Em Prata e Ébano: Uma História de Dois Dragões escrita por Jéferson Moraes


Capítulo 6
Rumo


Notas iniciais do capítulo

Saudações leitores! Como sempre, informações extras podem ser encontradas ao fim do capítulo.

Boa leitura!

Capítulo revisado e atualizado (22/06/2016)



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Rumo

Edwin

 

...para abrir um portal para Oblivion, o mago deve comunicar-se diretamente, por feitiço ou encantamento, com o Lorde Daédrico que escreveu a pedra-insígnia em questão...”

Edwin corria o dedo pela página, concentrado em sua leitura.

Ele emprestara alguns livros da biblioteca do pai antes de deixar Jehenna. Mesmo tendo lido todos eles, o breton temia deixar suas fontes de conhecimento para trás.

O livro que tinha em mãos naquele momento era um grosso tomo de capa roxa, com o símbolo de Oblivion decorando a capa frontal. Chamava-se Pontes Liminares: Um Discurso Sobre a Teoria e Prática de Viagem entre Mundus e Oblivion. Uma leitura complexa, mas Edwin a achava fascinante.

O aspirante a feiticeiro acordara mais cedo do que previra. Sua intenção era visitar as lojas de Solitude para comprar um mapa e, se possível, uma capa mais grossa. Seu fino manto de linho oferecia alguma proteção contra o vento, mas provara-se inútil contra o ar gelado e vento afiado do Mar-dos-Fantasmas. Se a fama de Skyrim era verdadeira, era melhor que Edwin se acostumasse com aquele clima.

Vendo que todos os comércios ainda estavam fechados, Edwin retornara para dentro da estalagem, onde decidiu matar o tempo relendo um dos livros de sua bolsa.

O breton vestia uma das mudas de roupa que trouxera consigo: uma blusa azul de mangas longas, calças cinzas e sapatos de couro marrom. Sentindo-se seguro dentro das muralhas da capital, Edwin deixara sua armadura, bem como o resto de seus pertences, no interior de seu quarto no segundo andar da estalagem. Dito isto, sua maça ainda pendia de sua cintura, por precaução.

Edwin optara por sentar-se no andar debaixo, em um canto recluso da estalagem, próximo à lareira. O estabelecimento ficava vazio durante a manhã, o que lhe dera a oportunidade de apreciar seu livro sem incomodações.

Ou assim ele pensava.

— Gosta de magia, Edwin?

Erguendo os olhos das páginas, Edwin viu o estalajadeiro olhando em sua direção por detrás do balcão, novamente com aquele sorriso exageradamente simpático no rosto.

Edwin logo descobrira que apesar de seus cabelos loiros o homem era um imperial, e não um nord. Seu nome era Corpulus Vinius. Vinius passara a chamá-lo pelo primeiro nome desde a noite anterior, como se fossem velhos amigos, o que deixava Edwin um tanto desconfortável.

O breton fez uma cara de confusão. Em resposta, Vinius apontou para a insígnia de Oblivion desenhada na capa de seu livro.

— Este livro. Ele fala sobre magia, não?

— Bem... sim.

— Sobre que tipo de magia ele fala, exatamente?

E por que você quer saber?— Edwin segurou a resposta antipática. Conversa fiada não era seu ponto forte.

Fechando o livro, o breton respondeu.

— Ele fala da possibilidade de se utilizar uma pedra-insígnia como mídia hipergonal para a criação de uma passagem transliminal, afim de permitir a rápida viagem entre diferentes lugares de Mundus, através de passagem física por um plano de Oblivion.

A expressão de estupidez no rosto do imperial não poderia ter sido mais cômica.

— Bem... hun... Interessante. Muito interessante – Vinius gaguejou – Eu costumava me interessar por magia quando ainda era um jovenzinho vivendo em Cyrodiil.

Estou certo disto.

— E o que o mudou, então? – perguntou o breton.

Vinius riu.

— Há! Meu pai rapidamente tirou a ideia da minha cabeça. Seu desejo era que eu continuasse os negócios da família, como ele fizera, e seu pai antes dele.

— E o que o trouxe a Skyrim então? – Edwin não tinha interesse na vida do estalajadeiro, mas era evidente que não poderia continuar sua leitura.

O imperial falava com entusiasmo, agora que tinha sua atenção.

