Tempestta escrita por Krika Haruno


Capítulo 15
Ataques


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora em postar esse capitulo.



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Shion estava no observatório que Samir mantinha no palácio. Devido a localização, tinha uma visão perfeita do espaço.

Alisha surgiu e lentamente caminhou até ele.

— Gosta de olhar as estrelas?

— É o meu trabalho. Temos uma montanha chamada Star Hill, de lá prevejo os acontecimentos através da interpretação das estrelas.

— Tem visões como os Eijis?

— Um pouco diferente. - a fitou.

— Gostaria de visitar VL.

— Está mais que convidada. - sorriu.

Shion segurou a mão dela. Alisha aproximou ainda mais sendo aconchegada por ele.

Os dois achavam que estavam sozinhos.

— Acho que finalmente Shion acordou para a vida. - disse Dohko.

— O cargo que o Shion exerce no santuário é muito importante?

— Sim. Mas ele está preparando um sucessor.

— Isso significa que ele pode ficar aqui? - Rana o fitou.

— Pode... acho que pode.

— Então em breve teremos um casamento. - sorriu. - Alaron terá rei e rainha.

Dohko não disse nada. Realmente o amigo já estava preparando Aiolos para ser seu sucessor, mas daí morar em Alaron era outra história.

O.o.O.o.O

As investigações sobre a morte de Célica estavam sobre o comando do presidente da policia. Logo que o dia surgiu ele estava reunido com Stiva e Athos.

— Esse cara tem a mira muito ruim. - disse Stiva analisando a ficha criminal. - para um pirata experiente como ele era.

— Com ele morto como será as investigações? - indagou Athos fitando Rihen.

— Estou cuidando pessoalmente. Tomei para mim os atentados no hadren, mais esse ocorrido.

— E quanto aos de hoje?

— Só estamos aguardando o comunicado.  Vá para sua jurisdição e proceda como o combinado.

— Está bem. - Athos levantou. - Vamos Stiva.

O superintende o acompanhou. Ao se ver sozinho Rihen soltou um suspiro aliviado. As coisas começariam a mudar.

Em S1, Haykan via uma frota partir em direção a GS.

— Que comece a destruição.

 

O.o.O.o.O

Urara tinha ido cedo a sede do governo. Como se ausentaria por muitos dias de Obi, queria conversar com Noah antes. Desde a partida de Ranpur dias atrás e o beijo de Shaka, andava atormentada. Seu lado diretora e pertencente ao governo, negava e até condenava que ela tivesse algum sentimento para com Shaka. Sua vida tinha que ser exclusivamente para o planeta e seu bem estar. Entretanto seu lado emocional ansiava por um maior contato com ele. A imagem de Shaka sempre vinha em sua mente nos mais variados momentos. Estava perdida.

— Entre senhorita Urara. O senhor Noah a aguarda.

Foi conduzida para a sala da Enraiha. Os doze conselheiros já estavam lá, a espera de alguma revelação.

— Não conseguiram ter nenhuma visão? - indagou quando Noah aproximou.

— Não. Estamos um pouco assustados com o silencio.

— Talvez ele não fosse a pessoa da profecia.

— Era ele. E você sabe disso. E é por isso que está aqui. Seu coração está inquieto. - a fitou diretamente.

— Não está.

— A conheço desde criança, menina. Sei o que se passa no seu coração. Além do mais, - sorriu. - a linha vermelha em seu dedo indica seu estado de espírito.

Ela olhou para a mão, não vendo nada.

— Que linha?

— Nossas lendas não são fantasiosas. Está apaixonada pelo falso Eiji.

— Eu? - gaguejou. - desculpe senhor Noah, mas está dizendo bobagens.

— Não minta para si mesma. Sei que está confusa, porém é a pura verdade. Shaka também nutre sentimentos por você, mas está tão perdido quanto você. O amor é novidade para ele também.

Urara pensou nos dizeres do indiano e nos beijos. Noah sorriu. Urara tinha sido agraciada. Os casamentos em Obi normalmente eram realizados com base num encantamento ou afeição singela. Com os anos esses laços se perdiam. Apenas os que encontravam o verdadeiro amor eram ligados por laços fortes. E a prova disso era a linha vermelha. Ela só aparecia nesses casos.

— Tem uma decisão difícil. O que fará quando chegar a hora dele partir?

A diretora o fitou.

— Não tenho uma decisão difícil. Meu destino é servir meu planeta e apenas isso. Esse tipo de distração não me fará afastar do meu caminho.

Noah não disse nada, no tempo certo ela iria acordar. A atenção dos dois foi chamada pelo brilho dourado da bola.

— O que está havendo? - Noah parou ao lado de um conselheiro.

— Ela quer nos mostrar algo.

Noah, Urara e os demais voltaram a atenção para a bola. Ela brilhou. Viram várias naves e cidades sendo atacadas. Urara olhava apreensiva, aquilo parecia uma invasão. O rosto ficou tenso quando viu Shaka no meio dos ataques. A imagem sumiu.

— Senhor Noah. - uma das conselheiras o fitou.

— Emitem um sinal de alerta a Ranpur e a policia. Reforcem a segurança de Obi imediatamente. Isso pode acontecer a qualquer momento.

— Pensa que isso pode ser breve? - retrucou Urara.

— Penso que pode ser até hoje mesmo.

Todos olharam para Noah.

— Por que diz isso? - indagou outro conselheiro.

— A imagem do menino Shaka não era em Ranpur. Pelo que sei a família real está em Clamp.

Urara nem esperou alguém questionar, saiu rapidamente para emitir o alerta.

— "Não esteja em Clamp, por favor." - pensou.

O.o.O.o.O

Marius tinha viajado para Orion. Aproveitaria que todo o foco estava em Ranpur e no enterro de Célica em Clamp, para inspecionar pessoalmente a nova esperança de GS.

Encontrou o presidente Stiepan na estação em orbita e de lá numa nave pequena, seguiram para uma lua artificial.

Aquela área era restrita e apenas pessoas autorizadas tinham acesso, e nem o presidente da policia tinha aquela informação. No raio de cem quilômetros da lua era protegida por uma barreira de altíssima tecnologia. Ninguém era capaz de captar qualquer sinal vindo da lua.

— A rainha Lirya já está sabendo. - disse Stiepan.

— Ela me disse. Mais alguém?

— Não. Estava preparando uma reunião entre nós, mas nem deu tempo. Sinto muito pela dama real.

— O tiro era para a majestade. - andavam por um longo corredor. - Os nossos inimigos estão começando a se mover.

— Desconfiam de alguém? Irian?

— Todos são suspeitos. - disse, para não comprometer-se. A prisão de Irian pegou todos os apoiadores de surpresa. - Rihen está cuidando disso.

Stiepan o conduziu até um elevador. Marius percebeu que desceram inúmeros metros.

— Primeiro iremos ver a Genesis.

O presidente abriu a porta para Marius que estava cheio de expectativa. Era um projeto que Soren estava apoiando antes mesmo da guerra e que agora tornava realidade. Com as obras conclusas o poderio militar de GS estava quadriplicado.

