar do líder de S1 ficou frio. - Acho que será o primeiro a morrer.

Mask deu um passo mas parou. Sentiu o corpo fraco.

— Sempre fui amante das experiências com DNA alteza. - Haykan caminhava até ele. - não é atoa que tenho em meu corpo os genes dos toois. Eles são fantásticos não são?

Giovanni recuou um passo, mas foi com um joelho ao chão. Que sensação era aquela?

— Podem suportar radiação. Bem superior de um humano comum.

— Canalha...

— Não tenho o seu poder de elementar, mas posso acabar com seu corpo. - deu um chute nele. - veja de camarote a morte de seus amigos. Ou acha que tiveram sorte em invadir aquele planeta?

O cavaleiro ergueu o olhar, olhando para um monitor que Haykan indicou.

— Shaka...

No planeta, minutos antes...

A missão estava quase completa. Restava apenas acharem Yahiku e Urara. Shaka estava num profundo silêncio.

Depois de andarem por um andar, um dos soldados confessou onde o capitão da Antares estava. Kanon arrebentou a porta.

— Capitão. - Niive correu até ele.

— Niive...

— Cadê a Urara? - indagou Shaka.

— Levaram-na.

— Mu, - Shaka levantou. - leve-os para a Antares, eu vou buscá-la.

— Mas não pode ir sozinho. - falou a diretora.

Shaka apenas lançou um olhar frio para ela.

— Vamos Niive. - Kanon segurou o braço dela. - ele nos alcança.

Ainda sem concordar deixou ser levada por Mu. Na Antares o grupo se reuniu.

— Cadê o Shaka? - indagou Aioria.

— Foi atrás da Urara. - respondeu Kanon. - Etah deixe a nave pronta e ative escudos se ela tiver. Teremos problemas ao decolar.

— Por que?

— Shaka no seu pior humor.

Os dois naturais de GS não entenderam, mas Aioria e Mu sim.

O rosto de Urara sangrava. O militar começou com uma conversa mansa, mas cinco minutos depois, objetos de tortura foram usados. A diretora estava no chão, suas roupas estavam rasgadas e trazia hematomas nos braços e pernas.

— Vamos vadia, fale. - o militar a pegou pelos cabelos.

Urara apenas o fitou de forma fria.

— Vadia! - deu um tapa nela. - mas gosto disso. - pegou o rosto dela com força. - é forte. E não vai gritar se eu a tomá-la para mim. - aproximou do rosto dela, acariciando-o. - você vai ser o meu brinquedo. - estava prestes a dar lhe um beijo.

— Tire as mãos dela.

Urara arregalou os olhos ao escutar a voz.

— Shaka...

O virginiano trazia os olhos fechados e um rastro de destruição.

— Ora... eu achei que os eijis tinham sido extintos... ainda sobrou um. - sorriu de forma desdenhosa. - mas infelizmente cego. A que ponto chegou as tropas de GS.

— Já disse para tirar as mãos dela. - a voz saiu fria.

— E vai fazer o que?

O militar deu um grito de dor, seu corpo começou a contorcer. A última coisa que viu, foi os olhos azuis do indiano. Caiu morto no chão. Urara olhava o corpo inerte.

— Urara.

Voltou o olhar.

— Está bem? - agachou diante dela, analisando os ferimentos.

— Sim... o que você fez? - indagou perplexa. Ele nem havia tocado no militar.

— Nada. - acariciou o rosto dela. - Vamos sair daqui.

Shaka a pegou no colo e segundos depois estavam na Antares.

— Tem mais alguém de GS lá? - indagou a Etah.

— Não.

Shaka tomou a posição de lótus e seu espírito saiu do corpo. Ele foi até o local onde estava anteriormente e fez seu cosmo elevar perigosamente.

Na Antares os cavaleiros sentiram.

— Decole Etah! - gritou Kanon.

Etah e outros controladores ligaram os motores.

— Rendição Divina. - disse Shaka.

Tudo que as pessoas na Antares viram foi uma forte explosão amarela, consumir tudo. Já estavam na atmosfera e ainda viam o brilho dourado.

— Ele ajudou a destruir a Nau... - Etah fitou Kanon. - Qual o limite do poder dele?

— Não tem e fica pior quando está nervoso.

O espírito de Shaka retornou para o corpo.

— Shaka. - Urara aproximou.

— Vamos cuidar desses ferimentos.

