O cerimonialista havia acabado de dizer palavras que feriram profundamente o coração de Magnus, que fora até lá para lutar por seu amor.

Os olhos do Alto Feiticeiro do Brooklyn estavam gravados nas mãos do casal, pela primeira vez toda sua existência, ele desejou ser um caçador de sombras, pois assim poderia fazer a runa de casamento em Alec, bem, se a Clave aprovassem um casamento gay.

No momento em que os olhos de ambos se encontraram Bane viu Lightwood se inclinar para sua noiva:

—Desculpa, Lydia, mas eu não posso fazer isso. - Ela notou um certo tom de culpa em sua voz.

—Está tudo bem, Alec, eu entendo. Você merece ser feliz. — A caçadora sussurrou no ouvido esquerdo dele.

—O que Magnus está fazendo aqui? — Jace perguntou à sua irmã de criação.

—Eu o convidei, porém, não achei que ele realmente fosse aparecer. — A morena respondeu.

Toda a atenção do feiticeiro estava voltada para o casal, tão absorto em Alec que ele fora capaz de registrar a conversa entre Jace e Izzy.

O noivo desceu do altar e caminhou de forma decida até o feiticeiro, puxando-o contra si em seguida para, então, dar início a um beijo cinematográfico, o qual chocou quase todos os presentes e de repente Bane já não se sentiu deslocado ali, pois estava nos braços de quem amava.

—Alexander, você realmente sabe fazer uma declaração de amor. Vive me surpreendendo. — Magnus disse assim que o beijo cinematográfico teve seu fim.

—E você levou apenas cem anos para me esquecer, Magnus. —Uma melodiosa e doce voz feminina foi ouvida, fato que fez todos se voltarem para a porta do salão e se depararem com uma mulher recostada no batente.

—Charlotte… — Este nome foi tudo o que o Alto Feiticeiro do Brooklyn conseguiu sussurrar enquanto seus olhos percorreram a esbelta figura feminina que estava junto à porta.

Os olhos daquele que deveria ser se casado fixou-se na mulher, analisando-a.

Aparentemente ela não possuía nenhuma Marca de Feiticeiro; tinha olhos puxados que denunciavam sua descendência asiática, seu vestido roxo estava totalmente em frangalhos, seu cabelo, assim como sua vestimenta se encontrava sujo de terra, sangue, galhos e folhas, sua expressão era extremamente cansada.

—Quem é ela? — Alec questionou alternando o olhar entre Magnus e submundana encostada na parede ao lado da porta, assim que conseguiu falar alguma coisa.

—Não contou ao caçador quem sou? - Ela perguntou enquanto tão debilitadamente, era um milagre que se mantivesse de pé, se movia para ficar próxima à Magnus, o qual com estrelar de dedos fez a roupa imunda ser substituída por um sobretudo preto com detalhes em dourado, antes de ampará-la.