A porta abriu e a boca de Marius foi ao chão. Ele parou numa espécie de passarela de onde via uma nave gigantesca. O formato dela era de uma estrela de seis pontas, erguendo a milhares de metros no comprimento, altura e largura.

— Tem a nossa melhor tecnologia. - disse Stiepan orgulhoso. - e a de Eniac. Para não descobrirem, mandamos os projetos por partes. Lancy não faz ideia do que o povo dele criou.

— Quais as dimensões?

— Se a colocarmos num quadrado tem quarenta quilômetros nos lados por cem de altura. Os motores são V5, armada com torpedos TBomba¹ e um anti 0,5. - Stiepan sentia-se como se estivesse falando de um filho. - Sua defesa é feita por escudos comuns e escudos que suportam até um quilo e meio de torpedos anti-materia².

— Tudo isso? - Marius o fitou impressionado. - É muito superior ao sistema de defesa até da Antares!

— A Genesis foi concebida como nave de preservação Marius. Ela carrega dez mil tripulantes e dois milhões de pessoas. No pior dos casos catastróficos precisamos salvar muitas pessoas para darem continuidade a vida.

— E o funcionamento?

— Está funcionando. Passou por todos os testes. Se quisermos levarmos dois milhões de pessoas para passear, só marcar os lugares. - riu.

— Como sempre os Router e Toois fazendo um excelente trabalho.

— Tudo para o bem estar de GS. Temos mais um segredinho. - sorriu. - conseguimos fazer mecanicamente o teletransporte dos atlantiks.

— Mas isso já faziam.

— Não a esse nível caro amigo. Nós potencializamos nossos instrumentos. A cada segundo conseguimos teletransportar dez mil pessoas.

— Como é? - Marius indagou pasmo. - é impossível se não é um atlantiks.

— Era impossível. A Genesis consegue preencher os dois milhões pessoas em três minutos e dez segundos.

O chanceler de Ranpur piscou os olhos algumas vezes. Não imaginava que o nível de sofisticação chegava a tanto.

— Agora vamos ver a nossa menina dos olhos.

Marius estava animado. Se a Genesis contava com todo aquele poderio não poderia esperar menos da maior nave de combate de GS.

Eles desceram muitos níveis, já que as duas naves tinham sido montadas praticamente na orbita da lua artificial.

Marius sorriu ao ver a outra nave.

O formato dela era de um triangulo eqüilátero na horizontal.

— Me deixe surpreso Cassie. - sorriu.

— Chama RAMAEI Enterprise³. A sigla é composta das duas primeiras letras do três planetas principais: Ranpur, Maris e Eike. Ela tem vinte e dois quilômetros de extensão, doze mil tripulantes, defesa feita por escudos que suportam até um quilo e meio de anti-materia.

— Armamento?

— Bombas TBombas e quatro antimaterias. - sorriu, estava muito animado. - dois de um quilo e dois de um quilo e meio.

— Como conseguiram armazenar tanta energia? - indagou pasmo.

— Somos bons no que fazemos.  Tem motores vandred v9.1.

Marius o fitou imediatamente.

— Dobraram a velocidade?

— Com motores comuns chegamos em quatro horas a Ranpur, com ela em duas horas.

— É muito superior que a Antares.

— Marius, a Ramei é o futuro da nossa defesa. Agora que conseguimos fabricá-la e superar nossos erros, em dez anos teremos mais naves como essa.

— O teletransporte dela é o mesmo da Genesis?

— Infelizmente não. Priorizamos a velocidade.

— Fez bem. Uma nave de guerra precisa ser ágil. Elas já estão operando?

— Fizemos testes, mas como é uma arma poderosa iremos realizar mais. Foram muitas horas de suor e dinheiro gasto.

— Quem serão os comandantes?

— Eu mesmo escolhi. No momento certo saberão.

— Muito bem... - sorriu diante do segredo. - Soren ficaria impressionado.

— Gostaria que ele estivesse aqui para vê-la.

— Eu também. Stiepan marque a reunião. - sorriu.

O.o.O.o.O

O dia surgiu calmo no planeta Yumeria, era um planeta distante de Ranpur, habitado principalmente por humanos comuns, kalahastis, toois e atlantiks. Por ser pequeno contava apenas com uma grande cidade. Uma criança de posse de um comunicador estava a espera do transporte escolar. A criança ao escutar um barulho ergueu o olhar para o céu.

Primeiro surgiu uma pequena nave, depois outra, outra e em poucos segundos dezenas e dezenas de naves.

A área onde a criança estava transformou-se numa bola de fogo...

O.o.O.o.O

Dara andava de um lado para o outro. Há horas tentava comunicação com Iskendar, mas sem sucesso. O coração deu um salto quando seu comunicador apitou. A passos duros foi até a mesa.

— Dara.

Isso tudo é saudade?— brincou o rapaz. – quantas ligações.

— Onde você está? – a voz saiu fria.

Ranpur.

Silencio na linha.

O que foi Dara?

— Pode voltar para Sidon?

O que está acontecendo?— notou que Dara estava com a voz muito esquisita.

— Eu nunca te pedi nada, então pode voltar? Por favor.

Dara está me assustando. Sonhou com alguma coisa?

— Não... Iskendar, venha para Sidon. Não me obrigue a tomar uma medida mais drástica.

Iskendar ficou assustado com a ameaça.

Eu não tenho condições de voltar. Os Tempesttas vão voltar hoje para Ranpur e preciso vigiar Eron de perto. Preciso entender o que foi aquela mancha negra.

Dara sabia que convencer Iskendar sem dá-lo uma justificativa, seria inútil. E não poderia contá-lo o motivo por medo de ele saber demais.

— Vou te passar alguns nomes, quero que fique longe desses lugares por hoje e amanha. Mesmo que Eron vá para esses lugares, quero você longe. Se não me obedecer contarei a todos sobre você.

Está me ameaçando?

— Entenda como quiser. – Dara passou alguns dados para Iskendar, que leu sem entender.

O que vai acontecer nesses lugares?

— Logo saberá. Mantenha-se longe. Ligo assim que puder.

Dara desligou sem dá-lo chance de contestar. Iskendar franziu o cenho. Olhou para os nomes.

— O que vai acontecer?

O.o.O.o.O

Serioja terminava de analisar um dossiê de um possível traidor para entregar a Eron. Estava pensando em marcar uma reunião para o dia seguinte, quanto mais rápido conseguisse a confiança dele, mais rápido chegaria ao poder. Aproveitaria também para fazer uma visita de condolência pela morte da dama real. - Senhor. – Iesa abriu a porta de uma vez. O rosto estava tenso.

— Espero que tenha uma excelente justificativa para essa entrada.

— Noticias de Yumeria.

O presidente bufou.

— Fale logo. – voltou a atenção para a tela.

— O planeta foi atacado.

Serioja o fitou.

— Como é?

— Naves desconhecidas atacaram a cidade. Tudo foi destruído senhor.

O rosto de Serioja empalideceu.

