Iguais mas Diferentes escrita por Laris


Capítulo 4
Minha alegria é viver!




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POV Manuela

 

Hoje era sexta, o dia do nosso tão esperado show.

Eu via as pessoas todas olhando para nós, eu estava empolgada como sempre ficava antes dos meus shows. Ouvi meus amigos começarem a tocar e eu comecei a cantar:

“ Sou menina do interior, eu sou o que sou

A minha riqueza vem da natureza

Minha alegria é viver

Vem, dei pouco da vida ainda sou pequena

Te faço cantigas, te faço um poema

Minha alegria é viver “

Cantamos mais algumas músicas que adorava. Teve uma hora que eu senti um sentimento meio estranho, não sei explicar, parecia que tinha alguém me observando, mas é claro, tinham milhares de pessoas lá na plateia, acabei deixando para lá.

Depois que terminamos de cantar fiz um agradecimento ao pessoal do vilarejo e aos meus amigos e todos aplaudiram. Descemos do palco.

— O show foi ótimo pessoal!  - Eu disse para os outros integrantes da banda.

— Você também cantou muito bem Manu! – O Mateus disse e sorriu para mim.

— Obrigada! – Eu abracei eles.

Despedimos e cada um foi para sua casa. Na porta já pude sentir o cheiro de um bolo quentinho que minha vó fazia.

— Vozinha! – Eu cheguei abraçando ela. – Senti o cheiro do seu bolo de longe!

— Minha querida, fiz especialmente para você!

Ajudei ela a preparar a mesa para o café e depois comemos o bolo juntas. Minha mãe ia demorar porque estava muito ocupada na confecção essa semana. Fui dormir cedo e feliz hoje.

No dia seguinte acordei cedo e fui até a sorveteria dos Cavichioli. Era o Téo que tomava conta de lá agora. Desde que sua mãe faleceu anos atrás, o pai teve depressão e o Téo teve que tomar frente e cuidar de tudo sozinho.  Sempre passo maioria das tardes com ele, todos nós amigos tentamos ajudar ele por causa de sua deficiência, mas hoje tudo é adaptado para que ele possa trabalhar lá, nós só gostamos de ajudar. Fico muito triste porque a Dona Fiorina se foi de repente, e o Téo prometeu a si mesmo que ia cuidar da sorveteria e não ia deixar ela acabar, porque ele sabia como ela amava cuidar da sorveteria.

Hoje ele estava no balcão e eu estava atendendo aos pedidos e levando os pedidos até a mesa. Um garoto estranho entrou, ele usava roupas chiques, acho que devia morar na cidade. Ele sentou em uma das mesas e ficou me observando, achei muito estranho e fiquei com muita vergonha. O jeito era ir até ele.

— Boa tarde, você é novo na cidade, não é? – Sorri para ele que continuava a me olhar intrigado.

— Sou sim, mas meu pai comprou uma fazenda próxima aqui da cidade. Prazer sou Omar. – Ele estendeu as mãos e eu dei um aperto de mão nele. Ele virou minha mão e deu um beijo nela. Antes de ele terminar o beijo eu soltei minha mão da dele e o olhei brava o que fez ele rir. – Calma garota, não vou te morder. – Ele sorriu maliciosamente. – Só se você quiser.

Essa foi a gota d’água, comecei a me afastar e já ia chamar o irmão do Téo, quando a expressão dele mudou.

— Desculpe. Não queria te assustar, foi só uma brincadeira. – Ele sorriu. – Vamos nos ver muito agora que meu pai comprou a fazenda aqui, gostaria de sermos amigos.

Eu não respondi nada ainda desconfiada.

— Estou falando sério, eu vi sua banda apresentar outro dia e achei vocês ótimos! Qual é o seu nome?

Eu pensei um pouco e ele não parecia ser uma pessoa ruim, só brincalhona. Eu sorri de volta.

— Tudo bem, só não faça brincadeiras mais assim. Meu nome é Manuela.

Ele sorriu e continuou me olhando.

— Manuela. – Ele disse baixo para si mesmo. - Você parece muito com uma pessoa que eu conheço. Por acaso você tem uma irmã ou parente distante muito parecida com você?

Pensei um pouco e respondi.

— Não. Meus parentes são só os que moram na minha casa, minha tia não tem filhos e eu sou filha única.

Ele continuou pensativo, mas logo sorriu.

— Fiquei sabendo que o sorvete daqui é muito bom.

— É o melhor da cidade! – Eu disse sorrindo de volta.

— Que bom! O que você me recomenda? – Ele disse olhando no cardápio.

— O melhor é o de Pistache! – Eu disse e ele pediu esse.

Fui até outras mesas para anotar outros pedidos e passei para o Téo, o garoto continuou sentado mexendo no celular e me olhando de vez em quando. Ele não parecia ser má pessoa.

Levei o sorvete até ele e ele começou a comer, e sorriu aprovando o sabor. Depois de um tempo ele se despediu de mim e foi embora.

Hoje eu fiquei até mais tarde na sorveteria porque o Téo ia sair com sua namorada, a Sabrina. O Mateus ficou aqui comigo, ele não gostava muito da namorada do Téo, mas já devia estar acostumado porque eles namoram tem uns dois anos. Mas o namoro deles estava por um fio, ele sempre me falava que ela não era a garota certa para ele, mas como era um menino muito bom sempre que queria terminar acabava estendendo um pouco o namoro porque não queria magoa-la. O Mateus vivia dizendo que isso não era certo que quanto mais demorasse, pior seria, mas o Téo simplesmente não conseguia.

Saímos tarde da sorveteria e fechamos elas juntos deixando a chave com o Giusseppe na sapataria, ele já estava bem melhor da sua depressão, mas a tristeza em seu olhar ainda partia meu coração toda vez que eu olhava para ele.

Nunca tinha amado ninguém, então não imaginava como era esse sentimento, mas sabia que era muito forte. Tinha medo disso, de amar alguém e acabar sofrendo. Um exemplo é minha mãe, seu coração foi partido em pedaços quando meu pai a deixou o que acabou com ela. E eu não queria que isso acontecesse comigo. Agora ela encontrou o Otávio e parece muito feliz, espero que ela não se machuque novamente.

Quando cheguei em casa fui me arrumar para dormir.


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Notas finais do capítulo

O primeiro capítulo da Manuela! Espero que vocês gostem!

Até o próximo! Boa noite!
:D



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