O acaso escrita por Nathália Fernanda


Capítulo 5
capítulo 5




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Acordei e quando olhei para o lado, notei que ela não estava mais ali. Levantei e quando pensei em sair procurando-a, pude vê-la saindo do banheiro e vindo em minha direção.

— Bom dia, dorminhoca. – disse ela me dando um beijo na testa.

— Bom dia Fernanda. – respondi retribuindo o beijo, porém, na boca.

— Acordei faz um tempinho. Você estava dormindo feito um anjo, então não a acordei. Tomei café por aqui mesmo, mas já retiraram as coisas. Quer que eu vá à padaria comprar algo pra você?

— Perdi o horário do café da manhã? Que horas são? – perguntei procurando o meu celular pela cama

— São 12h00.

— Não precisa, já está quase na hora do almoço. Não sinto muita fome quando acordo.

— Tem certeza? Enquanto você toma banho eu posso ir lá.

— Por que você fez aquilo Fernanda?

— Oi?

— Por que você me beijou ontem?

— Porque eu senti vontade. Você me chamou atenção desde a primeira vez em que te vi na beira da piscina, quando te perguntei como conseguir outra chave. E como você não esboçou nenhuma reação contraria, continuei. E você gostou. Se não tivesse gostado, teria parado e já teria pedido para eu sair do seu quarto.

— Eu gostei sim, não nego. Mas estou confusa. Não sei se isso é certo, não sei se devo entregar meu coração a alguém novamente.

— Se você não quiser continuar, tudo bem. Eu te entendo, sei o que você está sentindo no momento.

— Eu tenho medo, sabe?

— O medo sempre vai te acompanhar. Você precisa permitir-se sentir as coisas sem que pense nas consequências que poderão surgir no futuro.

— O meu coração está tão quebrado. Não consigo imaginar que alguém possa consertá-lo.

— Eu posso.

— E se você não conseguir?

— Eu tento de novo. Mas não vou deixar você escapar de mim.

Senti minhas bochechas corarem e quando eu pensei em falar algo, ela começou a me beijar de uma forma tão suave que não pude rejeitar. Mas fomos interrompidas por alguém batendo na porta.

— Quem é? – perguntei, estanhando.

— A moça da limpeza. Faço a limpeza dos quartos a cada dois dias neste mesmo horário.

A limpeza. Esqueci completamente que havia incluído no meu pacote. O quarto estava limpo, eu o limpei ontem quando cheguei. Abri a porta e conversei com ela, disse que meu quarto estava limpo e que não precisava dos serviços dela no momento. Quando fechei a porta e olhei para a cama, pude ver que havia alguma coisa errada com a Fernanda.

— Fernanda?

Ela não respondeu.

— Nanda?

Nenhum sinal de resposta.

Fui até ela e quando a virei, notei que ela estava desmaiada. Sai correndo para procurar ajuda, e quando voltei para o quarto, ela já havia recuperado a consciência.

— Eu desmaiei?

— Sim. Fui procurar ajuda, mas você já acordou.

— Não precisa se desesperar quando isso acontecer. É um pouco normal. Tenho essa falta de oxigenação no cérebro desde pequena. Até hoje não me acostumei e fico meio perdida quando acordo.

— Eu realmente fiquei assustada!

— Fica tranquila, não é nada de mais.

— Estou com fome. Vamos sair para comer algo?

— Vamos, mas antes, preciso ir ao meu quarto trocar de roupa.

— Se eu te pedir para você ficar aqui comigo, você fica? Digo, com as suas malas e tudo?

— Só se você me deixar ajudar a pagar a estadia.

— Não.

— Então não fico.

— Tudo bem, você ganhou.

Depois que nos arrumamos, fomos para o mesmo lugar que jantamos na noite passada. Chegando lá, pegamos uma mesa um pouco distante de todos e fizemos nosso pedido. Assim que terminamos, ficamos um tempo em uma praça que achamos ali perto. Deixá-la segurar minha mão era como permitir que aquilo progredisse. Eu queria. Eu quero. Preciso deixar o meu medo de lado e seguir a minha vida com ela. Sinto que meu coração está começando a bater cada vez mais rápido ao ouvir sua voz falando comigo. Borboletas fazem a festa em meu estômago quando sua mão acaricia meu cabelo.

Ao voltar para a pousada, nos deitamos e começamos a assistir um filme. Agora, deitada com a cabeça em seu peito, eu percebi que de hoje em diante, seu colo é o meu lar.  


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