O.o.O.o.O

Rihen estava sentado em sua mesa, trazia a expressão preocupada. Há essa hora o evento já tinha começado. Yumeria seria o primeiro alvo.

— Para o bem maior nada pode dar errado. – disse.

— Senhor presidente! – um rapaz entrou todo afoito.

— O que foi?

— Yumeria. O planeta foi atacado.

O presidente ficou em silencio. Aquilo só estava começando. O próximo alvo seria Alastar.

O.o.O.o.O

As primeiras naves da policia chegaram a Yumeria, mas pouco puderam fazer. As naves não identificadas tinham partido deixando um rastro de destruição. As equipes de resgate trabalhavam a todo vapor.

Athos chegava a um centro de comando colocado na orbita do planeta.

— General. – os policias bateram continências.

— Relatório da situação.

— As naves foram embora. Estamos investigando a procedência delas.

— Convoque outras unidades caso seja necessário. Qual o nível de destruição?

— Noventa por cento do planeta foi destruído. O armamento deles são pesados.

Athos ficou em silencio assombrado. Quando ficou sabendo dos ataques, não imaginou que eles teriam um poder de fogo tão grande.

— Redobrem a segurança.

— Sim senhor.

O diretor olhou as imagens ficando impressionado. GS não teria chance.

— General! – um policial entrou afoito. – acabamos de receber a noticia que Aileen também foi atacada.

Athos ficou apreensivo.

O.o.O.o.O

Na sede da policia em Obi, Urara repassava o sistema de segurança.

— Senhorita Urara! – uma policial entrou as pressas.

— O que foi Bertha?

— Alastar. Está sendo atacada.

— Como?!

Alastar era um pequeno planeta na jurisdição de Urara. A maioria dos habitantes eram Eijis. Logo as noticias que Yumeria e Aileen tinham sido atacados chegaram aos ouvidos da diretora.

O.o.O.o.O

Marius e Stiepan conversavam sobre as naves quando foram interrompidos por um oficial apavorado.

— Senhor. – parou e respirou para recuperar o fôlego.

— O que foi?

— Naoise está sendo atacada. Soubemos também que Yumeria, Aileen e Alastar também.

— Como é que é? – indagou Marius.

— Naves desconhecidas entraram na atmosfera e destruíram os primeiros sistemas de defesa.

— Aumente a segurança daqui e de Eniac. – disse Stiepan. – Marius sabe que não vai sair daqui tão cedo.

— Emita um aviso a Clamp.

O.o.O.o.O

Iskendar lia e relia a lista enviada por Dara. Pesquisou, vendo que eram planetas pequenos e esparramados pela galáxia.

— Ele está ficando doido. – murmurou para si.

Seu comunicador começou a apitar. A imagem de um policial apareceu.

Tenente!— uma jovem bateu continência.

— O que foi Sophia?

O diretor Athos está solicitando a presença de todos os superintendentes de sua jurisdição.

— Para que? – indagou entediado.

O senhor não está sabendo?

— Sobre...?

Yumeria, Aileen, Alastar, Naoise foram destruídos.

— Destruídos? Do que está falando?

Os planetas foram atacados.

Ele ficou paralisado, lentamente o olhar foi abaixando para a mão. Leu a lista dada por Dara.

— “Yumeria, Alastar, Naoise, Aileen e Ox...” – leu. – droga! – ficou pálido. – irei imediatamente.

Desligou a comunicação. Pegou suas coisas, mas o rumo não seria a sede da policia da área dois e sim o planeta Ox. O planeta ficava no trajeto entre Clamp e Ranpur. A Euroxx passaria por lá.

O.o.O.o.O

Niive e Kanon passaram a noite na nave, voltando apenas nas primeiras horas para a casa dos avós dela.

— Resolveu aparecer. – disse Lya ao abrir a porta. A senhora trazia um fino sorriso.

— Desculpe... – a diretora estava encabulada. A avó tinha a imaginação muito fértil e com certeza...

— São jovens. – sorriu.

Até Kanon corou com a frase.

O bipe de Niive começou a apitar.

— Preciso ir trabalhar. – não atendeu, mas viu que era da sede três. – te deixo no hotel.

— Tudo bem.

— Depois exijo que se expliquem. – disse a senhora. – num jantar.

— Está bem vó. – deu um beijo na testa. – volto assim que puder.

Os dois seguiram para a capital.

A Euroxx estava sendo preparada para a viagem de volta. Evans checava alguns compartimentos já que não tiveram tempo suficiente desde que chegaram de S1.

— Capitão!!! Comunicação urgente de Orion.

Evans foi para uma sala de comunicação.

— Marius? – estranhou. – O que faz aí?

Já estão indo para Ranpur?— ignorou a pergunta.

— Em duas horas no máximo. Uma nave já foi buscar a rainha. Depois iremos parar em Ox para recarregar. Por que?

Não conseguem vir direto sem essa parada?

— Conseguimos, mas ficaremos com nível de energia baixo. – notou a tensão no rosto do amigo. – o que esta acontecendo?

— Yumeria, Alastar, Naoise e Aileen foram atacados.

— Atacados? Como assim?

— Dezenas de naves invadiram os planetas e destruíram tudo. Precisa voltar imediatamente para Ranpur.

Enquanto isso no hotel, Lirya, Hely, Beatrice e os cavaleiros tomavam o desejum numa área privativa. O evento com Kamus não voltou a acontecer. Kanon e Niive acabavam de chegar. Saga trocou olhares inquisidores com o irmão.

O bipe de Beatrice começou a apitar de forma frenética. Pediu licença para atender.

— Beatrice. – falou.

— Onde está a rainha? – indagou o capitão da Euroxx.

A auxiliar estranhou o tom de voz de Evans.

— Tomando o desejum.

Leve ate ela, é importante.

Beatrice voltou para a mesa colocando o dispositivo sobre ela.

— É o capitão Evans, majestade.

A imagem do capitão apareceu diante de todos.

Majestades, nossa volta para Ranpur precisará ser adiantada em uma hora. Faremos uma escala de meia hora em Ox.

— Por que? – indagou Mask.

Houve um imprevisto. – não queria deixá-los a par dos acontecimentos.

— O que está havendo capitão? – perguntou Shaka notando nervosismo por parte dele.

Foram emitidos sinais de alerta em toda galáxia. Alguns planetas foram alvejados.

— Como? – Lirya levantou. – atacados?

Sim majestade. Uma nave já está a caminho, por favor estejam prontos em quinze minutos.

Ele encerrou a transmissão sem dar maiores detalhes.

— Ataques... – murmurou a rainha sentando. – em planetas...?

— Deve ser piratas majestade. – disse Niive. - Nada que a policia possa resolver.

O.o.O.o.O

A estadia em Sora foi interrompida pelos últimos acontecimentos. Alisha voltou imediatamente, pedindo as autoridades militares emitirem um sinal de alerta em Alaron e nos planetas próximos. Shion e Dohko acompanhavam a movimentação.

— O que será está acontecendo? – Dohko via policiais por todo o palácio.

— As estrelas de Hades estão se movendo.

— Não acha que é um prenuncio de uma guerra, não é?

