Para Sempre escrita por Srta Taques


Capítulo 2
Capítulo 2 — Dor.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, obrigada pelos comentários no capítulo anterior. Boa leitura.



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Manuela Agnes.

O Joaquim pegou em minha mão e sorriu, eu fiz o mesmo. A Priscila nos olhava sem ódio, como as outras vezes. Sentia uma sensação estranha, levei minha mão no peito, e comecei a respirar fundo, até que passou.

Regina chegou na sala com uma pasta, e ao meu ver ao lado do Joaquim, pegou em meu braço e me jogou para o sofá, sorriu e sentou-se ao lado dele. Ela abriu a pasta e entregou os papéis para a gente. Era sobre a ordem das músicas e o horário de cada uma.

Eu e a Priscila concordamos com a ordem. Era a mesma de todos os shows. E seria a mesma, se não fosse pelo Joaquim.

Então, a música que ele canta com a Priscila vem antes que a que eu canto com ele.

— Mas porque isso? — Perguntei-me.

Eles se levantaram, e apesar de estar se olhando de forma estranha, se deram as mãos e saíram.

— É só eu estar ausente que você quase coloca tudo a perder. — Regina começou a gritar. — O que é? Esqueceu do que eu posso fazer com a sua família?

— MAS EU NÃO DISSE NADA!

— E o que estava fazendo ao lado dele, hein? Olha, se eu descobrir....

— Você quer que todos desconfiem de você? Não posso falar com ninguém na banda, uma ou outra palavra, não posso sentar ao lado do Joaquim...

— Não, não pode. Da última vez que os dois estavam de segredinhos, ele teve a audácia de vir aqui com os irmãos. E quase morreu por causa disso, se o mesmo se repetir eu mato sem dó.

Fiquei lhe encarando, queria dizer alguma palavra, mas só saía lágrimas dos meus olhos, e Regina simplesmente ria. Aquele sorriso me dava nojo, como alguém podia fazer tudo isso?

— Você vai cair algum dia, e quem vai estar rindo de você serei eu. — Disse e sai, subindo as escadas.

Cheguei a porta e eu estava me debulhando em lágrimas. O Sandro chegou atrás de mim e fez carinho em meus ombros, e quando percebi, eu tirei e fiquei escorada na parede.

— Abre essa porta, Sandro.

— Eu abro. Mas só quando você me perdoar. Eu não aguento te ver assim, menina. Eu gosto de você.

— Quer me ver feliz?! — Perguntei bem perto do ouvido dele. Ele concordou com a cabeça. — Entrega a Regina, o Geraldo, o Vargas, o Navarro para a polícia.

— Mas se eu fizer isso eu também vou preso.

— Quem sabe, Sandro... — Respirei fundo. — Abre essa porta!

Ele abriu e eu entrei, e escorreguei pela porta. Tirei o turbante e fiquei girando-o com os dedos.

 Eu tinha que me afastar do Joaquim, o que já estava acontecendo, mas eu gosto tanto dele.

Levanto-me e procuro um objeto nas gavetas, bato as portas com raiva, reviro o quarto em busca.

— Encontrei! — Olhei para o objeto.

Era um canivete.

Encarei-o com muita raiva. Meus olhos estavam vermelhos, de tanto chorar, como sempre. Deslizei ele pelo braço, com a ponta para frente, e fechei os olhos. Levantei o canivete, colocando a ponta dele para baixo e passo lentamente.

Um filete de sangue se formava no meu punho, deslizava para a mão e para o braço.

Tentei fazer de novo, mas alguém abriu a porta e Ofélio entrou, carregando uma bandeja com um sanduíche. Ele me olhou assustado, o Sandro estava na porta e ele parece não ter visto o corte.

— Eu preciso falar com a menina. — Disse Ofélio. — Não vou demorar.

Sandro balançou a cabeça para cima e para baixo, e fechou a porta, mas sem trancá-la. Ofélio colocou a bandeja na escrivaninha e ficou girando de um lado para o outro. Uma mão estava em sua cintura e outra em sua testa, depois ele colocou as duas no rosto, e finalmente me olhou.

— Manuela, isso... Você se cortou!

— Alivia a dor, Ofélio. Tô me sentindo melhor! — Falei um pouco feliz.

— Se isso atinge a veia menina? — Ele perguntou e foi até o banheiro, trazendo algumas folhas de papel, limpou o sangue com duas folhas e as outras ele enrolou na área cortada. — Entrei aqui para ajudar você e sua irmã. Não entrei para ver uma megera vencendo o mal. Vou falar uma coisa, e vê se compreende. Todo mundo gosta de você. O Joaquim, o pessoal da banda, a Isabela, a sua família e os seus amigos do Vilarejo! Isso não alivia dor nenhuma, e pare com isso. Não torne as coisas mais complicadas. O que você usou para cortar?

