Onde Mora o Coração escrita por Annie Felicity


Capítulo 10
Caso encerrado


Notas iniciais do capítulo

Eu queria ter postado antes, mas infelizmente minha saúde não anda das melhores, agora foi a vez do "chico cunha" me pegar, minhas mãos não aguentavam digitar (por isso demorei responder os comentários).

Mas o importante é que está aqui.

Esse é o capítulo final do caso, e o próximo é só um bônus...

Boa leitura!



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Miami (Flórida), 11 de Agosto de 2015 (Terça-feira).

— O que você quer de verdade? — perguntou Emily olhando para a filha apavorada — quer me castigar? Você já conseguiu.

— Castigo é pouco — respondeu Ramona se aproximando de Emily e ficando rente a ela — eu vou te matar e depois explodir sua filha.

— Por que esse é ódio todo? — perguntou Emily a encarando — o que eu e minha filha lhe fizemos? Quer descontar na gente toda a frustação da sua vida.

— Você se acha uma boa mãe?

— Isso não vem ao caso...

— Vem sim, me responde.

— Olha, eu era uma daquelas pessoas que sempre que via uma criança fazendo pirraça no supermercado ou numa loja, eu julgava os pais, dizia que eles não sabiam criar os filhos. Eu era assim, até ser mãe e ver o quanto é complicado criar e educar um filho — disse Emily em seguida fez uma pausa — hoje eu estou sendo julgada porque por mais que eu tenha me esforçado, não foi o suficiente para livrar minha filha de todos os perigos da vida. Eu posso não ter sido a melhor mãe, mas todos os dias eu luto para ser o melhor para minha filha...

— Mas quando sua filha foi lhe falar o que estava acontecendo, você não acreditou nela?

— Eu sei disso — respondeu Emily — e eu me arrependo disso, se eu pudesse eu estaria ali amarrada com aquela bomba no corpo no lugar dela.

— Mas não pode, Prentiss. O momento da sua escolha foi outro, agora é tarde. Não se pode voltar atrás.

— Que espécie de mãe você procura? Eu sou um ser humano, estou propícia a errar — Emily a encarou fazendo uma pausa — eu sei o que sua mãe fez com você, você era abusada pelo seu padrasto e ela te acusou de ser amante dele, pois ela não percebeu o que acontecia debaixo do nariz dela. O que aconteceu com você não foi justo, mas você não vai acabar com sua dor, machucando a mim e a minha filha.

— PARA... PARA — gritou Ramona levando as mãos à cabeça.

— Ramona, você tem vivido uma vida cheia de fantasmas e você não pode viver assim, pois isso está te devorando pouco a pouco e não adianta viver matando pessoas para amenizar sua dor... você nunca vai conseguir amenizar sua dor machucando as pessoas.

— EU JÁ DISSE PARA PARAR — gritou mais uma vez Ramona dando um tapa em Emily.

***

Hotch continuava aguardando o momento certo de agir, quando 3 policiais que haviam entrado no banco para pegar o que tinha no cofre no nome de Wendy chegaram segurando um baú que era do tamanho de uma caixa de sapato, e estava fechado com um cadeado. Eles imediatamente entregaram a Hotch. Também estavam com ele Rossi, Elle, Morgan e JJ.

— Era isso que tinha no cofre? — perguntou Hotch.

— Sim — respondeu um dos policiais — nós temos certeza, fomos no cofre certo, conforme as orientações do gerente.

— Precisamos abrir isso — disse Hotch olhando para a caixa.

— Eu sei de um truque — respondeu Morgan — eu só preciso de um prendedor de cabelo.

— Eu tenho na minha bolsa — respondeu JJ.

JJ foi imediatamente no carro pegar o prendedor de cabelo e entregou a Morgan. Este então procedeu na abertura do cadeado, assim que o fez, entregou o baú para Hotch que logo abriu. Havia vários papéis lá dentro e Hotch foi olhando um por um, até quando chegou em um que o fez ficar espantado.

— Nós não trabalhamos com essa hipótese — disse entregando o papel para Rossi.