— Espero que não Dohko, - o fitou. – mas algo me diz que estou errado.

O.o.O.o.O

Iskendar releu a lista de Dara, enquanto entrava num hadren em direção a Lain. Usando seus transmissores clandestinos tentava captar algum sinal de naves fora dos padrões da policia. Se fossem piratas facilmente poderia rastreá-los.

Tentou por mais de quarenta minutos e nada.

— Droga! – deu um soco no controle. – Dara, você me deve explicações. Ah se deve...

Vinte minutos depois entrou na atmosfera de Ox. Aparentemente tudo em ordem. Parou próximo a única cidade do planeta. Tudo tranqüilo.

Evans só ficou tranqüilo quando a nave que transportava Lirya e Eron estacionou no hangar da Euroxx. Colocando a nave em alerta vermelho partiriam rumo a Ox. Niive seguiu para a sede dois.

Kanon conversou com Mask pedindo para ele ficar. O canceriano deixou, sem antes claro de brincar com ele. Deba também quis ficar.

O.o.O.o.O

A esquadra organizada para fazer os ataques aos planetas era composta por cinqüenta naves de tamanho pequeno e cinco de tamanho médio. Assim que chegaram em GS ela se dividiu em cinco grupos partindo para diferenças regiões.

A ultima a cumprir sua missão aproximava do alvo, faltando apenas uma hora e meia para chegar. O capitão responsável por aquele ataque estava atento a qualquer eventualidade, ainda mais que se aproximava do coração de GS.

— Comandante Orrin. – um rapaz bateu continência. – chegaremos a orbita em noventa minutos.

— Tem noticias dos outros comandantes?

— Tiveram sucesso e estão retornando para S1.

O rapaz retirou-se. Orrin voltou o olhar para a janela. Estavam dentro de um hadren, ainda em fase de testes por GS.

Em S1, Haykan recebia o relatório sobre as investidas. Todos tinham alcançado êxito.

Senhor,— um homem apareceu em holograma. – a noticia dos avisos já se espalhou. Os principais planetas emitiram sinais de alerta.

— Espero que colabore conosco.

Estou cuidando de tudo pessoalmente. E quanto a Ox?

— Não tem com que se preocupar. – disse Haykan. – para Ox escolhi um comandante bastante experiente.

— Quem?

— Orrin.

O homem franziu o cenho. Conhecia-o. Ele lutou na guerra contra GS, quinze anos atrás. Foi um mito, ate mesmo entre as tropas de GS, pois foi um excelente comandante e estrategista. Se Haykan o havia designado, era porque queria que aquela missão fosse cumprida a maestria.

— Aguarde novas instruções. – disse o líder de S1. – os ataques apenas começaram.

— Sim senhor.

O.o.O.o.O

Depois de uma hora de viagem, a Euroxx aportou em Ox. Evans pediu urgência nos reparos, pois a cada minuto no espaço era um perigo eminente para os Tempesttas. Recebeu a noticia que demoraria um pouco mais de tempo para que a Euroxx estivesse na sua capacidade máxima, tanto de defesa quanto de ataque.

O capitão ponderou se era relevante esperar tanto tempo, pois estariam vulneráveis nesse período. Achou melhor enviar a rainha e os demais para Ox. Se algo acontecesse dificilmente pensariam que ela estivesse no planeta. Etah cuidou de toda a segurança e assim partiram em direção a Ox.

O planeta era predominantemente revestido por planícies. Tinha uma única cidade, Alessi, e contava com pouco mais de cinqüenta mil habitantes.

A comitiva foi recebida pelo governador, o senhor Nask.

— É uma grande honra receber vossa majestade em meu planeta. – disse fazendo uma reverencia. – ainda mais com a presença do príncipe Eron.

— Agradeço a hospitalidade.

— Por favor entrem.

O prédio do governo ficava no centro da cidade. Era uma construção alta de formato retangular.

— Que lugar encantador. – disse Afrodite. – lugar ideal para férias.

— Pena que não podemos ficar. – comentou Aioria.

— Mask, - chamou Miro. – esse não é o planeta do seu amigo?

— Que amigo?

— Alexei.

— Verdade. Mas acho que ele não está aqui. Lembro que tinha falado que tinha aulas extras.

— Mask. – Saga o chamou num canto, os dourados separaram de Lirya, Etah, Evans e Beatrice. – precisa saber o que são esses ataques. Notou como Evans está tenso?

— Notei. Ele sabe de alguma coisa.

— Serioja? – Kamus jogou o nome na conversa.

— Eu não sei. Quando voltarmos vou verificar isso.

Iskendar que estava a dois quilômetros dali, viu uma pequena nave com o emblema de Ranpur aterrissar perto da sede do governo.

— Que estranho... – murmurou.

Enquanto a Euroxx era abastecida, do outro lado de Ox, uma frota de naves aproximava. Devido a tecnologia usada, não foram detectados pela nave de guerra de Ranpur.

— Comecem o ataque. – ordenou Orrin.

As dez naves, tinham o formato da letra H na vertical. Elas se dividiram em dois grupos formando um triangulo.

Os radares das bases da policia não detectaram-nas. O ataque só foi percebido quando elas começaram a atirar.

No prédio ouviram uma forte explosão.

— O que foi isso? – indagou Etah.

Na periferia da cidade, a destruição alastrava-se. Iskendar que aguardava algum ocorrido num bar, saiu assim que ouviu os sons de explosões.

— O que... – olhou para cima. – que porra é essa?

O bar foi pelos ares. No prédio...

— Senhor Nask! – um civil aproximou. – estamos sendo atacados.

— Como??

— Dez naves entraram na nossa atmosfera e estão atirando.

— Acione o sistema de defesa.

Evans estava em choque. Será que Ox também era um alvo? Olhou para Lirya e Eron.

— Que merda. – saiu correndo em direção a entrada do prédio. Como era bem no centro da cidade poderia ter uma boa visão.

— Sub-comandante! – gritou no seu comunicador. – responda!

Capitão.

— O que são essas naves?

— Que naves?— indagou sem entender.

— Há algo no radar?

— Não.

— Merda... – murmurou. – prepare as naves de combate, Ox está sendo atacada.

A voz de Evans foi abafada pelo som de um alvo sendo destruído.

— Peça reforços a Clamp e Lain, agora!

O caos estava instalado em Alessi, Alexei que estava em casa começou a escutar as explosões e gritos das pessoas. Chegou na janela arregalando os olhos.

— Glaser!

O irmão de Alexei aproximou. O rosto ficou sério.

— Temos que sair daqui.

A investida continuava. Alguns policiais foram para as ruas começando a atirar nas naves. Iskendar tentava desviar dos tiros e dos escombros. Poderia usar sua barreira, mas não poderia se expor daquela maneira.

— Que droga!

Em orbita, Orrin deu a ordem de entrar na atmosfera. A nave mãe tinha um formato diferente das demais era um X e bem superior no tamanho.

Dos janelhões de vidro, os dourados acompanhavam a destruição.

— Nós precisamos fazer alguma coisa. – disse Shura.