— A Grande Guerra. Nossa estalagem foi destruída durante a tomada da Cidade Imperial. Meu pai faleceu durante o ataque – uma ponta de tristeza tomava sua voz – Quando o tratado de paz foi assinado, eu e meu irmão juntamos nossas coisas e viemos para cá. Não havia mais nada nos prendendo àquele lugar.

Edwin permaneceu em silêncio.

A Grade Guerra. Uma guerra de cinco anos entre o infame império dos elfos das Ilhas Pôr-do-Sol, o Domínio Aldmeri, e o Império de Cyrodiil. O Imperador Titus Mede II provou sua força como comandante militar, resistindo bravamente aos ataques inicias do Domínio. Mesmo após a tomada da Cidade Imperial, quando a guerra parecia perdida, o Império foi capaz de reorganizar suas tropas e retomar a capital.

Dito isto, a guerra enfraqueceu o Império. Incapaz de continuar, Titus Mede II aceitou os termos oferecidos pelo Domínio Aldmeri no conhecido Acordo Ouro-Branco. Dentre muitas exigências, o Domínio decretara o banimento do culto ao deus Talos, exigira a posse sobre boa parte das terras ao sul de Hammerfell e a desestruturação da organização conhecida como os Blades, que na época exerciam a função de guarda pessoal do Imperador.

Ironicamente, tal paz mostrou-se curta. O culto à Talos fazia importante parte da cultura de Skyrim. Com o seu banimento, revolta tomou a nação. Não muito tempo depois, uma guerra civil eclodiu na gelada província. Metade de Skyrim desejava manter-se fiel ao Império. A outra metade, liderada por Ulfric Stormcloak, desejava a independência do país.

Edwin franziu o cenho. Ele não esperava ter de pensar em política. Não em exílio.

Raios de sol entravam pelo vidro decorado das janelas. Ao que parece sua leitura o distraíra por tempo suficiente.

— Bom, Vinius – Edwin levantou-se de sua cadeira – Eu sinto ter de interromper nossa conversa mas era minha intenção conhecer melhor a cidade, agora à luz do dia.

O imperial, distraído com suas lembranças, voltou à realidade de sobressalto.

— Como?... Ah! Claro! Claro – respondeu de forma atrapalhada – Solitude é uma linda cidade. Você vai adorá-la.

Andando em direção à porta Edwin concordou com um sorriso, tentando ser simpático.

A conversa com o dono da estalagem trouxera suas próprias memórias à tona. Edwin fizera o melhor possível para não pensar na conversa com seu pai desde que partira. Naquela noite, ele estava certo de que Walter o queria morto, mas agora já não tinha tanta certeza.

Como ele disse, havia apenas um pequeno grupo de selvagens próximo à fronteira.

Teria Walter alguma fé em seu filho mais novo? Seria possível que ele realmente acreditasse que Edwin seria capaz de defender-se caso algum perigo surgisse?

E se o velho ranzinza ainda se importa comigo? Talvez ele não me queira morto, apenas distante.

Ele já tocava a maçaneta da porta quando Vinius o chamou, elevando a voz para se fazer ouvir.

— A propósito, Edwin – seu tom voltara à costumeira simpatia da qual Edwin se lembrava – Se for de seu interesse, há uma maga na corte de Solitude. Ela talvez tenha mais livros a venda.

Ainda com maçaneta entre os dedos, o breton voltou seu olhar sobre o ombro. O imperial polia o balcão distraidamente com um pano velho.

— É comum que magos da corte também exerçam comércio em Skyrim?

— Sim. Não há muitas lojas de artigos mágicos aqui em Skyrim, então os magos da corte comumente tomam esse papel para si – Vinius ergueu os olhos do balcão – Embora essa prática não seja muito comum em High Rock, ao que parece.

Edwin não saberia responder. Jehenna sequer tinha um mago da corte. Não por falta de interesse de Lorde Walter, mas dos magos em si. Nenhum praticante estava disposto a viver em uma corte pequena, lacaia da coroa de Evermor, localizada em um lugar tão frio. Jehenna ficava no extremo nordeste de High Rock, afinal de contas.

— Obrigado pela informação, Vinius – respondeu por fim – Tenha um bom dia.

Com aquela resposta cordial, Edwin abriu a porta.

De fato, Solitude era uma bela cidade à luz do dia. E movimentada também.

Crianças corriam pelas ruas perfeitamente calçadas em pedras cinzas. Pessoas andavam pra lá e para cá, entrando e saindo das diversas lojas que situavam-se próximo ao grande portão de madeira e metal, onde o guarda inspecionara Edwin na noite anterior.