— Isso muda muita coisa, inclusive no perfil que fizemos de Ramona Bello — retrucou Rossi.

— Ai gente o que é? — perguntou Elle curiosa — vocês estão fazendo muito suspense.

— Ramona Bello teve uma filha, fruto do estrupo do padrasto... está aqui a certidão de nascimento — respondeu Rossi — pelos documentos que estão aqui, a menina nasceu no Brasil e deve está atualmente com 26 anos.

— Tem também vários documentos de transferências bancárias para o Brasil aqui, mas todos são assinados por Philip Froster ou por Peter Reynold’s, pai de Ramona — disse Hotch — nenhuma tem assinatura de Ramona.

— Vai ver, ela não sabe do paradeiro da filha — sugeriu JJ — por isso está atrás desse baú para descobrir onde está a filha. E para Philip esconder esse baú no cofre de um banco, em nome de uma terceira pessoa, é por que não quer que Ramona descubra o paradeiro da garota.

— Mas por que Ramona não saberia da própria filha? — indagou Morgan — a filha foi retirada dela?

— Não. Com certeza Ramona foi obrigada a levar a gravidez adiante — disse Elle — esse foi o gatilho dela. Leva adiante uma gravidez do fruto de anos de abuso é no mínimo traumatizante, a maioria das mulheres não tem preparo psicológico para lidar com isso e optam pelo aborto e elas tem amparo legal para tal, desde que o procedimento seja feito até 22ª semana de gestação. E Philip e Peter devem esconder essa informação dela, pois sabe que se Ramona encontrar a garota, certamente a matará.

— Com essa informação, o perfil muda — falou Hotch preocupado — Ramona Bello não se ver nas filhas como prevíamos, ela ver a própria filha, por isso as matam.

— Mas ela ama ou odeia a filha? — indagou Elle.

— Não sabemos, mas isso se ela odeia, pode ser perigoso para Emily e Wendy — disse JJ.

— Eu vou ligar para o celular de Reid — falou Hotch pegado o celular do bolso e discando — o celular deve estar com ela ainda.

— Coloque JJ para falar com ela — sugeriu Rossi.

— Eu? — indagou JJ arregalando os olhos.

— Pensei nisso também — confirmou Hotch — você é mãe, quem melhor do que você para falar com ela e ser solidária a dor dela.

— Espera, Hotch — pediu JJ — vamos ligar para Garcia primeiro para pegar algumas informações.

— Tudo bem — concordou Hotch cancelando a ligação — mas vamos ser rápidos, nosso tempo está se findando.

***

Emily rapidamente se recuperou da bofetada que levou. E voltou a encarar Ramona.

— Se sente melhor agora? — perguntou Emily.

— Não, não me sinto — respondeu Ramona que voltou a esbofetear a sua rival.

— E agora? — perguntou Emily mantendo se firme — você pode me bater o tanto que for, mas isso nunca vai ser suficiente para diminuir sua dor.

— Até quando vão ficar nesse frescura de vocês? — perguntou Jason.

— FICA NA SUA — gritou Ramona.

— Ramona, vamos pegar o que viemos pegar, depois matamos os três e vamos embora daqui — sugeriu Jason.

— NÃO... eu ainda não acabei — falou Ramona firme.

— E quando vai acabar? — perguntou Wendy.

O celular de Reid toca, ele estava no bolso da Senhorita Bello. Ela tirou o celular do bolso e ficou parada olhando até quando resolveu atender.

— Papai? — falou Ramona confusa colocando o celular no viva-voz.

— Não, Ramona — disse JJ tentando manter a calma — meu nome é Jennifer Jareau, sou agente do FBI.

— O que você quer, Jennifer? — perguntou Ramona fazendo voz de nojo ao pronunciar o nome da loira.

— Eu quero conversar com você.

— Sobre o que?

— Sobre Letícia Bello.

— O que você sabe dela? — perguntou demonstrando irritação.

— Eu sei do que seu padrasto fez com você e que devido a isso acabou engravidando de Letícia.

— Você não sabe de nada — falou Ramona com os olhos lacrimejantes.