— Os reforços estão chegando. – Evans olhava para o céu. – “mas que droga, por que estão demorando tanto?”

Mask não sabia o que fazer. Em uma situação como essa, Shion mandaria todos os cavaleiros de ouro para suas casas. Mas estava numa batalha de armas e naves. O que faria?

Lirya estava apreensiva. Sem defesas, seu filho corria risco. Hely tentava mandar uma mensagem ao setor de segurança de Ranpur. A vida de sua rainha corria risco. E depois do esforço de Célica em salva-la, não poderia falhar em sua missão.

Beatrice assistia a tudo assustada. Não era uma conhecedora eximia de naves, mas aquelas tinham um grande poder destrutivo.

— Senhor. - um policial aproximou de Nask. - uma grande nave se aproxima.      

— Quanto tempo? - indagou Evans.

— Vinte minutos no máximo. Não temos naves suficientes para nos defender.

Evans rapidamente comunicou a Euroxx.

— Nosso prédio tem um escudo de defesa, não é potente mas conseguirá resistir por um tempo.

— Mas e as pessoas lá fora? - indagou Beatrice.

— Caspita. - disse Mask. - Shaka, Mu venham comigo, vamos erguer uma barreira protetora. Eu preciso que tragam as pessoas para cá. - olhou para os companheiros.

— É perigoso Eron. - disse Lirya.

— Evans, Hely e Etah tomem conta da minha mãe e dos demais.

— Eu posso lutar. – disse o garoto.

— Ficarei mais tranqüilo sabendo que está com a minha mãe.

Enquanto isso as pessoas corriam desesperadas para se salvarem.  Iskendar ajudava como podia.

— Mas que droga! - exclamou ao desviar de escombros de uma casa. Sofreu vários cortes no rosto, mas estes cicatrizaram imediatamente.

Os cavaleiros foram para a porta, vendo o caos que instalara. Ficaram atônicos, pois nunca tinham visto tal fato. Prédios e casas desabavam, naves passavam em alta velocidade provocando um som ensurdecedor e acertando tudo com raios verdes.

— Por Atena... – murmurou Saga.

— Boa hora para não trazermos nossas armaduras. – brincou Miro.

— Conseguiremos sem elas. – disse Shura.

— Não temos tempo. Shaka fique na porta e faça uma barreira no entorno. – Mask virou-se para ele. - Mu faça uma aqui. Sei que a área é muito grande, mas conseguem. Eu farei uma mais a frente.

— Você não sabe fazer barreira. - falou Dite.

— Sei sim, tragam o maior numero de pessoas. Não temos muito tempo.

— Está certo.

— Não deixem essas coisas verdes te acertarem, estamos sem armaduras.

Saga, Aioria, Miro, Shura, Kamus e Dite tomaram cada um uma direção para resgatar as pessoas. Shaka se preparava para fazer a sua barreira quando ouviu um estrondo. O governador havia ligado a barreira em torno do prédio.

— Temos que garantir que nada passe, enquanto os reforços não chegam. - disse Giovanni.

Shaka sentou na porta da construção. Fechou os olhos começando a elevar seu cosmo.

— Kahn!

Shaka nunca tinha feito uma barreira dessa magnitude. Por segundos, pensou que não conseguiria, mas não desistiria da missão. Elevou seu cosmo ao maximo conseguindo criar uma barreira que circundou o prédio. Mu olhava o feito do amigo. Estava na mesma situação que ele, jamais tinha criado algo tão grande, mas se esforçaria para proteger a todos.

— Muralha de Cristal!  - ela começou singela, mas em poucos segundo circundou a barreira de Shaka.

Dentro do prédio, Etah e Evans viram algo dourado envolver toda a construção.

— O que é isso? - Etah fitou o capitão.

— Deve ser os poderes dos elementares.

As naves perceberam as barreiras passando a atirar contra ela.

— Malditos... - murmurou Mask.

Ele começou a elevar seu cosmo. Lembrando-se de como Alisha e Hely fizeram, esticou os dois braços. Se estivesse fazendo certo deveria aparecer uma barreira azulada semelhante a uma parede. A medida que seu cosmo aumentava a parede espalhava-se no entorno do prédio.

Kamus e os outros ajudavam as pessoas transpassarem pelas barreiras. Por Ox ter uma única cidade, a população estava toda ali. Dentro do prédio, as pessoas que chegavam eram levadas para cuidar dos ferimentos. Beatrice e Hely ajudavam.

Iskendar carregava uma criança, enquanto outros adultos o seguiam. Ele viu as barreiras de proteção da sede.

— Temos que chegar até lá!

Quando deram um passo uma nave surgiu diante do grupo. Iskendar sacou sua arma, quando ia atirar...

— Relâmpago de Plasma!

Um raio dourado passou por ele, atingindo a nave, que explodiu. Com os olhos arregalados ele olhou para trás.

— Vocês estão bem? - indagou Aioria aproximando do grupo.

Iskendar o fitou. Ele era amigo de Eron. Como tinha feito aquilo? Mas o rosto tencionou ao perceber algo. Eron estava ali?

— Precisamos ir. - o leonino pegou uma senhora no colo. - vamos.

Os ataques intensificaram e a proteção, própria do prédio, não resistiu por muito tempo.

— Seremos dizimados. - disse o governador.

Evans gritava no comunicador pedindo reforços, mas a Euroxx estava com as reservas de energia baixos. Apenas as unidades de Legos já estavam a caminho.

Shaka, Mu e Mask despejam seus cosmos, mas o trabalho ainda estava longe de acabar.

O canceriano fitou os outros dois. Eles tinham o poder de teletransporte, aquilo agilizaria o resgate.

— Mu, Shaka! - berrou para que eles escutassem, pois havia o barulho de explosões. - ajudem Afrodite e os outros. Eu sustento a barreira.

— Você não terá defesa! - gritou Shaka.

— Faça o que eu mando. Eu me viro!

— Mas... - murmurou Mu.

— Anda logo, ainda tem muitas pessoas!

Mesmo a contragosto os dois desmancharam seus golpes. Mask sentiu na hora, pois por pouco a barreira não foi destruída pelos raios de canhão.

— Que droga... - feriu-se no braço por causa dos estilhaços, mas o ferimento cicatrizou rapidamente.

Lirya quando viu o filho sozinho, gritou. Ele seria morto.

— Eron!

— Calma majestade. - Evans a segurou. - os reforços estão chegando.

As unidades de Lego haviam chegado, começando a combater as naves inimigas.

Shura, Miro e Kamus voltaram com os últimos da sua área.

— Precisamos fazer alguma coisa. - disse o espanhol. - Mask não tem poder de defesa, nem sei como ele conseguiu erguer uma barreira!

— Trouxe todos da minha área. - Saga desceu uma criança.

Mask continuava a despejar seu cosmo. Duas naves tinham se separado e estavam atirando contra a barreira.

— Precisamos proteger essas pessoas. - Dite pedia para que todos se afastassem do grande portão. – Shura e Miro fiquem perto da senhora Lirya e dos demais.

