Quem Nós Somos? escrita por AndreZa P S


Capítulo 15
E - Entre amigos...!




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"Eu ainda estou aqui, perdida em mil versões irreais de mim.

Estou aqui por trás de todo o caos em que a vida se fez. Tenta me reconhecer no temporal.

Me espera.

Tenta não se acostumar, eu volto já, me espera.

Eu que tanto me perdi em sãs desilusões, ideais de mim...Não me esqueci
de quem eu sou, e o quanto devo a você.

 

Mesmo quando me descuido

Me desloco

Me deslumbro

Perco o foco

Perco o chão

Eu perco o ar

Me reconheço em teu olhar que é o fio pra me guiar de volta. De volta

Tenta me reconhecer no temporal (...)Tenta não se acostumar, eu volto já, me espera.

Eu ainda estou aqui."

Me espera - Sandy feat Tiago Iorc

 

Por Eadlyn Schreave

 

Passei o semestre inteiro aguardando as férias e, felizmente, hoje é o último dia de aula. E, infelizmente, acho que fiquei em substiuição de grau em uma das disciplinas. Será que se eu oferecesse dinheiro pra professora ela me daria aquele mísero 0,7 de pontos que faltou pra eu atingir a média? Sério, não queria ter que ser obrigada a conviver dois dias da semana com ela novamente. Isso é castigo. Um castigo daqueles. 

Mas ela é velha dos infernos, vestida de boa mulher. Não aceitaria o meu dinheiro, e ainda reclamaria de mim pra Reitoria e, com certeza, chegaria aos ouvidos dos meus pais. O que papai acharia disso? Óbvio que iria se decepcionar, afinal, que tipo de filha tinha criado? Ele que sempre foi tão honesto.

Faço uma careta e suspiro enquanto tomo o cuidado de não pisar em nenhuma poça de água lamacenta que cobria o chão do campus. Quando finalmente chego até a cantina da faculdade que está, como de costume, apinhada de jovens, corro os olhos pelas as mesas, procurando por um par de olhos me fitando através dos óculos. Franzo a testa quando não encontro o Kile, e guardo minha sombrinha dentro da bolsa que eu segurava. Assim que ergo os olhos para mais uma varredura do local para procurá-lo uma última vez, avisto os dois braços de Louise erguidos, balançando-se vagamente enquanto ela me convidava a me sentar ao seu lado. Fico parada por alguns segundos, decidindo se a ignorava, como tenho feito desde que cheguei de viagem, ou se vou até ela e vejo o que tanto quer conversar comigo. 

Bom, ela sempre aparentou me admirar e, como já havia perdido uma fã - Julieta -, acho que não seria má ideia ir até lá pra ver o que tem pra me falar. Abro um sorriso à Louise, que estava sentada junto com o Richard Campestro, seu namorado - e um dos líderes do time de basquete da Universidade, juntamente com o Erik. Ambos me receberam com um sorriso, e eu me acomodei de frente a eles, pousando os meus cotovelos na mesa e cruzando as mãos. 

— Quanto tempo, Ead - murmura Richard, soltando uma risadinha marota. Estreito os olhos e inclino a cabeça levemente para trás. 

— Estava ocupada, Campestro - digo ao lhe lançar uma piscadinha e jogar os meus cabelos para o lado. Richard era legalzinho, mas eu não sabia exatamente se a amizade entre ele e Erik ia além das quadras ou das festas.

— As provas deste semestre me pegaram de surpresa, estavam difíceis - fala Loiuse, com o seu sotaque americano acentuado. Ela me olha com uma expressão intrigada, sempre fora curiosa, devia estar se corroendo por dentro pra catar a minha vida. 

— Imagina pra quem administrou os estudos com a troca de namorado instantaneamente, tipo a Eadlyn? - Provoca o cara. Faço cara de poucos amigos e arqueio uma das sobrancelhas. - Ei, calma Schreave, estava brincando, você sabe que essa história pegou todo o grupo de surpresa - diz.

— A universidade toda, eu acho - complementa Louise, ao fazer um biquinho. - Você e Erik eram o casal perfeito.

Solto um suspiro alto ao me recostar na cadeira de estofado vermelho vivo.

— Erik não estava me satisfazendo mais - eu digo. E isso era meio que verdade, meio que mentira. Só não sabia dizer se era mais verdade ou mentira. Dou de ombros. Louise se inclina para a frente, aproximando o rosto de mim. Seus olhos castanhos brilhavam de expectativa.

— Não estava? - Indaga, toda curiosa. Abro um sorriso de lado. - Nem um pouco?

Balanço a cabeça de um lado para o outro. 

— Nem um pouquinho.

Ela me lança um sorriso malicioso.

— Em qual sentido ele não estava te satisfazendo? - Força ela. De repente, até Richard parecia mais interessado na conversa. Dou de ombros.