— Eu sei que você queria abortar o bebê, mas seu pai não permitiu por causa dos valores “morais” que ele tanto preza. Seu pai, com a grande influência que tem, conseguiu retardar seu pedido na justiça, e quando seu caso foi ser julgado, o juiz não autorizou o aborto, pois a gravidez já havia passado das 22 semanas.

Ramona ficou calada, ficando mais agitada do que já estava, mas continuou com o celular ligado no viva-voz.

— Aonde quer chegar? — perguntou Ramona quebrando o silêncio.

— Ramona Bello, não foi só o seu padrasto que a violentou, seu pai também, o juiz e todos os que lhe obrigaram a levar uma gravidez indesejada adiante. A vida lhe violentou de todas as formas possíveis e você teve que aguentar tudo sozinha, sem o apoio da sua mãe, sem o apoio de ninguém. As pessoas te julgavam, te apontavam na rua como se você fosse uma prostituta, só que na verdade você era uma vítima, vítima de pessoas que deveriam fazer tudo para te proteger. Ramona, você aguentou muita coisa quieta, ficou sozinha com sua dor, mas tem uma certa hora que a dor te sufoca e você sente que suas forças foram sugadas e tudo que você procura é algo que faça sua dor passar. Ramona, eu não entendo o porquê de você sair por ai matando pessoas que nada tem a ver com seu sofrimento, eu juro que não entendo e nem quero entender, mas eu te digo, não é assim que vai conseguir se livrar dessa dor que tanto te sufoca... — JJ fez uma pausa e respirou fundo — Wendy só tem 18 anos, é uma menina ainda, que tem um futuro pela frente e está assustada, pois não sabe o que fez de errado para isso tudo está acontecendo com ela. Assim como você se perguntava quando os abusos aconteceram, você se sentia culpada, acuada e se perguntava o que havia feito para estar passando por aquilo tudo...  e eu te digo com toda certeza que não foi justo o que aconteceu com você, mas não é justo também o que está fazendo com Wendy e Emily. E se tem alguém que pode entender o que é sofrer uma injustiça, esse alguém é você.

Ramona Bello desligou o telefone e caiu no choro, todos ficaram a observando com empatia, ela então pegou sua arma.

— Emily Prentiss — disse ela ainda um pouco confusa — eu quero que me faça um favor.

— O que você quer? — perguntou Prentiss já não sentindo mais raiva dela, mas compaixão.

— Quero que diga a Letícia que sinto muito, mas que devido aos vários atos de violência que sofri, inclusive o que deu vida a ela, eu não consegui amá-la. Nem durante os 9 meses que a carreguei na barriga, eu consegui criar esse vínculo mãe e bebê...

Enquanto ela falava, Emily, Wendy e Reid a olhavam com compaixão.

— Diga a ela que na minha vida nunca ouve espaço para o amor e nem para o instinto maternal. Eu sinto muito por tudo — falou em seguida ela apontou a arma para a própria cabeça — só que eu sei que ela é a única pessoa inocente nessa história toda.

— Não faça isso, Ramona — pedia Emily — temos outra forma de resolvermos isso.

— Não tem, só me prometa que fará o que pedi — insistia Ramona.

— Solte a arma — insistia Emily.

— Me prometa.

— Tudo bem, eu prometo, agora, por favor, solta essa arma — pedia Emily.

— Eu espero que me perdoem por tudo, se é que um dia podem me perdoar, pois fiz coisas horríveis. Eu matei pessoas, todas aquelas mulheres, também minha prima, Ayden e ia matar Wendy. Jason me ajudava e Philip sempre encobriu meus crimes, era uma forma de ele me compensar por não dizer o paradeiro de Letícia. Ele sabia o que eu faria com a minha filha caso a encontrasse, e por isso ele não me dizia... mas acho que não teria coragem de fazer isso com a minha Letícia — disse Ramona e em seguida deu um tiro na própria cabeça, na mesma agora caiu morta no chão. Emily, Reid e Wendy fecharam os olhos quando ouviram o barulho do tiro.

***

— Ela desligou o telefone — disse JJ ainda emocionada.