— Mask falou que não era para chamar atenção. - brincou Aioria.

O indiano mostrou o dedo do meio, arrancando risos do marina.

— Já que estão todos bem podemos voltar para casa. - disse Niive. - avise a Euroxx do nosso retorno.

Em Atália...

Mask olhava o monitor. Via perfeitamente a Antares.

— Diga adeus a eles.

Haykan apertou um botão. Uma luz muito forte ofuscou a visão do cavaleiro, mas ele pode ver, antes de perder os sentidos, um raio azul acertar a Antares...

— Não...

Em Ranpur...

Dara estava na sede do governo em Shermie. Não havia mais conflitos ao norte da galáxia, mas mandou que as tropas continuassem de prontidão caso isso acontecesse. Ele acompanhava a explicação de um tenente, quando sentiu um aperto no peito. Rapidamente seus pensamentos foram para Urara e Shaka.

— "Que sensação ruim é essa..."

Euroxx...

Receberam com alivio a noticia que todos os soldados tinham sido resgatados.

— Providencie que eles sejam levados para a Ramaei. - pediu Evans. - que alivio.

— Niive é muito competente no que faz. - disse Sttup.

Os dourados também estavam aliviados porque tudo dera certo.

— Capitão! - gritou uma controladora. - estamos captando um sinal de Atália. Tem uma grande quantidade de energia acumulando.

— Haykan vai atirar? - indagou Lirya.

— Parece que... - a mulher calou-se ao ler os dados na tela.

— O que foi?

— Atiraram... - murmurou.

— Mas quem foi o alvo?? - Marius temia o pior.

— A... - ela não acreditava. - perdemos contato com a Antares... e pela rota...

Saga arregalou os olhos. Assim como Shion.

— Como perdemos??!! - exclamou Evans.

— A Antares sumiu dos radares.

— Não é possível... - Alisha sentou-se. - eles foram mortos...?

Atália, trinta minutos para o término do prazo...

Mask abriu os olhos. Eles estavam pesados, assim como o corpo. Tentou ficar de quatro, mas levou um chute de Haykan.

— Está patético, alteza. - debochou o líder de S1.

— O... que você fez...? - a voz saiu mole.

— Sua Nau militar Antares foi destruída. Todos que estavam nela entraram para a estatística da guerra.

— Maldito...

— Em breve seu querido povo começará a pagar por sua fraqueza.

Euroxx...

Saga estava pálido. Não era possível que seu irmão tinha morrido.

— Kanon...

— Senhor Evans, - Shion aproximou. - eles... eles...

— Chequem todos os dados e linhas! - exclamou Evans, ignorando Shion. - a Antares só está incomunicável.

— Desculpe senhor. - disse um policial. - mas...

— Impossível... - murmurouSttup. Aquilo seria uma grande perda.

— Kanon, Shaka, Aioria, Mu... - Dohko cerrou o punho. - droga!

— Mu... - Shion foi de joelhos ao chão, sendo amparado por Alisha. - Mu...

— Preparem os torpedos. - a voz de Sttup preencheu a sala. - o sacrifício deles não pode ser em vão.

Quando começariam a seguir as ordens, alguns policiais surgiram entre eles, aparecendo do nada. Uns estavam bem, outros feridos.

— O que? - Marius levou um susto quando uma jovem policial apareceu ao lado dele.

— Esse cosmo... - murmurou Deba. - Mu?

Em várias partes da nave surgiram policiais.

— Esses cosmos... - Saga olhou em uma direção. - Kanon!

Ele saiu correndo, sendo seguido pelos demais. Correu pelos corredores, a toda hora trombando com algum policial que aparecia do "nada". Chegaram num grande hangar, onde concentrava a maior parte das pessoas. Saga pediu licença abrindo espaço.

— Kanon!

— Saga!

Os dois deram um abraço.

— O que aconteceu Kanon? - indagou Kamus. - a Antares...

— Dohko, eles precisam de você.

Olharam para onde o marina apontou. Shaka e Mu estavam no chão. Seus cosmos estavam bem fracos.

— Leve-os. - pediu o libriano. Urara, Shion e Alisha seguiram com ele.

Yahiku que estava com eles, foi amparado e levado para a enfermaria na companhia de Evans.

— O que aconteceu diretora? - indagou Sttup a Niive.

— Nós decolamos... - iniciou Aioria.

Nave Antares, minutos antes...