Etah olhava tudo ao mesmo tempo impressionado e inquieto. Ele era um combatente. Tinha que estar lutando.

Mu e Shaka apareceram com um grande contingente de pessoas.

— Não sabia que podia transportar tantas pessoas. - comentou Miro.

— Nem eu. - o ariano sorriu. - acho que meu sangue Atlantiks está aflorado.

— Estão todos aqui? - indagou Shaka.

— Falta Aioria.

Ouviram um forte estrondo, que fez a estrutura tremer. Aioria, Iskendar e o grupo que estavam próximos a barreira foram ao chão. O leonino ergueu o olhar.

— Por Atena... - murmurou.

De dentro de algumas nuvens surgiu uma grande nave. O estrondo tinha sido por conta de um tiro de canhão.

Por conta do impacto Mask tinha recuado um passo. Ficou alarmado ao ver a nave.

— Mas que droga!

No prédio, as pessoas gritaram assustadas ao verem a nave. Shura passou a frente de Lirya.

— Aquilo é uma nave? – indagou Afrodite perplexo.

Evans fitava o objeto. Nunca tinha visto uma daquele jeito. Dentro da nave...

— Comandante Orrin, nossas naves não conseguem destruir aquela barreira.

— Atirem com os canhões principais. Vamos matar todos. – ele olhava a imagem de Mask desfocada.

Iskendar sequer olhava para a nave. Sua visão estava em Giovanni e na barreira que ele tinha feito. Estava impressionado contudo por mais que fosse um Tempestta, não conseguiria barrar os canhões daquela nave.

— Vamos depressa! - gritou Aioria.

O grupo correu para as escadarias, entrando no prédio. Iskendar separou do grupo ficando perto do portal.

— "Seu idiota, assim vai morrer."

— Mu, vamos ajudar o Mask. - disse Shaka. - Ele não vai agüentar por muito tempo.

A voz de Shaka foi abafada por um zumbido. Todos voltaram a atenção para o portão. A grande nave estava posicionada bem de frente para eles, viram quatro brilhos azuis nas pontas do X, se transformarem em raios indo em direção ao centro da nave.

— Vão atirar em nós... - murmurou Beatrice. - aquilo é um canhão de plasma... não temos chance.

Os Legos tinham derrubado metade das naves, um contingente seguiu para perto da nave mãe começando a atirar, mas ela tinha um escudo que impedia de ser acertada.

Giovanni olhava temeroso para a grande nave a sua frente. Não precisava ser conhecedor para prever o poder destrutivo daquela coisa. Um só tiro e eliminaria a todos.

Ele elevou seu cosmo. Pontos azulados apareceram no centro da nave. Eles iriam atirar.

— Não mesmo. Não vão matar mais ninguém. - poderia mirar na nave, mas se fizesse isso a barreira seria desfeita e eles a mercê das outras naves. - eleva-se cosmo. Ahhh!!!!

O cosmo de Giovanni espalhou-se ao redor dele, indo em todas as direções. A barreira que estava azulada foi mudando de cor ficando dourada e mais consistente.

Na sede, Etah, Evans, Lirya e Iskendar olhavam impressionados.

— O que é essa luz dourada? - Lirya olhou para Dite.

— Cosmo.

— Nunca vi alguém da minha raça ou um Atlantiks fazer uma barreira como essa. - disse Hely.

— Nem Soren. - observou Evans. - e ele era muito habilidoso.

— O Gio nunca fez algo assim... - murmurou Shura. Até os dourados estavam impressionados.

Iskendar olhava estarrecido. Aquilo era o poder de um Tempestta?

— "Não pode ser só isso... o que será que deve ter acontecido com ele em VL para transformá-lo?"

Mask despejou mais energia na barreira. Ela solidificou ainda mais, aumentando o perímetro.  As naves que encostavam na barreira, explodiam.

 - Ahhhh!

Jogou ainda mais seu cosmo. A barreira expandiu. Mask estava tão concentrado que nem percebeu que uma mecha de seu cabelo ficou branca.

— Comandante, a Euroxx entrou na atmosfera.

A expressão dele não se alterou.

— Quantos minutos para liberarmos o tiro?

— Cinco minutos.

Enquanto isso Mask já estava preparando para fazer algo, quando viu surgir um objeto no céu.

— Euroxx... – murmurou.

Na nave inimiga...

— Prepare uma manobra evasiva, - disse Orrin. -  use os espelhos refletores.

 A Euroxx já estava com a nave na mira, mas surpreendente ela sumiu. As menores também sumiram instantaneamente.

— Ainda bem. - Etah soltou um suspiro aliviado.

Por precaução Mask não retirou a barreira, mas o perigo tinha passado.

No prédio, os cavaleiros olharam entre si. Perceberam que o poder do canceriano estava como se estivesse usando sua armadura divina. Não estavam impressionados por isso. Logo após a batalha contra Loki todos tinham voltado a vida ainda mais fortes. Eles mesmos estavam surpresos por ele ter sido capaz de criar uma barreira semelhante a de Shion e Mu e tão poderosa.

— Essa é a combinação de um Tempestta com um cavaleiro? - comentou Saga.

— Se é, o que acontece se ele lançar o golpe dele? - Aioria fitou os amigos.

— Podemos esperar um poder destrutivo ainda maior. - disse Shaka. - Nós também precisamos tomar cuidado. Nossos poderes podem sofrer alterações. Eu não conseguia teletransportar tantas pessoas e Kamus criou neve em Clamp.

A expressão de Iskendar era séria. O que tinha visto e após ouvir os comentários dos amigos de Eron só o fez pensar que ele com certeza era o Tempestta mais forte que já surgiu. Depois de certificar que tudo estava bem, Mask desfez a barreira. Estava cansado pelo esforço.

— Alteza. - Etah correu ate ele. - o senhor está bem? - fitou a mecha branca.

— Estou. Demoraram. – apontou para a Euroxx. - Vamos entrar.

Iskendar escondeu-se para que Mask não o visse. Ficou ainda mais sério ao ver a mecha branca. Ele era o único Tempestta de cabelos não brancos. Soren tinha tido que quando o poder dele manifestasse os cabelos mudariam de cor. Aquela mecha significava o ápice? Ou apenas o poder começando a manifestar?

— "Pirralho cretino." - cerrou o punho nervoso. - "Ele é forte."

— Eron! - Lirya o abraçou. - não se arrisque mais.

— Esta tudo bem mãe. - acariciou os cabelos azuis.

— Você... - fitou os cabelos. - por que seu cabelo está assim?

— Assim como?

— Tem uma mecha branca na franja. - disse Dite aproximando. - está tudo bem?

— Sim. - levou a mão ao cabelo. Viu sua imagem num reflexo. Realmente estava branco.

— Bela barreira Giovanni. - disse Shaka. - conseguiu manipular bem seu cosmo.

— Mais um truque aprendido. - sorriu.

— Eron!

Olharam para a voz.

— Alexei? – ficou surpreso por vê-lo.

O garoto aproximou, junto com o irmão.

— Vocês estão bem?

— Sim. Miro nos ajudou. Nem acreditei quando o vi aqui. Muito obrigado alteza, nos salvou.