— O canivete. — Apontei para ele, que pegou e guardou no bolso de sua calça.

— Se a dona Regina ver isso, ela é capaz de jogar vinagre. Graças a Deus o corte foi fino. Uma pulseira esconde o corte.

— Desculpa Ofélio. Eu não vou mais fazer isso.

— Tudo bem. Coma o sanduíche e vista um pijama. Vou trazer um remédio para você dormir, assim você descansa.

Sorri. Dei uma mordida no sanduiche e ele saiu. Ofélio voltou dez minutos depois, com uma bandeja com um copo de água e um comprimido. Eu já estava com o pijama e deitada na cama, abraçada ao urso de pelúcia. Tomei e Ofélio deu um beijo em minha testa, e apagou as luzes.

Era cerca de sete horas da noite. Eu acordaria por volta das oito da manhã.

Fechei os olhos.

Isabela Junqueira.

Eu, o Téo, o Matheus e a Dóris voltávamos do Haras. Eu estava de mãos dadas com o Téo. O dia foi muito divertido! A Rebeca e o Otávio estavam andando pela praça, e acabamos nos encontrando.

— Boa noite, crianças. — Rebeca sorriu. — Manu, já está tarde, vamos para casa? Amanhã você tem aula, tem que dormir cedo.

— Posso levar o Téo para casa? — Perguntei, colocando minha cabeça no ombro dele. — Deixa mãe, por favor...

— Tudo bem, mas não demore. Quero a mocinha em casa em meia hora. Você ficou a tarde inteira fora!

Dei um beijo na bochecha da Rebeca e do Otávio e levei o Téo para casa.

O Téo já sabia quem eu era, onde a Manuela estava e que ninguém podia saber disso, nem o Matheus, nem a Dóris. A Regina estava extremamente preocupada com qualquer informação que vazasse, então eu queria protege-los ao máximo.

Espero que eles entendam quando tudo for esclarecido.

Eu e o Téo namorávamos há alguns meses. Era um namoro inocente, mas eu me preocupava muito com ele, então tentava sempre ficar junto com ele, para ele não sofrer com maldades do Omar.

Assim como tinha medo da Rebeca me rejeitar quando descobrisse que eu não era a Manuela, também tinha medo dos sentimentos do Téo pela Manu. Eles eram amigos desde pequenos, eles tinham uma ligação maior, e eu não queria ficar sozinha de novo.

Mas prefiro eu sozinha do que a Manuela.

Levei o Téo até a porta da sorveteria. A Marina estava na porta, pensando em alguma coisa, então deixei o Téo com ela.

— Até amanhã, Téo. — E o beijei. — Boa noite, durma bem.

— Você também, Isa. — Ele correspondeu ao beijo.

Me despedi dele e da Marina. Eu ia falar alguma coisa para ela, só que o meu celular tocou. Era o Ofélio.

— Ofélio? — Perguntei surpresa. — É arriscado você me ligar.

— Eu estou no quarto e falando bem baixo. Eu tenho que te dizer uma coisa sobre a Manu. Você não disse que se acontecesse qualquer coisa era para te ligar, então...

— Tá, o que aconteceu com ela. O que a Regina fez com ela?!

— A Regina não fez exatamente uma coisa sabe... Bom, pra não enrolar. A Manuela anda se cortando. Já tinha visto alguns cortes, mas não falei nada porque achei que não era nada, mas esse último quase atingiu a veia dela, ela não está bem Isa. Daqui a pouco ela...

— Não fala uma coisa dessas nem de brincadeira, Ofélio. — Respirei fundo, olhei para os lados, mas já estava com lágrimas nos olhos. — Ela vai ficar bem, cuide dela por enquanto. — E desliguei.

Fitei a Marina, mas não consegui dizer muita coisa, então corri para casa. Ouvi ela gritando meu nome, mas eu não queria voltar para falar. Cheguei em casa e a Rebeca estava lavando a louça, acho que o Otávio já tinha ido embora.

— Manu? — Ela fechou a torneira e secou as mãos em um pano de prato. — Você está chorando?

Olhei para ela, eu estava imóvel. Ela veio até a mim e me abraçou. Eu rejeitei no início. Não queria que ela desconfiasse de alguma coisa, então a abracei e limpei as lágrimas e suspirei fundo.

— Está tudo bem?

— Sim. Vou para o meu quarto, com licença. — Disse com uma voz fria.

Entrei no quarto e bati a porta, derrubei tudo que via pela frente, quando meu celular tocou novamente. Era um número privado.

— Alô? — Consegui ouvir a voz da pessoa. — Você?!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo, bjoos.



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