O clima era de alívio. Pois as baixas foram poucas. Depois de certificar que estavam seguros, Niive ordenou que saíssem dali o mais rápido possível.

— Já que estão todos bem podemos voltar para casa. - disse Niive. - avise a Euroxx do nosso retorno.

Luzes vermelhas começaram a piscar e um alarme a soar.

— Diretora, captamos uma grande quantidade de energia vindo ao nosso encontro.

— Vem do planeta?

— Não, mas é próximo daqui... Atália...

O pânico se apossou de todos, pois sabiam que não sobreviriam. Rapidamente Shaka tomou a posição de lótus.

— Mu, ao meu sinal teleporte todos.

— O que?!

— O que vai fazer Shaka? - indagou Kanon.

Ele nem respondeu, apenas viram o cosmo do indiano elevar-se a níveis inimagináveis. Mu também fez a mesma coisa. Segundos depois um raio azul atingiu a Antares, ofuscando a visão de todos...

— E a Antares? - Evans tentava assimilar a informação.

— Não sabemos. - respondeu a diretora.

— Isso explica o estado do cosmo deles. - disse Kamus.

— Sabe o que aconteceu? - perguntou Afrodite.

— Shaka deve ter criado uma barreira para segurar o ataque, enquanto Mu teleportavapara cá.

— Eles podem fazer isso? - Lirya estava surpresa.

— Ao que parece. - respondeu.

— Mas isso é impossível. - disse Deba. - o poder daquela arma, mais transportar todos e nessa distância?

— Não é impossível se levarmos em conta o fator elementar. - a voz de Saga chamou a atenção. - nossos poderes desenvolveram e aumentaram e se tratando de Shaka e Mu...

— Mais um motivo para continuarmos. - falou Sttup, olhando um dispositivo. - temos vinte e cinco minutos, carreguem os torpedos. Tracem nossa rota para Atália.

Atália...

Mask abriu os olhos e com dificuldades conseguiu sentar. A sala estava num profundo silêncio e não sabia se Haykan estava lá.

— Acabei de receber a notícia que a Euroxx está se movendo.

O italiano virou a cabeça para onde ouvia a voz.

— É um resgate?

— Vai... desaparecer junto com isso...

Haykan gargalhou.

— Garoto, não está lidando com um amador. - pegou nos cabelos azuis. - ao contrário de você. A Ramaei está incapacitada e Antares não existe mais. A Euroxx não tem artilharia para provocar um ataque. Não tem como eles te salvarem. - o soltou. - além do mais, se um torpedo superior a 2 anti atingir essa estrutura... - riu. - não apenas Atália irá pelos ares, mas tudo num raio de seiscentos mil de quilômetros. Você, a Euroxx, Ramaei e tudo que estiver na rota será evaporado. Com a família real morta serei o dono de tudo.

Mask escutava tudo, apesar da mente está confusa. O efeito da radiação prejudicava seus sentidos e mesmo com a armadura não tinha proteção dos efeitos. Somando a isso a fraqueza adquirida anteriormente.

— "Caspita..."

— Alteza, - Haykan agachou diante dele. - A dinastia Tempestta irá desaparecer. - gargalhou. -bom... faltam vinte minutos. Vou aguardar o desfecho em S1. - levantou.

— Não vai escapar... - murmurou. - como paro isso... - não conseguia articular frases longas.

— Quer saber como se para Atália? - riu. - vou dizer, pois vai morrer mesmo. Basta desligar as fontes, mas isso não garante que ela não exploda. - riu.

Haykan aproximou segurando novamente o canceriano pelos cabelos.

— Se parece muito com o Soren. - deu um soco. - e com todos os malditos Tempesttas. - deu outro soco. O líder o socou várias vezes. - Longa vida, alteza!

O jogou no chão, saindo do recinto. Haykan ordenou que a lua fosse evacuada.

Euroxx...

— Capitão Evans, a Atália entrará no nosso campo de visão em dois minutos.

— Com essa distância qual a força de impacto?

— Será totalmente destruída.

— E meu filho? - Lirya aproximou.

— Ainda sem contato majestade.

A rainha levou as mãos ao rosto, tentando abafar as lágrimas.

— Ainda temos tempo majestade.

Disse Evans tentando confortá-la.

O silêncio que instalou só foi quebrado pela chegada de Iskendar, Miro e Shura.

— E o Eron? - indagou o príncipe mais velho.