— Em muitos, Louise.

— E Kile está dando conta do recado? - Meio que debocha Richard.

— Com certeza está dando conta do recado. Perfeitamente. Agora, já Julieta... não sei se ela está conseguindo substituir alguém que é simplesmente insubstituível. No caso, eu - falo, ao dar uma breve observada nas minhas unhas e abrir um sorriso com todos os dentes à mostra.

— Eles estão namorando? - O Campestro perguntou, parecendo confuso.

Olho para Louise, que até onde eu sabia, era muito amiga de Julieta.

— Não sei de nada - esquivou-se ao fazer uma careta.

— Como não sabe, Louise? - Retruco ao revirar os olhos. - Vocês duas não se desgrudavam.

— Ela me colocou contra a parede - confessa, enquanto fitava a garrafinha de Coca-cola que segurava firmemente com uma das mãos. - Disse pra escolhar ser fiel a ela ou a você. 

Estreito os olhos e empino um pouco o nariz.

— À mim? Vocês eram inseparáveis. 

— Fui obrigada a escolher, uai - murmura, seu sotaque de interior soando forte agora.

— Ótimo. Fico feliz em saber que você sabe que Julieta simplesmente não serve pra primeira dama. Ela jamais será como eu, mesmo que namore com o babaca do Erik - falo de forma arrogante e autoritária. 

— Bem, você está namorado com o nerd do Kile e mesmo assim não perdeu a sua posição, acho que está certa - diz, ao dar de ombros e abrir um sorriso pra mim. Uma pequena parte minha, muito, muito pequena, se incomodou com o fato de Louise preferir à mim do que a amiga de tanto tempo. Será que naquele lugar, alguém era amigo de verdade de alguém ou era só questão de estar por cima, de ter poder?

No caso, senti como uma pequena pontada no peito, mas o fato de verdade, é que eu estava completamente satisfeita por ter a certeza de que eu, Eadlyn Schreave, conseguia tudo o que queria, independente de Erik ou não. 

Viro a minha cabeça em direção a Richard e cruzo os braços.

— Você não sabia do namoro do teu amigo com a Julieta? - Questiono, deixando minha desconfiança bem à mostra mesmo.

Ele dá de ombros.

— Me falou que estavam se curtindo, nada a mais - responde, parecendo levemente confuso. 

— Vocês nunca viram eles juntos? Nem na festa da Suzzana? - Eu quero saber, agora erguendo as duas sobrancelhas.

— Eu vi eles na festa da Suh, mas poucas as vezes vi pelo o campus - ponderou o Campestro, parecendo absorto em seus próprios pensamentos.

— Deve ser por causa das aulas, e Eikko estava bastante ocupado com o time e alguma coisa relacionada à empresa da família dele - Louise diz, a voz saindo pensativa também. 

Obviamente, eles pareciam não saber da missa a metade e, com toda a certeza do mundo, Julieta e Erik pintaram a minha caveira pra eles. Não que eu me importe, desde que eu ainda tenha o meu trono. 

— De qualquer forma, eles já não fazem mais parte da minha vida - falo com um falso ar cansado. - Claro, ainda sou obrigada a vê-los pelos os corredores e nas festas, já que fazem parte do mesmo círculo social que o meu, mas me limito a isso. 

— Eu ainda não acredito que você trocou o Eikko pelo o Kile - Richard diz, realmente parecendo inconformado com a minha atitude.

— Não sabia que ele fazia o seu perfil - Louise pontua, o brilho de curiosidade voltando ao seu olhar.

No mesmo instante, quando estava abrindo a boca pra destacar as qualidades do meu suposto namorado, sinto uma presença atrás de mim. A pessoa colocou as mãos nos meus ombros, e então me beijou lentamente no pescoço, e foi inevitável ter arrepiado. Ainda não havia me virado para trás pra ver quem era, mas o perfume de Kile era um dos meus preferidos, forte e parecia que combinava perfeitamente com a sua personalidade. Seco, amadeirado, e algo doce no fundo. Ele então, senta-se ao meu lado, um dos braços envolvendo as costas da cadeira em que eu estava. Abro um sorriso de lado, enquanto Kile desliza a mão livre pelo o cabelo estilosamente desgrenhado e completamente molhado. Na verdade, suas roupas estão encharcadas. Ao que parece, o idiota não sabe como se usa um guardachuva.

