Para Sempre escrita por Srta Taques


Capítulo 8
Capítulo 8 — Cúmplices de Um Resgate.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, desculpa pela ausência. Me esforcei muito para escrever esse capítulo, queria que ele ficasse bem especial, só que não deu muito certo. Espero que gostem. Boa leitura.



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Joaquim Vaz.

Puxei a Manuela com força e seu braço ficou avermelhado. Passei a mão e dei um beijo, a vermelhidão iria sair em pouco tempo — quem dera se fosse pelo beijo. — enquanto a Manuela me olhava.

— O que aconteceu, Manu? — Perguntei, colocando a guitarra ao lado.

— Eu que te pergunto! O que você pensa que tá fazendo Joaquim?!  Me diz o que tá acontecendo.

— Eu não posso!

— Por que não pode? — Ela perguntou cruzando os braços.

— É uma longa história, não dá para te explicar agora. —  Falei, pegando em sua mão.

A Manuela assentiu com a cabeça e ficou com um olhar tão tristinho... Eu não podia falar para ela o que estava acontecendo. Pelo menos não agora. A enchi de esperanças durante todo esse tempo, e ela pagou por todas as consequências das minhas atitudes de "herói". Ela já sofreu demais. Se não der certo, ela não vai saber. Mas se der, ela pode considerar uma surpresa... Ou não.

A Priscila estava bem calma. Ela já sabia de tudo, e ficou tão surpresa. Por esse motivo que ela começou a tratar a Manuela melhor, mas foi por conta própria.

A Júlia até disse que ela estava se fazendo só para impressionar a gente, já que durante todo esse tempo ela falava da Manuela como uma concorrente, acreditando ser a Isabela.

— Joaquim, eu já não estou aguentando! Vai me falar o que está acontecendo? Os fãs estão indo embora, poxa! — Ela olhou para todos da banda. — Vocês todos sabem o que está acontecendo!

— É, você tem razão. A gente sabe o que está acontecendo.

— E não vão me falar?

Balancei a cabeça de um lado para o outro e ela "bufou", cruzando de novo os braços.

— Você já vai saber, não precisa me olhar como se a gente estivesse brincando com você.

— Olha aqui.../

A Manuela parou de falar quando uma tela desceu. O vídeo que apareceu era como se fosse um filme — tinha "cenas" dos nossos ensaios na gravadora, os shows, as fotos com fãs, depoimentos da gente — enfim. Isso prendeu a atenção de quem estava na plateia. Nós víamos muita pouca coisa, pois ela cobria a gente, só conseguimos escutar o volume do vídeo, que era bem alto.

A Manuela estava com os braços para trás, se apoiando com as mãos para trás, mexendo os pés inquietamente. Enquanto todos esperavam quietos. O Felipe e a Priscila estavam conversando sobre alguma coisa engraçada. A Júlia segurava as baquetas e batia levemente em suas pernas — ela estava sentada em forma de índio com o André. — e sorria.

— Dá para você ficar calma?

— COMO EU VOU FICAR CALMA JOAQUIM?! — Ela gritou, e todos a olharam. — Desculpinha.

— Eu já te disse que daqui a pouco você vai saber!

— Você disse isso há dez minutos...

— Eu sei... — Olhei para a cochia, mas logo desviei o olhar para Manuela não perceber.

Os policiais levavam os capangas e Geraldo algemados. Ninguém da plateia conseguia ver — por conta da tela que estava na frente. — Havia uma saída pela coxia ao nosso lado, então eles iriam sair por lá. Por fim, o delegado levava Regina.

— Pronto. — Levantei, e dei a mão para Manuela levantar. — Não precisava ficar irritada comigo.

— Por que você acha isso? — Ela cruzou os braços.

— Por isso... — Fiz sinal com a cabeça e ela virou. —

Manuela Agnes.

Assim que me virei, fiquei surpresa. A Regina estava sendo presa, depois de tanto tempo! Estava estática, até o Joaquim me puxar pela mão e me colocar na frente da Regina.

— Manuela... Finalmente conseguiu o que queria, não é? Pode comemorar...

— Eu não tenho nada a ver com isso! — Disse.

— Você acha que eu acredito em você? — Riu. — Ai Manuela, você continua a caipira tonta de sempre.

— Essa "caipira" que te sustentou. — Falei com uma voz fria, ela olhou para cima. — Você destruiu a minha família!

— E destruo quantas vezes eu quiser! Você só conseguiu isso, por conta da ajuda desse moleque, senão não teria conseguido nem metade. Você é fraca, Manuela. Sempre depende dos outros, mas foi melhor assim... Poupei de fazer algo terrível com seus amiguinhos, sua familiazinha...

— Que Deus tenha piedade da sua alma. — Disse com a voz fria e fiz sinal para o delegado levá-la, e eles saíram. — Ai Deusinho... — Nem ligava para as palavras de Regina, ela finalmente ia pagar por todo o mal que fez.

Dou voltas pelo palco, com as mãos juntas na frente da boca, enquanto ouço as pessoas rirem e vibrarem com o "filme" que passava para elas sobre a banda.