Sttup apenas balançou a cabeça negativamente.

Dez minutos... 

Os olhos fitavam o cinza da estrutura de Atália. Não tinha força alguma e sentia que a qualquer momento perderia a consciência de vez. Mask nunca se sentiu tão inútil. Era um cavaleiro, mas levou uma surra de uma pessoa comum e agora milhões seriam mortos por sua causa. 

— “Eu sou um inútil...” – fechou os olhos.

Levante-se. Você é um cavaleiro de Atena.

— Quem...?

Levante-se Eron.

— “De quem é essa voz?” – ele forçou a mente.

Levante-se meu filho.

— Pai... – Mask abriu os olhos e forçando o corpo ficou sentado. – pai?

Não havia ninguém na sala. O cavaleiro fitou o local que Haykan havia falado. Era só desligar. Um maldito botão que poderia salvar todos. Mask jogou o corpo para o lado e segurando numa barra de ferro tentava ergue-se.

— Mas que droga... - murmurou indo ao chão. - "Eu não pude salvar a Helena e agora todos irão morrer..." - pensou. Nunca imaginou que seria atacado por radiação. A armadura não servia para nada!

Levante-se Eron!

— Eu não consigo... - sentiu náuseas e respirava com dificuldade.

Não pode deixar todos morrerem. Levante-se!

O cavaleiro tentou mais uma vez, quase foi ao chão, mas segurou-se bem na barra. Olhou para as mãos, elas tinham pequenas queimaduras. Fitou o painel onde estava o botão. Tinha que desligar aquela arma nem que fosse a última coisa que faria. A passos vacilantes caminhou até o painel. Foi ao chão, mas antes bateu a mão direita no botão. As luzes apagaram assim como o zumbido que ouvia.

— Consegui... - murmurou antes de fechar os olhos.

O silêncio só durou um minuto, uma sirene ecoou, fazendo as luzes e o zumbido voltarem. Mask abriu os olhos.

— Luzes de emergência acionadas. - soou uma voz mecânica. -Abastecimento ao núcleo restabelecido.

— Merda... - arregalou os olhos ao se lembrar de algo. Se a Euroxx explodisse a arma, a nave seria tomada pela onda explosiva. De nada adiantaria.

Mask virou o corpo. Nem sabia como ainda se mexia. Levantou o rosto a procura de alguma solução, mas não tinha.

— Droga... - tinha dificuldades em manter os olhos abertos. - todos vão morrer... maldito Haykan... o que eu faço...? - viu a sombra de sua cabeça no chão. Pela posição via claramente as "pinças" do elmo da armadura. - Câncer... quem diria que eu... - parou de falar. - sekishiki!

Euroxx...

Na nave o clima era de apreensão. Marius e Sttup não queriam dar aquela ordem, mas o tempo estava esgotando. Se não atirassem agora, três planetas seriam destruídos.

— Capitão Evans. - a voz de Sttup saiu fria. Era preciso fazer e carregaria em seu coração a culpa por ter matado o príncipe Tempestta, o filho do seu amigo. - dispare.

— O que?! - exclamou Afrodite. - não podem atirar! O Mask ainda não saiu.

Os cavaleiros tinham a mesma opinião.

— Eu sinto muito Gustavv e majestade. - olhou para a rainha. - mas é preciso. Evans dispare o primeiro torpedo.

— Mas... - o capitão estava reticente.

— Sttup, por favor... - pediu Lirya em prantos.

— Sinto muito. Sei que cometerei um crime pelas leis de GS por ter matado um Tempestta e assumo a responsabilidade.

— Quanto tempo para o impacto? - indagou Marius ainda atônico pelo rumo que as coisas tomariam.

— Dois minutos. - disse um controlador.

— Prepare o torpedo.

Lirya começou a chorar sendo amparada por Alisha que também chorava. Dite deu um soco numa cadeira.

Em Atália, Mask fez um último esforço ficando de pé escorado no painel. Só havia uma maneira de salvar todos. Lentamente ergueu o braço direito, apontando o indicador para cima.

— Vamos cosmo... brilhe.

A energia dourada começou a circundá-lo. Rapidamente aumentou de intensidade.

— Sekishiki... - respirou profundamente, pois o ar começava faltar. - mekai... ha...