— Olá - ele cumprimenta meus amigos com um sorriso que estava no limiar entre ser simplesmente educado, e ser chamoso. Louise o encarou por várias segundos, enquanto observava Kile erguer-se um pouco da cadeira para poder apertar (com força, pelo o que percebi) a mão de Richard, que pareceu surpreso pelo o comportamente do Woodwork. E como não ficaria? Estávamos acostumados a ver Kile caminhando pelo os corredores, com as mãos cheias de livros, os cabelos despentados, meio curtos e meio longos - nunca soube denifir exatamente o signficava aquele ninho na cabeça dele -, desleixado com as roupas e sempre de cabeça baixa. Antes eu achava que ele se portava assim, porque se achava inferior a nós, só que, depois de passar esse tempo com ele, percebi que simplesmente o cara não gostava de se misturar. Talvez, bem fundo, Kile é que se sente bom demais pra andar com a gente. 

— Olá - responde Campestro, ainda parecendo atordoado pela a forma como Kile chegou. 

— Olá, Kile - fala Louise, ao piscar os cílios mais vezes do que o necessário.  Kile sorri de canto, aquele sorriso que ele dá pra mim quando quer me ver irritada. Decerto estava pensando em algo que com certeza faria o sorrisinho bobo de Louise desaparecer do rosto dela.

— Você sabe o meu nome, então? - Pergunta, ao sentar-se o meu lado novamente. Sua camisa está molhada, e é branca. Ele dobra as mangas até a altura do cotovelo e puxa os fios de seu cabelo para trás. 

Louise corou um pouco as bochechas. Não raro, já a vira tratando Kile com desdém.

— Claro que sim... e você sabe o meu, né? - Ela sorriu. Um sorrisinho pretensioso. 

Kile tira os seus óculos e os deixa em cima da mesa, e depois foca o seu rosto em Louise.

— Cassandra, certo? - Indaga, com um ar inocente, mas eu sabia que ele simplesmente queria provocá-la e, confesso, quando não é comigo as provocações, até que é divertido de ver.

Louise fez uma careta.

— Não.

— Lara... ? 

— Você não sabe o nome dela? - Retruca Richard, também parecendo tão incomodado quanto a garota. 

O Woodwork dá de ombros. 

— Deveria? Desculpa, sou muito distraído.

— É Louise - diz, com a voz azeda.

— Sei que já te vi pelo os corredores, Louise, sinto em ter esquecido o seu nome - e então abre um sorriso bonito, e estende a mão para ela, que cede automáticamente e recebe um beijo superficial de Kile na mão. - Você me perdoa? - Pergunta.

Louise cora um pouco mais e então, de repente, do nada, subitamente, a raiva que via antes em seu rosto deu lugar a um sorrisinho que já vi ela dando pro Eikko. Não era malicioso ou pervertido, era outra coisa, outra coisa. Ela balança a cabeça, concordando.

— Era só o que me faltava - resmunga Richard, ao observar a cena, assim como eu. Mas ele parecia irritado, eu estava sorrindo. Kile então olha pro Campestro.

— E você... eu conheço, Richard Campestro - o Woodwork murmura. - Sou muito fã de basquete e você realmente carrega o time nas costas, parabéns  - fala ele. E eu não sabia dizer se ele falava a verdade ou não... , mas pelo o que pude captar dele, acredito que fosse. 

— Você gosta de basquete? - Questiona o namorado de Louise, parecendo desconfiado.

— Joguei até o ensino fundamental. Eu era bom, não sei se ainda sou, né, mas eu era - diz ele ao dar uma risada. E, de repente, Richard abre um sorriso enorme.

— Bate aí, cara - fala, ao esticar seu braço e fechar a mão em punho. - Se você gosta de basquete, deve ser um rapaz legal.

Kile abre um sorriso maroto, e dá um soquinho na mão do Campestro.

— Atualmente prefiro matemática e geometria, mas sim, basquete é um dos meus esportes prediletos.

Ok, tudo estava indo muito bem, mas porque Kile tinha que falar nerdisse? Sério?

— Certo, certo - chama a atenção Louise, ao espalmar as duas mãos sobre a mesa. - Antes que os meninos comecem a falar sobre esportes - e então ela coloca o dedo dentro da boca e finge estar quase vomitando (e, diga-se de passagem, que quando ela fez isso, saiu uma babinha de dentro da boca dela. Olhei rapidamente para Kile e, a julgar pela a sua rápida expressão de nojo, ele também tinha visto. Meu sorriso acentuou-se mais um pouco), e aí, Louise continuou: - Quero a presença de vocês na minha festa hoje, pra comemorar a entrada das férias! - E daí ela dá um gritinho.

Olho para Kile, que pareceu desanimar um pouco. Olho, agora, pra Louise, um sorriso divertido brincando no meu rosto.

— Nós iremos, suas festas de fim das aulas são sempre as melhores - eu falo á ela, sendo sincera. Não ser convidado para uma festa de Louise Swan, era o mesmo que ter recebido um passaporte só de ida para fora do nosso círculo social. Ou a confirmação de que você é um lesado. 

 

Jogamos mais um pouco de conversa fora, antes do casal ter que ir embora. Kile e eu ficamos em silêncio durante um momento, até que eu digo:

— Pensei que não ia te ver hoje. 