— Você foi muito bem, fez um ótimo trabalho — falou Hotch.

— E agora o que a gente faz? — perguntou Elle — fica esperando?

— Acho que ela não fará mal a elas — disse Rossi.

De repente ouviu-se o barulho de um tiro.

— Isso foi um tiro — falou Morgan.

— Vamos entrar agora — disse Hotch.

***

Emily, Reid, Wendy e até Jason olharam para o corpo de Bello caído no chão estarrecidos com o que havia acontecido. Emily e Jason eram os que estavam mais próximos ao corpo. Jason olhava assustado, agora que sua “abelha-rainha” havia morrido o que seria dele. Ele olhou para a arma na mão de Ramona e correu para pegá-la, mas Emily percebeu e partiu para cima dele, os dois começaram a travar uma luta corporal.

— MÃAAE — gritava Wendy chorando enquanto via sua mãe levar socos de Jason. Reid mesmo com muita dor e com a perna ainda machucada, levantou-se usando o que ainda lhe restava de forças e foi para cima de Jason Cutt para salvar Emily, mas levou um soco que o fez cair no chão.

— PARADO... FBI — disse Hotch apontando a arma para Jason. Ele levantou as mãos se rendendo, mas Hotch guardou a arma e deu um soco nele, logo em seguida deu outro e então Jason caiu no chão.

— PARA, HOTCH — gritou Morgan entrando na frente do chefe.

— Isso não acabou — disse Hotch encarando Jason que estava caído no chão e o olhava com cara de psicopata limpando o sangue da boca — foi só o começo.

Morgan tomou a frente e foi algemá-lo. JJ foi socorrer Reid.

— Paramédicos, por favor — pediu JJ.

— Aaron — disse Emily emocionada e correndo para abraçar o ex-marido — Wendy, salvem minha filha.

— É o fio vermelho — disse Reid com dificuldades.

— O que Spence? — perguntou JJ.

— É o fio vermelho que desarma a bomba. — falou Reid com muita dificuldade.

— Tem certeza, Reid? — perguntou Hotch — nós só temos uma chance.

— Tudo para ela tinha que ter sentido e os fios tem cinco cores diferentes: vermelho, branco, azul, amarelo e verde. Dessas cinco cores, apenas o vermelho não tem na bandeira do Brasil.

— Não temos outra alternativa — disse Rossi — vamos confiar no garoto prodígio.

— Todos saiam daqui — ordenou Hotch.

— E o corpo de Ramona Bello? — perguntou Elle — ele não pode ser removido ainda, a perícia tem analisar a cena do crime.

— Isso é o de menos agora — respondeu Hotch — saiam todos, você também Emily.

— Eu não vou deixar minha filha — disse Emily eu vou ficar com ela.

— É melhor fazer o que ele disse — falou Elle — você também, Hotch. Vamos deixar somente o esquadrão antibomba com ela aqui.

Hotch e Emily ficaram hesitantes. Enquanto os paramédicos entraram e tiraram Reid de lá.

— Não adianta ficarem aqui — disse Elle — o que vocês podem fazer? Me digam.

— Por favor, façam o que ela está dizendo — falou Wendy — minhas forças estão acabando, eu não vou aguentar mais ficar muito tempo nessa posição. Eu estou pedindo por favor, eu amo muito vocês dois e não vou querer que explodam comigo, caso isso aconteça. Mas não vai acontecer, pois eu acredito que Spencer está certo.

— Vamos, Aaron — falou Emily segurando o braço dele.

— Filha, eu queria tanto te dar um abraço — disse Hotch — há anos não faço isso.

— Lá fora, pai — respondeu Wendy — eles vão tirar essa bomba de mim e nos encontramos lá fora e a gente vai matar a saudade.

Hotch olhou para a filha emocionado. Emily segurava o braço dele.

— Vamos, meu amor — disse Hotch abraçando Emily.

— Eu te amo, filha — falou Emily.

— Eu também te amo, minha rainha — respondeu Wendy — e amo o poderoso chefão também.

— E eu amo demais minha princesa — retrucou Hotch.