— Manu?! — Joaquim tocou em meu ombro. — Você está bem? Quer dizer...

— Joaquim! — Me virei e pulei em seus braços, o abraçando. — Muito obrigada, muito obrigada mesmo. — Disse entre lágrimas, me soltando de seu abraço. — É quase inacreditável!

— Eu sabia que você ia gostar da nossa surpresa. — Ele disse. — Que bom que deu tudo certo!

— "Nossa"? — Perguntei, mas logo entendi e olhei para o restante da banda, que acenava para mim. — Mas por que não me contou nada?

— Manu. — Ele pegou em minha mão. — Prometo que vou te contar tudo, mas tem uma pessoa que quer te ver, no segundo andar.

— Quem?!

— Se eu contar vai estragar a surpresa...

A apresentação do vídeo terminou. Pudemos ouvir um homem falar com a plateia:

— Boa noite galerinha... Quem aí é fã de Cúmplices faz barulho! — Ouvimos gritos de toda a plateia. — A banda teve que fazer uma pausa na apresentação de emergência, mas já irá voltar, e com uma surpresa!

— Mas vão continuar o show sem mim?! — Indaguei.

— Manu, pare de fazer perguntas e vá aonde eu te disse! Por favor, não se preocupe com o show!

— É Manu! O Joaquim está certo! — Priscila se aproximou de mim. — Eu posso terminar o show...

— Tudo bem. — Dei um beijo na bochecha de Joaquim, o que deixou a Priscila sem jeito. — Tchau...

Saí do palco e subi as escadas. Cheguei no segundo andar, eu estava muito nervosa, não sabia quem estava lá a minha espera. E se fosse... Não, melhor não pensar e encontrar a tal pessoa. Abri porta por porta, mas todas estavam vazias ou fechadas.

Na última porta eu a abri e ouvia uma música tão...

Juntos, todos nós vivemos

Mil histórias

Juntos, seguiremos todos

Até o fim

Fechei a porta lentamente, sem fazer barulho e continuei:

E assim, unidos não poderão

Nos separar nunca não

Pois teremos para dar

A força do coração

— Manu... — Ela me observou cantar e quando terminei, sorriu. — Que bom que está bem, aparentemente...

— É. — Fitei-a. — Sabia que a Regina foi presa?!

— Sim. — Balançou a cabeça. — Não vai agradecer sua irmãzinha? — Colocou o cabelo para frente.

— Ah-h. — Sorri. — Muito obrigada Isinha. — A abracei bem forte, e ela me apertou bem forte também. — Mas... O que você está fazendo com essa roupa? Como conseguiu uma igualzinha?!  — Ela vestia a mesma roupa que a minha.

— Não interessa, Manuela. — Pegou uma roupa em uma arara. — Vista-se.

— Me vestir? Mas pra que? — Ela jogou a roupa na minha cara. — Essa roupa... É a que você usa nos shows do Vilarejo!

— USAVA. — Falou grossa, e depois sorriu. — Por que agora, é você que vai usá-la.

— Como assim?

— Arg, não deixou de ser lenta né maninha... Você vai vestir essa roupa, porque daqui a pouco nós duas vamos entrar no palco e cantar JUNTAS. Entendeu o quer que eu desenhe?

— Entendi sim. — Ri. — Já volto. — Entrei no banheiro.

Em menos de dez minutos eu estava pronta. Eu com o vestido amarelinho, e ela com a roupa prata e roxa. Ela colocou o óculos e eu o chapéu. E nos demos as mãos.

Descemos e ficamos esperando a nossa vez. Eu sorri e acenei, acho que o Joaquim sabe que eu e a Isa trocamos de roupa. A Priscila terminou de cantar e logo soltou o instrumental, e eu entrei.

Todos ficaram surpresos, pois nunca tinham me visto com aquela roupa.

Você parece tanto comigo

Te ter por perto me deixa feliz

 

A Isabela entrou, antes de eu terminar a letra e a plateia se levantou surpresa, alguns começaram a gritar, e cantou:

Você e eu somos tão iguais

E ninguém irá nos separar!

 

O Joaquim se aproximou de mim e sorriu, olhou para a plateia e cantou:

Mas com amor

Nada poderá nos derrubar

Juntos seremos enfim

Como cúmplices do amor!

 

E todos começaram a cantar em coro:

Cúmplices

De um resgate do amor!

Cúmplices

De um resgate pelo amor!

Cúmplices

De um resgate desse amor!

Cúmplices

De um resgate com amor

Eu cantei novamente, dessa vez mais solta:

Você e eu podemos começar

Uma nova vida, um novo caminhar

 

A Isabela estava ainda nervosa, mas conseguiu cantar perfeitamente.

Você e eu somos tão iguais

E ninguém irá nos separar!

 

O Joaquim escorou sua cabeça a minha, e sorriu, mas logo tirou, e cantou outra vez.

Mas com amor

Nada poderá nos derrubar!

Juntos seremos enfim

Como cúmplices do amor!

 

E por último, cantamos o refrão junto com a plateia:

Cúmplices

De um resgate do amor!

Cúmplices

De um resgate pelo amor!

Cúmplices

De um resgate desse amor!