Seu cosmo aumentou bruscamente, fazendo os cabelos ficarem brancos. A estrutura começou a tremer. O solo da lua rachou em vários pontos e em poucos segundos partes depreendiam do solo e da estrutura e eram levados para algo sobre eles. Aparentemente não havia nada, mas era como se uma força descomunal sugasse tudo.

Há quilômetros dali, Haykan recebia a notícia que Atália estava sofrendo um ataque.

Ele não se preocupou, pois se a lua fosse destruída, o príncipe e todos ao redor morreriam. A soberba em achar que ganharia estava tão exaltada que não se preocupou com um grupo de naves de GS que estava nas imediações. Entrou em combate, mas foi facilmente derrotado. Sem suas grandes Nau's, o líder de S1 foi capturado.

Na Euroxx, apenas aguardavam o triste desfecho quando o alarme da Euroxx começou a soar.

— O que foi? - indagou Evans.

— Uma grande quantidade de energia foi captada em Atália.

— Eles vão atirar? - perguntou Niive.

— Não é a arma. É outro tipo de energia... - o controlador estava confuso com os dados.

— É o Giovanni! - exclamou Aldebaran.

Rapidamente as lentes da nave voltaram para Atalia, deixando todos sem reação.

— O que... é aquilo...? - murmurouMarius.

De onde estavam viam uma espécie de redemoinho e quando chegava a certa altura as coisas sumiam...

— Se parece com... - Dite deu um passo.

— Com o que?! - Aioria o fitou, aquilo não era boa coisa.

— Sekishiki. - respondeu Shaka com a expressão grave,Dohko ainda não tinha iniciado o tratamento quando sentiram o cosmo do italiano. - ele está levando Atália para o sekishiki.

— E o que isso significa? - Iskendar não gostou das expressões dos cavaleiros. - o que acontece??

Em Atália, Mask mal mantinha os olhos abertos. Não achava que aquela ação minaria ainda mais suas forças, mas ainda precisava lutar. Teleportou para o espaço.

— "Queime cosmo... queime..." - aumentou ainda mais o esforço.

Elevou ainda mais a sua energia. Devido a escuridão do espaço, não viram uma espécie de fenda dimensional que estava sobre a lua. Apenas as luzes de Atália serem tragadas. O golpe de Giovanni, naquela circunstancia, não enviava as pessoas a entrada do inferno e sim a outra dimensão ou um buraco negro.

Quando as rachaduras chegaram ao núcleo da arma, houve uma explosão, mas que devido a força de atração da fenda, não alastrou. Os restos da lua e da arma eram sugados...

Num último ato, houve uma grande explosão que fez uma luz brilhar intensamente. A Euroxx balançou e tiveram que tampar os olhos devido a claridade.

O cosmo de Giovanni parou de queimar, o cavaleiro estava esgotado e nem conseguia se mexer.

— Missão comprida...

Os cabelos voltaram a ficar azuis, lentamente perdia a consciência, assim como as funções do corpo. Giovanni queria ver se a Euroxx estava bem, mas não conseguiu... os olhos foram fechando lentamente e o corpo sendo puxado para a fenda...

Na nave, os primeiros a abrirem os olhos foram os dourados.

— Cadê... ?- Dohko tentava ver algo.

— Giovanni...

— Liguem as câmeras imediatamente. - ordenou Evans assim que abriu os olhos.

Lirya correu até o painel. Tudo que se via a frente era uma imensidão negra.

— Estão detectando algo? - indagou Marius.

— Não chanceler... não há nada.

— Como não há nada?! - berrou Iskendar.

— Não tem nada...

— Giovanni seu idiota! - Miro deu um murro no chão, amassando o metal. - seu idiota!

Kamus abaixou o rosto, assim como Aldebaran. Kanon e Saga trocaram olhares.

Shaka soltou um suspiro triste.

— O que foi? - indagou Niive fitando o marina. - sabem o que aconteceu?

— Onde está o Eron, Gustavv? - Lirya aproximou. - cadê meu filho?

O pisciano virou o rosto, não tinha coragem de dizer.

— Sabe o que aconteceu Shion? - indagou Alisha.

— O cosmo de Giovanni sumiu completamente.

— E o que significa? - perguntou Marius.

Iskendar deu um passo para trás. Ele sempre sentia algo vindo de Eron, mas agora não sentia nada. Como se ele não existisse.

— Por que não sinto a energia dele?

— Quando o cosmo de um cavaleiro se extingue, significa que sua vida também se extinguiu. - disse Shura. - ele usou seu golpe para desaparecer com a arma e nesse processo...