Os dois saíram abraçados e ficaram somente Wendy e o esquadrão antibomba. O corpo de Ramona teve que ser removido por preucação. Quando já estavam todos fora do banco, o esquadrão antibomba cortou o fio vermelho. Mesmo depois de terem cortado, Wendy ficou por alguns segundos ainda parada, na mesma posição, quando percebeu que não explodiria, ela finalmente respirou aliviada caindo de joelhos no chão emocionada, seus pés estavam dormentes, seus braços doloridos. Ela chorava bastante que chegava a soluçar, então o capitão a levantou. A equipe estava muito feliz pelo feito.

— Eu não consigo sentir meus pés — disse Wendy chorando.

— Calma — pediu o capitão — isso é devido ao tempo que passou nessa posição. Logo passa essa sensação.

— Eu quero meus pais... onde eles estão?

— Nós vamos te levar até eles — disse o capitão. Ele envolveu o braço da garota nos seus ombros e a levou para fora do banco.

Do lado de fora, Reid era atendido em ambulância e JJ estava ao lado dele. Enquanto Emily era atendida em outra e estava ao lado de Hotch. Logo Wendy saiu juntamente com o capitão do esquadrão antibomba, todos os policiais que estavam lá fora comemoraram quando eles saíram. Hotch assim que viu a filha correu para onde ela e a abraçou levantando-a do chão, Wendy chorava que soluçava nos braços do seu pai. Foram dez longos anos sem sentir aquele abraço. Ele por sua vez levantou seu ânimo, parecia ter alcançado a felicidade plena em ter novamente sua menina em seus braços.

— Eu nunca mais vou te abandonar, filha... nunca mais.

— E eu não vou deixar o senhor me deixar... aonde o senhor for, eu vou.

Os dois foram para onde Emily, e Wendy também foi atendida pelos paramédicos lá. As duas ficaram sentadas sendo atendidas e Hotch ficou em pé aguardando.

— Eu não queria que as coisas tivessem acabado assim — disse Emily — por mais cruel que Ramona possa ter sido, Jason só não fez mais mal a Wendy por que ela controlava ele e não permitia. E depois que soube da história dela, eu senti compaixão por ela.

— Ramona amava a filha — falou Hotch — mas quando lembrava que ela fruto do abuso que sofrera, ficava confusa. Era um sentimento ambíguo e ela não sabia lidar com isso. Mas eu não quero que pense nisso — disse Hotch se abaixando para beijá-la.

— Então é oficial? — perguntou Wendy feliz — vocês voltaram mesmo?

— Siiimmm — respondeu Emily com um sorriso largo. Hotch também sorria.

— Ah, estou tão feliz — Wendy abraçou os dois fortes.

Quando desfizeram o abraço, Wendy viu Reid sendo atendido na ambulância um pouco mais a frente.

— Pai — disse Wendy olhando fixamente para Reid.

— Oi, filha — respondeu Hotch percebendo para onde a filha estava olhando.

— Acho que devemos ir lá agradecê-lo — falou Wendy — eu estava prestes a desistir, a me auto explodir, mas ele não permitiu. Sem contar que foi que descobriu qual o fio correto.

— Wendy tem razão — concordou Emily — quando eu estava lutando com Jason, ele, mesmo machucado, foi me ajudar.

— Tudo bem — falou Hotch — eu vou lá, me esperem aqui.

***

Reid estava sendo atendido quando Morgan chegou. JJ já havia saído para falar com a imprensa.

— E ai, bonitão? — disse Derek — qual a sensação de levar o primeiro o tiro?

— Nada agradável — respondeu Reid se segurando para não gritar de dor.

— Não tem aquele ditado que há males que vem para o bem? — perguntou Morgan — pois bem, a mulherada adora uma marca de bala.

— Verdade? — perguntou Reid olhando para Wendy que estava abraçada a mãe na ambulância um pouco mais a frente.

— Aquela não gosta — respondeu Hotch sério, deixando o rapaz desconfortável. Morgan virou-se de lado para não rir na cara dos dois e se afastou sem ser percebido, indo para onde Elle que conversava com um policial.

