O acaso escrita por Nathália Fernanda


Capítulo 4
capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/686329/chapter/4

Voltamos para a pousada e ficamos sentadas no jardim conversando sobre diversas coisas, principalmente sobre os motivos pelo qual estávamos em uma cidade do interior tão afastada que quase ninguém conhece.

— A minha mãe me expulsou de casa depois que eu contei a ela sobre a minha orientação sexual. Ela me disse que nunca aceitaria e que eu deveria esquecer sua existência. Então, arrumei as minhas coisas e vim para cá. Não trouxe tudo o que tinha lá, a maioria das coisas estão na casa da minha tia.

— Como ela pode ser tão cruel com você Fernanda? Mas, e o seu pai? Ele não falou nada?

— Eu morava só com a minha mãe. Meu pai a deixou depois que descobriu que ela o traia. Então, ele saiu de casa e agora mora nos Estados Unidos com outra mulher.

— Entendi. Você tem dinheiro suficiente para bancar a sua estadia?

— Tenho. Eu conversei com o meu pai e ele me mandou uma boa quantia. Ao contrário da minha mãe, ele me entendeu e disse que não vou deixar de ser filha dele por gostar de mulheres.

— Olha, se você precisar de alguma coisa pode contar comigo.

— Obrigada. Mas, e você? Por que está aqui?

— É uma longa história...

— Tenho tempo suficiente para ouvir.

— Tudo começou há um ano, quando o meu namoro acabou. Estávamos prestes a completar mais um ano juntas até que uma briga boba pôs um fim em tudo.

 — Qual foi o motivo da briga?

— Falta de carinho, afeto, cumplicidade...  Chegamos a um ponto onde eu não conseguia mais demostrar todo o sentimento que eu tinha por ela. Eu me esforçava, mas não conseguia. Percebia que ela estava carente de toda aquela atenção vindo de mim, eu tentava mudar isso, mas era complicado demais. Ela também não fazia a parte dela, ambas não cumpriam seus papéis.  Nosso amor começou a se desgastar, nosso amor havia acabado. Por muitos meses fiquei me culpando pelo término, mas só depois percebi que a culpa não foi só minha. Nunca foi. E quando eu finalmente comecei a seguir a minha vida, ela apareceu de novo e fez uma bagunça enorme na minha cabeça. Então, vim pra cá para que pudesse reorganizar tudo, inclusive a minha vida.

— Estamos no mesmo barco, Júlia. Espero que ele não se afunde.

— Não vai.

— E se afundar? Não sei nadar.

— Mas eu sei. Eu te salvo.

Não sei como aconteceu, mas sei que não queria parar. Quando me dei conta, seus lábios já estavam grudados nos meus. Sua mão direita segurava minha nuca e a esquerda, me puxava cada vez mais para perto dela.

— Você tem certeza? – perguntou ela

— Nunca tive tanta certeza de nada quanto tenho agora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O acaso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.