— Não é verdade! - gritou Lirya. - ele pode respirar no espaço! - fitou Afrodite. - ele pode respirar no espaço! As suas armaduras não os protegem?

— Sim... - Dite não conseguia encará-la. - mas tem um limite...

Saiu de perto indo para um canto. Lirya piscou algumas vezes antes de cair em si.

— Eron...

Foi de joelhos ao chão, começando a chorar compulsivamente.

— ERON!!– gritou desesperada.

Marius estava perplexo. Eron estava morto?

Iskendar sumiu das vistas de todos, indo para o espaço. Olhou para todos os lugares, mas não havia nada, só escuridão.

— "Eron..." - Não sentia mais a "presença" dele. - "Eron..."

Estava paralisado. Primeiro a mãe, Samir, o pai e agora o irmão? Todos ao redor dele eram tirados dele. Por quê?

Na nave, Alisha chorou nos braços de Shion. Era injusto. Não havia restado ninguém. Urara segurava a mão de Shaka. O virginiano estava num profundo silêncio.

— Seu inconseqüente... - murmurou com a voz alterada. - seu inconseqüente...

— Droga! - Mirou deu outro soco. - Droga! Seu idiota! O que vamos dizer a Atena?! Seu idiota!

Iskendar reapareceu diante deles.

— Iskendar... - Lirya foi até ele. - achou seu irmão? Achou o Eron?

O policial sentiu os olhos marejarem.

— Não... - disse diante das lágrimas dele. - meu filho...

Ela o abraçou. Fazendo Iskendar chorar ainda mais.

xxxxx

Estava mergulhado na escuridão, não sabia se estava vivo ou morto. Não ouvia nada.

Giovanni...

Mask abriu os olhos e ergueu um pouco o rosto. Uma luz dourada aproximava-se dele. A principio a imagem estava difusa, depois foi tomando a sombra de uma mulher. Os cabelos castanhos estavam presos num rabo de cavalo baixo, as vestimentas eram simples, os olhos verdes brilhavam e via-se um fino sorriso.

— He-lena...? - a voz se perdeu no espaço.

Ela sorriu ainda mais, parando a certa distancia.

— Helena? - ele não acreditava que a asgardiana estava diante dele.

A garota aproximou ainda mais tocando de forma suave o rosto do canceriano.

— Você veio me buscar...?

A resposta dela foi beijá-lo.

Vamos...?

Ele sorriu... Mask foi envolvido pela luz dourada...

xxxxx

Sttup enviou uma equipe de Legos para vasculhar a região. Não havia sinais de nada, nem do corpo do príncipe. Não havia mais nada a fazer ali, a não ser anunciar a toda galáxia que o príncipe EronTempestta estava morto.

— O que faremos? - Evans ainda estava em choque com a noticia.

— Anunciar o fim da guerra e que Iskendar é o único príncipe herdeiro. - Sttup tentava pensar friamente, mas sentia a perda do jovem. - Prepare nossa volta Evans.

— Levaremos horas, já que não temos os hadrens vermelhos.

— Não temos? – o fitou espantado.

— Eles se foram junto com Eron.

A Euroxx partiu em direção a Ranpur...

E não foi apenas a Euroxx que constatou isso. Os poucos hadrens vermelhos que existiam desapareceram instantaneamente.

O.o.O.o.O

O líder de S1 era conduzido para uma das naves de GS. Estava revoltado, pois não esperava que fosse pego. Seu plano era voltar para S1 e reorganizar suas tropas. Agora teria que pensar em outra coisa. Não se entregaria tão facilmente.

Enquanto isso em Ranpur, Dara recebia a noticia das finalizações dos últimos combates. Soube também da captura de Haykan o que indicava que a guerra chegou ao fim. Aguardava, contudo, noticias da Ramaeie da Euroxx.

— Diretor Dara, recebemos noticias da Euroxx.

— Até que enfim... – respirou aliviado.

— O chanceler Marius pediu que replicasse o comunicado a toda galáxia. – a voz saiu séria.

— O que aconteceu? – notou a expressão fechada de seu subordinado.

— A arma de Atália foi destruída, contudo...

— Contudo... – não teve um bom pressentimento.

— O príncipe Eron. É para comunicar a todos os povos de GS que o príncipe EronCerattoTempestta está morto.