— Eu não falei dela — falou Reid nervoso.

— Mas olhou para ela com segunda intenções — retrucou Hotch.

— Segunda intenções?

— Eu te conheço, Reid... sei que vocês dois ficaram próximos por causa do que passaram hoje juntos, mas eu vou ficar de olhos nos dois. E vou logo te dizer que mesmo ela querendo, ela não está...

— Você disse mesmo ela querendo? — perguntou Reid interrompendo Hotch.

— Eu não disse isso.

— Disse sim.

— Eu me expressei errado, eu não quis dizer isso.

— Ela disse alguma coisa sobre mim?

— Reid, estou achando que você está a fim de passar por uma cirurgia para retirar de mínimo três balas?

— Não.

— Então, não vamos mais tocar no nome da Wendy.

— Ok — falou Reid não convencido.

— Eu só vim agradecer pelo que fez por Emily e por Wendy. Muito obrigado mesmo.

— Não precisa agradecer, eu só fiz a minha obrigação.

— Se cuida, garoto — disse Hotch dando as costas e voltando para onde a família. Morgan voltou a se aproximar junto com Elle.

— Reid, você se meteu numa enrascada — falou Morgan rindo junto com Elle — tanta mulher dando sopa e você vai se envolver justo com a filha do chefe, Reid?

— Eu bem que profetizei que depois desse caso, você arranjaria um encontro — disse Elle rindo.

— Eu não vou ter um encontro... Hotch nunca vai deixar.

— Não se preocupe com isso, Reid — disse Elle — Hotch só está com ciúmes da filha, mas tenho certeza que ele sabe que você é um partidão e que ele não poderia ter genro melhor — Elle sentou-se ao lado de Reid e o abraçou de lado.

— Eu também quero um abraço — disse Morgan brincando.

— Não enche o saco — falou Elle.

***

Wendy estava sentada na ambulância abraçada a mãe, quando Hotch voltou.

— Como foi lá? — perguntou Wendy.

— Eu fiz o que vocês o que pediram — respondeu Hotch — agradeci o rapaz.

— E ele? Não perguntou nada de mim? — perguntou a garota sem jeito.

— Wendy — falou Hotch em tom de repreensão.

— Eu só fiz uma pergunta, pai.

— Eu sei o que está por trás dessa pergunta — retrucou Hotch.

Wendy ficou envergonhada.

— Aaron — falou Emily — uma hora ela vai ter que namorar.

— Eu sei, Emily... quando ela completar seus 35 anos eu vou estar pronto para esse fato inevitável.

— Pai??? 35 anos?

— É brincadeira do seu pai, filha — falou Emily olhando para Hotch como se pedisse para ele pegar leve.

Aaron “abriu espaço” entre as duas e sentou no meio delas, abraçando-as. Rossi se aproximou e ficou de pé em frente aos três.

— Pode deixar, Aaron — disse Rossi — eu assumo daqui com Morgan, pode ir curtir sua família.

— Obrigado, Dave — respondeu Hotch. Rossi seguiu para resolver as questões burocráticas com Morgan.

— A final do campeonato já aconteceu? — perguntou Wendy.

— Não, o campeonato está suspenso — respondeu Hotch — mas acho que já vão marcar uma nova data para a final.

— Será se vai dar para eu jogar? — indagou Wendy.

— Com certeza vai, Wendy — respondeu Emily.

Agora foi a vez de JJ se aproximar deles.

— A Garcia está pedindo uma foto de vocês três juntos — disse JJ — ela disse que precisa de uma imagem para acalantar o coração dela, por causa das pesquisas que ela fez, está muito deprimida.

Hotch então a abraçou as duas e JJ tirou a foto, em seguida a loira saiu para enviar a foto a Penélope que ficou emocionada quando recebeu.

— Agora vamos — disse Hotch.

— Para onde? — perguntou Wendy.

— Para hospital, depois para o hotel e em seguida para casa.

Os três então entraram na ambulância que seguiu para o hospital.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam? Comentários são bem-vindos e alegram o coração do autor.

Beijos e até o capítulo bônus que postarei até segunda.



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