Cúmplices

De um resgate com amor!

 

Cúmplices

De um resgate do amor!

Cúmplices

De um resgate pelo amor!

Cúmplices

De um resgate desse amor!

Cúmplices

De um resgate com amor!

 

Cúmplices

De um resgate do amor!

Cúmplices

De um resgate pelo amor!

Cúmplices

De um resgate desse amor!

Cúmplices

De um resgate com amor!

 

Assim que acabamo a música, abracei Isabela. E fomos alvos de vários flashs e gravações. Esse show foi o mais especial! A Isabela conseguiu cantar na frente de muita gente, e ainda na banda que recebia o seu nome como vocalista principal.

Mais tarde haveria entrevista com a banda. Os jornalistas, que antes não tinham muitas perguntas, estavam com os blocos cheios de anotações, e os fãs com muitas novidades para contar aos outros, sejam em fãs clubes, sejam em outro lugar.

Nós nos demos as mãos e batemos as palmas e saímos, fomos para uma sala onde havia várias comidinhas, refrigerante e água. Todos estavam reunidos em uma rodinha, menos a Priscila. Então, assim que eu a vi, fui até ela.

— Priscila? — Virei a cabeça, como se estivesse alongando a cabeça. — Priscila...

— Oi. — Ela olhou para mim com um olhar triste. — O que você quer?

— Falar com você, oras. Está tristinha, se junta com a gente!

— Você está brava comigo, não é?,

— Brava não... Chateada. Mas depois a gente conversa sobre isso. Se junta com a gente, vem curtir. — Puxei seu braço e a levei para a roda. O Joaquim olhou para ela, acho que ele queria ter uma conversa séria com ela.

Em dez minutos, o Vicente abriu a porta e a imprensa fez diversas perguntas, mas ele havia nos aconselhado a dizer o mínimo de detalhes. Eles estavam autorizados a postar as notícias apenas vinte e quatro horas após o show.

— Quem estava cantando durante todo esse tempo na banda?

— É verdade que foram separadas ao nascer?

— Qual a relação de Regina Junqueira com vocês duas?

— Qual será o futuro da banda?

— Como ocorreu a separação de vocês?

— Existe uma possibilidade de haver três vocalistas na banda?

— Quanto tempo levou o sequestro?

Essa noite iria demorar para acabar...

Duas horas depois — já passava-se das dez horas da noite — finalmente conseguimos nos livrar dos jornalistas. A Isabela me abraçou e ficamos sentadas em um sofá, quando o Raul entrou, e convidou-nos para ir embora, afinal já estava tarde. Nós passaríamos a noite na mansão, e amanhã bem cedinho íamos para o Vilarejo.

O Joaquim foi com a gente, e o Ofélio iria levá-lo embora depois. A Júlia e o Felipe foram com o André e o Vicente, e a Priscila com seus avós.

No carro, o Joaquim e a Isa ficaram do lado da janela e eu no meio, eles ficavam conversando, e eu pude perceber a felicidade da Isa, eu nunca tinha visto um sorriso tão bonito. Acho que ela estava muito aliviada, e finalmente teria seu "final feliz".

Chegamos na mansão. A Isa, o Ofélio e o Raul foram para a cozinha e eu fiquei na sala com o Joaquim. Ele tinha uma coisa para me contar, então sentei no sofá e esperei ele falar.

— Fala Joaquim. — Ele estava nervoso. — Por que escondeu de mim tudo isso? — Comecei a conversa, tinha certeza que era sobre isso.

— Por que eu não queria que você ficasse mais triste ainda.

— Triste? Por que eu ficaria triste?

— Se desse errado...

— Ah! Só por isso? — Levantei um pequeno sorriso.

— Na verdade não... Ninguém te contou porque o Sandro, a Regina, os capangas, eles ficavam em cima de você o tempo inteiro, se escutassem algo poderia colocar o plano todo a perder e você podia sofrer. — Ele falou, com uma cara triste.

Coloquei minha mão sobre o seu rosto, e sorri emocionada.

— Você é um garoto de ouro, sabia? E eu achando que não gostava de mim, aliás, que ninguém gostava de mim. Mas todos estavam unidos, para isso aqui acontecer.

— Então... Você não está brava comigo?!

— Claro que não, Joaquim... Você é muito especial, sabia? — Abracei-o. — Eu gosto muito de você.

Joaquim se desvencilhou do meu abraço e aproximou sua boca a minha. Eu estava quase cedendo, mas desviei e virei a cabeça, e logo levantei.

— Melhor não Joaquim.

— Mas...

— É melhor você terminar esse romance com a Priscila. Depois a gente vê o que faz. Mas por enquanto, é melhor continuarmos como sempre: bons amigos. — Sorri. — Acho que o jantar já está pronto, vamos?

Ele assentiu com a cabeça e nós fomos para a mesa.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem! Bom, daqui a pouco entra a "segunda fase" da FIC. Vou tentar alterar a capa e vai focar mais na amizade do que no drama, essa fase será bem especial, e terá focos nos casais, deu de spoiler né, senão perde a graça. Beijosss, e até o próximo capítulo.



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