— O que?!? – exclamou assustado. – está morto??? Como???

O policial repetiu a noticia e Dara ainda levou um tempo para processá-la. Eron era um defensor de elementar, como estava morto? O que tinha acontecido em Atália?

Cerca de algumas horas depois, a Euroxx e a Ramaei chegaram a capital da galáxia. A noticia da morte de Eron chocou a todos. Os líderes do grupo dos nove partiram imediatamente para Ranpur. Niive e Urara foram para sede da policia daquele planeta para providenciar os fins do combate e acompanhar a chegada de Haykan. A prisão do líder de S1 deixou todos surpresos e revoltados, pois era sinal que ele tinha escapado antes da explosão. Marius, Evans e Sttup foram para a sede do governo providenciar o fim da guerra e os tramites legais pela morte de um herdeiro. Beatrice auxiliava como podia. Era o mínimo que poderia fazer diante do sacrifício do príncipe.

Lirya recolheu-se em seu quarto, queria ficar sozinha.

Ela jogou-se na cama entregando-se as lágrimas. Perder seu amado filho era uma dor muito grande. A vida seria insuportável sem ele. Agüentou quinze anos, mas na certeza que ele estava apenas desaparecido, agora a situação tinha mudado. Eron estava morto e não havia nada que poderia mudar a situação.

— Soren... nosso filho... meu pequeno Eron...

No andar de baixo, os cavaleiros estavam reunidos em um dos quartos, onde Shaka, Mu e Dohko recuperavam-se devido ao desgaste de energia.  Afrodite estava na varanda, sentado num canto.

— Ainda não consigo acreditar. – disse Aioria, todos estavam chocados com a morte do canceriano. - alguém fale com ele. - apontou para Afrodite que estava sozinho na varanda.

— Deixe-o. – pediu Dohko. – ele precisa de um tempo.

— O que faremos? – indagou Deba. – como vamos voltar para a Terra sem ele?

— Não sei... – murmurou Shion. – não foi só a Terra que perdeu um cavaleiro...

— A senhora Lirya nunca se recuperará. – comentou Mu.

— Ao menos prenderam aquele desgraçado. – disse Miro. – eu queromatá-lo!

— As autoridades daqui saberão o que fazer. – Kamus caminhou até a janela. – com a prisão dele a guerra acabou.

Shaka estava calado num canto. Shura aproximou-se.

— Está tudo bem?

— Sim... há um ano não imaginaria que Giovanni se sacrificaria por outra pessoa, hoje ele salvou a vida de milhões...

— Agiu como um verdadeiro governante. – comentou Saga. – e cavaleiro.

— E o que nós faremos agora? – Shura olhou para os companheiros. – vamos voltar imediatamente?

— Vamos aguardar os tramites daqui para depois agirmos. – disse Shion. – vou ver como a Alisha está.

Afrodite escutava a conversa. Seria difícil voltar para a Terra sem ele. Não conseguiu salvar Helena e nem ele.

Alisha chorava em seu quarto. Era injusta a morte. Perdeu a mãe, depois o pai e o tio e agora Eron.

— Alisha...

A garota ergueu o rosto e correu para os braços do ariano.

— Shion... o Eron... ele...

— Fez o que achou que era melhor para todos. – acariciou os cabelos lilases. – um verdadeiro cavaleiro.

— Eu sei...

— Ele agora irá cuidar de nós.

Iskendar estava no escritório do pai. Estava sentado na mesa, onde dias antes o irmão lhe mostrava o diário. Os olhos azuis estavam no porta-retrato que trazia a imagem da família. Família... era algo que nunca teve e agora mais do que nunca. Seus pais e irmão estavam mortos, não tinha mais ninguém no mundo. Deitou a cabeça na mesa e chorou até cair no sono.

O dia terminou com muita tristeza. A guerra tinha acabado, mas a custa de muitas vidas. O dia seguinte foi marcado por Beatrice cuidando dos preparativos para o enterro e para as condecorações dos heróis de guerra. Apesar do luto decretado, a rainha insistiu que a cerimônia fosse feita, em dois dias.

O grupo que por muito tempo tinha apoiado Serioja, foi entregue por Iesa e eles condenados a prisão perpetua por traição.

Enquanto isso, Marius e Sttup cuidavam da assinatura do tratado de paz. Haykan estava preso numa prisão em Ranpur e sua sentença seria proferida logo após a assinatura.

 


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