Seguindo a rua principal, uma roda de barracas, carregadas de frutas, peixes, queijos e outros alimentos, eram organizadas em semicírculo. Comerciantes anunciavam suas mercadorias aos gritos a todos que passavam.

Mais a diante a rua se divida em duas direções: à esquerda encontrava-se Castelo Austero, sede da Legião Imperial em Skyrim. Seguindo à direita, estava o Palácio Azul, lar da corte de Solitude e do Rei de Skyrim.

Se o rei estivesse vivo, é claro.

Edwin passou, então, o restante da manhã visitando as lojas de Solitude.

O mapa foi fácil de encontrar, mas a capa provou-se um desafio. A comerciante local tinha algumas peças de roupa para vender, mas nada além de capas de um tecido grosseiro, não muito mais grosso do que o linho de seu manto. Por fim, Edwin encontrou o que procurava em uma loja de roupas dirigida por um par de antipáticas irmãs altmer.

Ao chegar do meio dia ele tinha seu mapa, uma grossa e escura capa de pele de lobo e uma mochila de viagem de pele de cervo, afim de guardar seus novos pertences que eram grandes demais para sua bolsa.

Lorde Walter lhe dera quinhentos septims antes de expulsá-lo de Jehenna, mas agora a bolsa de moedas de Edwin estava consideravelmente menos cheia.

Um breton que não sabe negociar— pensou ele, imaginando a desaprovação do pai se o visse naquele momento.

Edwin suspirou desapontado. A informação de Vinius despertara-lhe a fome por conhecimento. Ele esperava comprar um livro ou dois mas, agora, hesitava em gastar suas já curtas economias. Edwin ainda precisava de ouro para se alimentar, afinal de contas.

Terei de arranjar um trabalho— pensou com desentusiasmo. Edwin não se considerava preguiçoso, sendo capaz de sujar as mãos se necessário, mas trabalho braçal simplesmente não combinava com ele, e o breton duvidava de que encontraria outro tipo de trabalho naquele país.

A não ser que...

Edwin pôs-se a caminhar com passos largos em direção ao Palácio Azul. Mesmo que não pudesse comprar os livros que desejava, informação não lhe custaria nada.

Ele bem sabia que a Guilda dos Magos não tinha presença em Skyrim, mas deveria haver alguma instituição voltada ao estudo da magia, ou ao menos pequenos grupos de estudo. Em último recurso, talvez a maga da corte estivesse disposta a receber um aprendiz ou ajudante.

Com alguns minutos de caminhada, o breton logo se viu em frente ao palácio.

O Palácio Azul fora construído na extremidade leste de Solitude, com seus muros de pedra conectados às muralhas externas da cidade. O palácio em si era uma construção de dois andares, com quatro alas interconectadas de maneira a tomar a forma de um quadrado, com um pátio interno no centro. Cinco torres destacavam-se do palácio: uma em cada extremidade da construção, e uma no centro do prédio principal. Esta última era maior do que as demais e tinha um teto abobadado.

Ao passar pelo arco que dava acesso ao pátio interno, Edwin foi tomado por admiração. O palácio era magnifico. Lindos vitrais coloridos decoravam cada janela, flores de todos os tipos davam cor ao jardim e toda a construção era coberta de telhas de barro tingidas de azul, dando ao palácio o seu nome.

Dois guardas vigiavam a porta da frente do palácio, trajando o uniforme em tons de vermelho da guarda local.

— Parado – disse um dos guardas – Declare seus negócios no palácio.

Quando Edwin disse que procurava a maga da corte ele pôde jurar que os guardas seguraram o riso, mas antes que pudesse perguntar qualquer coisa, ele foi rapidamente inspecionado e teve sua maça confiscada.

— Você a terá de volta quando sair – disse o soldado.

O breton assentiu. Ele já esperava por algo parecido. Era natural que entrar armado no palácio do Rei fosse proibido.

— E boa sorte – disse o segundo guarda em tom de deboche, quando Edwin passava pela porta.

Como esperado, o hall de entrada era lindamente decorado com quadros e esculturas. As paredes eram pintadas de branco e preto, e o chão era coberto por um fino ladrilho de formas geométricas. Por um momento, Edwin quase esqueceu que estava em Skyrim. A beleza daquele lugar rivalizava com a corte de Evermor.

Uma figura alta, envolta em compridos mantos azuis, chamou sua atenção.