— Já falei para parar de me chamar de senhor e de alteza. - ralhou. - é Eron. - fitou o irmão dele que estava no colo de outro homem. Na fuga, acabou quebrando sua perna mecânica.

— Me chamo Glaser, alteza. - disse o irmão. - Soren foi um rei honrado. E hoje vi que Alexei irá servir a outro honrado rei.

Mask ficou sem jeito com as palavras.

— Obrigado.

— Ox sempre estará ao lado da casa real. - disse outro ancião.

Os juramentos espalharam-se pelo local. Lirya sorriu. Eron seria um bom rei.

— Senhor Evans. - Mask o pediu. - providencie que todos sejam levados para Lain. Até reconstruímos o planeta quero que fiquem em segurança.

— Sim alteza.

Com os ânimos mais calmos, Evans e Etah foram providenciar o retorno do príncipe e dos habitantes de Ox.

— Seu cabelo vai ficar branco? - Aioria apontou.

— Eu não sei. Meu pai me disse que ele ficaria assim quando manifestasse meu poder. Não sei se volta ao normal.

— Estranho, na Terra nunca ficou assim. - comentou Shura.

— Provavelmente pelo fato das lembranças dele estarem bloqueadas. - disse Saga. - agora que está "desperto"...

— Faça outra barreira. - pediu Shaka.

Mask elevou seu cosmo, formando uma barreira em torno de si. Ela era dourada e semelhante a de Shaka.

— Isso numa luta é uma grande vantagem. - disse Shura.

— Vamos para casa, preciso descobrir o mandante disso. – falou frio.

Iskendar, esperou Eron e os demais entrarem na Euroxx, para segui-lo, precisava voltar para Ranpur. Não sabia se sua nave tinha sobrevivido ao ataque e não poderia esperar a nave que levaria os habitantes de Ox para Lain.

O.o.O.o.O

Orrin estava irritado. Não esperava que a Euroxx estivesse em Ox. Aquele erro, custou metade de suas naves.

— Senhor.

— Como não detectaram a Euroxx antes? - fitou de forma fria para o rapaz.

— O nível de energia deles estavam muito baixo, se usássemos nossa força máxima, nós seriamos detectados.

— Nos seguiram?

— Não. Nossos escudos foram perfeitos. Não há a menor possibilidade de nos encontrarem.

— Saia.

O rapaz saiu imediatamente. Orrin foi até o painel de sua mesa apertando um botão. A imagem de um homem surgiu.

— Senhor. - Orrin fez uma mesura.

— Diga.

— Os ataques aos planetas foram um sucesso. Só tivemos problema nesse ultimo.

Que tipo de problema?

— Perdemos cinco naves. Elas foram almejadas pela tropa de Legos e por uma barreira criada em torno da sede do governo.

— Barreira?

— Sim. Eles tinham um atlantiks com eles. Além do mais a Euroxx estava em orbita.

— Como?

— Não conseguimos detectar pois a nave estava com níveis de energia baixos.

Haykan ficou em silencio. Segundo informações a Euroxx tinha partido para Clamp um dia antes, levando a família real. Será que...

— Como era essa barreira?

— Dourada. - estranhou a pergunta. - e muito resistente. Eles queriam realmente proteger a sede.

— Uma barreira tão poderosa para proteger um planetinha sem expressão é ilógico, a não ser que os Tempesttas estivessem no prédio.

Orrin arregalou os olhos.

— A família real estava em Ox?

— Provavelmente.

— E eu falhei na minha missão. - cerrou o punho.

— Não falhou Orrin. Apesar das perdas os ataques foram um sucesso. Vocês conseguiram sair de Ox sem serem seguidos pela Euroxx. Isso é muito bom. Volte imediatamente para S1, precisamos organizar o passo dois.

— Sim senhor.

A transmissão foi encerrada. Mesmo seu líder dizendo que ele tinha cumprido a missão, não se sentia assim. Havia perdido uma grande oportunidade de acabar com os Tempesttas.

— Não vou falhar da próxima vez.

O.o.O.o.O

Rihen coordenava as equipes para o patrulhamento da galáxia depois dos ataques. Ainda não tinha recebido noticias do ultimo alvo, Ox e estava na expectativa.

— Presidente. - Kopal bateu continência.

— Traga boas noticias, capitão.

— Infelizmente não as tenho.

— Antes de falar, irei transmitir para todos.

O presidente foi até um controle. Apareceram Marius, Urara, Noah, que estava com a diretora, Athos e Niive.

— Agradeço a presença de todos. - disse Rihen. - Kopal trás informações sobre os ataques.

— Foram quatro ataques. Dois na jurisdição da área dois e dois na área cinco. Nossos radares não conseguiram detectá-las. Sabemos que foram mais de trinta de naves pequenas e quatro medias, devido aos relatos de sobreviventes.

— Como não conseguimos detectar? - indagou Rihen.

— Usaram um alto sistema de camuflagem. Entraram e saíram sem que tivéssemos conhecimento.

Desde quando esses piratas fazem isso?— comentou Niive.

— Esta é a questão capitã Jay. Eles não conseguem, ainda mais com um poder destrutivo tão grande.

Supõe que seja uma ação mais coordenada?

— Sim coronel Triste. Se forem mesmo os piratas eles estão ficando mais sofisticados.

— Rihen. - Marius o fitou. - esses ataques podem está relacionados com os ataques a Beatrice e o de Célica?

A pergunta do chanceler de Ranpur fez todos voltarem a atenção para o presidente da policia.

— Creio que sim. - disse baixo. - Estamos investigando. Piratas é uma opção, conspiradores é a outra. Eles podem está armando uma espécie de golpe.

Mas a esse ponto?— Noah entrou na conversa.

— Pela extinção do conselho e dos Tempesttas são capazes de fazer qualquer coisa senhor Noah. - disse Rihen. - qualquer coisa.

— Estamos colocando a galáxia em sinal amarelo e vermelho nas proximidades dos planetas do grupo dos nove. - disse Kopal. - precisamos traçar uma estratégia o quanto antes.

A reunião foi interrompida pela entrada de uma policial.

— Senhor perdoe, mas trago más noticias.

— O que foi?

— Ox, acabou de ser atacada.

— Como?! - exclamaram todos os presentes.

— O dano só não foi maior porque a tropa de Legos da Euroxx entrou em ação e...

Você disse Euroxx?!— Marius berrou. - a Euroxx estava em Ox??

— Sim chanceler. A Euroxx entrou na atmosfera.

Urara e Niive pensaram em Shaka e Kanon.

— O que a Euroxx fazia em Ox, Marius? - a voz de Rihen saiu fria. Ele não sabia que a nave estava naquele local.

Assim que os ataques começaram, pedi a Evans que voltasse imediatamente para Ranpur, mas a Euroxx precisava abastecer e eles fariam um parada de meia hora em Ox.

Rihen levou a mão a testa, visivelmente nervoso.

— Não está querendo dizer  que a rainha e o príncipe estavam em Ox no momento do ataque. - a voz saiu bem pausada.