O Woodwork coça a lateral do rosto, e então puxa alguns fios da barba no queixo.

— Sentiu minha falta? - Provoca.

Reviro os olhos.

— Claro que não, na verdade, estava prestes a fazer a dança de agradecimento pela a sua ausência - respondo.

Kile riu um pouco.

— Eu realmente fiquei curioso pra saber como é essa dança de agradecimento - e aí, ele riu de novo.  Dou de ombros.

— Pena que nunca vai ver. - Pego minha bolsa de cima da mesa, enquanto Kile levanta-se (e pega o seus óculos) e eu o acompanho. - Mas me diga uma coisa... o que deu em você hoje? - Pergunto ao caminhar de mãos dadas com ele até a saída da cantina. 

— A que está se referindo, cherie?

— Sobre os meus amigos hoje. 

Kile olhava para a frente, ao mesmo tempo em que meus olhos não desgrudaram de seu rosto até eu escutar a resposta.

— Simplesmente resolvi me empenhar nisso aqui - murmura, ao me fitar de relance e abrir um breve sorriso, enquanto apontava o dedo de mim para ele. - Além do mais, por que só roubar da namorada do infeliz do Erik, se posso tentar trazer alguns amigos também pro meu lado?

— E você gosta mesmo de basquete? - Pergunto, ao estreitar os olhos. Paramos embaixo do telhado do corredor de fora do refeitório. A chuva parecia cinzenta e fria. 

— Gosto. Eu não menti, Eadlyn, você nunca vai me ver mentindo pra agradar alguém - retruca, ao por as mãos dentro do bolso da calça jeans preta e completamente encharcada. Ele ainda procurava não me olhar muito. 

— Hum... tá. 

— Vamos no meu carro hoje - fala, agora me encarando. Ergo uma sobrancelha.

— Nem morta.

Ele sorri.

— Já está decidido.

— Vou te incomodar até você mudar de ideia. Você sabe que consigo ser bem chata quando eu quero.

Kile bufa.

— Acho que você consegue ser bem chata até quando não quer.

— Idiota - resmungo ao pegar minha sombrinha de dentro da bolsa. 

— Você vai me dar uma carona nisso aí, né? - Questiona.

— Pra quê? Você já está todo molhado! 

Ele dá de ombros.

— Pra eu não ficar mais molhado ainda, oras. 

— Não vou. Tchau - falo, dando passos a frente, a chuva batendo contra o tecido que protegia a minha cabeça. De repente, sinto alguém puxar o guardachuva da minha mão, e adivinha quem era? - Você é uma criança, Woodwork! - Grito, enquanto corria atrás dele pra pegar novamente a minha sombrinha azul marinho. Quando ele finalmente parou, comecei a despontar socos em seu abdomen, até que ele segurou as minhas mãos. 

— Calma, Eadlyn - fala ele, a voz calma, como se não tivesse acabado de me deixar completamente encharcada. 

— Você é tão criança, idiota - digo novamente, bufando. Ergo a mão para lhe estapear novamente, quando ele me segura (me lembrando a primeira vez que conversamos), só que dessa vez ele me puxa pra perto de si, e fica me encarando. Eu o encaro de volta. Parecia que estávamos competindo para ver quem é que estava mais irritado e, ao que parece, estava empatado.

— Me solta - falo.

— Você é tão.... - ele solto o ar em uma lufada, parecendo irritado e indignado. Arqueio uma sobrancelha.

— Tão o quê?

— Frustrante.

— Olha quem fala! Estou parada na chuva, completamente molhada, por sua causa.

— E o que está fazendo aqui ainda? - Retruca, muito sério.

— Você está me prendendo - retruco, ao revirar os olhos e fungar.

— Não - diz simplesmente. E foi aí que percebi que Kile não me segurava mais... mas mesmo assim, fiquei mais alguns segundos lhe encarando, queria que ele percebesse que eu o acho mais frustrante do que ele acha a mim. E então, do nada, ele se curva para baixo, abrindo um sorriso pequeno e acena pra mim com dois dedos erguidos, antes de virar as costas e me deixar ali. 

Ele é tão... - suspiro resignado agora - imbecil.

 

 

No fim, lá pela as nove horas, Kile veio me buscar com o seu carro. Ele vai me obrigar a andar naquela carroça e, a cada dia que passa, mais acho o Woodwork o cara mais idiota do mundo. Enquanto íamos em silêncio - silêncio mais ou menos, né, porque aquele motor parecia que iria ter um ataque cardíaco a qualquer momento -, pego o meu celular e apago a música Snuff da Slipknot que baixei ontem. Deus me livre ele encontrar aquela canção no meu telefone e achar que eu gostei dela. Mesmo que tenha gostado, ele não precisa saber. 

 

 

 

 

 

 

 

 


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