Tratava-se de um altmer. O elfo sentava sozinho em um banco decorado com padrões de flores entalhadas. Com um capuz cobrindo metade de seu rosto, Edwin só pôde ver que era um elfo quando o mesmo ergueu o olhar em sua direção, revelando os típicos olhos âmbar e pele acobreada de sua espécie.

Estranho— Edwin podia jurar que ouvira Vinius referir-se à maga da corte como uma mulher.

— Saudações, breton – o elfo o cumprimentou de forma polida.

Edwin respondeu de forma igualmente formal antes de perguntar:

— Você é o mago da corte?

— Não. Esta honra pertence à Sybille Stentor. Você à encontrará em seus aposentos no segundo andar – o elfo fez uma pausa – Algo me diz que é para isso que está aqui.

O breton ergueu uma sobrancelha.

— Além do fato de eu ter perguntado por ela?

O elfo ignorou a provocação.

— Eu sinto um mago quando vejo um, breton. Mesmo um mago inexperiente. Há magia em você. Fraca, mas perfeitamente visível.

E eu devo tomar isso como um elogio?

Sem saber como responder àquilo, Edwin o agradeceu pelas informações antes de lhe dar as costas e seguir em direção ao arco que dava para o salão principal.

— Espere – o mago o deteve.

Edwin voltou-se em sua direção mais uma vez. Uma expressão de dúvida em seu rosto.

— Qual é o seu nome? – perguntou o elfo.

— Edwin – o que ele quer comigo? — Por quê pergunta?

— Nada demais, Edwin. Eu apenas gostaria de lhe dar um aviso – outra pausa dramática. O elfo claramente gostava de ouvir o som da própria voz – Tome cuidado com a maga da corte. Sybille pode ser... difícil de lidar. Especialmente quando está de mau humor.

Encantador. Já acabou?

— Eu agradeço o aviso, …

— Melaran – o elfo completou – É apenas justo que eu lhe de meu nome, uma vez que você me deu o seu.

— Bom. Eu agradeço o aviso, Melaran— Edwin resistia a vontade de revirar os olhos – Agora, se me dá licença...

Dando-lhe as costas novamente, o breton adentrou o salão principal.

Como esperava, este tinha decoração ainda mais requintada que o cômodo anterior. Com esculturas, quadros e vasos de flores dando vida ao lugar.

Edwin estava agora sob o teto abobadado da torre central. Raios de sol entravam pelo vitral que decorava o topo da torre, intercalado com as telhas azuis.

À sua frente, duas escadas opostas subiam em espiral ao segundo andar. Ainda no primeiro andar, criadas varriam o piso de ladrilhos brancos.

Subindo as escadas, Edwin encontrou a corte em si. Um belo trono de madeira encontrava-se vazio, sem um rei para ocupá-lo. Espalhados pela sala, alguns guardas montavam vigia.

Quando Edwin perguntou pela maga da corte, um nord vestido em placas de aço indicou um dos quartos à esquerda. Estranhamente, a porta estava fechada.

Será que ela não está?

Edwin bateu na porta.

Sons de tecidos sendo remexidos e resmungos vieram do outro lado. Um momento mais tarde e uma breton mau-humorada, trajada em mantos escuros, abria a porta.

— Sim? O que você quer?

Sybille tinha um rosto pálido, com bolsas escuras sob os olhos. Suas feições eram finas, com um rosto arredondado e queixo pontudo. Seus cabelos castanhos, desarrumados, caíam alguns dedos abaixo de seus ombros. Seus olhos tinham uma expressão severa.

Seria uma mulher atraente, não parecesse tão cansada— pensou Edwin.

Além disso, algo na expressão da maga o incomodava. Sua pele era estranhamente pálida, e seus olhos castanhos pareciam esconder alguma coisa. Era como se Edwin pudesse vê-los, mas ao mesmo tempo não pudesse.

O-que-você-quer?!

Edwin voltou à realidade com um estalo, dando-se conta de que estava encarando a mulher sem dizer nada.

— Perdão. Eu tive um devaneio – respondeu – Estou procurando pela maga da corte. Seria ela você?

— É claro seu tolo! – a mulher gritou – Depois de duas gerações servindo a corte de Solitude eu pensei que não teria mais de ouvir essa pergunta. Mas eu tenho enganado a mim mesma, ao que parece.

Ele preparava outro pedido de desculpas, mas interrompeu a si mesmo.

— Você disse duas gerações? – sua voz tinha um toque de incredulidade.

Sybille ergueu uma sobrancelha.