Provavelmente.

— Chame Evans. - olhou para a policial. - imediatamente.

Ela foi cumprir as ordens e minutos depois Evans estava diante deles.

Senhores e senhoritas.

— O que aconteceu? - o presidente indagou logo de cara.

Paramos para abastecer. Pela Euroxx ficar vulnerável, achei melhor levar a comitiva para o planeta.  Um grupo de dez naves pequenas e uma média apareceram. Uma tropa de Legos combateu-as enquanto a Euroxx preparava-se para atacar.

— E a rainha? - indagou Marius.

Estava na sede do governo. Enquanto aguardamos por reforços, vossa alteza e os amigos deles fizeram a proteção de todos.

Como assim?— perguntou Athos.

Rihen e Marius lembram que Soren não era capaz de criar uma barreira que protegesse alem de si mesmo? O Eiji Shaka criou uma barreira circundando o prédio,— Urara e Noah franziram o cenho ao escutar. - o atlantik Mu criou uma segunda barreira em torno da primeira e o príncipe uma terceira, ao redor das duas. Eles levantaram tres barreiras de proteção usando apenas os punhos. — frisou a ultima palavra. - no final Eron criou uma barreira que repelia as naves.

A sala ficou em silencio.

— Está me dizendo que eles criam barreiras do nada? - Kopal o fitou.

Sim. Alguns moradores relataram que Aioria acertou uma nave disparando um raio dourado dos punhos.

— São poderes? — indagou Urara.

Eles servem a uma elementar em VL.— disse Noah, não muito surpreso com a revelação. - portanto devem ter poderes sobre humanos.

— Ontem a noite, ao que parece um deles fez nevar em Clamp.- disse Evans.

— É verdade. - disse Niive.— foi o assunto mais comentado.

Rihen estava em silencio. Aquilo deveria ser algum sistema de defesa. Sabia que eles eram diferentes, mas não poderiam ser tão fortes.

— Onde você está?

Em meia hora estaremos em Ranpur.

— Kopal leve a Galaxy para Ranpur. Quero cada área devidamente protegida.  Onde está Marius?

Orion.

Rihen assustou e antes que ele perguntasse algo...

Fontes de energia para o nosso CEPHA. - não poderia revelar o teor da visita, mesmo para Rihen.

— Volte o quanto antes para Ranpur. Senhor Noah, nem pense em sair de Obi. Aos demais certifiquem-se que cada lider do grupo dos nove permanecam em seus planetas. Permaneçam em alerta.

A transmissão foi encerrada.

Urara ficou apreensiva. Shaka estava no meio dessa confusão.

— Vá até Ranpur. - disse Noah.

— Para que? E não posso abandonar meu posto.

— Trabalhar com o coração angustiado não fará seu serviço render. Vá ver se o Eiji está bem, depois volte.

— Não posso sair por motivos pessoais. Ainda mais desse motivo.

— Se quer desse jeito... - suspirou. - capitã Urara. - a voz saiu firme. - traga o Eiji para Obi imediatamente, precisamos dele.

Ela ficou de boca aberta.

— Não pode fazer isso.

— Isso é uma ordem do conselho de Obi. Está questionando?

— Não senhor. - abaixou o olhar.

— Agora vá e volte o quanto antes.

Niive desligou a comunicação, deixando o corpo acomodar na cadeira.

— Tudo acontece na minha  área. - murmurou. O pensamento foi para Kanon. Pensou também nos avós. Pegou o aparelho para saber se todos estavam bem.

Alô. - disse uma voz masculina.

A diretora ficou assustada. De quem era aquela voz?

— Quem está falando?

Sou eu diretora.

— Kanon?! - berrou. - o que está fazendo na casa dos meus avós?!!

Pedi o Mask para ficar. Aldebaran está aqui também. Estelli o adorou, até me deixou de lado.

A vontade dela era xingar pelo atrevimento, mas ficou feliz por saber que ele estava lá e não na Euroxx.

— O planeta que a Euroxx pousou foi atacado.

Como?? E o Mask? E a dona Lirya? E os demais?

— Estão todos bem. Kanon, - fez alguns segundos de silencio. - será que pode me explicar sobre os poderes de vocês?

Como assim?

— Eu não devo voltar hoje, a sede está um caos, mas amanha estarei aí. Gostaria que explicasse sobre seus poderes.

Tudo bem. - notou a voz dela apreensiva. - vou te esperar. Não se meta em confusão.

— Está bem. 

Desligou bem mais tranqüila. Agora era hora de trabalhar.

Marius estava sitiado nas instalações da lua artificial em Orion. Na sala de operações aguardava a noticia do retorno da rainha.

— Não deveria ter contado ao Rihen sobre elas? - indagou Stiepan.

—  Não sabemos quem está por trás desses ataques. É melhor manter sigilo sobre as naves. Eu preciso voltar para Ranpur.

— Mandarei naves para te escoltar.

— Stiepan, - tocou nos ombros dele. - mantenha segredo absoluto sobre isso. Não convoque a reunião com os demais até descobrirmos quem foram os autores.

— Desconfia de alguém? Serioja?

— Espero sinceramente que seja ele. - disse apreensivo. - pois se for quem estou pensando, precisaremos da RAMAEI.

O presidente ficou inquieto com as palavras do amigo.

Depois da transmissão encerrada, Stiva saiu do local de onde estava.

— Isso não está se tornando um tiro no pé? - indagou Stiva. - a qualquer momento a policia pode descobrir de onde partiram os ataques e todo aquele plano fracassar.

— Eles não vão descobrir. - Athos acomodou-se melhor. - as naves entraram e saíram de um hadren sem serem detectadas. É alta tecnologia Stiva.

— E vão acusar alguém antes?

— Os seguidores de Serioja ficaram meio desorientados, pois não saberão quem foi o autor dos ataques. É provável que a guerra comece entre eles primeiro.

Stiva franziu o cenho.

— Está assim pois não imagina o poder destrutivo deles. Dessa vez GS pode não aguentar.


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Notas finais do capítulo

1) T Bomba: bomba criada pela União Soviética chamada de bomba nuclear RDS-220, mas apelidada de Tsar Bomba ou T-Bomba em referencia ao quarto Tzar da Rússia Ivan, o Terrível. Tem potencia de 50 megatons com capacidade destrutiva equivalente a todos os explosivos usados na segunda guerra multiplicados por dez.


2 ) Anti-materia: (É apenas uma explicação básica) É o contrário de matéria. É composta de antipartículas, que possuem a mesma característica das partículas (massa e rotação), mas com carga elétrica contrária. Matéria e antimatéria não coexistem. Se encontram-se, geram uma explosão que transforma massa em energia. Isso é muito explorado no universo de Star Trek.

3) Enterprise: não é a mesma nave da série Star Trek, mas o nome não é atoa. Sou muito fã e acho a Enterprise uma nave linda e adoro o nome dela, tanto que até tenho uma miniatura da nave no meu quarto. O nome aparece também em ônibus espacial da Nasa, porta-aviões e navios da marinha Britânica e nomes de cidades dos EUA.



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