— Bem... É que você me parece jovem... – explicou-se Edwin.

A expressão da feiticeira fechou-se ainda mais. Ela parecia querer queimar Edwin com o olhar.

— E devo eu entender que você me acordou para fazer observações fúteis...?

Você estava dormindo a essa hora? — já passara do meio dia.

— Não... Eu estava me perguntando se você estaria procurando um aprendiz ou...

— Eu não estou – a mulher o interrompeu – Os assuntos da corte me mantêm ocupada o bastante. Eu não tenho tempo para ensinar.

Edwin bufou. A grosseria da mulher começava a irritá-lo.

— A não ser que você queira comprar alguma coisa, eu não posso lhe ajudar – sua voz não era tão raivosa, mas ainda era firme e direta. Ela lembrava Edwin de seu pai.

Novamente a tentação. Edwin acenou negativamente, pensando em sua leve bolsa de moedas.

Com uma rápida despedida, Sybille bateu a porta. O breton manteve uma expressão fechada todo o caminho de volta ao hall de entrada. Ele já esperava uma resposta negativa, mas o temperamento da feiticeira era ultrajante.

Preguiçosa— resmungou – Duas gerações como maga da corte, e não lhe ensinaram a ver as horas!

Melaran observou quando Edwin entrou no hall de entrada, pisando com força.

— Encontrou o que procurava, Edwin?

Aquilo era deboche em sua voz?

Muito engraçado. Tenho certeza de que ouviu a conversa inteira.

— Não – sua resposta foi direta.

Ele se preparava para sair quando deteve a si mesmo. Uma ideia lhe ocorrera.

Não custa tentar...

— Talvez você possa me ajudar – disse Edwin, dirigindo-se novamente a Melaran.

As sobrancelhas do elfo se ergueram.

— Talvez... Do que você precisa?

Edwin foi direto ao ponto.

— Você conhece alguém disposto a ensinar magia?

Um meio sorriso tomou o rosto do altmer.

— Então minha impressão estava correta? Mas eu temo informar que magia é um assunto raro em Skyrim, como você logo descobrirá – o elfo parou, lembrando-se de alguma coisa – Winterhold, por outro lado... O Colégio de lá possui magia em abundância...

Colégio?

Edwin deu um paço na direção de Melaran.

— Conte-me mais.


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Notas finais do capítulo

Traduções:
Blades: Lâminas.

Castelo Austero: do inglês “Castle Dour”. Uma tradução difícil, já que “dour” tem várias traduções diferentes pro português, a maioria tendo haver com “rígido” ou “austero”.

Pedra-insígnia: Chamadas nos jogos de “sigil stones”. “Sigil” é outra palavra com várias traduções possíveis, sendo duas delas “insígnia” ou “runa”. Quem jogou o quarto jogo deve se lembrar delas.

Glossário:

Lorde Daédrico: Também chamados de Príncipes Daédricos. Seres divinos que habitam os planos de Oblivion, tendo cada um deles um plano para si, sobre o qual governam. A maioria é de índole maligna, e por mais de uma vez tentaram invadir e/ou destruir Mundus.

Grande-Guerra: Explicado na narrativa, mas não custa aprofundar um pouco. Conflito entre o Império de Cyrodiil e o Domínio Aldmeri que durou de 4ª Era 171 até 4ª Era 175. No ano de 174 da 4ª Era o Domínio conseguiu capturar a Cidade Imperial, destruindo e pilhando a capital e fazendo todo tipo de atrocidade com os habitantes. No ano de 175 a Cidade foi recapturada pelo Império na Batalha do Anel Vermelho. Logo após um acordo de paz foi estabelecido, chamado de o Acordo Ouro-Branco.

Mundus: Nome dado à dimensão habitada pelos mortais. Não confundir com Nirn, que é o nome do planeta em que a história se passa (também habitado pelos mortais). Astronomia e o conceito de múltiplas dimensões constantemente se misturam no universo Elder Scrolls, o que pode ser confuso.

Os Blades: Antiga guarda pessoal do Imperador, que também funcionava como uma rede de espiões que agia sobre toda Tamriel, funcionando como os olhos e orelhas do Império. Devido à conflitos com o Domínio Aldmeri, foi desestruturada após a grande guerra, tendo a grande maioria de seus membros caçados e mortos pelo Domínio.

Pedra-insígnia: artefatos daédricos usados para abrir um portal, ou conexões mais duradouras, entre Mundus e Oblivion.



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